Pergunta rápida. Quem
inventou a lâmpada?
Se você respondeu "Thomas Alva Edison",
você está absolutamente… errado. Mas não fique triste. Muitas
pessoas erram essa.
A verdade é que a lâmpada foi inventada décadas
antes de Edison patentear sua versão em 1879. Quase 40 anos antes, em 1840, um
cientista britânico chamado Warren de la Rue desenvolveu uma lâmpada eficiente.
O problema era que o filamento era feito de platina, material muito caro para a
época. Então, o público em geral não pôde utilizar sua valiosa invenção. E de
la Rue não estava sozinho: pelo menos seis outros inventores receberam o
crédito pelo desenvolvimento de lâmpadas antes de Edison. Mas todas essas
invenções foram ineficientes. Algumas eram muito caras, outras exigiam muita
energia e outras queimavam muito rápido.
Então, o que Edison fez? Ele aperfeiçoou
a lâmpada, criando a primeira lâmpada suficientemente barata,
confiável e capaz de ser produzida em massa, tornando-a prática para o uso
difundido. Edison pode não ter inventado a lâmpada, mas ele a trouxe para
nossas vidas.
Thomas Edison
A mesma coisa aconteceu com Jonas Salk,
reconhecidamente creditado por inventar a vacina contra a pólio em 1955. Na
verdade, as vacinas contra a pólio foram desenvolvidas e testadas em pessoas já
em 1935. Entretanto, utilizá-las era muito perigoso. Jonas Salk não inventou a
vacina contra a pólio, mas, ao torná-la segura, ele a tornou prática para o uso
difundido.
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Não há dúvida de que as grandes descobertas
científicas mudaram a vida do ser humano para melhor. Mas, se uma descoberta
revolucionária não puder ser realmente utilizada no mundo, para que serve? E se
a penicilina pudesse ser produzida somente em pequenas quantidades? E se o
computador fosse tão caro de produzir que seria utilizado apenas pelos
super-ricos? E se voar de avião não fosse seguro, mas algo destinado apenas aos
mais ousados? Para melhorar o mundo, grandes descobertas precisam ser práticas
e disponíveis para todos.
Dessa forma, em 2012, a Ajinomoto
Co., Inc. ("Ajinomoto Co.") encontrou uma oportunidade de fazer a
diferença. Uma chance de disponibilizar uma das descobertas mais importantes da
modernidade para o mundo inteiro.
Um Prêmio Nobel para uma nobre
descoberta
O Prêmio Nobel de 2012 de Fisiologia ou Medicina
foi concedido a John B. Gurdon e Shinya Yamanaka "pela descoberta de que
células maduras podem ser reprogramadas para se tornarem pluripotenciais".
Assim como a maioria dos prêmios Nobel para
ciência, isso parece bastante acadêmico. Mas, na verdade, não é tão difícil de
entender.
Assim como todos os animais, os seres humanos
iniciam a vida como uma única célula: uma célula-ovo fertilizada, chamada zigoto.
Essa célula se divide em duas, que se dividem em quatro e assim por diante, até
que haja mais de um trilhão de células. Cada tipo de célula possui uma função
diferente: as sanguíneas são diferentes das epidérmicas e neurônios são
diferentes de células cardíacas. Assim, essa primeira célula, a que começou
tudo, tem o potencial de se transformar em qualquer tipo no corpo humano. Em
outras palavras, ela é pluripotente.
O valor potencial de criar diferentes tipos de
células tem provocado pesquisadores por anos. Em 1868, o biólogo alemão Ernst
Haeckel utilizou o termo célula-tronco para descrever o ovo
fertilizado com o potencial de diferenciar-se em qualquer tipo de célula do
corpo1. Desde então, os cientistas têm sonhado com um futuro em que elas possam
ser utilizadas para melhorar a saúde humana. Teoricamente, utilizando células
pluripotentes, uma pessoa com um órgão defeituoso deveria poder simplesmente
desenvolver um novo e, como as células utilizadas para desenvolver o órgão são
geneticamente idênticas, o corpo não o rejeitaria. Essa área da ciência é tão
avançada que parece ficção científica.
Porém, sempre existe um grande desafio para a
pesquisa de células-tronco: encontrar tais células. Em um determinado estágio
inicial de desenvolvimento, um embrião é quase inteiramente formado por
células-tronco, mas a utilização de células embrionárias para pesquisa é, há
muito tempo, tema de um debate ético bastante acalorado. Células-tronco também
podem ser encontradas no cordão umbilical após o nascimento de um bebê, mas nem
todo mundo que tem acesso às instalações médicas pode coletar e armazená-las
adequadamente. Células-tronco também estão presentes no corpo humano, mas em
quantidades muito pequenas e, quando são removidas, não se dividem muito bem.
Fatores como esses limitaram a capacidade de a
comunidade científica pesquisar todo o potencial de células pluripotentes. Mas
essa situação mudou consideravelmente há dez anos. Isso porque, em 2006, Shinya
Yamanaka conseguiu transformar células de rato adultas em células
pluripotentes, que ele chamou de células-tronco pluripotentes induzidas(ou
células iPS) e fez o mesmo com células humanas um ano depois.
Essa incrível revolução significa que, em teoria,
não seria mais necessário coletar células-tronco de embriões ou tentar
encontrá-las no corpo humano. Ao invés disso, poderíamos simplesmente criar
células iPS.
Como a Ajinomoto Co. se enquadra
nesse tema
As pessoas normalmente pensam na Ajinomoto Co. como
uma empresa alimentícia. E, obviamente, elas estão certas. Mas, a maioria das
pessoas não imagina o volume de pesquisas científicas que a empresa realiza,
especialmente na área de aminoácidos.
Para que células iPS transformem-se em outros tipos
de células, elas precisam se multiplicar. E, para se multiplicarem, elas
precisam estar no ambiente correto, como uma semente precisa do solo para se
desenvolver. O ambiente apropriado para o cultivo de células é chamado de meio
de cultura, que são coquetéis de aminoácidos, vitaminas, glicose, lipídeos,
fatores de crescimento e pequenas quantidades de minerais essenciais para
ajuda-las a se desenvolverem6.
Em 2010, dois anos antes de ser agraciado com o
Prêmio Nobel pelo seu trabalho, Shinya Yamanaka fundou uma organização chamada
CiRA, sigla em inglês para Centro de Pesquisa e Aplicação de Células iPS, com a
missão de utilizar células iPS para novas terapias médicas2. E, enquanto líder mundial em pesquisa e produção de aminoácidos, a
Ajinomoto Co. foi uma escolha natural para um projeto colaborativo de
desenvolvimento de um meio cultural ideal para a pesquisa de células iPS do
CiRA.
A Ajinomoto Co. tem utilizado seu conhecimento em
aminoácidos para desenvolver produtos farmacêuticos há mais de 60 anos. Em
1956, ela se tornou a primeira empresa do mundo a produzir cristais de
aminoácidos para infusões, produtos de nutrição enteral e ingredientes
farmacêuticos. Mais tarde, a empresa desenvolveu uma série de produtos
dietéticos elementares e outros produtos farmacêuticos. Assim, a Ajinomoto Co.
foi um encaixe natural para desenvolver o meio de cultura para o CiRA.
Vantagens do Grupo Ajinomoto para
desenvolvimento de meio de cultura para células iPS
• Tecnologias de produção de ingredientes
Como principal fornecedor mundial de aminoácidos de
alta qualidade, que são utilizados principalmente para produtos farmacêuticos,
a Ajinomoto Co. pode fornecer aminoácidos livres de componentes derivados de
animais e com total rastreabilidade.
• Composição e criação de fórmulas
Com nossa tradição de pesquisa em nutrição e
metabolismo com aminoácidos, a Ajinomoto Co. possui as tecnologias e o
"know-how" para determinar rapidamente a composição ideal de dezenas
de componentes que englobam um meio de cultura.
• Tecnologias de análise
As tecnologias de análise da Ajinomoto Co. para
aminoácidos e rastreio de ingredientes são altamente sensíveis e precisas. Isso
nos permite formular um meio de cultura de alto desempenho com controle de
qualidade exigente.
StemFit®: a solução perfeita para a
pesquisa de células-tronco
Convencionalmente, as células iPS foram cultivadas em um meio de cultura
que incluiu células de rato e outros componentes derivados de animais e seres
humanos6.
O StemFit® é altamente seguro porque o risco de
contaminação biológica acidental é minimizado6. Para confirmar essa questão, a Ajinomoto Co. consultou a Agência de
Dispositivos Farmacêuticos e Médicos (Pharmaceutical and Medical Devices
Agency, PMDA) do Governo do Japão, que, após um intenso processo de análise,
determinou que o StemFit® não contém qualquer componente derivado de animais ou
seres humanos6.
Além disso, o StemFit® é um meio de cultura de alto
desempenho e qualidade. As células se proliferam no meio de cultura StemFit® a
uma alta taxa de crescimento. Isso torna a pesquisa não só mais eficiente, mas
também mais econômica6.
Avançando
Então, qual o próximo passo para a pesquisa de
células iPS? As possibilidades são quase infinitas. Já no ano 2000, as
orientações dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA determinavam que "…
a pesquisa envolvendo células pluripotentes de seres humanos... promete novos
tratamentos e possíveis curas para muitas doenças e lesões incapacitantes,
incluindo doença de Parkinson, diabetes, cardiopatia, esclerose múltipla,
queimaduras e lesões na medula espinhal".3
Tão animadora quanto a medicina regenerativa é a
área da descoberta de drogas. As células iPS podem ajudar os pesquisadores a
descobrirem novos tratamentos mais rápido do que antes, com alguns dos
trabalhos mais inovadores sendo conduzidos no CiRA. O professor Junya Toguchida
elucidou o mecanismo da FOP (fibrodisplasia ossificante progressiva), uma
doença debilitadora em que o osso cresce no tecido muscular e em qualquer outro
lugar onde não deveria, e encontrou um medicamento candidato para tratá-la. A
FOP é muito rara: estima-se que existam apenas 80 pacientes aproximadamente com
essa doença no Japão, mas, devido ao uso de células iPS no desenvolvimento do
medicamento, agora eles têm um motivo para ter esperança4.
Outra iniciativa animadora do CiRA é o projeto
chamado Estoque de Células iPS para Medicina Regenerativa. Esse projeto tem
como objetivo gerar e armazenar um inventário de células iPS com uma alta
probabilidade de serem aceitas pelo corpo dos pacientes que precisam. Já que os
maiores obstáculos para a medicina regenerativa que utiliza células iPS eram o
custo e o tempo necessários para produzir células iPS a partir de células somáticas,
espera-se que a disponibilização desse estoque para instituições de pesquisa e
hospitais de todo o mundo cause um grande impacto positivo5. E, é claro, a utilização do meio de cultura StemFit®, da Ajinomoto
Co., é parte do protocolo padrão do CiRA.
A Ajinomoto Co. provavelmente nunca receberá um
Prêmio Nobel. Mas estamos orgulhosos e honrados de podermos ajudar a levar os
benefícios de uma descoberta vencedora desse reconhecimento aos pesquisadores
do mundo. Esperamos, sinceramente, que possamos continuar a contribuir para uma
nova Era da saúde e medicina no mundo.
Globais da Ajinomoto Co., Inc.
Glossário:
Zigoto
Célula-ovo fertilizada.
Pluripotente
Descreve células que podem dar origem a todos os outros tipos de células
que compõem o corpo; células-tronco embrionárias são consideradas
pluripotentes.
PMDA (sigla em inglês para Agência de Dispositivos Farmacêuticos e
Médicos). A PMDA é uma agência reguladora japonesa, que trabalha junto ao
Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.
Referências
- "History
of Stem Cell Research — A Timeline," Boston Children's Hospital, http://stemcell.childrenshospital.org/about-stem-cells/history/
- "Message
from the Director," Center for iPS Cell Research and Application,
Kyoto University,
www.cira.kyoto
u.ac.jp/e/about/director.html.
- "NIH
Publishes Final Guidelines For Stem Cell Research," National
Institutes Of Health, 2000, ScienceDaily,
http://stemcells.nih.gov/policy/2009-guidelines.htm
- "iPS
Cell Drug Discovery Taking off with First Clinical Trial," Nikkei
Asian Review, 2017,
http://asia.nikkei.com/Tech-Science/Science/iPS-cell-drug-discovery-taking-
off-with-first-clinical-trial
- "CiRA
Starts Distributing iPS Cell Stock," Kyoto University, 2015,
http://www.kyoto-u.ac.jp/en/about/events_news/department/ips/news/2015/
150806_1.html
- Dados
no arquivo.