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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Pacientes reumáticos e os cuidados com a vacina do covid-19

A decisão de tomar a vacina deve ser compartilhada e discutida com os médicos que acompanham o paciente


Após um ano de incertezas e expectativas, finalmente foi iniciada a campanha de vacinação contra o Covid-19 no Brasil, e com ela surgiram algumas dúvidas, entre elas, se os pacientes de doenças reumáticas autoimunes devem tomar ou não a vacina contra a doença.

Os portadores de doenças reumáticas imuno mediadas como lúpus, esclerodermia, dentre outras, devem conversar com o seu reumatologista de confiança, considerando que esses pacientes podem apresentar particularidades com redução da eficiência do sistema imunológico devido a doença e ao seu tratamento.

A SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia) desenvolveu um guia para orientar os portadores de doenças reumáticas sobre a vacina contra o covid-19. A organização recomenda o uso da vacina para pacientes que tenham a doença estável, em remissão ou que apresentam estar com o sistema imunológico controlado.

Neste momento, todos devem ser vacinados, embora seja cedo para avaliar a segurança e resposta imune aos pacientes reumáticos. Mas a médica reumatologista Dra.Claudia Goldenstein Schainberg alerta: “No momento da decisão de tomar a vacina, busque seu médico, que já está acostumado e atualizado sobre sua doença, os efeitos e benefícios da vacina, deixando claro o seu quadro clínico para ele; assim seu reumatologista poderá te orientar da forma mais eficiente possível, para que você seja vacinado com segurança e a vacina tenha o efeito esperado”.

 


Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá.


Vista embaçada pode ser sintoma da Síndrome da Visão do Computador

 Quem usa mais de três horas por dia já está em risco


A tecnologia nunca esteve tão presente como em tempos de pandemia. O mundo virtual ajuda a reduzir a distância física imposta pela quarentena.

Porém, o uso prolongado do computador (e outros dispositivos eletrônicos) pode aumentar o risco de desenvolver a Síndrome da Visão do Computador (CVS).
 
“Entre as queixas mais comuns estão visão embaçada, cansaço visual, ardência, vermelhidão, irritação e olho seco. Quem usa o computador mais de três horas por dia já tem um risco aumentado para desenvolver essa condição”, comenta Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo.


 
Lembre-se de piscar

Um dos principais fatores que podem levar ao desenvolvimento da síndrome da visão do computador é o olho seco.

“A saúde da superfície ocular depende do funcionamento adequado do filme lacrimal. Essa estrutura protege, lubrifica e promove um ambiente propício para a renovação de células epiteliais da córnea. Mas, o filme lacrimal é muito sensível a influências ambientais, endócrinas e hormonais”, explica Dra. Tatiana. 
 
Quem usa muito o computador e demais dispositivos eletrônicos costuma piscar menos. Uma pessoa pisca, em média, 15 vezes por minuto. Contudo, estudos têm apontado que a taxa de intermitência no computador é significativamente menor do que a normal.
 
“Até o fato de o olhar ser mais horizontal no computador contribui para a condição, já que a superfície ocular fica mais exposta aos efeitos da evaporação. Isso prejudica, consideravelmente, a qualidade do filme lacrimal”, diz Dra. Tatiana.


 
Riscos diversos

Entre os demais fatores de risco podemos citar o envelhecimento natural, a menopausa, uso de algumas medicações e doenças sistêmicas como diabetes.

“Vale lembrar ainda que os usuários de lentes de contato são mais propensos a ter desconforto ocular, principalmente se a lente é usada por tempo prolongado”, ressalta a especialista.
 
Fatores físicos, como pouca luz ou excesso de brilho na tela do dispositivo, distância visual da tela e baixa umidade também podem prejudicar a saúde ocular.


 
Mudança de hábito é fundamental
A abordagem para o tratamento da CVS envolve, principalmente, mudança de hábitos e ergonomia.
 
“Cada paciente é avaliado individualmente. Alguns podem precisar de medicamentos anti-inflamatórios e colírios lubrificantes. Mas, nenhum medicamento vai resolver a questão sem a adoção de medidas que combatam a causa e não os sintomas da síndrome”, reforça Dra. Tatiana.  
 
 
As recomendações abaixo podem ser adotadas por qualquer pessoa que trabalhe mais de três horas por dia em dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares.
 

  1. A cada 30 minutos, desvie o olhar para o horizonte. Isso ajuda a treinar a visão de longe que não é usada quando a pessoa usa um dispositivo eletrônico
  2. A tela deve ficar entre 30 cm a 70 cm distante dos olhos
  3. O monitor deve ficar entre 12 cm a 15 cm abaixo da linha da visão horizontal. Ao olharmos reto para o computador, nossos olhos devem estar na altura da parte superior do aparelho
  4. Certifique-se de reduzir o brilho da tela
  5. Lembre-se de iluminar o ambiente
  6. Cuidado com o ar-condicionado, pois o ar fica seco e resseca muito a superfície ocular
  7. Procure dar um descanso de pelo menos 20 segundos da tela a cada 20 minutos
  8. Peça ao seu oftalmologista para recomendar um lubrificante ocular
  9. Caso seja usuário de lentes de contato, o uso do lubrificante é muito importante. Claro, mantenha suas lentes limpas e evite o uso prolongado (para dormir, por exemplo)
  10.  Lembre-se de piscar!

Sensibilidade até mesmo aos sons do dia a dia? Você pode sofrer de hiperacusia

 

Pessoas com essa condição se irritam
facilmente com barulhos cotidianos

Você está muito incomodado com barulho? Cuidado, pois isso pode ser sinal de uma condição chamada hiperacusia. Pessoas com essa hipersensibilidade não conseguem tolerar nem os níveis normais de sons, independente da frequência. Segundo  o fonoaudiólogo Gleison Barcelos, da clínica Microsom, barulhos do cotidiano, como de ventilador, podem causar irritação no paciente e agravar sintomas como zumbidos, dores de cabeça e até tontura. 

 

Diferentemente da fonofobia, que é o desconforto apenas com determinados sons, Gleison afirma que pessoas com hiperacusia sentem desconforto ao escutar frequências baixas de 40 ou 50 decibéis, sendo que o normal é até 70 decibéis. “O paciente com essa condição não consegue tolerar sons ambientes, perfeitamente suportáveis,  como latido de cachorro, barulhos de lava-louças, toque de telefone, campainha, portas fechando entre outros”, explica. 

 

Essa intolerância também pode ser confundida com a superaudição. Ou seja, há uma amplificação do barulho no ouvido do paciente. “A doença pode afetar até mesmo a vida pessoal e profissional”, alerta o fonoaudiólogo. Nesses casos, o especialista ressalta que não são indicados os protetores auditivos nem o silêncio, pois a ausência de barulho amplia o ganho auditivo central. “Ao sentir os desconfortos excessivos a sons do dia a dia é preciso que a pessoa busque ajuda de um profissional especializado para o tratamento correto”, reforça Gleison.


 

Grupo Microsom

Miopia pode até levar à cegueira

Imagine seis habitantes do mundo. Imaginou? Em acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), duas pessoas são míopes neste ano de 2021. Agora realize uma viagem no tempo rumo ao futuro e vamos para o ano de 2050. A realidade prevista será de cinco pessoas míopes em cada grupo de 10 habitantes no Planeta.

 

Alerta

A conhecida frase “quem sabe faz a hora, não espera acontecer” permite agir no presente e mudar o quê possa estar no horizonte. A importância da saúde visual da criança e o crescimento “gigante” dos casos da miopia fazem parte das atenções e preocupações dos oftalmologistas brasileiras. Olhar para isto é fundamental. Todos podem ter engajamento e gerar oportunidades de mudar este cenário.


Uma atitude prática está no alerta permanente sobre a importância do controle da miopia e saúde ocular é iniciativa da SOBLEC - Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria. A iniciativa conta com o apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Sociedade Brasileira Oftalmologia Pediátrica (SBOP), Sociedade Brasileira de Visão Subnormal (SBVSN), Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“Alcançar o público em geral e levar esclarecimentos sobre a realidade da miopia é primordial. Criar uma consciência coletiva sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce sobre o tema e assim ajudar a evitar problemas mais sérios como até a perda da visão”, destaca a presidente da SOBLEC, médica oftalmologista, Tania Schaefer.

 

Prática

Para viabilizar a campanha, a SOBLEC irá promover em todos os estados, entrevistas com pessoas das mais variadas profissões e idades que desempenhem papel relevante na sociedade, com habilidade de influenciar e engajar positivamente o público ao compartilhar experiências e opiniões.

A iniciativa tem caráter de utilidade pública e deve envolver representantes de todas as regionais da SOBLEC, visando a um alcance mais abrangente do público-alvo. As entrevistas serão veiculadas em 2021 e 2022 pelas redes sociais (Instagram, Facebook, YouTube).


“As redes sociais são ferramentas com uma abrangência ímpar”, conceitua a oftalmologista. “As histórias compartilhadas servem como inspiração para que as pessoas enfrentem momentos decisivos em suas vidas. E os influenciadores digitais com mensagens de otimismo, muitas vezes, mostram uma solução. São milhões de seguidores interagindo, trocando opiniões, pedindo conselhos”, argumenta.

 

A miopia

A miopia se caracteriza pela dificuldade de enxergar de longe e dependendo do grau de progressão pode evoluir para outras patologias como catarata, glaucoma e deslocamento de retina. A doença é relativamente simples, se leve ou moderada, mas quadros graves estão associados a um risco de descolamento da retina, catarata precoce, degeneração macular e glaucoma.


Estudos especializados mostram que, além da predisposição genética e o aumento do tempo gasto em ambientes fechados, a miopia está avançando entre crianças e adolescentes por conta das muitas horas com os olhos grudados em telas digitais.

O diagnóstico da miopia é de responsabilidade do médico oftalmologista, único profissional habilitado para prescrição do tratamento mais adequado a cada paciente. Entre as opções de tratamento e terapias estão: o uso de colírios de atropina com dosagens mínimas e rigoroso controle, a utilização de óculos com lentes bifocais e de lentes de contatos. Somado a isso, tem a chamada Ortoceratologia onde lentes de contato são usadas durante a noite. O paciente dorme de lentes e, ao acordar, retira e tem uma visão nítida durante o dia.


5 doenças ocupacionais mais comuns que levam ao afastamento do trabalho

Especialista comenta que a maioria dessas condições pode ser evitada e controlada


As doenças ocupacionais são adquiridas ou desencadeadas pelo exercício decorrente da atividade do trabalho, ou seja, são doenças que estão diretamente ligadas ao desempenho de uma determinada função. Essas doenças podem ocasionar até em afastamento do trabalho e uma das principais razões para o desenvolvimento desses adoecimentos são altos níveis de estresse, cobrança e espaços inadequados para trabalho – seja ele remoto ou não -.

O Dr. José Carlos de Rezende, especialista em Medicina do Trabalho e idealizador da startup Cuida Mais lista cada uma dessas doenças e explica como essa condição pode ser evitada “A prevenção se dá quando quando de fato, existe acompanhamento médico, estudando quais são as doenças laborais mais frequentes dentro da empresa, e para cada colaborador existe um diagnóstico. Existem várias maneiras de prevenir as doenças ocupacionais, como: ações que possam minimizar essas patologias, palestras, e por incrível que pareça com muito ensinamento teórico. Com a medicina preventiva podemos alcançar outros níveis de proteção, como: promoção de saúde, proteção especifica, limitação do dano, diagnóstico e tratamento precoce. E na prática, juntamente com as análises existem os exercícios físicos e a dieta saudável. ” Comenta o Dr.


  1. Depressão e estresse

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica, com certeza o ambiente de trabalho propicia o desenvolvimento da doença por diversos fatores externos, como por exemplo: falta de valorização, cobranças constantes, aumento do estresse, situações negativas e péssimas condições de trabalho. Os sintomas da doença também são variados como: sentimentos de desesperança, pessimismo, irritabilidade, sentimento de culpa, inutilidade ou desamparo, diminuição de energia, perde de interesse, humor triste. Esse transtorno atinge pessoas de qualquer idade e é uma das principais causas de incapacitação profissional.

 

  1. Síndrome de Burnout

Ou síndrome do esgotamento, é um distúrbio psíquico muitas vezes provocados por condições de trabalho desgastantes que reflete em atitudes negativas, como: agressividade, mudanças de humor, ausência no trabalho, dificuldade de concentração, insônia e outros. Seu diagnostico leva em conta sua história pessoal, seu envolvimento e realização no trabalho. Para prevenção é fundamental que o colaborador descanse, mantenha sua vida social ativa, faça exercícios físicos regulares e conviva em um ambiente de trabalho saudável e que tenha programas de valorização profissional.

 

  1. Dor nas costas

Uma das doenças ocupacionais mais comuns é também a que mais causa afastamentos do trabalho nos últimos dez anos, segundo o INSS (Instituto Nacional Seguro Social). Esse problema pode ser solucionado com cadeiras confortáveis e próprias para o trabalho, também é importante informar e educar os colaboradores sobre ergonomia, ensinando posições corretas e exercícios para as dores. E também com ações dentro da empresa, como aulas laborais de ginástica e massagem.

 

  1. LER – Lesão Por Esforços Repetitivos

A lesão por esforços repetitivos tem como queixa maior a dor na articulação, fraqueza, formigamento, rigidez e inchaço nos membros superiores e inferiores. O problema é causado por esforços repetidos continuadamente, os profissionais mais expostos a doença são músicos, motoristas, atendentes de telemarketing, atletas e outros. Para o tratamento é necessária uma avaliação multidisciplinar e tentar evitar as atividades repetidas continuadamente, faça algumas pausas.

 

  1. Problemas de Visão

É muito importante o cuidado também com a saúde visual, principalmente para trabalhos que envolvam tecnologias ou que ficam expostos à altas temperaturas, pois o calor excessivo danifica o cristalino, região afetada pela catarata. Profissionais expostos a produtos químicos também devem redobrar o cuidado com o uso de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual - e manter os exames sempre em dia.


Para o Dr. José Carlos de Rezende, a medicina preventiva dentro das empresas é extremamente importante a fim de evitar doenças, e até mesmo o afastamento do trabalho. Diante deste cenário, muitas companhias já estão se preparando para encontrar alternativas acessíveis para cuidar do bem-estar de seus colaboradores. No Rio de Janeiro, por exemplo, algumas optaram pelo modelo de medicina corporativa ofertado pela Cuida Mais, startup fundada em 2017, que oferece atendimento de qualidade e preventivo por um custo acessível.
“Desde o início do nosso projeto, temos notado que as empresas têm essa necessidade de oferecer um bom atendimento para seus colaboradores, por um custo acessível. Hoje sabemos que algumas instituições gastam entre 12% e 20% de suas verbas com planos de saúde, o que, para muitas companhias, pode representar um grande déficit econômico. Vale ressaltar que, por vezes, o investimento é realizado de maneira errada, não resolvendo, de fato, as necessidades de saúde. Os altos preços, aliás, restringem o acesso de milhões de brasileiros a consultas médicas e exames”, explica.

 



Cuida Mais

https://www.cuidamais.com.br/


Qual a diferença entre a dermatite de contato e a atópica?

Bijuterias são as que mais desencadeiam dermatite de contato em mulheres

Cerca de 20% das crianças e 3% dos adultos são afetados pela dermatite atópica

 

Existem dois tipos de dermatite de contato: irritativa (80% dos casos) e alérgica. A dermatite de contato ocorre quando há o contato com alguma substância que desencadeia a inflamação (dermatite) na pele. A mais frequente em mulheres é a dermatite de contato alérgica devido ao uso das bijuterias, que são produzidas com sulfato de níquel e cloreto de cobalto.

Produtos de cuidados pessoais como sabonetes, xampus, desodorantes, cremes, produtos químicos capilares, ente eles a tintura de cabelo, são outros causadores de dermatite de contato alérgica. No caso da irritativa temos o exemplo de reação por detergentes e produtos de limpeza causando a reação nas mãos.

O especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dr. Octavio Grecco, conta que esse tipo de alergia também é frequente em algumas profissões, como a de pedreiro, por exemplo, já que ele é exposto diariamente ao cimento, outro agente desencadeante.

Os sintomas da dermatite de contato não são imediatos, podendo ocorrer depois de algumas horas ou até alguns dias, e são caracterizados por reações como vermelhidão, prurido e às vezes formações de vesículas (bolinhas com água) onde ocorreu o contato com o objeto causador da reação.

“Raramente ocorrem reações em vários locais do corpo e, neste caso, chamamos de dermatite de contato sistêmica, que nesse caso representa uma doença mais difícil de tratar. É importante procurar um especialista para obter o diagnóstico correto e o tratamento adequado, pois no caso de ser dermatite de contato alérgica pode tornar-se uma reação crônica”, explica Dr. Grecco.

Dermatite atópica – Cerca de 20% das crianças e 3% dos adultos são afetados pela dermatite atópica, doença que tem origem genética e é considerada crônica. As principais características são pele seca e coceira intensa, que muitas vezes resultam em feridas. É mais comum na infância e cerca de 60% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida.

No bebê as lesões predominam na face (bochechas), pescoço, couro cabeludo e, ocasionalmente, no resto do corpo. Em crianças maiores, adolescentes e adultos a dermatite de contato atinge as dobras dos braços e pernas, face (em pálpebras) e pescoço.

A doença assume forma leve em 80% das crianças acometidas e em 70% dos casos há melhora gradual até o final da infância.

A doença se caracteriza por um processo inflamatório da pele com períodos alternados de melhora e piora. Os intervalos podem ser de meses ou anos entre uma crise e outra, mas alguns pacientes mantêm a doença crônica contínua. Não é contagiosa e está associada à asma e rinite.

Além de ter um fator hereditário, que determina a secura da pele, a dermatite atópica pode ter vários desencadeantes como alimentos, aeroalérgenos (ácaros, fungos, epitélio de animais), perfumes e suor. Os aspectos emocionais desempenham um importante papel, tanto funcionando como fator desencadeante como agravante, evoluindo para a auto-reclusão dos pacientes.

 



ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

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Mês de Combate ao Câncer

Acolhimento humanizado e multiprofissional complementa tratamento e preserva qualidade de vida do paciente com câncer

O acompanhamento por uma equipe de profissionais se mostra essencial para fugir de embates com a doença. Mais do que lutar, o paciente oncológico deve viver

 

Existe hoje um conhecimento coletivo de que o tratamento oncológico depende muito da tecnologia. De fato, houve importantes avanços tecnológicos nas últimas década, que permitem não só o tratamento, mas o diagnóstico precoce do tumor. No entanto, com o desenvolvimento do conhecimento, o câncer caminha para se tornar um problema de saúde crônico, com o qual é possível viver por muitos anos e com qualidade. "Essa mudança de paradigmas reforça a necessidade de ter um olhar completo sobre os cuidados com a saúde do paciente. Dessa forma, é essencial contar com uma equipe multiprofissional que tem como objetivo maior a preservação da autonomia e felicidade do indivíduo com câncer", explica Dr. Olavo Feher, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Somente em 2020 o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou mais de 600 mil novos casos no país.1

Enfermagem, psicologia, odontologia, farmácia, nutrição, fisioterapia, consultoria de imagem, além de outras especialidades como a estomatologia e a fonoaudiologia, compõem a equipe multiprofissional. "Nós consideramos esse time de profissionais como o ponto de partida, mas em casos específicos, em que a doença afeta outras funcionalidades, podemos contar com outros especialistas", esclarece o oncologista. Confira abaixo como a equipe multiprofissional atua e os benefícios que promovem.

Novas forma de cuidar

Ao passo em que oncologistas e o time de profissionais estabelecem novos protocolos de tratamento e cuidado, a ciência busca entender seus impactos na qualidade de vida, condição de saúde, adesão ao tratamento e até no desfecho clínico. A psicologia, por exemplo, é uma das áreas cujos efeitos têm sido amplamente estudados.

Diversos estudos indicam os benefícios que a abordagem multiprofissional pode oferecer ao paciente, bem como o impacto de sua ausência. Os efeitos fisiológicos diretos da doença e do tratamento associados a carga psicológica, por exemplo, afetam o corpo e eventualmente o cérebro, levando a mudanças no sistema neuroendócrino e imunológico com consequências abrangentes na saúde mental e comportamento.2

Cerca de 11% dos pacientes oncológicos têm depressão, 10,2% convivem com a ansiedade e 12,5% tem algum transtorno para se ajustar a nova realidade. Essas comorbidades psiquiátricas levam a uma redução significativa na qualidade de vida em pacientes com câncer, e podem ser associadas a um aumento da dor. Estudos sugerem que a terapia de comportamento cognitivo, psicoeducação, hipnose, técnicas de relaxamento, ioga e exercícios podem ser indicados em diferentes estágios da doença pois visam melhorar o enfrentamento e aceitação por meio da modulação de atividades e mudando o foco de atenção.2

"A assistência multiprofissional e integrada pode auxiliar no tratamento específico do tumor, seja imunoterapia, quimioterapia, radioterapia ou até a cirurgia. A prevenção e o cuidado com as condições físicas e psicológicas que acompanham o diagnóstico favorecem o fortalecimento do indivíduo, tornando-o mais preparado para lidar com o momento delicado e aumentando a adesão ao protocolo", finaliza o especialista.

 


Referência

• Estatísticas de Câncer. Acesso em 29/01/2021. Disponível em https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer.

• Psyco-oncology. Acesso em 28/01/2021. Disponível em https://www.dialogues-cns.org .


Covid-19 - Portadores de Miastenia podem tomar as vacinas contra a COVID-19?

e acordo com dados epidemiológicos mundiais de distúrbios neuromusculares, a estimativa é 1,5 mil novos casos por ano de Miastenia Gravis no Brasil


A Miastenia Gravis é uma patologia autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos, a junção muscular. Atualmente, São Paulo representa 28% de pacientes com a doença, de difícil diagnóstico e sem cura, é caracterizada pela fraqueza muscular nos braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e dificuldade para falar, mastigar e engolir.

De acordo com o Ministério da Saúde, 25% dos miastênicos apresentam somente os sintomas oculares, como ptose (pálpebra caída) e visão dupla. Já os que têm sintomas mais leves e generalizados nos músculos oculares, nas pernas e braços correspondem a 35% dos casos. Os mesmos sintomas em graus moderados e graves, mas acompanhados de fraqueza nos músculos da região bulbar – que afetam a fala e a deglutição – representam 20% dos casos. 

“A pandemia de COVID-19 gerou muitas dúvidas sobre a imunização, já que os portadores podem ser considerados do grupo de risco. Apenas os que apresentam sintomas oculares, sem sintomas em outras regiões e que não fazem uso de corticoides e imunossupressores são considerados exceção”, explica o médico neurologista e diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia Gravis (ABRAMI), Eduardo Estephan.

O tratamento consiste, na maioria dos casos, no uso de corticoides ou imunossupressores, medicamentos que afetam a imunidade e, consequentemente, a resposta vacinal. Segundo o especialista, “ainda não se sabe o quanto essas medicações podem diminuir o efeito da vacina, já que não há estudos científicos com esse grupo de pacientes. Quanto aos pacientes timectomizados, provavelmente, o sistema imunológico deles não é tão afetado quanto o dos imunossuprimidos, mas também pode haver um efeito menor da vacina. De qualquer forma, a recomendação é que os portadores de Miastenia Gravis tomem a vacina, embora saibamos que nos pacientes imunossuprimidos o efeito dela pode ser menor”, esclarece.

O médico observa ainda que é fundamental prestar atenção no momento certo de tomar a vacina. Algumas pessoas apresentam uma reação vacinal com sintomas leves, como dor de cabeça e na região onde foi feita a aplicação. Essas reações duram de um a dois dias e são transitórias, mas podem levar a piora dos sintomas miastênicos enquanto durarem, como pode acontecer com qualquer inflamação. Por isso, recomenda-se que qualquer vacina seja tomada no momento que o paciente estiver bem compensado da doença, e a abordagem desse tema com o médico que faz o acompanhamento do paciente é muito importante.

Ainda segundo ele, muitos miastênicos têm receio de que o estímulo imunológico piore com a vacina. A Miastenia Gravis ou adquirida é uma doença autoimune, diferente da Miastenia Congênita. Contudo, a maioria das vacinas existentes já é administrada em pessoas com Miastenia Gravis – exceto as que são feitas com vírus vivos para quem usa imunossupressor – e não parece haver frequentes eventos dessa natureza.

“O ideal é conversar com o médico que esteja acompanhando o caso para que se considere o melhor momento de tomar a vacina”, recomenda o Dr. Eduardo. Vale lembrar que os imunossuprimidos fazem parte do terceiro grupo, que inclui pessoas com morbidades, sendo que a vacinação desse grupo será posterior a dos profissionais de saúde, idosos e indígenas.


Sinovac/Butantan ou AstraZeneca/Fiocruz?

As duas vacinas disponíveis no Brasil são as do Laboratório Sinovac/Instituto Butantan e da AstraZeneca/Fiocruz. A vacina da Sinovac/Butantan usa o vírus inativado, ou seja, morto por processos químicos. A vacina da AstraZeneca/Fiocruz usa outro método, um vetor viral (adenovírus) geneticamente modificado que contém uma “mensagem” no código do vírus. Ela é enviada ao sistema imunológico, que a reconhece e começa a produção de proteínas para estimular as defesas.

Sendo assim, ambas não usam vírus vivos como agente imunizante (o vírus contido na vacina da AstraZeneca/Fiocruz é apenas um vetor), portanto podem ser administradas em miastênicos, incluindo os que fazem uso de imunossupressores. Mesmo os que já tiveram a COVID-19 devem ser vacinados para evitar casos de reinfecção, já que ainda não se sabe o tempo de cobertura da imunização. A recomendação dos especialistas para quem foi infectado é que aguarde o período de quatro semanas a partir da data do primeiro sintoma, para que não seja confundido com uma possível reação vacinal.

De acordo com o Dr. Eduardo, menos de 1% dos imunizados apresentou efeitos adversos, como fadiga, febre, coceira, dores no corpo e na região da aplicação. “Dessa forma, mesmo que a fraqueza muscular se manifeste após a primeira dose, vale a pena se imunizar, já que os sintomas são passageiros”, finaliza.

É fundamental lembrar que as duas vacinas devem ser administradas em duas doses para fazer efeito. O intervalo entre uma dose e outra é de 14 a 28 dias no caso da vacina do Butantan e de 12 semanas para a vacina da Fiocruz. Os especialistas recomendam ainda que os pacientes que fazem uso de imunossupressores fiquem em observação por uns 15 minutos após a aplicação da vacina, por precaução.

Para mais informações sobre miastenia, acesse o site: https://www.miastenia.com.br/abrami/

 

 

Dr. Eduardo Estephan - Médico neurologista do Ambulatório de Miastenia do Hospital das Clínicas e do Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina, ambos de São Paulo.


Musculação na infância: entenda quais os riscos e benefícios da prática

Com a crescente e cada vez mais constante busca por um corpo saudável, muitas pessoas passaram a recorrer às academias para atingir seus objetivos e ganhar maior qualidade de vida. Cada vez mais novos, crianças e adolescentes também têm buscado pela prática de exercícios físicos, como é o caso do filho da atriz Carol Nakamura, cujo físico foi bastante comentado nas redes, recentemente, após ter uma foto sua publicada pelo pai. Wallace, que tem 10 anos, já apresenta um abdômen bem definido por conta da prática de jiu-jitsu. Ainda, com o retorno das aulas se aproximando, as crianças irão retornar a ter mais atividades físicas na rotina.

Mas existem muitas dúvidas sobre os melhores tipos de treino para cada idade e se existem riscos ao começar na infância. "Ao contrário do que se imagina, não existe uma idade mínima ou indicada para o começo da musculação. Porém, são necessários alguns cuidados com as crianças. Havendo interesse, podem iniciar a prática em qualquer idade, mas devem ser avaliadas as capacidades motoras e cognitivas, além de seguir as ordens de segurança. Reforçando que é preciso sempre haver um instrutor ou professor para garantir que os jovens estejam bem assistidos e que a execução dos exercícios seja bem orientada", diz Dr. Jan Willem Cerf Sprey, da Clínica SO.U, Médico do Esporte e especialista em Ortopedia e Traumatologia Esportiva.

Quanto aos riscos à saúde, a prática de exercícios com carga, seja fixa, solta ou do próprio corpo, pode gerar lesões, assim como nos adultos. Porém, há uma tendência menor de ocorrer lesões por sobrecarga na infância, como distensões e estiramentos. "Nessa fase da vida, é mais comum que haja algum dano acidental, que pode ser evitado com um profissional capacitado orientando e auxiliando durante toda a sessão de treinamento, desta forma evitando cargas excessivas e movimentos incorretos", explica o médico.

Não existe uma modalidade mais indicada para cada faixa etária. Isso vai depender da capacidade motora e do interesse da criança. Porém, recomenda-se que:

• Assim como em adultos, não sejam usadas substâncias que aumentem o desempenho ou esteroides anabolizantes.

• Antes de iniciar um programa formal de treinamento de força, uma avaliação médica seja realizada por um pediatra ou médico do esporte.

• Crianças com doença cardíaca congênita complexa (cardiomiopatia, hipertensão da artéria pulmonar ou síndrome de Marfan) devem realizar uma consulta com um cardiologista pediátrico antes de começar um programa de treinamento de força.

• O condicionamento aeróbico deve ser combinado com o treinamento resistido se o objetivo for benefícios globais à saúde.

• Os programas de treinamento de força devem incluir 10 a 15 minutos para aquecimento e para relaxar o organismo após o treino.

• Os jovens devem ter ingestão adequada de líquidos e nutrientes.

• Exercícios de força específicos devem ser aprendidos inicialmente sem carga (sem resistência).

• Depois de dominar a técnica de cada exercício, cargas incrementais podem ser adicionadas usando peso corporal, pesos livres ou outras formas de resistência.

• Treinamento com pesos deve ser sempre supervisionado e orientado por profissionais habilitados.

"Existem evidências científicas suficientes que atestam que a prática de exercícios resistidos na infância, ou seja, que envolvem forças opositoras utilizando cargas progressivas, diferentes velocidades e tipos de movimento, trazem benefícios à saúde, ao condicionamento físico e à performance de outros esportes", conta Dr. Jan. Entre esses reflexos positivos, estão:

• Tendência a se machucar menos ao praticar outros esportes e, quanto acontece, a reabilitação é melhor.

• Melhor massa óssea futura.

• Ganho de força muscular.

• Melhora na composição corporal.

• Melhora no perfil lipídico (colesterol e triglicérides).

• Menor chance de desenvolver doenças crônicas, como obesidade, diabetes e pressão alta.

• Maior autoconfiança.

• Menor risco de desenvolver depressão e ansiedade.


Marca-passo: mitos e verdades sobre o dispositivo cardíaco

 Especialista responde às principais dúvidas sobre essa invenção que revolucionou a vida de tantas pessoas


O marca-passo é um dispositivo elétrico implantado sob a pele de pessoas que sofrem com um ritmo cardíaco muito lento, o que pode ser uma ameaça à vida. O primeiro marca-passo implementado foi há apenas 63 anos, pelas mãos do cirurgião cardíaco sueco Ake Senning. O procedimento mudou para sempre a vida de seu paciente, um engenheiro de 40 anos com uma séria deficiência no bombeamento de sangue.

Por ser uma invenção médica relativamente nova, muito se especula sobre como é a vida de quem usa marca-passo. Essa pessoa é barrada em detector de metais? Ela pode ou não usar aparelhos eletrônicos? Pode viajar de avião? E assim por diante. O cardiologista do Hospital Brasília Edson D’Avila explicar o que é real e o que é mito sobre o assunto.


Quando colocar um marca-passo é indicado?

“A colocação de um marca-passo é indicada quando existem alterações no sistema elétrico do coração que tornam os batimentos cardíacos muito lentos, levando a cansaço, fadiga e desmaios”, explica o cardiologista. Alguns exemplos são condições como bradicardia, bloqueio atrioventricular e insuficiência cardíaca.

O marca-passo monitora constantemente o coração e intervém de forma autônoma em caso de abrandamento do ritmo cardíaco. Isso acontece por meio do envio de impulsos elétricos que, por sua vez, causam contração e são capazes de restaurar o ritmo correto do órgão.


Como é a vida de quem usa marca-passo?

“É uma vida normal, pois o dispositivo por si só não altera a rotina diária do paciente. O que pode mudá-la é a gravidade da doença cardíaca que levou à colocação do aparelho em questão”, pontua Edson. Apesar de, no pós-operatório imediato, o paciente poder sentir algum desconforto, logo após os primeiros dias, ele já pode retornar às suas atividades diárias normalmente (desde que não haja esforço excessivo). 

Vale destacar que os marca-passos atuais são dispositivos muito eficazes, que geralmente não apresentam nenhum mau funcionamento. Além disso, se o paciente seguir as medidas de precaução recomendadas pelo cardiologista e for periodicamente às consultas para verificações do aparelho, é possível manter a sua qualidade de vida. A bateria do marca-passo dura, em média, de 8 a 10 anos, daí a necessidade de uma avaliação semestral do dispositivo.


Quem tem marca-passo pode fazer tomografia?

O especialista explica que sim, quem tem marca-passo pode fazer tomografia. Muitas pessoas confundem esse procedimento com a ressonância magnética, um dos exames que o portador do dispositivo não pode fazer. Há alguns modelos mais modernos de marca-passo (chamados de “condicionados”) que permitem a realização do exame. Mas a grande maioria deles não é compatível com a ressonância magnética. Nesse caso, seu funcionamento pode ser alterado por uma interferência da ressonância magnética. Por isso, quando o paciente usa um marca-passo e precisa de atendimento com outro especialista além do cardiologista, precisa informá-lo sobre o uso do dispositivo.


Quem usa marca-passo pode dormir em colchão magnético?

Essa é uma dúvida relativamente comum, e a resposta é: não recomendamos. O colchão magnético acelera o desgaste da bateria do dispositivo.


Quem tem marca-passo pode usar celular?

De fato, algumas ferramentas eletrônicas ou eletrodomésticos podem interferir no implante e alterar sua função. No entanto, quem tem marca-passo pode usar celular, sim! O importante é evitar a proximidade do telefone celular com o peito, ou seja, nunca deixa-lo no bolso posicionado no mesmo lado em que foi feito o implante e sempre usá-lo no ouvido contralateral ao marca-passo.


Quem tem marca-passo pode enfartar?

O médico pontua que sim, quem usa marca-passo pode enfartar. “Enfartos são causados por alterações nas artérias do coração e o marca-passo trata o sistema elétrico, o que impossibilita a avaliação do eletrocardiograma durante um episódio de ataque cardíaco”, explica.


Quem tem marca-passo pode usar micro-ondas?

A resposta é positiva, mas deve-se ficar mais afastado do aparelho durante o seu funcionamento.


Quem tem marca-passo pode viajar de avião?

O cardiologista do Hospital Brasília destaca que, apesar de poderem viajar de avião, é importante que os pacientes com o dispositivo avisem que são usuários do aparelho. “Apesar de os detectores de metais de aeroportos não interferirem no implante em si, podem acionar o alarme conectado a eles, porque a estrutura é de metal. Para evitar essas situações, é bom informar sua condição à equipe de segurança e passar por verificações alternativas”, complementa Edson.


Que exames o portador de marca-passo não pode fazer?

Como mencionamos anteriormente, é importante avaliar com o seu médico a realização de uma ressonância nuclear magnética. Fora esse, todos os outros são totalmente permitidos.


Quem usa marca-passo pode trabalhar normalmente?

Quem usa o implante pode trabalhar, a única coisa que pode afetar a rotina laboral é a doença de base. Como recomendação médica, é importante que os profissionais dedicados a atividades de risco, como motoristas ou pilotos, discutam os seus casos com o especialista, para uma avaliação detalhada e um direcionamento específico.

 


Hospital Brasília


Mais de 50% da população indígena já foi vacinada

Foto: divulgação/Sesai
Indígenas estão entre os grupos prioritários da primeira fase da imunização contra a Covid-19

 

Cerca de 20 dias após o início da vacinação entre os indígenas com mais de 18 anos atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) e as especificidades da ADPF 709, cerca de 51% dessa população (mais de 200 mil indígenas) já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Desde o dia 19/01, o trabalho de imunização é realizado pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) - responsáveis por levar atenção básica de saúde às áreas indígenas.

O Ministério da Saúde enviou 907.200 doses de imunizantes, contemplando duas doses por pessoa, aos 34 DSEI. A logística de distribuição das vacinas segue o Plano Nacional de Operacionalização contra a Covid-19 e conta com a parceria do Ministério da Defesa e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para o transporte das doses até os Distritos. A SESAI realiza a campanha de vacinação em aproximadamente seis mil aldeias com uma estratégia operacional que envolve 14 mil profissionais de saúde indígena.

O secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, comemora o avanço significativo da vacinação, mesmo as equipes enfrentando dificuldades de acesso às aldeias, que é feita por meio de transportes aéreo, fluvial e rodoviário, e depende também de condições climáticas favoráveis para voos e deslocamentos. “Mesmo com todas as questões logísticas que a SESAI se depara, já ultrapassamos a marca de 50% da nossa população atendida já vacinada nessa primeira fase. Já estamos numa situação muito favorável, aquém das nossas expectativas, e todos em breve serão vacinados”, afirma.

Os dados de doses aplicadas e coberturas vacinais da população indígena das aldeias estão sendo disponibilizados no portal da Saúde indígena. Como nas áreas mais remotas não há sinal de celular ou acesso à internet, ainda há dificuldade de registro imediato na inserção das doses no Sistema de Informação do PNI. De acordo a SESAI, não houve registros de eventos adversos na aplicação do imunizante entre a população indígena. 


DADOS

O Brasil tem aproximadamente 755 mil indígenas cadastrados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) e atendidos pela ADPF 709. Desses, 410 mil são maiores de 18 anos e poderão ser imunizados neste primeiro lote. Os 20 mil profissionais de saúde das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena dos 34 DSEI também receberão o imunizante.

Desde o ano passado, a SESAI vem realizando um trabalho de conscientização nas aldeias. Os profissionais de saúde reforçam a importância de que todos sejam imunizados, ressaltam a não obrigatoriedade da vacinação, e reafirmam que as vacinas são seguras e possuem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.

Os indígenas do contexto urbano ou rural serão imunizados pelos serviços municipais ou estaduais de saúde, de acordo com o cronograma de cada localidade. 

 

 

Karina Borges


Ministério da Saúde


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