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terça-feira, 16 de junho de 2020

Covid-19 aumenta olho seco


 Estudo chinês mostra que a Covid-19 aumentou em 35% a disfunção lacrimal.  70% dos casos são assintomáticos. Entenda.


A lágrima protege nossos olhos de todo tipo de patógeno, inclusive do novo coronavírus, Sars-Cov-2. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier 7 em cada 10 portadores de olho seco, convivem com a doença e nem imaginam. Isso porque, são assintomáticos e só descobrem que têm a deficiência durante exame oftalmológico de rotina. Nos outros 30% os sintomas são: vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira, e maior sensibilidade à luz.  O Dews II (Dry Eye Workshop Society), relatório desenvolvido por 150 oftalmologistas do mundo todo, revela que a prevalência global varia de 5% a 50%, sendo mais frequente em países asiáticos. 

No Brasil a estimativa é de que 12,8% da população, na proporção de três mulheres para cada homem, têm olho seco, salienta. Queiroz Neto afirma que entre os pacientes sintomáticos 20% pensam que olho seco é um mal menor, fazem tratamento por conta própria e chegam ao consultório com um saco de colírios que não funcionam. “No exame oftalmológico conseguimos diferenciar o tipo de olho seco para tratar com o colírio correto que hoje graças à inteligência artificial temos conseguido melhores resultados” afirma.

O especialista alerta que as alterações na lágrima podem causar redução permanente da visão.  “É uma doença multifatorial, causada pelo desequilíbrio em uma das camadas do filme lacrimal”, afirma. A externa, explica, é a lipídica produzida pelas glândulas de Meibômio localizadas na borda das pálpebras. A camada lipídica, explica, tem duas funções:  manter a lágrima suspensa na superfície do olho e evitar a evaporação da camada intermediária que é a aquosa. Esta responde pelo controle de patógenos e oxigenação da córnea. A interna é a proteica que permite a distribuição uniforme do filme lacrimal na superfície do olho. “Os colírios contêm substâncias com efeitos diferenciados. Deixar de usar um lubrificante impróprio pode ser melhor que hidratar os olhos com colírios que aumentam a irritação e tornam os olhos mais vulneráveis”, comenta.


Pesquisa

O pior é que um estudo realizado na China durante a pandemia com 54 participantes afetados pela Covid-19, mostra que a infecção aumentou em 35% a incidência de olho seco. O estudo mostra que antes da contaminação 20% tinham a disfunção lacrimal e depois de infectados este índice saltou para 27%. Os pesquisadores afirmam que embora o estudo não seja conclusivo, identificou o receptor ACE2 do novo coronavírus na córnea, lente externa do olho, e na conjuntiva, membrana que recobre a parte branca do olho. O nível de ACE2 na superfície do olho é menor que o encontrado no pulmão e coração, mas foi suficiente para aumentar o olho seco. Os cientistas também destacam que só um paciente que já tinha passado por cirurgia de pterígio desenvolveu conjuntivite, sinalizando que olhos íntegros têm menor chance de inflamar durante a pandemia.


Diagnóstico

Queiroz Neto afirma que o olho saudável tem as três camadas da lágrima em equilíbrio. A deficiência em qualquer uma delas facilita a contaminação por Sar-Cov-2 e outros vírus que podem causar conjuntivite.  O especialista conta que hoje o diagnóstico é feito por imagens que facilitam a adesão ao tratamento, inclusive de pacientes assintomáticos. Para se ter ideia, a plataforma permite ao paciente acompanhar com o oftalmologista tanto as alterações do filme lacrimal, como as das pálpebras e glândulas de Meibômio. O oftalmologista ressalta que 86% dos portadores de olho seco têm desconforto ocular crônico provocado por disfunção das glândulas de Meibômio, 14% por deficiência aquosa do filme lacrimal e menos de 1% por deficiência da camada proteica.


Tratamento

Queiroz Neto esclarece que o tratamento é modulado de acordo com a fase da doença. Em casos leves, pontua, a prescrição pode incluir lágrima artificial, medicação sistêmica, adição na dieta de fontes de ômega 3 encontrado na sardinha, bacalhau ou salmão, massagem e higienização das pálpebras com xampu infantil de PH neutro.

O especialista diz que as recomendações terapêuticas da DEWS para casos moderados são:  oclusão dos pontos lacrimais com plugs, óculos de câmera úmida, anti-inflamatório e ômega 3.

A terapia mais indicada para olho seco severo é a luz pulsada que deve ser aplicada na pálpebra superior e inferior visando ativar a produção da camada lipídica da lágrima pelas glândulas de Meibômio. Queiroz Neto afirma que a terapia também melhora a alimentação das glândulas mediante estímulo da   inervação do nervo trigêmeo nos ramos oftálmicos e maxilar. Um terceiro benefício é a desobstrução glandular através da remodelação do tecido conjuntivo.

 O tratamento, observa, inclui 3 sessões em intervalos de 15 dias.  Queiroz Neto conta que criou um dispositivo para ser usado diariamente em casa durante o tratamento.  Trata-se de um óculos/compressa preenchido com grãos de arroz que deve ser aquecido no micro-ondas por 3 minutos antes de ser colocado sobre os olhos O médico  conta que esta simples inovação no consultório tornou o resultado do tratamento mais efetivo.


Cirurgias bariátricas são classificadas eletivas essenciais e voltam a ser realizadas durante a pandemia


Procedimento, no entanto, deve seguir protocolos mais rígidos e levar em conta número de leitos disponíveis e estrutura hospitalar


Suspensas desde o início da pandemia por serem consideradas cirurgias eletivas, as cirurgias bariátricas foram reclassificadas como cirurgias eletivas essenciais e, aos poucos, estão sendo retomadas em todo o país. Um dos motivos da mudança é o fato de a obesidade ser um fator de risco para a COVID-19 e, portanto, ao perder peso, o paciente melhora seu sistema imunológico e, no caso de ser contaminado, tem mais chances de reduzir os problemas causados pelo coronavírus,

A liberação do procedimento está prevista em uma recomendação do CFM (Conselho Federal de Medicina), que considera que pacientes portadores de doenças graves e/ou crônicas, como a obesidade e o diabetes, precisam de tratamento, e que sua postergação pode resultar no aumento da morbidade e da mortalidade.

A indicação da cirurgia bariátrica, no entanto, além de ainda ter de respeitar os critérios internacionais, também precisa seguir um novo protocolo para garantir a segurança da equipe e do paciente, sem impactar no sistema de saúde e sem comprometer o atendimento aos pacientes com suspeita ou já confirmados com COVID-19. “O principal fator de risco para a COVID-19 é a idade. Depois, a pressão arterial e, em terceiro lugar, a obesidade. Por isso, houve essa mudança na classificação. O paciente obeso perde cerca de 10% do seu peso inicial já no primeiro mês após a cirurgia, e isso diminui o seu processo inflamatório e melhora seu sistema imunológico. Portanto, é mais arriscado deixá-lo obeso durante a pandemia do que operá-lo”, explica o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho, membro titular da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) e presidente do Hospital e Maternidade Galileo, em Valinhos.

Mas para que a cirurgia seja realizada, é fundamental avaliar a estrutura hospitalar local disponível. “Cada cidade tem uma realidade diferente na pandemia e é preciso levar essas características em conta na hora de fazer a indicação. O hospital precisa ter leitos na enfermaria e na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis, já que as cirurgias eletivas, mesmo que sejam consideradas essenciais, não podem comprometer o atendimento a pacientes contaminados pela COVID-19 ou com suspeita de contaminação. Também é importante que o hospital possua um fluxo hospitalar ´free covid´, em que o paciente bariátrico não tenha qualquer contato com a ala dos pacientes com COVID-19 e, claro, além disso tudo, também há os cuidados individuais, tanto com o paciente quanto com a equipe”, explica o cirurgião.

De acordo com Concon, o protocolo para a realização da cirurgia bariátrica ficou mais rígido. “Esses cuidados começam já na consulta. Estamos agendando com intervalos maiores para evitar um número grande de pacientes na recepção. Todos devem estar com máscaras e higienizar as mãos com álcool gel. Eles também passam por uma triagem por telefone, em que respondem a várias perguntas para descartar qualquer sintoma e, no dia da consulta, passam por outra triagem presencial. Mesmo que não apresentem nenhum sintoma, são submetidos a um teste de COVID-19 uma semana antes da cirurgia e, sendo negativo, são orientados a ficarem de quarentena para evitar uma possível contaminação até o dia do procedimento. Se positivo, a cirurgia é adiada”, explica o cirurgião. “Apesar de todos esses cuidados, no dia da cirurgia, toda a equipe se paramenta com EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual) como se fosse operar um paciente contaminado. É uma garantia para os profissionais e para o próprio paciente”, reforça o médico.

Concon explica que alguns fatores fazem com que a COVID-19 possa ser mais grave em pacientes obesos. “Pessoas com obesidade possuem um sistema imunológico mais comprometido e, por consequência, são mais suscetíveis a uma inflamação viral. Outro ponto é que a obesidade já provoca uma inflamação generalizada no organismo do paciente”, comenta. “E ainda tem o fato de o paciente obeso ter uma restrição em sua capacidade respiratória, porque o diafragma não consegue se movimentar adequadamente e o tórax não expande como deveria”, diz.

Para orientar a conduta de médicos diante dessa situação, a SBCBM emitiu um comunicado com sua posição oficial a respeito das cirurgias bariátricas eletivas. Entre os vários pontos abordados, estão a restrição da cirurgia a pacientes com mais de 60 anos, a pacientes contaminados ou que já tenham indicação pré-cirúrgica de utilização de UTI. “Pacientes com mais de 60 anos são do principal grupo de risco. Portanto, não é recomendável que sejam submetidos a um procedimento cirúrgico nessas circunstâncias. Já os pacientes contaminados não podem ser operados porque, além dos riscos de contaminação de toda a equipe e de demais pacientes, não conseguimos prever como será sua evolução. Portanto, eles precisam, primeiro, tratar a doença. Em casos normais, esperamos 14 dias para fazer o procedimento após a confirmação da COVID-19. Mas, se tratando de paciente obeso, a cirurgia só pode ser realizada após um mês”, reforça o cirurgião.





Dr. Admar Concon Filho - cirurgião bariátrico, cirurgião do aparelho digestivo e médico endoscopista. Palestrante internacional, presidente do Hospital e Maternidade Galileo e fundador e coordenador do Grupo de Cirurgia Bariátrica de Valinhos. Também é membro titular e especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, além de membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders. CRM – 53.577


Pesquisadores desvendam como a infecção por zika na gestação pode afetar o cérebro do bebê




 Realizado por mais de 30 pesquisadores brasileiros, estudo investigou dezenas de milhares de variáveis genômicas, transcriptômicas e proteômicas e descobriu diversas alterações causadas pelo vírus (imagem: Wikiwand)


A infecção da gestante pelo vírus zika pode resultar em graves defeitos na formação do feto. Isso foi amplamente noticiado pela mídia entre os anos de 2015 e 2016. Para entender as causas desses defeitos, que em muitos casos fizeram com que os bebês nascessem com microcefalia e fossem a óbito, uma rede composta por mais de 30 pesquisadores brasileiros, apoiada pela FAPESP, dedicou-se ao tema. E, após meia década de trabalho árduo, chegou a resultados importantes. Artigo a respeito foi publicado pelo grupo na revista Science Signaling.

“Conseguimos mostrar, pela primeira vez, o que acontece no cérebro do feto afetado pela Síndrome de Zika Congênita [CZS, na sigla em inglês]”, diz à Agência FAPESP o especialista em bioinformática Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e integrante do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.
Para isso, os pesquisadores colheram amostras dos cérebros dos bebês que morreram devido à CZS e as compararam com amostras de cérebros de bebês vitimados por outras causas.
“Foi um gesto de grandeza dos pais nos autorizarem a fazer essa coleta em um momento de tanto luto. Eles agiram com a consciência de que estavam ajudando a ciência e de que a ciência poderia ajudar muitas pessoas no futuro”, afirma Nakaya.
A comparação permitiu observar várias anomalias nos cérebros dos bebês portadores de CZS. “A análise do genoma [conjunto de genes], do transcriptoma [conjunto de RNAs transcritos pelos gene] e do proteoma [proteínas produzidas a partir dos RNAs mensageiros] dos cérebros revelou diversas alterações moleculares importantes – entre elas, genes relacionados ao desenvolvimento neuronal, possíveis desregulações de neurotransmissores, como o glutamato, e até alterações em diferentes tipos de colágenos”, destaca Nakaya.
Ao integrar dados de transcriptoma e proteoma, o grupo conseguiu identificar microRNAs (miRNAs, pequenas moléculas de RNA que não codificam proteínas) regulatórios possivelmente relacionados à CZS. Um dos miRNAs encontrados, o mir-17-5p, já havia sido previamente associado à infecção viral em culturas de astrócitos – as células mais abundantes do sistema nervoso central.
“Outros achados importantes incluem variantes genéticas em proteínas-chave do sistema imunológico e do desenvolvimento do sistema nervoso. Esses achados podem explicar uma maior suscetibilidade à CZS em bebês que possuem essas variantes genéticas. Finalmente, ao integrar os três tipos de dados [genômicos, transcriptômicos e proteômicos], encontramos várias alterações em vias de sinalização relacionadas à organização da matriz extracelular [conjunto de macromoléculas secretadas pelas células que auxilia desde o crescimento de diferentes tecidos até a manutenção de um órgão inteiro] – o que pode explicar, em parte, a própria CZS", acrescenta Nakaya.
O pesquisador sublinha que esse levantamento exigiu um trabalho muito pesado de bioinformática, devido à enorme quantidade de dados gerados. “O DNA humano contém 3,2 bilhões de bases, que podem gerar 150 mil transcritos [RNAs codificadores de proteínas e não codificadores] e codificar para mais de 25 mil proteínas. Apenas com um time multidisciplinar como este, com pesquisadores de diversas instituições de pesquisa excelentes, fomos capazes de integrar tanta informação biológica”, diz.
Nakaya enfatiza que a ciência tem seu tempo, coisa que nem sempre é bem compreendida. “O surto de zika começou em 2015 e só agora temos os resultados. É o tempo de que a pesquisa científica necessita. Eu sei que todo mundo quer respostas imediatas, mas a verdade é que acelerar artificialmente os processos tende a resultar em uma ciência de má qualidade”, afirma.
Todos os dados brutos também estão agora disponíveis publicamente para que a comunidade científica possa fazer suas próprias análises. E investigar em profundidade o papel de cada molécula descrita no trabalho.

O artigo Molecular alterations in the extracellular matrix in the brains of newborns with congenital Zika syndrome pode ser acessado em https://stke.sciencemag.org/content/13/635/eaay6736.





José Tadeu Arantes

Agência FAPESP 
http://agencia.fapesp.br/pesquisadores-desvendam-como-a-infeccao-por-zika-na-gestacao-pode-afetar-o-cerebro-do-bebe/33397/

Pesquisa revela porque casais brigam no período de isolamento social


Levantamento do Instituto do Casal (IC), com 709 pessoas, mostra os principais motivos de conflitos a dois e um comparativo com dados anteriores de 2018 revela o que mudou.


A pandemia trouxe a necessidade de ficar em casa. Como a convivência intensa impacta a vida a dois? Para responder, o Instituto do Casal (IC), organização que se dedica a práticas, estudos e educação em relacionamentos e sexualidade humana, realizou uma análise online com homens e mulheres de 18 a 51 anos ou mais e diversas orientações sexuais.

A pesquisa foi feita entre 30/05 e 05/06 com pessoas hetero, homo e bissexuais. E indica que uso excessivo do celular (33%), divisão das tarefas domésticas (32%) e excesso de críticas (31%), são as principais causas para desavenças.

Seguidas de falta de romance no casamento (26%), rotina no casamento (26%), ausência de diálogo (24%), excesso de tempo dedicado ao trabalho, virtual ou presencial (23%), escassez de dinheiro ou dívidas acumuladas (20%), criação ou educação dos filhos (19%) e porque eu reclamo demais ou estou sempre insatisfeito com alguma coisa (19%). As porcentagens somam mais de 100%, pois era possível escolher mais de uma alternativa.


Paralelo
O IC comparou a pesquisa com outra de mesmo formato feita em 2018. O levantamento online anterior também apontava os principais motivos para conflito e reuniu 708 respostas.

O que mudou? A opção uso excessivo do celular foi do terceiro para o primeiro lugar. “No atual contexto, é provável que os casais tenham flexibilizado os valores quanto ao uso do celular, pois é por meio dele que estão se conectando com o trabalho, amigos, família. Essa flexibilização, sem limites, tornou-se um conflito e precisa ser administrado”, analisa Marina Simas, cofundadora do Instituto e especialista em Terapia de Casal e Família.

A alternativa divisão de tarefas domésticas também subiu no ranking. Em 2018, ficou em quinto e agora foi vice-líder. Outra a ganhar destaque foi a escolha por excesso de críticas: passou da quarta para terceira colocação. Já, a falta de diálogo caiu da segunda para sexta posição.

Para Denise Figueiredo, especialista em Terapia de Casal e Família e cofundadora do IC, pelo tempo maior juntos no isolamento, casais precisam aprender a renegociar a rotina (ritmo de sono, atividades, humor, espaços, tarefas…). “Toda negociação pode gerar tensão, estresse e desconforto. A melhor forma é escolher que discussão vale a pena começar. Em uma relação, nem tudo necessita ser discutido”. Por isso, vale se perguntar se o motivo para discussão é relevante. “Se for, então é bom escolher a melhor hora e conversar com o(a) parceiro(a) sempre na primeira pessoa: ‘eu sinto...’, ‘eu penso....’, isso diminuiu a chance de quem escuta criar resistências. O diálogo e o acolhimento são essenciais para resoluções de conflitos”.


Frequência
A pesquisa feita durante o isolamento também abordou a regularidade dos desentendimentos. A opção para quem disse ter conflito ao menos uma vez por semana teve 30% das escolhas. Enquanto a alternativa mais de uma vez por semana somou 20%. Seguida de raramente temos conflitos (19%), pelo menos uma vez por mês (14%) e, uma vez por dia ou mais (10%).


Consequências
No levantamento, observa-se ainda os efeitos da pandemia nos relacionamentos. Segundo 53% das respostas, o isolamento social trouxe ansiedade. Outros 52% declararam ter alterações na rotina e 35% apontaram mudanças e desconfortos na área financeira. Humor e sono foram indicados por 31% e 30% dos participantes, respectivamente. E quando a quarentena acabar? Rever os amigos é o desejo de 91% das pessoas. Viajar ficou com a preferência de 18% delas e sair com 7%.


Soluções
Além disso, a avaliação tratou da forma com que casais procuram resolver contendas. De acordo com os resultados, 60% preferem conversar no mesmo dia sobre o problema, sem deixar para depois. Já 35%, só resolvem a briga após alguns dias e 2% consultam um terapeuta para solucionar a situação.




Desconstruindo para [re]construir



Como um profissional de marketing, observo o mercado, suas movimentações, decisões e em qual rumo seguir e vejo que existem muitas perguntas sem resposta. Então o que se deve fazer neste momento em que é tudo desconhecido? Minha resposta é simples: estar preparado.

Eu gostaria de sugerir uma reflexão, não só como participante disso tudo, mas também como alguém que prepara as pessoas para serem transformadas em um ambiente um tanto quanto diferente e desconhecido: a Selva.

Em minha experiência com treinamento de sobrevivência na selva, observo as reações e os comportamentos daqueles que decidem se aventurar comigo no meio do mato, sem mantimentos ou conforto. E a conduta deste audacioso público traz muito de aprendizado para a vida pessoal, profissional e, por que não, corporativa.

Quando os participantes dos cursos de sobrevivência na selva chegam ao ponto de encontro, estão com a mochila cheia, com itens que acham essenciais para alguns dias na floresta. Dormem em um abrigo coberto, comem bem. No dia seguinte, todos os bens e a mochila são confiscados e eles começam a aventura somente com a roupa do corpo e uma faca. E força de vontade!

Durante este dia, tudo ok. Ainda estão com a lembrança de uma noite bem dormida, refeições satisfatórias. A ansiedade pela jornada que está começando é uma ferramenta propulsora para que as experiências e compartilhamentos sejam positivos. A caminhada até a área de treinamento é úmida e tropeça, com rios e obstáculos para transpor que já eliminaria alguns dos menos corajosos.
Então chega a hora de dormir. Molhados. Sem cama. Sem cobertor. Sem travesseiro. Sem banho. Ao final deste dia, cerca de 30% dos participantes desiste. as razões são quase sempre as mesmas: o frio e as privações. Mesmo assim, devem construir seu abrigo no ambiente rústico, com meios de fortuna, e buscar alimentos.

No período seguinte, as pessoas que iniciaram bem a empreitada já começam a sentir falta de tudo o que consideram essencial e não têm mais acesso. Continuam com as roupas molhadas e com frio. Alguns momentos de tensão entre o grupo começam a ocorrer por causa de alimento ou da distribuição dos afazeres. Tarefas, aulas e ensinamentos são parte das atividades do dia. Algumas delas dentro do rio. Então chega mais uma noite e o momento de dormir nas mais básicas condições, novamente no frio e então a fome começa a crescer. Dessa maneira, sem conseguir se secar e se proteger do frio, partem para o quarto dia.

Os participantes amanhecem para mais uma jornada. Querem ir embora, mas não podem. A natureza começa a drenar as energias dos guerreiros. Alguns momentos de revolta acontecem, mais alguns desentendimentos, mas a partir deste período o grupo começa a entender que a união é a maior ferramenta de sobrevivência. Chega a hora em que o desejo de que tudo acabe logo é grande, mas a determinação é ainda maior. Ainda falta um tempo e o final é o principal estímulo. A cada minuto que passa, eles ficam mais perto da glória.

No 5º dia os participantes começam cansados e amuados, cada um no seu canto e com as roupas ainda úmidas. Mas então percebem que se fizerem coisas juntos podem melhorar a situação desagradável em que se encontram e percebem que a união será mais vantajosa.

Seis dias se passaram desde que os intrépidos aventureiros chegaram ao local do treinamento. A união é fortalecida pela proximidade do final, o abrigo está fortalecido, já temos grito de guerra, o grupo está coeso, decidem juntos o que vão comer, o que será conversado, atividades que realizarão. Percebem que a união faz realmente a diferença e as necessidades foram revistas. O que eles querem agora é o que realmente faz sentido.

Chega então a hora de finalizar a jornada: o 7º dia. Agora, a energia é vibrante, como se a aventura tivesse começado de novo. Embora estejam cansados e com alguns quilos a menos, suas vidas passaram por uma ressignificação. Ao final do curso, os participantes já pensam diferente sobre o que é essencial, o que é imprescindível, trocam luxos por simplicidades, e se a mochila inicial precisasse ser preenchida novamente para esta aventura certamente teria muito menos itens.

A vida desses guerreiros foi completamente transformada!

Conto essa história para fazer uma comparação com o momento de isolamento social em que vivemos. Quando a necessidade de confinamento começou, muitos de nós encheram a vida e os armários de itens que pensávamos ser muito imprescindíveis e que, na verdade, não eram tão essenciais assim. Nos angustiamos ao pensar não poder ir ao cinema ou ao shopping. Franzimos a testa pensando em quando tempo não poderíamos caminhar no parque.

Depois nos irritamos, nos isolamos ainda mais, ficamos frustrados, muitos passaram por momentos de tristeza e desespero, já que não sabiam – assim como ainda não sabemos – o que vai acontecer depois que a pandemia passar.

Mas o tempo passa. Abrimos o armário da cozinha e vemos que aquele monte de itens “essenciais” não é realmente importante. Talvez uma nova compra com alimentos mais saudáveis, a escolha de filmes para ver em casa, se exercitar com o que tem em mãos...

A pandemia do coronavírus tirou muitos recursos que tínhamos e também muito do que é inútil. Com isso, faz repensar nossas necessidades em diversos aspectos.

Tanto na selva quanto na quarentena precisamos desconstruir para reconstruir.

E se é assim em nossas vidas, também nas empresas. Muitas estão desconstruindo práticas e culturas que não são mais úteis para construir algo novo e empolgante. Essas companhias estão renunciando a muitas coisas e partindo para territórios desconhecidos. Se não estiverem preparadas, pesquisando e implementando novas estruturas, vão perder tempo e dinheiro com recursos que talvez não precisem. Tudo está ligado à observação do momento e da capacidade de se reinventar.

Como estão suas reflexões e atitudes nesse momento? Mais do que nunca, é hora de desconstruir para reconstruir.






Sandro Botelho - Gerente de Marketing de Clinical Solutions da Elsevier



Febrasgo comenta novo anticoncepcional aprovado nos EUA


Especialistas alertam sobre riscos de aplicação inadequada e baixa efetividade. Produto ainda não tem previsão de lançamento, no Brasil


Na última semana, as mulheres ganharam novo aliado para contracepção e planejamento familiar. A agência federal americana reguladora de medicamentos FDA (sigla em inglês para Food and Drug Administration) aprovou a comercialização de novo método contraceptivo não hormonal. Trata-se de um gel vaginal que altera o pH vaginal, modificando as características de fertilização dos espermatozoides. A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) aponta que é importante as mulheres terem novas soluções para contracepção, contudo salienta que esse novo gel não tem a mesma eficácia dos métodos que bloqueiam a ovulação ou mesmo do DIU de cobre (que também não possui hormônios) e ainda demanda uma rotina cuidadosa da paciente para maior efetividade.

Segundo o fabricante, o gel é produzido à base de ácido láctico, ácido cítrico e bitartaro de potássio e deve ser aplicado até uma hora antes do ato sexual. Embora a aprovação do produto seja comemorada por muitas mulheres que não querem ou não podem utilizar métodos hormonais, os estudos que embasaram seu lançamento apontaram que uma em cada sete mulheres monitoradas engravidou durante sua utilização.

O ginecologista Dr. Carlos Alberto Politano, membro da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo, destaca que “o produto é um método a mais para se utilizar. Mas depende de uma rotina cuidadosa, visto que não tem a mesma efetividade de métodos que bloqueiam a ovulação. Sua ação é muito semelhante aos espermaticidas que usamos no Brasil, há vários anos”.

O médico comenta ainda que apesar dos prós de não ser hormonal, existe considerável possibilidade de falha de uso durante a relação. “Quando você coloca o DIU de cobre, não há a necessidade de uma ação durante a prática sexual. Diferentemente deste novo produto que depende de uma ação direta durante a relação. Deste modo, ele é mais passível de aplicação inadequada, principalmente, naqueles casos em que há necessidade de parar e repetir a aplicação – o que também interfere no intercurso sexual”.

O presidente da Febrasgo Dr. Agnaldo Lopes comenta que é de fundamental importância a ciência olhar para a mulher em sua complexidade e diversidade. Apesar dos recorrentes avanços na formulação das pílulas anticoncepcionais, há muitas pacientes que não se sentem confortáveis ou não se adaptam a esse tipo de método contraceptivo. E é preciso lhes oferecer alternativas adequadas as suas necessidades e dinâmicas de vida.

O Dr. Carlos Politano completa apontando que o novo gel tem sua efetividade aumentada quando associado a outro método de contracepção – como o preservativo masculino que também previne infecções sexualmente transmissíveis. Contudo, ressalta que, neste caso, o preservativo escolhido não deve apresentar lubrificante visto que não se sabe se pode haver alguma interação com o gel contraceptivo.

Saiba como funciona um plano de assistência funerária


Serviço proporciona segurança, economia e comodidade para os familiares em momento difícil


Nunca se sabe a hora que perderemos um ente querido. No Brasil, grande parte da população não tem nenhum planejamento póstumo e não está preparada para lidar com a perda de um parente próximo. O que resulta numa série de transtornos para quem fica responsável por resolver todas as questões relacionados ao velório, sepultamento e procedimentos legais, que podem custar caro e gerar um desgaste na família enlutada.

Em nosso país ainda persiste o preconceito sobre o assunto. Como resultado, grande parte das famílias das classes A/B desconhecem os benefícios de ter um plano de assistência funerária.

Apesar disso, em três anos, o Grupo Zelo reuniu uma carteira de clientes que cobre mais de 1.500.000 de vidas A maioria das pessoas que aderiram ao Plano de Assistência Funerária da empresa tem acima de 50 anos e pertence às classes C, D, E. Em média, o titular do plano tem até seis dependentes, podendo chegar até quatorze.

Para escolher o melhor plano de assistência funerária, é essencial observar alguns pontos importantes que garantirão a prestação dos serviços contratados: se a empresa é 100% regulamentada de acordo com a Lei: 13.261 de março de 2016, se a empresa tem a estrutura necessária para garantir o atendimento e qual cobertura está assegurada em contrato.

Conforme explica o gerente comercial do Grupo Zelo, Maurício Amaro, “o plano funerário precisa assegurar o direito da família de se despedir do seu ente querido e que ela tenha um atendimento digno sem se preocupar com nenhum detalhe num momento tão doloroso, pois tudo já estará resolvido”. O grupo atende a mais de 600 cidades em todo o país, destacando a atuação nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

De acordo com Amaro, “é importante pesquisar quais são as empresas mais sólidas de sua região, que estão em dia com as obrigações e tributos”. Ele ressalta que o plano é um investimento ao longo do tempo para a família usar na hora que precisar. “Se você apostar em uma empresa que não é sólida, corre o risco de, quando precisar, a empresa já não existir”, salienta .

O gestor sublinha ainda que é essencial procurar saber tudo que está incluso no plano na hora de comparar preço. “Isso deveria ser pesquisado pelas pessoas, junto a conhecidos que possuem planos diferentes, antes de fazer a compra. Por exemplo, temos concorrentes que tem preços mais baixos do plano padrão, mas que não incluem todos os serviços. Assim, na hora da execução, o cliente precisa pagar por itens que não estavam no plano e que ele não sabia.”


Porque ter um plano funerário

Contratar um plano de assistência funerária garante tranquilidade, conveniência e economia no momento de grande dificuldade. O serviço assegura maior segurança para que os familiares possam viver o luto, sem se preocupar com toda a burocracia que envolve a contratação de um funeral. Maurício Amaro evidencia que “quem possui um plano funerário, no momento do falecimento, basta fazer uma ligação para que todos os trâmites já sejam colocados em ação, evitando eventuais gastos elevados e transtornos, pois tudo já estará devidamente assegurado e preparado, de acordo com o contrato”.

Os valores de um serviço funerário variam de região para região e de acordo com a qualidade do serviço, sendo a principal diferença o tipo da urna funerária escolhida. Amaro aponta os valores médios de mercado de um serviço de qualidade mediana, que atenderia bem a qualquer família das classes B e C: “Serviço funerário básico com urna, preparação e apenas limpeza do corpo, ornamentação da urna, traslado local e uma coroa de flores fica em torno de R$ 3.500,00. Há ainda outros gastos obrigatórios, como taxas da prefeitura, velório e cemitério (caso o sepultamento ocorra em cemitérios públicos municipais) de Belo Horizonte o valor médio é de R$ 1.200,00. Se a família fizer a opção da comodidade de um kit lanche para o velório, irão desembolsar a partir de R$ 600,00. E em caso de necessidade de um traslado do corpo do local do óbito para a cidade de sepultamento, atualmente o valor cobrado por quilômetro rodado gira em torno de R$ 1,80, lembrando que se soma a distância de ida e volta”.


Atendimento do Plano de Assistência Funerária

Quem opta por aderir a um plano funerário tem a comodidade de acionar a prestação de serviço com uma ligação telefônica. “O procedimento pode ser iniciado a partir de um telefonema, que no caso do Grupo Zelo é para a Central de Atendimento Funerário, que informa todas as instruções para que o atendimento seja o mais ágil e o melhor possível”, esclarece o gerente comercial do Grupo.

Após acionado o atendimento, a família decide sobre a personalização do serviço funerário, assina as autorizações necessárias e recebe as últimas instruções sobre o que devem fazer até a preparação para o velório.


Portabilidade e carência

Uma característica comum a serviços bancários e planos de saúde, também está disponível para planos funerários: a portabilidade. “O Grupo Zelo aceita a portabilidade de contrato. Todos os beneficiários ou dependentes podem ser incorporados para o plano do Grupo Zelo adquirido, com carência mínima para prazo de cadastro de documentação de 72 horas. Para clientes novos, a carência geralmente é de 90 dias”, frisa Maurício Amaro.


Customização e Benefícios

É possível personalizar a homenagem aos entes queridos, por meio do serviço prestado pelo Plano de Assistência Funerária, conforme afirma Amaro. “Os familiares podem escolher a urna dentre vários modelos disponibilizados pelo plano. E também o tipo de ornamentação, faixa da coroa de flores e ainda o local de velório e de sepultamento de acordo, com a disponibilidade”.

Para tornar o Plano de Assistência Funerária ainda mais atrativo, num país onde não há a cultura deste tipo de planejamento, o Grupo Zelo oferece outros benefícios, como “velórios exclusivos com salas de cerimônia de despedida para cremação, kit lanche, filhos casados e/ou maiores de idade podem se manter como beneficiários, urnas com tamanhos especiais disponibilizadas sem custo adicional, atendimento em qualquer cidade do Brasil, quilometragem sem limite para traslado do corpo do local do velório para a cidade de residência do falecido”, realça Maurício Amaro.


Especialista relata a importância de se atualizar durante o período de quarentena


Alexandre Slivnik ressalta que o distanciamento tem um prazo, e em breve, os profissionais mais habilidosos estarão de volta ao mercado de trabalho


É muito difícil prever os próximos meses com toda situação que o todo o mundo está vivendo. Com isso, muitas empresas e colaboradores ficam inseguros com o futuro e as possibilidades. Negócios fecham e pessoas acabam perdendo seus empregos devido a quarentena. Além disso, a saúde mental pode ser afetada por tudo isso.

Alexandre Slivnik, especialista em gestão de pessoas e vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e desenvolvimento (ABTD), ressalta sobre a importância de se manter firme e com confiança para os próximos meses. “É essencial que o medo seja um agente que impulsione as atitudes nesse período, mas que não seja algo paralisante. Quem optar por utilizar essas inseguranças para criar oportunidades e desenvolver as habilidades, será ainda mais valorizado quando tudo isso acabar”, relata.

Com o distanciamento social e um bom tempo em casa, é possível utilizar esse tempo para aprimorar e desenvolver competências que vão fazer toda a diferença quando a situação estiver normalizada. Slivnik recomenda inserir pelo menos uma hora na rotina para dedicar a isso, com cursos profissionalizantes, leituras, palestras ou qualquer coisa que possa ajudar no processo. Nas últimas semanas muitos conteúdos foram disponibilizados gratuitamente na internet, o que facilitou o acesso a esses materiais.

Ainda assim, não é difícil ver que muitos profissionais ainda serão desligados ou terão suas jornadas de trabalho reduzidas por conta de um cenário que algumas empresas realmente não conseguem suportar. Um estudo recente do SEBRAE resultou no cálculo de que pelo menos 600 mil pequenas empresas vão fechar devido a COVID-19 e, por consequência, terão que demitir funcionários até mesmo a distância.

Por esse motivo, Alexandre destaca a importância de se manter atualizado e com boas conexões. “O perfil do profissional que consegue se recolocar no mercado de trabalho mais facilmente é aquele que tem uma boa rede de relacionamento e que não fica na zona de conforto, mas se esforça para inovar. Pessoas com habilidades são valorizadas por qualquer companhia”, revela o especialista.

O período requer paciência e cautela, além de toda a criatividade para sair dele com maior experiência e mais capacidades de crescimento. “Não será algo definitivo e trará aprendizados. Daqui em diante, as pessoas vão entender que é preciso guardar mais dinheiro, investir em educação e se conectar de forma mais intensa. De certo, as coisas irão mudar.”, finaliza.






Alexandre Slivnik - reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É membro da Society for Human Resource Management (SHRM) e da Association for Talent Development (ATD). Palestrante e profissional com 19 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, ÁFRICA e JAPÃO, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston/ EUA). www.slivnik.com.br

Home office no segmento laboratorial – é possível?


A necessidade de afastamento social por conta da pandemia causada pela covid-19 provocou inúmeras mudanças no cotidiano das empresas. De um dia para o outro, o home office tornou-se essencial como forma de continuar com as atividades e ainda reduzir os riscos que a atual situação pode causar.  No caso dos laboratórios de medicina diagnóstica, o trabalho por parte da equipe pode ser altamente produtivo, desde que sejam disponibilizados recursos tecnológicos eficientes aliados a um bom planejamento, garantindo aos colaboradores que a prestação de atividades em casa tenha valores agregados e atenda à expectativa dos clientes.

Em tempo de home office, as soluções tecnológicas reforçam sua importância na otimização de tempo e recursos, melhorando todas as etapas que envolvem as tarefas de rotina de um laboratório. Para os colaboradores e profissionais de saúde, contar com recursos de integração de sistemas ajuda no acompanhamento de todas as etapas de trabalho, que vão desde a coleta até a liberação de laudos para avaliação diagnóstica.

No lado dos pacientes, os serviços e os resultados de exames são obtidos de maneira mais acessível, ágil e segura.

No entanto, como a necessidade de home office chegou de surpresa, o laboratório precisa olhar sua forma de gestão e de planejamento e, juntamente com a automatização de processos, adotar uma cultura de trabalho mais focada na disciplina e no cumprimento das tarefas nos horários previstos. Essa medida garante o senso de responsabilidade da equipe em relação às atividades prestadas.

Adicionada a isso, a tecnologia associada ao home office pode gerar significativa economia, sendo uma oportunidade de rever processos e de melhorar a qualidade dos serviços. Por exemplo, com a redução do fluxo presencial de funcionários, a gestão pode direcionar maior atenção em outros setores menos produtivos.

A tecnologia permite que os laboratórios realizem diversas atividades por meio de home office, como:

- analisar o fluxo do laboratório e distribuir as tarefas de modo consensual;

- possibilitar a assinatura dos exames por meio de recursos digitais;

- avaliar a disponibilidade do estoque e aprovar compras;

- monitorar a produtividade da área técnica de análises e respeitar o cronograma;

- administrar e acompanhar as entregas dos exames;

- disponibilizar resultados de exames por meio de chats, redes sociais e SMS;

- possibilitar o pré-atendimento de pacientes pelo aplicativo e por outros canais de comunicação;

- ter acesso a indicadores de negócio e acompanhar, mais de perto, a evolução dos serviços.

Dessa maneira, percebe-se que o sucesso do home office no laboratório depende da inclusão de recursos tecnológicos eficientes e integrados, atrelados a um remodelamento estratégico para assegurar um suporte eficaz nos trabalhos que envolvem a rotina laboratorial.






Alexandre  Calegari - gerente de produto da Shift, empresa brasileira especializada em Tecnologia da Informação para medicina diagnóstica. Calegari tem mais de 16 anos de experiência nesse segmento, é graduado em Tecnologia e Processamento de Dados pela UNIRP e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV, atualmente lidera projetos estratégicos da Shift e a área de Gestão de Produtos. 


Compliance: um aliado em tempos de pandemia



O período de isolamento social instaurado em decorrência da disseminação do novo coronavírus no Brasil vem impactando operações de empresas em diferentes segmentos, que buscam equilibrar a proteção do caixa, a perenidade do negócio e a preservação dos empregos. Analisando o cenário, em um evento promovido em maio pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), especialistas salientaram que o momento atual da crise provocada pela pandemia será um grande teste para as áreas de compliance - setor que visa principalmente estabelecer um sistema de controle interno, para proporcionar maior segurança perante o mercado.

Nos últimos anos, empresas brasileiras ampliaram o investimento nessa área, com ações traçadas para garantir relações éticas e transparentes entre empresas e, principalmente, o Poder Público. O compliance é uma ferramenta atual e estável, para que a corporação preserve sua integridade e resiliência, assim como a de seus colaboradores e da alta administração.

E como a pandemia impacta essa estabilidade? O desligamento de colaboradores; a redução na remuneração; a adaptação de contrato com fornecedores; o investimento pontual em máscaras, álcool em gel e equipamentos de segurança voltados à saúde; e a realização de ações sociais, como doações, são exemplos de atuações que podem colocar a integridade da empresa em cheque neste período. Qualquer mudança que não seja devidamente registrada, dentro das conformidades e políticas da empresa, com transparência e respeito aos princípios legais, corre o risco de ser alvo de irregularidades.

Neste período de incertezas, algumas empresas consideraram o desligamento das atividades das áreas de compliance, por não reconhecerem a grande essencialidade do departamento dentro de uma empresa. Mas o resultado é bem o contrário: as empresas com estes setores bem estruturados podem passar por este momento com mais tranquilidade, com ciência dos protocolos que devem ser seguidos para preservar a sua integridade. Já as companhias que ainda não tinham desenvolvido essa área, estarão mais vulneráveis às irregularidades e terão trabalho redobrado para correr atrás do prejuízo.

Como a pandemia da Covid-19 tem mantido algumas pessoas em suas casas, praticando o trabalho remoto, as companhias terão que encontrar uma solução para seguir os protocolos à distância. Uma estratégia adotada é o uso ampliado da tecnologia digital, que departamentos podem utilizar para se comunicarem com seus stakeholders. Um exemplo é a plataforma ClickCompliance, um software em nuvem com possibilidade de acesso remoto. A solução é responsável pela gestão do programa em quatro frentes: gestão de políticas e documentos; canal de denúncias; treinamentos; e compliance bot de atendimento, que é um programa de computador responsável por automatizar procedimentos. Outros canais como TV corporativa, WhatsApp e e-mail também são alternativas eficazes para complementar as estratégias neste período.

O departamento de compliance trabalha para que a empresa se adeque e cumpra as normas dos órgãos reguladores, como também as normas internas elaboradas pela própria companhia. O programa favorece a transparência, justiça, sustentabilidade do negócio e muitos outros benefícios que promovem o fortalecimento e desenvolvimento da organização. É uma estratégia essencial para assegurar a continuidade dos negócios em um cenário de incertezas e adequações.





Akira Otsuka - Diretor de Risco e Compliance do Grupo A.Yoshii Engenharia


Imposto de Renda 2020 - Prazo para entrega se encerra em 30 de junho

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Por conta da pandemia, o prazo para declaração do Imposto de Renda foi prorrogado até dia 30 de junho. Portanto, é importante atentar-se para não perder a data que pode acarretar em prejuízos e problemas com a Receita Federal. O Imposto de Renda é um tributo cobrado pelo Governo Federal que incide sobre pessoas físicas e jurídicas, residentes ou não no Brasil, desde que possuam alguma fonte de renda em território nacional.

Segundo a Receita Federal, são obrigados a declarar o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) aqueles que:
  • Receberam rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma anual foi superior a R$ 28.559,70, que dá uma média de R$ 2.379,98 por mês.
  • Receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00.
  • Obtiveram ganho de capital e operações em bolsa de valores.
  • Em atividade rural, obtiveram receita bruta anual em valor superior a R$ 142.798,50.
  • Em atividade rural, pretendam compensar, no ano-calendário de 2019 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2019.
  • Obtiveram a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2019, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00.
  • Passaram à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição se encontrava em 31 de dezembro de 2019.
Alguns documentos também são necessários para declaração, como: a declaração anterior; documentos de identificação; CPF de dependentes; informes de rendimentos; informes de instituições financeiras; recibos de despesas médicas e de educação; documentos referentes a bens e demais documentos caso tenha pago pensão alimentícia, feito doações, recebido herança, ou reformado imóvel, etc.

Devido ao grande número de documentos e informações, é normal surgirem dúvidas ao declarar o Imposto de Renda, por isso, muitas vezes é necessário a contratação de um contador para auxiliar nesse momento. O contador irá auxiliar, dando todo o suporte e explicações necessárias para realizar a declaração. É importante também para ajudar na organização dos documentos e na execução do prazo.

O não cumprimento do prazo, pode acarretar prejuízos. Além de multa que pode variar de 1% a 20% ao mês do imposto devido, caso não declare, será considerado um sonegador, podendo ser acusado de crime de sonegação fiscal, além de passar por um processo de investigação de cada detalhe de suas movimentações financeiras.

Portanto, se você deixou para o último mês, se apresse para não perder a data, pois muitos escritórios de contabilidade estão repletos de demanda e só aceitarão até o meio deste mês ou em prazos estabelecidos por eles. Não deixe para última hora!





Dora Ramos - consultora contábil com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial. Está há mais de 20 anos na jornada do autoconhecimento, é terapeuta holística, além de trabalhar também com PNL, aromaterapia, massagem, reiki e outras terapias de reconexão.


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