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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Carnaval em casa: Make divertida para mãe e filha aproveitarem a festa


Maquiadora da agência de modelos Max Fama preparou um passo a passo para você arrasar com sua pequena

 

O ano só começa depois do carnaval! Hoje, quando pensamos nessa frase, nos vem um sentimento estranho. Seria uma época para estarmos preparando nossas fantasias, separando a programação dos bloquinhos e, claro, pensando nas maquiagens, para celebrarmos a maior festa popular do país com os nossos amigos e filhos, mas não será possível. Será diferente por conta da pandemia, mas também poderá ser bem legal se a gente usar a criatividade e não deixar se abater. 

Não vão faltar opções de diversão. A Globo vai exibir 28 desfiles históricos do Rio de Janeiro e de São Paulo, no sábado (13), após o Altas Horas, no domingo (14), depois do Big Brother Brasil 21, com apresentação do ator Aílton Graça e do carnavalesco Milton Cunha - o Carnaval 2021 foi cancelado nas duas cidades devido à pandemia de coronavírus. 

Em São Paulo, vai acontecer o Festival Tô Me Guardando, carnaval online que começa na próxima sexta-feira (12), com 380 atrações, e vai até o dia 28 de fevereiro. A programação você encontra no site da Secretaria de cultura da prefeitura de São Paulo.  

Já no dia 13 de fevereiro acontece uma das lives mais aguardadas do carnaval. Ivete Sangalo e Cláudia Leitte fazem o show “O Trio”, que faz alusão ao famoso trio elétrico. O evento será transmitido pelo Multishow, às 17h30. 

Outra opção que não pode ficar de fora são as chamadas de vídeo com os amigos para tirar as roupas coloridas do armário e buscar momentos de felicidade em tempos de pandemia. 

Para ajudar você e a sua filha a entrar no clima e arrasar, a maquiadora da agência de modelos Max Fama, Isabelle Freitas, fez este  passo a passo de maquiagem divertida. Confira!

 

Passo a Passo

 

Mãe

 


Com a pele limpa e hidratada, inicie o processo de camuflagem usando uma base da sua tonalidade, pó e blush;

 


Corrija as sobrancelhas e utilize uma máscara de cílios incolor. Nas têmporas e no nariz aplique o iluminador;

 


Com uma tinta fácil, utilize a cor amarela e faça risco no formato de uma flor. Na sobrancelha esquerda faça pelotas em cima do ponto arqueado;

 


Com a tinta marrom, faça pontinho no centro para dar realce ao miolo dos girassóis;

 


Com um amarelo mais escuro faça um delineado. Entre os traços dos girassóis faça linhas entre elas para deixar a flor com mais pétalas;

 


Finalize com uma máscara de cílios e um gloss avermelhado

 

Filha

 


Com a pele limpa e hidratada passe um pó para retirar o brilho.  Utilize um blush para dar um ar de saúde nas maçãs no rosto;

 


Com uma tinta fácil amarela, faça linhas dando um formato de flor;

 


Faça bolinhas amarelas em cima da sobrancelha. Com a tinta marrom faça o miolo dos girassóis;

 


Finalize com uma máscara de cílios e um gloss avermelhado.

 


Carnaval sustentável para a criançada

Movimento Plástico Transforma ensina pais e filhos a produzir fantasias, máscaras e brinquedos a partir de material reciclado


Uma das principais datas festivas brasileiras, o Carnaval, deixará de ser comemorado em diversas cidades por conta da pandemia de Covid-19. Porém, pais e filhos, foliões de plantão, podem celebrar de uma maneira diferente, aprendendo a fazer fantasias, instrumentos musicais e até jogos com material reciclado. A ideia é promover um carnaval sustentável em casa e colocar em prática, de forma divertida, conceitos de sustentabilidade.

“Em algumas empresas e escolas, o feriado de carnaval será mantido, o que significa mais tempo livre com as crianças em casa. Por isso, a proposta é criar elementos ligados às festividades, usando a criatividade aliada à reciclagem”, afirma Fernanda Maluf, coordenadora do Movimento Plástico Transforma. Abaixo seguem algumas ideias para o “bloco dos sustentáveis”.





Fantasia de astronauta:
Embalagens de refrigerantes podem se transformar em um colorido foguete. A dica é pintar os itens com tinta guache e uni-las com a ajuda de fita dupla face. Para a cauda, aposte em papel crepom vermelho para representar o fogo.

Máscara de bichos: Um verdadeiro zoológico pode surgir a partir de pratos de plásticos, tinta, cartolina e muita imaginação. Basta pintar os pratos e recortar a cartolina para formar olhos, focinho, boca e outras características de cada animal. As crianças também podem usar canetas hidrográficas para dar um acabamento caprichado.






Instrumentos musicais: Os pequenos foliões farão muito barulho com chocalhos produzidos com tampinhas plásticas de garrafa PET e tubos de PVC. Neste brinquedo, os pais devem ajudar na hora de perfurar a parte central das tampas e a parte superior dos canos. Depois, as crianças auxiliam passando as tampas pelo barbante que unirá ao tubo. Aí é só amarrar as pontas do barbante e começar a festa.



Boliche: Há também opções de jogos para quem prefere deixar o carnaval de lado. Com dez garrafas PET e uma bola é possível disputar um divertido boliche com a criançada. As embalagens podem ser personalizadas com tintas e adesivos, de acordo com as preferências de cada criança.

 

  

 

Fontes:

https://soloinfantil.com/brinquedos/instrumentos-musicais-reciclados/

https://comofazeremcasa.net/23-formas-para-fazer-brinquedos-reciclados-para-criancas/

https://www.bebeu.pt/2018/04/29/jogos-e-brinquedos-feitos-com-material-reciclado/

Filhos da quarentena - o impacto do distanciamento social no desenvolvimento das crianças

 Segundo especialista, os pequenos têm apresentado alterações de comportamento, atrasos no desenvolvimento da fala e em dar os primeiros passos

 

O distanciamento social, por conta da pandemia do coronavírus, teve início há quase um ano. A regra – necessária e importante - orientada pelas autoridades de saúde para controlar a disseminação do vírus, trouxe consequências duras, que afetam também as crianças em desenvolvimento. A rotina, fator importante na primeira infância, foi totalmente afetada pela crise sanitária. Mesmo os pequenos que não frequentavam a escola sofrem com as mudanças. 

Estudo realizado recentemente por uma universidade chinesa sobre os efeitos do estresse da pandemia no desenvolvimento infantil apontou que 36% dos pais perceberam dependência excessiva dos filhos. O levantamento ainda mostra que 21% das crianças tiveram problemas no sono; 18%, falta de apetite e 13% ficaram mais agitadas no período de isolamento. 

Segundo o ortopedista pediátrico David Nordon, os brasileirinhos que estão na fase de aprender a falar e a andar têm apresentado mudanças. “Com a restrição do convívio social, houve aumento nos relatos dos pais sobre atrasos na fala, alterações de sono, humor, apetite, maior irritabilidade e dependência. Além disso, em alguns casos, comentam sobre a regressão etária. A ausência de contato com outras crianças atrasa esse desenvolvimento social tão importante nesse estágio da vida”, explica Nordon. 

O médico ainda ressalta que, “presas” em pequenos espaços, sem contato com o mundo exterior, essas crianças ficam desestimuladas e o avanço das suas habilidades motoras é comprometido. “É essencial a experiência de subir ladeiras, balançar, correr, pular. Existe também o estímulo sensorial que, por conta do isolamento, fica restrito. A sensação de pisar descalço na grama e na areia, que auxiliam o desenvolvimento do equilíbrio, por exemplo, não pode acontecer nesse momento”, explica. 

Com a suspensão dos passeios e brincadeiras ao ar livre, os parques e praças estão em baixa, assim como o “estoque” de vitamina D diária, tão importante para o organismo humano, inclusive para a manutenção da imunidade. Por outro lado, fatores prejudiciais à saúde estão em alta, como o aumento de peso e as dores no corpo causadas pelo sedentarismo. Quem estava aprendendo a nadar, a andar de bicicleta ou qualquer outra prática esportiva, teve de parar. De acordo com o médico, isso é muito frustrante. A nova rotina - permanecer em casa constantemente - na companhia de adultos, que também estão exaustos e desmotivados, interfere muito na condição física e emocional dos pequenos. 

“Não existe receita de bolo para nada. No entanto, o cenário exige muito equilíbrio. Lidar com as próprias angústias já é difícil. Imagine então ter filhos angustiados! Ser paciente, conversar – mesmo com os menorzinhos é essencial já que eles entendem as nossas expressões faciais e tom de voz. E, dentro do possível, mantenha o corpo e a mente dessa criança ativos”, finaliza Nordon.


Especialista em Mindfulness orienta como tornar as aulas online mais agradáveis e produtivas

Daniela Degani, idealizadora da MindKids, afirma que a conexão entre aluno e professor no ambiente virtual é ingrediente chave e pode ser estimulada com práticas simples


As aulas online, apesar da inusitada experiência vivida em 2020 para a maioria dos professores e alunos, seguirão sendo em 2021 um desafio para ambos, ao menos nos primeiros meses do ano letivo. Para que se alcancem os objetivos desejados de ensinar e aprender com qualidade também nesse ambiente virtual, a conexão de um com o outro é fundamental. "E não apenas a conexão tecnológica", enfatiza Daniela Degani, instrutora certificada pela Mindful Schools dos EUA, pelo Mindfulness Training Institute, Inglaterra, e fundadora da MindKids, meditação para crianças e jovens, que também capacita educadores para a prática do minfulness em sala de aula. "É necessário entender se a interlocução, a compreensão e a relação entre os seres humanos que estão naquele ambiente virtual se estabelecem de maneira autêntica", afirma

Indiscutivelmente, o desafio para os educadores tem sido imenso, assim como para os estudantes, das mais variadas idades. Na avaliação de Degani, para que esse novo formato seja o mais confortável e produtivo possível, não basta somente conectar-se com o outro. "É preciso estar em conexão consigo mesmo, entender-se melhor, para então abrir uma porta de entendimento para o outro, suas dificuldades e angústias", explica.

Diante desse novo cenário, como o educador pode conectar-se a si e igualmente aos seus alunos para obter os resultados desejados? A fundadora da MindKids sugere algumas formas de conexão:

• Estar "presente" é vital! Alterações na linguagem corporal e olhares são menos notáveis diante das câmeras. Os professores precisam estar atentos a si mesmos para que estejam "presentes" durante as atividades online com seus alunos. Uma série curta de respirações conscientes, momentos antes de ligar a câmera, pode ajudar a melhorar o foco e a atenção;

• Manter a câmera o mais próxima possível dos olhos, para aumentar a sensação de contato visual com os alunos.

• Ter mais clareza sobre o tom de voz e gestual durante as aulas, no ambiente online, é ainda mais importante que no presencial. O professor deve estar atento se o que deseja é o que, de fato, suas ações estão transmitindo.

• Antes de iniciar as atividades, como exercício de aquecimento, solicitar aos alunos que compartilhem algo sobre si naquele momento.

"Oferecer aos alunos um ambiente emocionalmente seguro é fundamental", afirma a especialista em Mindfulness, sobretudo nesse momento em que as escolas estão reabrindo suas classes, ainda que para apenas 35% do total e em sistema de rodízio. "Muitas escolas estão reiniciando suas atividades de forma híbrida, justamente pela insegurança que ainda persiste. Por essa razão, é importante demonstrar estabilidade para diminuir a ansiedade", explica, acrescentando que também é bastante útil apresentar uma agenda prévia de tudo o que está proposto para estes encontros. "Assim, os alunos saberão o que esperar".

Outra sugestão importante da fundadora da MindKids é estabelecer combinados com os alunos. "As regras, mesmo aquelas mais simples, ajudam a manter o ambiente sereno e amistoso. Porém, sempre que possível, ‘quebre o gelo’, usando humor, música... enfim, use a criatividade, mas sempre com autenticidade", afirma.


Vacina contra a tuberculose evita milhares de mortes no mundo anualmente

Conhecida como BCG, a imunização, que pode deixar uma pequena cicatriz no braço, protege contra a tuberculose


A maioria das pessoas tem uma marquinha, em geral no braço direito, desde a infância. Esse “carimbo” mostra que a pessoa foi imunizada com a BCG (Bacillus Calmette-Guérin) nos primeiros dias de vida. A aplicação serve para proteger o ser humano da tuberculose e alguns casos de meningite. O imunizante é encontrado na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS). 

“A vacina BCG serve para defender o nosso organismo contra uma bactéria que gera a doença infecciosa que é a tuberculose, que pode desenvolver em qualquer lugar do organismo. O mais comum é acontecer no pulmão, mas existem formas graves de manifestação, como a meningite tuberculosa e tuberculose miliar”, explica a pediatra da Maternidade Brasília Sandi Sato. 

A pequena cicatriz que fica é fruto da reação inflamatória do organismo à bactéria inativada contida na vacina, a Mycobacterium bovis. Essa bactéria é a que causa a tuberculose. Entretanto, algumas pessoas não possuem a marca e isso não quer dizer que não tenham sido imunizadas. Na verdade, com o avanço da tecnologia na medicina, hoje é possível encontrar vacinas que não provocam a reação.

A pediatra ainda destaca que a imunização com a BCG deve ser feita nos primeiros dias de vida. Em alguns casos, a vacina pode ser aplicada até os cinco anos. Entretanto, a recomendação deve vir de um médico especialista. De acordo com Sandi Sato, mais de 40 mil mortes no mundo são evitadas por meio da vacinação contra a tuberculose. 


Vacinação em dia

Para a pediatra e Diretora Médica do laboratório Cedic Cedilab Natasha Slhessarenko, é muito importante manter uma carteira de vacinação completa para proteger contra diversas doenças. Muitas delas estão disponíveis na rede pública de saúde, como a própria BCG, mas é possível encontrar nos laboratórios privados várias opções para complementar a proteção.

“Existem vacinas que não estão disponíveis pelo SUS, como a meningocócica B, que previne contra alguns tipos de meningite e infecções generalizadas”, conta Natasha Slhessarenko. “Outro exemplo, é a pneumo 23, que tem indicações precisas para proteger contra certos tipos de pneumonia em idosos ou pessoas com complicações secundárias. Mesmo as vacinas anuais contra a gripe possuem diferenças nas doses da rede pública e da privada: enquanto na pública ela costuma proteger contra 3 cepas da doença, na rede privada está disponível uma versão mais completa, que protege contra 4 cepas da gripe”, finaliza.


 

Maternidade Brasília


Cannabis medicinal melhora a qualidade de vida de pacientes oncológicos

Substâncias da planta reduzem efeitos negativos da quimioterapia


A cannabis tem sido utilizada para fins medicinais há milênios. Segundo pesquisas em todo o mundo, a planta é remédio para diversas patologias, como fibromialgia, epilepsia, esclerose múltipla e até tumores. O periódico de oncologia “Cancers” publicou em janeiro de 2019 um artigo da Faculdade de Medicina de Varsóvia, sobre as perspectivas para o uso de canabinóides em oncologia e prática de cuidados paliativos.

De acordo com o documento, evidências indicam a eficiência da cannabis no tratamento da dor, espasticidade, convulsões, distúrbios do sono, náuseas e vômitos,  e Síndrome de Tourette. “A ciência tem comprovado cada vez mais a importância da cannabis na qualidade de vida do paciente oncológico. O complexo mecanismo de ação da cannabis faz com que seja útil em diferentes sintomas do paciente oncológico e sob cuidados paliativos como a dor, a naúsea e vômitos secundários à quimioterapia, a perda de apetite, as alterações de humor e distúrbios do sono. Como coadjuvante no tratamento oncológico ela pode diminuir o número de medicamentos necessários inclusive o uso ou doses de opioides com diminuição dos efeitos adversos destes.”, destaca Maria Teresa Jacob, médica que trabalha com a medicina canabinóide.

O estudo enfatiza que os canabinóides apresentam segurança superior a outras substâncias usadas em oncologia e cuidados paliativos. “Existem algumas controvérsias quanto ao uso de canabinódes, especialmente o THC, em pacientes submetidos à imunoquimioterapia. Como eles atuam no sistema imunológico poderiam prejudicar a resposta à imunoterapia. Não existe até o momento um consenso sobre o assunto, mas seria prudente evitar seu uso nestes casos”, explica a doutora.

“Os canabinóides demonstraram efeitos anticancerígenos em diferentes modelos in vitro e in vivo de câncer”, cita o artigo.

As incertezas e controvérsias sobre o papel e uso adequado de medicamentos à base de cannabis ainda não permitem recomendar seu uso como tratamento de primeira linha da dor crônica e outras condições, principalmente na atenção primária. “Seja qual for o tipo de câncer vamos observar melhora do sono, da depressão, das náuseas e vômitos, e outros sintomas resultantes de uma quimioterapia inclusive os decorrentes da neuropatia induzida pela quimioterapia”, finaliza Maria Teresa.

 



Dra. Maria Teresa Jacob - Formada pela Faculdade de Medicina de Jundiaí em 1982, com residência médica em Anestesiologia no Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas. Possui Título de Especialista em Anestesiologia, Título de Especialista em Acupuntura e Título de Especialista em Dor. Especialização em Dor, na Clinique de la Toussaint em Strassbourgo, França em 1992, Cannabis Medicinal e Saúde, na Universidade do Colorado, Cannabis Medicinal, em curso coordenado pela Dra. Raquel Peyraube, médica uruguaia referência mundial na área. Membro da Sociedade Internacional para Estudo da Dor (IASP), da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), da Sociedade Internacional de Dor Musculoesquelética (IMS), da Sociedade Européia de Dor (EFIC), da Society of Cannabis Clinicians (SCC) e da International Association for Canabinoid Medicines (IACM). Atua no tratamento de Dor Crônica desde 1992 e há alguns anos em Medicina Canabinóide em diversas patologias em sua clínica privada localizada em Campinas.

 

Bem - Medicina Canábica e Bem Estar


A eficácia das vacinas - e porque máscaras e o distanciamento social ainda são importantes contra o COVID-19

Quase um ano após a pandemia acometer mais de 200 países, com 97 milhões de infectados pelo mundo e mais de 2 milhões de vítimas fatais do novo coronavírus, finalmente iniciamos no Brasil a campanha de vacinação contra a COVID-19, um verdadeiro sopro de esperança para um mundo cansado de quarentenas, caos na saúde pública e mortes.

As diversas vacinas desenvolvidas (de vírus inativado, vetor viral não-replicante ou RNA modificado) apresentam perfis de eficácia, efeitos colaterais, custos de produção e aquisição além de demandas logísticas diferentes que deverão ser analisadas pelas autoridades de saúde de cada país, para definir aquela (ou aquelas) que mais se adequa à realidade local.

É tentador achar que uma vacina com 90% de eficácia seja muito melhor que outra com 50%, mas os fatores acima citados devem ser considerados, pois os custos e as dificuldades para obtenção, armazenamento, transporte e administração reduzem a efetividade das vacinas na vida real.

Mas por que devemos manter as medidas de distanciamento social e continuar a usar máscaras por um mais um bom tempo, se agora temos vacinas contra o COVID-19?

Para entender melhor, precisamos conhecer as diferenças entre contágio, infecção e doença. De modo sucinto, contágio é a transmissão de um patógeno biológico, seja um vírus, bactéria ou parasita. Se este agente se instalar e se multiplicar num organismo, se torna uma infecção. Quando a infecção desencadeia manifestações clínicas, se torna uma doença.

É possível sofrer contágio, sem progredir para uma infecção, assim como uma infecção pode não evoluir para doença, permanecendo assintomática. Como exemplo, temos o vírus HIV, cujos infectados podem permanecer por anos assintomáticos (soropositivos) para mais tarde desenvolver a doença, a AIDS. O novo coronavírus já provou ter altíssima taxa de contágio, e permanecer, na maioria dos casos, como uma infecção assintomática, dificultando sua detecção e facilitando sua disseminação na população.

Quando um fabricante alega que sua vacina tem 95% de eficácia, não significa que o indivíduo vacinado tenha somente 5% de risco de contrair o vírus, e portanto pode dar adeus às máscaras e voltar à vida “normal”, para festas e eventos com aglomeração social.

A eficácia de uma vacinada é calculada ao analisar quantos voluntários desenvolveram a doença no grupo dos vacinados em relação aos do grupo dos não-vacinados (placebo). Uma eficácia de 70% significa, a grosso modo, que haverá quase 3,5 vezes mais doentes no grupo não-vacinado quando comparado ao grupo vacinado.

Nenhum dos estudos populacionais realizou coletas sistemáticas de RT-PCR mais sorologias pré e pós-vacinação nos dois subgrupos para identificar os portadores assintomáticos. Somente os voluntários com sintomas gripais, os que já tiveram histórico de COVID ou exames prévios positivos foram considerados, dentre outros critérios, inelegíveis para os testes, de forma que é impossível determinar: I – quantos já haviam contraído o vírus antes da vacinação? ou II – a presença de anticorpos foi induzida pela vacina ou por infecção prévia?

As principais vacinas disponíveis requerem uma segunda dose para alcançar a eficácia anunciada; não garantem imunidade total contra o vírus e nenhuma vacina evitará o contágio. Também é desconhecido por quanto tempo durará a imunidade induzida, e a imunidade coletiva só será atingida quando uma grande parcela da população já estiver vacinada. Além disto o coronavírus tem sofrido mutações e novas variantes tem sido detectadas, como podemos constatar em casos comprovados de reinfecção. A eficácia das vacinas perante as variantes mutantes ainda precisa ser avaliada.

Concluindo, tenham eficácia de 50%, 70% ou 90%, as vacinas são ferramentas fundamentais para o combate à pandemia e para a redução da morbidade e mortalidade. Relevante é o fato delas reduzirem com sucesso a incidência de casos graves e mortes nos voluntários vacinados. Uma vacina hipotética que reduzisse em apenas 30% a mortalidade do vírus já teria salvado pelo menos 60.000 vidas no Brasil.

Portanto é fundamental mantermos os cuidados para a redução do contágio. Com medidas de higienização adequadas, manutenção do distanciamento social e uso de máscaras para reduzir o risco de transmissão do vírus, conseguiremos conter o vírus até que as vacinas estejam disponíveis e aplicadas à população em larga escala, e a imunidade coletiva se torne uma realidade concreta em nossas vidas. Só assim poderemos, finalmente, retornar ao “novo normal”.

 


Dr. Hyun Seung Yoon , gerente médico do ClubSaúde


Com novas variantes da Covid-19, risco de reinfecção aumenta: entenda como se prevenir

 

Imagem de leo2014 por Pixabay
Laboratório de Genética e Biotecnologia, DNA Consult, alerta sobre como as novas cepas podem impactar no aumento de casos de infecção e reinfecção de COVID-19 nos próximos meses


 

Ainda se sabe pouco sobre os casos de reinfecção pelo novo coronavírus. Estudos sobre a resposta imunológica a essas reinfecções sugerem que os anticorpos formados após a primeira infecção conferem imunidade apenas por um curto período de tempo antes de começar a diminuir. Outros estudos sobre SARS-CoV-2 sugerem que a formação de anticorpos e a longevidade da imunidade em um indivíduo depende da cepa do coronavírus, sua gravidade e idade da pessoa infectada.

 

São conhecidos muitos casos de reinfecção em todo o mundo, inclusive no Brasil. Não bastasse estes casos, outra preocupação são as novas variantes do vírus. De acordo com o laboratório de biotecnologia especializado em análise genética, DNA Consult, os riscos de recontaminação pelo Sars-CoV-2 são graves, podendo apresentar sintomas ainda mais perigosos.

 

Segundo o diretor científico da empresa, Prof. Dr. Euclides Matheucci Jr., apenas uma parcela dos infectados conseguem manter anticorpos depois de um tempo. “A literatura científica mostra que após três meses de infecção, apenas 23% das pessoas mantêm anticorpos contra o vírus. Em alguns casos reportados mostram que a reinfecção pode ter sintomas mais graves. Além disso, as novas variantes, como a inglesa, sul-africana e amazonense, se mostraram mais infecciosas, ou seja, são transmitidas mais facilmente de uma pessoa para outra”, explica Matheucci.

 

Em dezembro, foi confirmado o primeiro caso de reinfecção no Brasil com uma profissional de saúde de 37 anos de Natal-RN. A mulher foi infectada pela primeira vez em junho e em outubro testou positivo novamente para  a doença. A comprovação foi obtida pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fiocruz/RJ, que seguiu um protocolo do Ministério da Saúde recomendado em casos suspeitos de reinfecção. 

 

O método de confirmação é realizado por meio de um sequenciamento genético do vírus, no qual é descoberto uma linhagem diferente entre as duas amostras com o diagnóstico PCR em tempo real. “O teste mais assertivo para a identificação do vírus nos casos de infecção e reinfecção continua sendo o PCR Tempo Real, padrão ouro indicado pela ANVISA e OMS”, acrescenta o professor.

 

O especialista ainda afirma que a melhor maneira de se proteger da reinfecção é manter as medidas de segurança recomendadas pelas autoridades médicas. “É importante lembrar que as medidas de segurança continuarão sendo sempre a melhor estratégia para conter a disseminação da Covid-19. Com a chegada da vacina, mesmo aqueles que já foram imunizados devem seguir as recomendações de prevenção geral de utilizar máscaras, evitar aglomerações e higienizar as mãos com frequência. Os casos de reinfecção e as novas variantes do vírus encontradas são fatores sensíveis e que demandam nossa atenção, e por isso ainda será preciso manter estes novos hábitos de prevenção por um bom tempo”, acrescenta. 

 

O vírus Sars-CoV-2, a exemplo do que ocorre com outros vírus, sofre mutações durante sua replicação. Tais mutações podem levar a variantes mais perigosas, com maior eficiência de contágio. Atualmente, são conhecidas dezenas de variantes do vírus, entretanto, apenas três com impacto na CoviD-19, principalmente no que diz respeito ao aumento da eficiência de infecção:


· Variante Inglesa, B1.1.7;


· Variante de Manaus (AM), B.1.1.28.1 ou P1;


· Variante da África do Sul, B.1.351

 

  

DNA Consult


Saúde no verão: 4 dicas para proteger os olhos

Nesta época do ano, os cuidados vão além da pele. A seguir, saiba como proteger os olhos dos raios solares que podem causar irritações e outros danos

 

Muito se fala em cuidados com a pele durante o verão. Mas é importante lembrar que os olhos também precisam da nossa atenção. Você sabia? A exposição contínua aos raios solares, principalmente nos horários de maior incidência de luz, pode agredir a visão.

A seguir, oftalmologistas alertam para recomendações básicas para te ajudar nos dias de diversão ao ar livre.

 

 

                          Óculos de sol: A recomendação é escolher um óculos de sol com 100% de proteção contra raios UV. Em geral, eles têm um aviso colado na lente. “Caso não tenha a proteção UV, o óculos ainda vai gerar sensação de conforto, diminuindo a claridade intensa, porém sem nenhuma segurança, já que os olhos continuarão expostos aos raios danosos para a retina e que prejudicam a saúde ocular”, destaca o oftalmologista Durval Moraes Carvalho.

 

 

                          Barreira física de chapéus e bonés: esses acessórios também protegem a região ao redor dos olhos, inibindo o encontro dos raios solares com os olhos. É uma proteção complementar aos óculos de sol. 

 

                          Atenção à água salgada do mar: para quem vai à praia, a dica é prestar atenção à concentração de sal na água e aos microrganismos presentes nela, ambos, em contato direto com os olhos, podem causar irritação e até infecções. Evite tocar nos olhos quando estiver no mar. Quando sair da água, enxágue com água doce. 


 

                          Higienização de lentes de contato e óculos: para quem usa lentes e óculos, a regra é mantê-los sempre limpos. Em ambientes de praia ou piscina, em resposta a qualquer sinal de irritação, esses objetos devem ser retirados para higienização. Na hora de mergulhar, a recomendação também é retirá-los. Vale lembrar que existe uma alternativa para as pessoas que não querem ficar refém desses objetos: as cirurgias refrativas são as mais indicadas pelos oftalmologistas. Uma sugestão é recorrer à tecnologia de ponta das lentes implantáveis, com menor risco, como a Evo Visian ICL (implantable contact lens), da Advance Vision. 

 

Lesões pós-covid-19 preocupam pacientes e terapeutas

Depois da luta pela sobrevivência enfrentada por tantas vítimas da covid-19, surge outra ameaça ao bem-estar dos pacientes: as lesões pós-covid. Isso porque nós, terapeutas de reabilitação, percebemos a ocorrência frequente de doenças neurológicas entre pessoas convalescentes da infecção por coronavírus.

Trata-se de uma constatação ainda passível de verificação e comprovação científica, mas que chama a atenção. Após um número elevado de dias de internamento, seguindo protocolos estritos de posição do corpo para melhor aproveitamento respiratório, os pacientes podem apresentar lesões neuropáticas por compressão dos nervos.

As lesões nos nervos ulnar, mediano e radial com frequência têm reflexos neurológicos. Outras síndromes podem aparecer ou ser agravadas pela lesão no internamento. A compressão, por exemplo, pode deixar o paciente sem a função da mão – ainda que temporariamente – e com isso surge a necessidade de avaliação por um terapeuta ocupacional.

Quando há a secção total do nervo, é necessária a reconstrução cirúrgica. E quando temos o edema, é necessária a descompressão desse nervo para o retorno da sensibilidade. Já algumas lesões ocasionam o total rompimento entre nervo e cérebro, e o paciente perde o uso do membro.

Sabe-se que a “síndrome do garrote” tem relação ao tempo em que o paciente permanece com esse instrumento em compressão no hospital, e isso pode trazer a lesão do nervo, lesão neurocervical ou afetar a área de informação do cérebro.

Para mim, nada disso parece definitivo, pois quando voltam os movimentos, volta também a sensibilidade – e 50% da atividade motora se refere a sensibilidade.

Trata-se de um ciclo: quando o paciente não sente a mão, não mexe a mão; e quando para de mexer a mão, deixa de senti-la.... os mundos sensitivo e motor caminham juntos.

Além disso, nos casos leves da covid-19, percebe-se, muitas vezes, a ocorrência de falta de memória e o pensamento mais letárgico – resta ainda saber se o próprio vírus teria relação com ela ou o tratamento. Outras ocorrências posteriores ao tratamento incluem a dificuldade em respirar e cansaço excessivo.

Tudo isso é muito recente, existem pesquisadores tratando do tema, mas é importante atentarmos para a ocorrência de tais lesões nos pacientes pós-covid-19.

 


Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 30 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


Brasil tem 16 mil novos casos de câncer de colo do útero por ano

Com desenvolvimento lento, o câncer do colo do útero pode não manifestar sintomas na fase inicial

 

Mesmo sendo uma doença altamente prevenível, os dados ainda são alarmantes: o tumor de colo de útero atinge mais de 16 mil mulheres por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Por ser uma doença considerada silenciosa, 35% dos casos acaba levanto a morte de pacientes. Esse tipo de câncer é causado pela infecção persistente por alguns tipos do papiloma vírus humano, o HPV.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 75% das mulheres sexualmente ativa entrarão em contato com o HPV ao longo da vida e cerca de 5% delas vão desenvolver o tumor maligno em um prazo de dois a dez anos. Abaixo, os ginecologsitas e obstetras Dr. Domingos e Dra. Erica Mantelli desenvolveram uma espécie de tira-dúvidas com tudo sobre o câncer de colo de útero; considerado o terceiro tumor maligno mais presente nas mulheres.

 

Existem vários tipos de HPV?

Existem mais de 80 subtipos do HPV, os mais perigosos são o 16 e 18, associados com a maior parte dos tumores de colo de útero e da área da vulva, canal anal, pênis dos homens e na região da faringe de homens e mulheres.

 

Qual a melhor forma de prevenção?

 

Vacinação

Um dos principais aliados no combate ao problema é a prevenção. Primeiro com a vacinação para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina é incrivelmente eficaz para quem não teve ainda início na vida sexual e contato com o HPV a fim de evitar que essa pessoa desenvolva uma infecção por HPV. Depois com exames de rotina como o papanicolau, por exemplo. 

 

Papanicolau

O Papanicolaou é um exame que pode ser feito durante uma consulta comum ao ginecologista. Ele permite, através da análise microscópica de uma amostragem de células coletadas do colo do útero, detectar células anormais pré-malignas  ou cancerosas. Sua simplicidade não exclui sua importância, visto que é um dos exames mais eficazes quando se fala  de prevenção da saúde da mulher. O tumor em fase inicial não apresenta sintomas, por isso dizemos que o Papanicolaou é um exame preventivo: ele visa detectar as alterações celulares antes mesmo de os sintomas aparecerem. Além disso, a realização desse exame pode ajudar a descobrir a existência de outros males que colocam a saúde da mulher em risco e precisam ser tratados como: infecções vaginais (Tricomoníase, Candidíase etc) e outras sexualmente transmissíveis (Sífilis, Gonorreia, Condilomatose, Clamídia etc).

 

Captura Híbrida

A captura híbrida é um exame mais preciso para detectar o vírus HPV, o principal causador da doença.

A detecção precoce por captura híbrida evita um tratamento mais agressivo e quando diagnosticado em fase inicial, as chances de cura do câncer de colo de útero são de quase 100%!  O exame de captura híbrida serve para ajudar no diagnóstico da infecção pelo vírus HPV e deve ser feito por todas as mulheres que tiveram alguma alteração no exame de Papanicolau ou que estejam dentro do grupo de risco de pegar HPV, como aquelas que têm muitos parceiros sexuais.

 

Como é feito o exame de captura híbrida?

O exame de captura híbrida é feito através da raspagem de uma pequena amostra do muco vaginal no colo do útero, vagina ou vulva. O material recolhido é colocado num tubo de ensaio e enviado para o laboratório para análise. No laboratório, a amostra é processada por um equipamento semi-automatizado, que realiza as reações e a partir dos resultados obtidos, libera a conclusão laboratorial, que é analisada pelo médico. O exame de captura híbrida não dói, mas a paciente pode sentir algum desconforto no momento da coleta.

 

Quais os sintomas de câncer de colo de útero?

Sangramento vaginal, principalmente depois da relação sexual, dores pélvicas, desconforto abdominal e, nos casos avançados, inchaço na região pélvica.

 

Pandemia X detecção de câncer

A pandemia do novo coronavírus acabou afastando as mulheres dos hospitais e clínicas. Com medo de serem contamidas, pacientes estão adiando consultas e exames primordiais para identificação do câncer de colo de útero, que tem 100% de chance de cura se diagnosticado em fase inicial.  Nos Estado Unidos, por exemplo, em três meses, 100 mil casos que deixaram de ser diagnosticados de câncer de colo de útero, de intestino, mama, próstata e pulmão, que são os tumores nos quais há possibilidade de antever o diagnóstico mais tardio. Para as mulheres, a indicação dos especialistas é manter em dia os exames de rotina.

 

 

Dra. Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - CRM-SP 124.315 | RQE 36685 - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).  Site: http://ericamantelli.com.br

 

Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra - CRM-SP 107.997 | RQE 36618 - autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias Médicas.  Site: http://domingosmantelli.com.br


Atrite reumatoide: quando o corpo não se reconhece. Avanços e perspectivas

 A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune que acomete principalmente mulheres entre 30-50 anos, ocasionando dor e inflamação nas articulações das mãos, punhos, joelhos e tornozelos. Se não diagnosticada e tratada adequadamente, leva à incapacidade e comprometimento da qualidade de vida.

Não se sabe ao certo porque a AR ocorre. Habitualmente, o sistema imune tem a capacidade de distinguir o próprio do não-próprio, ou seja, de tolerar os antígenos do hospedeiro (tolerância ao próprio) e responder a antígenos estranhos. No entanto, na AR, há perda da tolerância ao próprio, de forma que o sistema imune começa a reconhecer estruturas do organismo como estranhas e passa a atacar a si mesmo, levando a um processo de inflamação das articulações. Acredita-se que fatores ambientais possam ser  gatilhos para o desenvolvimento da doença em pessoas predispostas geneticamente.

Pacientes com AR apresentam vários estágios da doença, desde a fase pré-clínica (em que é detectada apenas a presença de auto-anticorpos no sangue, sem nenhum sintoma), fase precoce (sintomas iniciais e inespecíficos) até a doença já estabelecida. O primeiro ano da doença é considerado decisivo, por ser a janela de oportunidade terapêutica, ou seja, o momento ideal em que a intervenção farmacológica pode frear a cascata de inflamação, evitando dano às articulações e, consequentemente, dores crônicas, sequelas e incapacidade.

A partir do conhecimento de várias interleucinas e citocinas (substâncias produzidas pelas nossas células de defesa) envolvidas no processo inflamatório da artrite reumatoide e, do avanço de tecnologias aplicadas à medicina, foi possível desenvolver medicamentos alvo específicos, os imunobiológicos. Os imunobiológicos são capazes de frear, com bons resultados, a progressão da artrite reumatoide, incluindo os casos em que não houve resposta com o tratamento convencional.

Recentemente, AR ganhou destaque, quando alguns dos seus medicamentos foram estudados em pacientes com COVID-19. Na infecção por coronavírus SARS-CoV-2, pode ocorrer uma reação inflamatória sistêmica (em todo o organismo) e na membrana do alveolo pulmonar, com a presença de moléculas que também participam da inflamação das articulações na AR. Partindo desse conhecimento, alguns imunobiológicos utilizados na AR, como o tocilizumabe, foram incluidos nos estudos de pacientes com COVID-19. 

O diagnóstico precoce ainda é um grande desafio na AR, por vários motivos, entre eles o acesso ao reumatologista. Infelizmente, muitos pacientes chegam aos consultórios com anos de doença e perdendo a tal janela de oportunidade já comentada acima.

De todo modo, as pesquisas avançam a cada dia e, no futuro, há a expectativa de que seja possível bloquear o desenvolvimento da doença ainda na fase pré-clínica, isto é, evitar a perda da tolerância imunológica e a produção de auto-anticorpos, na tentativa de reiniciar o sistema imune e reprogramá-lo. Para isso, necessitaremos de inovações nas áreas de genômica e terapia gênica, exames cada vez mais acurados e, é claro, o principal, ampliação do conhecimento, com treinamento de reumatologistas qualificados. 

 



Mariana Ortega Perez - faz parte do corpo médico e especialista da Reumatologia Cobra. Formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Mariana Ortega Perez tem residência em Clínica Médica (PUCSP) e em Reumatologia (Hospital das Clínicas, FMUSP). Atuou como preceptora e professora na PUCSP e tem ampla experiência no tratamento de pacientes com doenças reumáticas, assim como na área de ensino e pesquisa. Atualmente, desenvolve seu doutorado na Faculdade de Medicina da USP, com foco em artrite reumatoide, osteoporose e metabolismo ósseo.


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