Pesquisar no Blog

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Adoção de inteligência artificial pode adicionar 4,2 pontos percentuais de crescimento adicional ao PIB do Brasil até 2030

Estudo encomendado pela Microsoft à consultoria FrontierView mostra que se o país adotar fortemente a tecnologia, a recuperação dos efeitos da pandemia da COVID-19 pode ser mais rápida - tanto na economia quanto na produtividade dos brasileiros


A pedido da Microsoft, a consultoria americana FrontierView realizou o estudo “A Inteligência Artificial (IA) na era da COVID-19: Otimizando o papel da IA na geração de empregos e crescimento econômico na América Latina”, para analisar como a economia, a produtividade e os empregos no Brasil poderiam se beneficiar se o país maximizasse a adoção de IA até 2030 - esse cenário se tornou mais provável com a aceleração da transformação digital que ocorreu durante a pandemia  da COVID-19. De acordo com a análise da consultoria, o país pode vivenciar dois cenários distintos: o benefício mínimo e o máximo com a adoção plena da IA, que diferem em quanto de investimento o Brasil pode gerar na expansão de indústrias existentes e novas por meio da implementação de novas tecnologias. No primeiro cenário, espera-se que o uso da IA adicione 1,8 ponto percentual ao PIB brasileiro até 2030; no segundo cenário, o crescimento adicional poderia chegar a 4,2 pontos percentuais. Ambos os cenários pressupõem que o país adote todas as funcionalidades de IA disponíveis atualmente até 2030. O segundo cenário pressupõe que as empresas e o governo usem a IA para expandir suas operações (não apenas para automatizar tarefas), e que o mercado de trabalho do Brasil possa atender à demanda por novos trabalhos habilitados pela IA. O estudo foi feito pela primeira vez no ano passado (confira aqui) e agora a consultoria fez uma análise adicional sob a perspectiva da COVID-19.

A pandemia do novo coronavírus trouxe impactos negativos ao país em termos de emprego e negócios, levando algumas empresas ao encerramento. Porém, houve uma curva de crescimento positiva na transformação digital tanto das empresas quanto da sociedade, que passou a comprar digitalmente - dois cenários que podem motivar a adoção da IA. As vendas do comércio eletrônico no Brasil, por exemplo, mais que dobraram de abril a agosto em relação ao mesmo período de 2019 (+ 105% de aumento anual), conforme mostra o gráfico a seguir. Embora as vendas no varejo devam retornar intensamente, muitos consumidores optarão por continuar comprando on-line, contribuindo para a evolução dos números do varejo virtual na realidade pós-pandemia.


“A Inteligência Artificial tem um imenso potencial de transformar os negócios e a nossa sociedade, mas para se beneficiar dessas oportunidades, precisamos garantir que ela seja conduzida de maneira ética, responsável e que seja acessível a todos. Por isso, a Microsoft segue firme em seu compromisso de democratizar o uso da IA, em entender seus impactos e garantir que as pessoas estejam preparadas para fazer uso dessa tecnologia”, diz Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. 

De acordo com a análise do estudo, a Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta para auxiliar o país na recuperação econômica, reduzindo custos, melhorando a arrecadação de impostos e estimulando a liberação de crédito para movimentar a economia. A IA pode acelerar a formalização do trabalhador informal por meio de plataformas digitais, expandindo efetivamente a base tributária e melhorando a arrecadação de impostos. Segundo dados do IBGE, a taxa de informalidade no trimestre encerrado em agosto foi de 38%, o que equivale a 31 milhões de trabalhadores que atuam por conta própria ou que não têm carteira assinada. Outros benefícios poderiam ser observados no combate à evasão fiscal, capacitando os inspetores fiscais com ferramentas de previsão que podem ajudá-los a identificar mais facilmente os comportamentos fraudulentos; na adoção de IA para a previsão de déficits de receita tributária e nos impactos econômicos de diferentes alocações orçamentárias ou incentivos fiscais. 

A indústria de Fintechs já está usando IA para eliminar muitos dos vieses humanos e avaliações de solvência ineficazes que estavam dificultando o acesso ao crédito não apenas para determinados grupos de renda e sociais, mas também para pequenas e médias empresas com capacidade de crédito, especialmente aquelas que operam no setor informal.

Para contextualizar a posição do Brasil em relação à América Latina, a pesquisa analisou Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru e Porto Rico.  De uma perspectiva país a país, México, Brasil e Costa Rica veriam os maiores saltos no crescimento econômico atribuídos pela adoção da IA, e a Argentina os mais baixos.

“Nossa pesquisa aponta que Inteligência Artificial pode ser um impulsionador da retomada econômica do Brasil após a pandemia da COVID-19. Com as estratégias e investimentos certos o país pode elevar seu crescimento econômico e aumentar a produtividade da população”, afirma Pablo Gonzalez Alonso, diretor de Pesquisa da América Latina na FrontierView. 

 

AI e empregos

O estudo também analisou os impactos que a Inteligência Artificial pode gerar nos empregos, levando em consideração não apenas os efeitos da automação do trabalho, mas também a criação de novos empregos. O modelo geral prevê que de todas as horas que os brasileiros trabalharão em 2030 com base nas projeções pré-COVID-19, 46% delas poderão ser automatizadas com o uso da IA. No entanto, a criação de novos empregos mitigaria o efeito final sobre a demanda por mão de obra. No cenário de benefício mínimo de IA, a demanda por mão de obra se recuperaria de 46% das horas de trabalho reduzidas (ou economizadas) para 23%; e no cenário de benefício máximo de IA, em que o governo e as empresas não a estão utilizando apenas para automatizar tarefas de trabalho, mas também para expandir seu alcance e operações, a demanda por mão de obra se recuperaria da mesma redução inicial de 46% para uma redução líquida de apenas 7%.

O estudo da FrontierView apontou que uma redução na demanda por força de trabalho não levaria automaticamente à perda de empregos em todos os casos. De acordo com a consultoria, as empresas poderiam atribuir novas tarefas aos funcionários que tiveram suas horas reduzidas, ou até mesmo diminuir a carga horária graças aos ganhos de produtividade que a IA oferece; isso também seria alinhado com as crescentes demandas dos funcionários por um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.


É importante ressaltar que para o Brasil atingir o cenário de Benefício Máximo da IA é necessário estimular a adoção dela para a melhoria de produtos e serviços nos setores público e privado, levando à expansão dos negócios e maior acesso aos serviços públicos. Isso aumentaria a demanda por mão de obra com o impacto inicial da IA e aumentaria a demanda por profissões focadas em tecnologia em todas as indústrias.

Ainda no contexto dos empregos, no cenário de benefício máximo, a demanda por profissionais altamente qualificados aumentaria significativamente, passando de 34% do total de empregos para 54% até 2030. Nesse cenário, a qualificação e a requalificação de profissionais tornam-se imprescindíveis, pois os demais níveis passariam por uma diminuição nas ofertas para trabalhadores de média (-31%) e baixa qualificação (-44%). No cenário de benefício mínimo, os empregos altamente qualificados aumentariam sua proporção em 16 pontos percentuais, de 34% para 50% do total de empregos até 2030.

Na análise dos países latino-americanos, o Brasil tem a segunda maior oportunidade de aumentar seu crescimento de produtividade e equipará-lo ao de países desenvolvidos na região logo após o México, que ocupa a primeira posição, - à medida em que se automatizem tarefas de baixo valor agregado e graças à qualificação dos trabalhadores. Isso se baseia nos níveis atuais de produtividade por indústria e por ocupação no país, e presumindo que o Brasil possa se igualar aos níveis de produtividade dos Estados Unidos para as mesmas indústrias e ocupações graças à plena adoção da IA e à qualificação generalizada de sua força de trabalho.

 

Requalificando o mercado

Para que se possa aproveitar o potencial trazido pela IA e a demanda por profissionais qualificados para as novas tecnologias, o Brasil não deve contar apenas com os já existentes e novos graduandos em cursos nessa área, é necessário requalificar a população.  

De acordo com análise da FrontierView, o Brasil deve focar na melhoria da formação de sua força de trabalho e na criação de um ambiente de inovação para acelerar a adoção da IA garantindo, ao mesmo tempo, acesso igualitário à tecnologia e implementação inclusiva da IA. É necessário estimular a participação das mulheres nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português), o acesso à educação para todos os brasileiros independentemente da origem socioeconômica e o acesso à tecnologia por todas as empresas, independentemente do porte.

Para endereçar esses desafios, a Microsoft lançou iniciativas que buscam auxiliar na capacitação e recapacitação profissional e reforçar o compromisso da companhia com o país. Foi apresentado, em outubro, o programa Microsoft Mais Brasil, em que uma das iniciativas é voltada à requalificação profissional. Trata-se da “Escola do Trabalhador 4.0”, uma plataforma de ensino remoto desenvolvida pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (SEPEC/ME) em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que inclui cursos da Microsoft por meio da ferramenta Microsoft Community Training. A plataforma estará disponível para brasileiros de todo o país e tem como objetivo atender até 5.5 milhões de candidatos a emprego até 2023. A Microsoft irá disponibilizar 58 instrutores para oferecer orientação personalizada para até 315 mil pessoas. 

A Microsoft também anunciou em outubro a disponibilidade no Brasil de um programa com o LinkedIn para a capacitação de pessoas com cursos gratuitos. O programa global, que agora é suportado em português, oferece 9 rotas de aprendizagem e reúne um total de 96 cursos de capacitação que foram pensados de acordo com as profissões mais demandadas e habilidades mais desejadas no mercado, levando em consideração tanto habilidades técnicas, quanto as chamadas soft skills. O programa foi lançado globalmente em julho nos idiomas inglês, francês, espanhol e alemão, tendo atingido, até o momento, cerca de 10 milhões de pessoas. Nossa meta é que o programa atinja 25 milhões de pessoas em todo o mundo.   

Para debater os impactos e oportunidades trazidas pela IA, a Microsoft criou o AI Industry Board, comitê que tem como objetivo discutir o uso ético e responsável da Inteligência Artificial, no qual representantes de diversas empresas e organizações do país debatem quais são os desafios e oportunidades trazidos pela adoção da tecnologia. Nas reuniões são discutidos temas como o processo de retomada econômica, como a tecnologia pode impulsionar os negócios e que a requalificação em habilidades voltadas às tecnologias emergentes é essencial para se beneficiar do potencial trazido por elas. 


Semana da Família

 

Como aproveitar a família em meio às restrições da quarentena


A natureza é sempre um convite ao convívio. Ainda que a distância, é possível fazer trilhas, curtir sons e conhecer os benefícios de uma vida ao ar livre


Nesta semana, comemora-se o Dia Nacional da Família (dia 8), qualquer que seja o formato pelo qual ela se estabeleça. A data é uma forma de celebrar essa união e a importância desse vínculo para o pleno desenvolvimento e o bem-estar do indivíduo, em especial crianças e adolescentes, garantindo direitos como educação, saúde, boa alimentação, cultura e entretenimento. Neste ano, a celebração em família acontece em plena quarentena, em um cenário de distanciamento social que desafia a criatividade.

Para ajudar a montar uma programação que cative a todos, uma boa sugestão é buscar atividades de conexão com a natureza e locais ao ar livre. O ambiente natural – ainda que a distância e visitado de forma on-line – reenergiza, promove o bem-estar, traz boas lembranças, produz novos conhecimentos e ainda desperta interesses que podem ser úteis aos planos futuros, como próximos passeios, assim que a situação da pandemia permitir.

“A quarentena colocou a tecnologia como a grande mediadora das relações humanas. Isso envolveu também a nossa relação com a natureza. As pessoas ficaram impossibilitadas de viajar e sair de casa; tiveram seu contato com a natureza restrito. Entretanto, a nossa capacidade nos adequarmos às situações também instiga a criatividade. Conseguimos nos conectar com a natureza no jardim; pela janela de casa, observando nuvens, pássaros e a força do vento; ou plantando uma semente e acompanhando a planta ganhar vida e se desenvolver. A natureza faz parte do nosso ser e é essencial para cada um de nós”, afirma a coordenadora de Comunicação Institucional da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Melissa Barbosa.

Confira algumas possibilidades para aproveitar bem esta semana em boa companhia:


Viagens e passeios virtuais

Tours e experiências virtuais em museus e atrações icônicas ao redor do mundo foram democratizadas durante a quarentena. Fazer isso em família é ainda mais divertido. É possível fazer um tour no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, no Museu do Louvre, no Museu do Vaticano e no Museu Metropolitano de Nova York. Ou um tour aéreo, com imagens em 360º, sobre as Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Sem sair de casa, a família toda também pode passear na natureza e fazer uma trilha virtual dentro de uma reserva ecológica. Para conhecer a Mata Atlântica com um guia especializado, é só visitar a Reserva Ecológica de Guapiaçu ou o Parque das Neblinas.


Cinema em casa

As plataformas de streaming trazem um enorme cardápio de conteúdos de qualidade para ser curtido em família. Lançado em novembro, o filme Começo da Vida 2: Lá Fora (2020) aborda a importância da conexão das crianças com a natureza e faz um convite à reflexão sobre um futuro coletivo e mais saudável para nós e para o planeta. O documentário, dirigido por Renata Terra, foi produzido pela Maria Farinha Filmes em parceria com o Instituto Alana e a Fundação Grupo Boticário.

Nosso Planeta (2019) é outro documentário que vale a pena apresentar à família. Dividido em oito capítulos, mostra com riqueza de detalhes como os biomas da terra estão conectados e sua participação fundamental para a prosperidade da vida. As filmagens foram gravadas em 50 países, contando com a parceria da WWF para a produção que levou quatro anos para ser concluída. O Brasil também entra na lista de cenários filmados, com destaque para a Reserva Natural de Salto Morato, em Guaraqueçaba (PR).

Música e relaxamento

Um momento de relaxamento em família é sempre bem-vindo. A playlist Escute a Natureza reúne 16 faixas com sons da natureza, criada para estimular as pessoas a dedicarem parte de seu dia para atividades como meditação e ioga, ou para se conectar com o mar, o canto dos pássaros, o coral das aves ao amanhecer, os sons relaxantes produzido pelas baleias, entre outros. Os sons da natureza são como uma música clássica, uma orquestra, têm o poder de auxiliar o indivíduo a relaxar, se liberar das preocupações e transportar os pensamentos para lugares e paisagens que transmitem prazer e serenidade.

 Brincadeiras

Se a ideia é desconectar e deixar a televisão, o computador e o celular de lado, brincadeiras podem ser criadas na hora e render boas risadas. Jogos de mímica de animais; adivinhações – daquelas em que a pessoa precisa adivinhar o objeto ou a pessoa que tem escrita ou desenhada em sua testa –; descobertas no jardim; construir uma história coletiva e piqueniques também são boas opções para estimular o convívio e o diálogo.




Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.

 

Processos de sucessão no Brasil têm solução?

O Brasil é reconhecido por não tem um histórico muito bom quando ao assunto é sucessão. Geralmente, os processos sobrevivem até a segunda geração. Mas essa questão tem solução? O especialista Marcelo Arone ensina três passos básicos para quem está passando por essa situação.


Segundo Marcelo Arone, headhunter e especialista em recolocação executiva, o Brasil não tem o melhor cenário para sucessão. Entretanto, essa realidade pode ser modificada se olharmos para o futuro das empresas de forma mais profissional e menos provinciana: “o jovem de hoje sabe o que quer, e nem sempre é o que a família espera dele”, explica o especialista.

Marcelo afirma que “as empresas que passam por um plano de sucessão sobrevivem até a segunda geração”. É um período curto, especialmente quando estamos falando sobre as expectativas paternas: “muitos pais sonham que seus filhos levem adiante as empresas que eles construíram. Infelizmente, essa não é bem a realidade que vivemos hoje”.

Entre os principais separadores entre sonho e realidade estão a falta de preparo das novas gerações e as diferenças de vocação com o advento das novas tecnologias. “Talvez hoje, tenhamos uma capacidade maior de abraçar diferenças. Mas, até algum tempo atrás, pais analógicos e filhos tecnológicos enfrentaram muitas dificuldades para conciliar suas posições nas empresas”, lembra ele.

O headhunter lembra que “as gerações dos nossos pais e dos nossos avós tinham o dever de assumir a empresa ou o negócio da família, mas essa não é a realidade de hoje. Os jovens querem assumir o comando de seus futuros, que nem sempre serão dentro do seio familiar”.

Marcelo dá algumas dicas para um processo de sucessão bem feito:

  1. Conhecer seus possíveis sucessores, sejam filhos, sobrinhos, netos, entender se eles querem fazer parte da empresa;
  2. Realizar um diagnóstico para entender quais são as habilidades de cada herdeiro;
  3. Preparar e capacitar esse profissional, caso ele deseje mesmo continuar o negócio.

A questão é: “não é porque é da família que o talento ‘está no sangue’. É preciso conscientizá-la sobre suas habilidades e é preciso que ela entenda que não é uma brincadeira, ou mesmo um estágio, é um caminho a ser escolhido, de fato, e há muito em jogo, do nome da família às, muitas vezes, centenas de pessoas que dependem da companhia para sobreviver”, finaliza.

 



Marcelo Arone - Headhunter, especialista em recolocação executiva e sócio da OPTME RH, com 12 anos de experiência no mercado de capital humano. Formado em Comunicação e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero, com especialização em Coach Profissional pelo Instituto Brasileiro de Coaching, Marcelo já atuou na área de comunicação de empresas como Siemens e TIM, e no mercado financeiro, em empresas como UNIBANCO e AIG Seguros. Pelo Itau BBA, tornou-se responsável pela integração da área de Cash Management entre os dois bancos liderando força tarefa com mais de 2000 empresas e equipe de 50 pessoas. Desde então, se especializou em recrutamento para posições de liderança em serviços, além de setores como private equity, venture capital e empresas de Middle Market, familiares e brasileiras com potencial para investidores. Já entrevistou em torno de 8000 candidatos e atendeu mais de 100 empresas em setores distintos.

OPTME Consultoria em RH

www.optme.com.br

contato@optme.com.br

 

4 tendências do varejo para o mundo pós pandemia

Especialista fala sobre como a tecnologia pode ser aliada do consumidor no processo

 

A pandemia transformou, e continua transformando, o nosso dia a dia. Com o varejo não é diferente. As prioridades e demandas dos consumidores não são mais as mesmas, assim como o que se exige das empresas hoje é muito mais presença digital. Ainda que estejam sendo medidos, alguns impactos comportamentais do distanciamento social já podem ser entendidos. Jonatan da Costa, CEO da Área Central — empresa de  tecnologia para a gestão de centrais de negócios, que são empreendedores de um mesmo setor, que se unem para fortalecer suas marcas e tornarem mais competitivos — comenta as principais tendências que se desenham para o futuro próximo. 

 

 

                                                              Disputa entre lojas físicas e virtuais

 

 “Um dos pontos principais é a disputa do varejo online com as lojas físicas, que deve se intensificar. Segundo um levantamento da Ebit|Nielsen, o Dia dos Pais de 2020 teve 8,2 milhões de pedidos online (37% a mais do que no ano passado), que resultaram em um faturamento de R$ 3,5 bilhões (aumento de 41%) e ticket médio de R$ 434 (variação de 3% em comparação ao mesmo período de 2019)”, aponta Jonatan. 

 

 

                                                              Apoio ao comércio local

 

Outra tendência apontada pelo especialista é o apoio ao comércio local, que foi um apelo grande no início da pandemia e virou realidade. “A conscientização adquirida nesse período, de comprar do “mercadinho de bairro”, pode fazer com que o consumidor ainda compre desses estabelecimentos, para que eles não deixem de existir”.  Além disso, a tecnologia é aliada da prática, como a da própria Área Central, que incentiva as compras conjuntas e a gestão das entidades associativas, para que os negócios busquem ações e estratégias de se manterem ativos e relevantes no mercado.

 

 

                                                              Mercados do futuro e automação

 

Uma tendência forte para o varejo também são os chamados “mercados do futuro”, em que a figura do atendente não existe mais, o cliente realiza um auto atendimento, respeitando as regras de distanciamento social. “A automação comercial é uma aplicação da tecnologia muito mais próxima ao dia a dia do lojista devido ao cenário atual. Os conhecidos softwares de gestão são um exemplo prático. Essas ferramentas foram sendo renovadas ao longo dos últimos anos com a expansão da internet, dos sistemas em nuvem, dos dispositivos digitais (smartphones, tablets e notebooks) e seus aplicativos”, diz Jonatan.  

 

Hoje, os sistemas de gestão de loja para automação comercial são mais práticos, rápidos e intuitivos de usar. Além disso, já são mais personalizados para atender as necessidades do varejo, especialmente dos micro e pequenos, inclusive em relação ao investimento para implantação da solução.

 

 

                                                              Transparência e apoio da tecnologia


O especialista alerta que a demanda por transparência também deve ser maior, isso para a cadeia de suprimentos porque o consumidor está cada vez mais exigente e estarão preocupados em saber de onde os produtos vêm. Com isso, os varejistas precisarão ser mais transparentes sobre suas cadeias de suprimentos. “Novamente a tecnologia é aliada, como por exemplo, no desenvolvimento de aplicativos de compra que filtram e traçam a trajetória do produto e o cliente pode dar check em categorias que são essenciais para ele, como produtos veganos ou de empresas que não fazem testes em animais”, finaliza Jonatan. 

 

Instituto Unidos Pelo Brasil pede união pela retomada da economia

Com o anúncio de novas medidas de restrição ao comércio e serviços, o Instituto Unidos Pelo Brasil lançou um alerta pelas redes sociais após o anúncio de fechamento parcial do comércio como medida de combate à pandemia do coronavírus. Para os 150 empresários e 20 entidades que compõem o instituto, além das medidas tomadas em conjunto é preciso ampliar o diálogo com o setor produtivo. 

O mais importante neste momento é um diálogo pensado, do ponto de vista da saúde, em prol da imunização da população e, por outro, em maneiras de manter a economia funcionando plenamente com cuidados necessários para proteger a população economicamente ativa. 

“Chegamos no momento em que a pandemia persiste, é uma realidade, e devemos reagir integrando governo federal e estadual, cidades e a iniciativa privada onde estamos inseridos.”, diz Nabil Sahyoun, líder do Instituto Unidos Pelo Brasil. 


Resultados positivos e ameaças à recuperação

Após a reabertura iniciada no segundo semestre, o consumo das famílias cresceu 7,6% entre julho e setembro após a redução forte de 11,3% no segundo trimestre, segundo dados do IBGE. O crescimento no consumo já reduziu a previsão de queda no PIB, aumentou a demanda na indústria e já levou a inflação e choque de oferta de alguns produtos. 

“Já era previsto o aumento do número de casos quando a economia reabrisse e hoje foi investido muito para adequação de lojas, pequenos comércios, restaurantes, fábricas, aos protocolos exigidos. Estamos ao lado do poder público para mantermos a economia funcionando.”, completa Sahyoun.

Na visão dos membros do Instituto Unidos Pelo Brasil, uma nova rodada de restrições, somada ao cenário macroeconômico como o fim do auxílio emergencial do Governo Federal e a virada do ano que já reduz o consumo das famílias, pode levar à continuidade da crise econômica para 2021. Outra ameaça é a inflação que se dá por conta da falta de insumos em uma quebra da cadeia de produção no primeiro semestre. 

“Não vamos incorrer no mesmo erro que custa muito, reduz a atividade produtiva e, por consequência, o consumo, gera desemprego e problemas de saúde além da pandemia.”, avalia Sahyoun.

O Instituto Unidos Pelo Brasil sugere 6 ações urgentes contra as restrições em curso em alguns estados:

  • Os governos devem priorizar investimentos na saúde: reabertura de leitos específicos para pacientes de COVID-19 e investir na atenção primária da saúde com os agentes de saúde identificando possíveis focos de contágio;
  • É preciso retomar de forma integral a oferta de transporte público que segue restrita em inúmeras cidades para evitar aglomerações;
  • Da mesma forma, aplicar protocolos rígidos, os mesmos que são exigidos da indústria e do comércio, para higienizar espaços públicos e o transporte público;
  • Com novas restrições, os governos municipais podem flexibilizar impostos como o IPTU, por exemplo, e estudar a redução de tributos estaduais como o ICMS. Isso ajuda a dinamizar a economia neste momento de novas restrições;
  • Para o Governo Federal, reforçar as linhas de crédito acessíveis ao pequeno empresário;
  • Governos devem usar a mesma logística das campanhas de vacinação e focar nas ações integradas no momento da distribuição. Com a agilidade da aprovação via Anvisa, não postergar o início da vacinação da população e contar, inclusive, com a estrutura privada neste apoio. 

Natal: Estudo aponta 6 lições de CX para o varejo extraídas da pandemia

Com as datas comemorativas de fim de ano chegando, varejistas precisam saber como vender mais no cenário atual  

 

Se há uma lição que a pandemia da Covid-19 tem apontado é a de que customer experience (CX) é essencial para o sucesso de uma marca, especialmente no varejo. Mesmo com a flexibilização da quarentena e distanciamento social em muitos lugares do mundo, o período de compras para o Natal colocará à prova aquilo que as empresas aprenderam durante os períodos mais difíceis da crise. 

 

Kantar realizou sua pesquisa CX+ com mais de 100 mil pessoas em 17 países para entender suas experiências com algumas das maiores marcas de varejo – locais e globais – e comparou essas respostas com dados de sua pesquisa Barômetro COVID-19 para identificar o que muda e o que fica em termos de tendências de CX.  

 

Dentro da categoria, a empresa de pesquisa avaliou marcas de varejo geral, de supermercados e de moda, e com isso conseguiu extrair aprendizados que vão além da preparação para as vendas de fim de ano, mas também para lidar com um futuro pós-Covid.

 

“Antes da Covid-19, as marcas já não estavam entregando uma boa experiência. Com a chegada da pandemia, ela se tornou essencial para que os clientes fizessem negócios”, afirma Juliana Honda, líder de CX da Kantar. “Apenas 17% dos entrevistados acreditavam estar satisfeitos ou maravilhados com as experiências entregues por marcas de varejo geral, por exemplo.”  

 

O trabalho dos funcionários também é parte essencial de uma boa experiência, e apenas 37% dos entrevistados pela Kantar achavam que os colaboradores das marcas de varejo geral estavam entregando uma excelente CX. 


 

6 lições de CX para o varejo pós-pandemia:  

 

1.    Capacite os funcionários para atender os clientes 

Longe da vista não significa fora da mente para os clientes e a pesquisa mostra que a frustração do consumidor no presencial pode ser tão alta quanto a falta de ajuda online imediata. Encontre maneiras de garantir que os clientes recebam a ajuda de que precisam. 

 

2.    Velocidade é importante 

Os varejistas precisam trabalhar para ajudar as pessoas a controlar sua experiência em termos de tempo para não levar à frustração. O prazer exige certa eficiência, além de surpresas na navegação. 

 

3.    Flexibilidade de realização de comércio eletrônico 

Os dados CX+ e da Kantar demonstram a importância de uma variedade de opções de atendimento no varejo para os clientes. Este é um atributo que o CX+ mostra ser mais desejado pelos consumidores do varejo geral em comparação aos de moda ou alimentos. Essa necessidade da disponibilização de um e-commerce integrado aos outros canais se fortaleceu durante a pandemia.  

 

4.    Revisite a promessa da sua marca 

As marcas começaram a delimitar um território ético e político claro antes da pandemia com campanhas, como o apoio da Nike a Colin Kaepernick. Mas o movimento #MeToo, Black Lives Matter e atividades relacionadas à pandemia esmaeceram a linha entre a autoridade comercial e cívica que torna este território desconhecido. Cada vez mais as marcas deverão tomar posição em questões pertinentes à consciência coletiva. Determinar como exemplificar o propósito e os valores na promessa da marca de uma forma que atenda às necessidades emocionais, sociais e funcionais modernas será fundamental para os varejistas no futuro. 

   

5.    Repense radicalmente a experiência na loja 

A experiência na loja do futuro está configurada para mudar drasticamente, tanto como resultado das mudanças para o online quanto nas atitudes do consumidor. Varejistas cujas portas permaneceram abertas foram forçados a enfrentar uma situação de "fazer ou morrer" para continuar a servir o público. No processo, eles perceberam como sua organização realmente pode ser ágil e como os clientes são receptivos às mudanças e ávidos por novos serviços.  

 

Os varejistas que foram forçados a fechar devem aprender com aqueles que passaram por testes de resistência e inovaram para sobreviver. A experiência na loja e o papel dos funcionários continuarão a evoluir. O desejo do cliente por funcionários que tragam uma ótima experiência na loja não desaparecerá, então os varejistas precisarão descobrir como incentivar uma interação social significativa, mesmo à distância.  

   

6.    Reinvente a experiência omnichannel 

As empresas que carregam um DNA mais ágil usaram a pandemia como uma oportunidade de reinvenção, mas devem continuar a expandir os limites. À medida que as atitudes e o comportamento do consumidor evoluem e o panorama do consumo se transforma após a pandemia, a importância da experiência omnichannel continuará a crescer. Embora a pandemia tenha impulsionado a inovação no espaço online, com os varejistas aprendendo a fornecer serviços offline e online com eficácia, um ambiente omnichannel verdadeiramente combinado surgirá em um futuro próximo. Este será um em que a Realidade Aumentada e a Realidade Virtual e outras tecnologias ajudarão os varejistas a oferecer experiências ricas em conteúdos e sensoriais nesses espaços. Mas os varejistas que oferecem excelência CX omnichannel são aqueles que pensam criticamente sobre como a tecnologia pode aprimorar a experiência humana.  

 

“Compreender onde e como fornecer produtos, serviços e experiências que beneficiam os clientes da melhor maneira exigirá pesquisas e reavaliações contínuas”, diz Juliana.  


Bons condutores poderão ter benefícios fiscais com o Cadastro Positi


Lei prevê que União, Estados e Municípios deverão regulamentar os benefícios fiscais e tributários que serão concedidos aos bons condutores

 

O Cadastro Positivo de Bons Motoristas foi sancionado pela Presidência da República no mês de outubro e deve entrar em vigor, junto com as demais alterações no Código de Trânsito Brasileiro, em abril de 2021. Segundo a proposta aprovada, bons motoristas são aqueles que não cometerem infrações num período mínimo de 12 meses, e poderão receber até benefícios fiscais por isso.

            Julyver Modesto de Araujo, comentarista do CTB Digital, especialista em trânsito, e membro do Conselho de Trânsito Estadual de São Paulo e da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran, tira algumas dúvidas sobre como o cadastro vai funcionar. “Dados da Prefeitura de São Paulo, por exemplo, que tem uma frota de pouco mais de 9 milhões de veículos registrados, apontam que 94% desses veículos não tiveram nenhuma multa no ano de 2020. Dos 6% que têm multas de trânsito, 75% têm apenas uma. Ou seja, o número de veículos que apresentam condições de atingir o limite máximo de pontos estabelecidos na legislação é bastante pequeno. Com certeza, em qualquer Estado que formos avaliar as estatísticas vamos encontrar um cenário muito parecido. Isso vai se refletir no Cadastro Nacional Positivo de Condutores, porque grande parte dos motoristas é formada por bons condutores, que não cometem infrações de trânsito e que, quando cometem, o fazem em menor número”, conta.

 

Entenda como vai funcionar

            Em abril de 2021 começa a valer o artigo 286-A, da lei 14.071/2020, com a montagem e a atualização mensal do cadastro.  O gerenciamento do sistema será feito pelo Denatran, mas os condutores deverão, primeiro, dar autorização prévia e expressa para que seu nome seja incluído. Se não autorizar, mesmo não tendo cometido nenhuma infração, não poderá usufruir dos descontos oferecidos. Ficarão de fora, além daqueles que não querem participar, os condutores que cometeram alguma infração de trânsito nesse período e não tenham promovido defesa prévia e recursos que visem anular a autuação.

            A lei também prevê que a União, Estados e Municípios deverão regulamentar os benefícios fiscais e tributários que serão concedidos aos Bons Condutores. “Para garantirmos segurança viária, motoristas, pedestres e todos os usuários das vias devem se atentar para o que prevê a lei e cumpri-la. Mudanças na legislação são sempre bem-vindas desde que melhorem os níveis de segurança. Mas é sempre importante ressaltar que um trânsito seguro requer empenho e participação de todos”, comenta Modesto.

            Para Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons, “propagar o comportamento seguro no trânsito deve ser uma luta diária e incessante. As pessoas se enganam ao pensar que os acidentes são inevitáveis. Estudos apontam que apenas 6% deles não decorrem de erro ou falha humana. São as nossas decisões que refletem o dia a dia do trânsito das cidades”, avalia.

 

"O problema não é o precatório, mas a má gestão dele", afirma presidente da Comissão de Precatórios do IASP

 Especialista critica ministro da Economia que falou em destruição do país pelo pagamento das obrigações. Para Innocenti, Paulo Guedes ignora o que acontece quando uma dívida não é paga por décadas


Protelar indefinidamente o pagamento dos precatórios é um mau negócio para o país. A afirmação é de Marco Antonio Innocenti, sócio-diretor da Innocenti Advogados e presidente da Comissão de Estudos de Precatórios do IASP (Instituto dos Advogados de São Paulo).

Nesta terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, durante participação no Seminário “Diálogo entre os Poderes”, promovido pelo Ieja (Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados), que o país estaria sendo “destruído” pela “indústria de precatórios” e que talvez fosse preciso revisar as regras para reduzir esse custo.

“O precatório nada mais é do que o título de uma dívida decorrente de uma ação que o Estado perdeu na Justiça. Repito: é uma dívida do governo para com um cidadão ou uma empresa, que precisa ser paga, assim como se pagam fornecedores e os investidores que compram títulos públicos”, afirma Innocenti.

Innocenti destaca, ainda, que não é o precatório que é um problema para o país, mas a gestão ineficiente dessa dívida. “Se um cidadão tinha uma conta de luz e fica 20 anos sem pagar essa conta, o valor se multiplica de forma exponencial, porque incidem multa e juros de mora sobre aquele valor. No fim, a dívida é muito maior do que se ele tivesse pago a conta em dia. É por isso que qualquer planejador financeiro recomenda às pessoas que primeiro quitem suas dívidas. Com os precatórios é a mesma coisa, mas o ministro parece ignorar esse fato”, explica.

O advogado reforça que pagar a dívida em dia, além de ser dever do Estado e direito do credor, é também a forma mais racional de gerenciar essa dívida e aponta caminhos que podem ser mais vantajosos para o poder público. “Os governos precisam incentivar a composição de litígios e a conciliação de conflitos, em vez de deixar que eles perdurem por décadas no Judiciário, o que faz com que a dívida cresça de forma assustadora”, completa.

Innocenti lembra que a Constituição prevê o pagamento de obrigação e que há normas que podem ajudar o gestor públicos a garantir que o cidadão receba seus direitos.


O sigilo nas conversas de Whatsapp

Como funcionam os processos judicias relacionados ao sigilo


O homem desde os primórdios utiliza vários meios de se comunicar entre si,  como sinais de fumaça, pinturas rupestres, passando assim sua mensagem. No entanto, a inviolabilidade, o segredo, a garantia de que ninguém poderia acessar o conteúdo do surgiu com o correio e os selos timbrado à cera quente, quando o controle era realizado pela inviolabilidade do timbre. 

Passaram-se séculos e o correio se modernizou, mas a carta continuou a mesma, um papel, com um texto, lacrado, cujo teor apenas o destinatário poderia ter acesso. Algumas modernidades surgiram no meio tempo como o telegrama,  o telex e, na década de 80, o fax. Porém neste casos, não havia como acessar ou interceptar sigilosamente os documentos para fins de investigação, se conseguia acesso somente em casos de uma busca e apreensão. 

Com o advento do email a comunicação telemática começou a trazer à discussão o sigilo destas conversas. Inclusive, email, quer dizer correio eletrônico e por ser correio, tem sigilo, logo, para se ter acesso é necessário autorização judicial.

Em paralelo, a telefonia também se desenvolveu na velocidade da luz, literalmente, dos antigos cabos analógicos para a rede de fibra ótica que além de  aumentar a capacidade  das linhas telefônicas trouxa a internet que dominou praticamente toda a comunicação. Atualmente temos os  smartphones, cuja potência ultrapassa e muito, nossos computadores do início do século 21, guardamos toda a nossa vida naquele dispositivo eletrônico, o qual muitas pessoas não conseguem nem ir no banheiro sem. Tudo relacionado ao nosso dia a dia esta ali, desde a agenda, até os dados pessoais, como carteira de motorista, carteira profissional, aplicativos de banco, de comida, de transporte, de socorro, de amizade, de namoro, e por ai vai. Com um simples toque você se comunica com a Vara do Trabalho de Manaus ou a Vara Criminal de Chapecó, tudo isso sem sair do lugar, loucura mesmo. Porém tanta rapidez e agilidade possuem, inevitavelmente seus pontos ruins. Para a lei, principalmente o Estado juiz que investiga e prende,  a invasão na esfera pessoal deve estar prevista e delimitada e já respondo, não deu tempo do legislador definir se a polícia pode ou não  pode,  ler e utilizar as mensagens trocadas no whatsapp quando prende alguém, por isso ficou a responsabilidade para o Poder Judiciário, que, infelizmente tem que decidir depois de que as mensagens são lidas. Em raros casos, são pedidos antecipadamente para o Judiciário a quebra do sigilo.

Então, na última semana, o Supremo Tribunal Federal absolveu um cidadão que havia sido condenado por tráfico e porte ilegal de arma depois dos policiais acessarem seu celular no momento da abordagem. O policiais abriram o aplicativo de mensagens, verificaram as conversas e realizaram a prisão, apreenderam drogas e armas. Tudo foi anulado em razão da quebra do sigilo das comunicações, conforme a decisão da segunda turma do Ministro Gilmar Mendes no acórdão 4759268-1.

A lição que se tira da decisão é que os direitos individuais do cidadão devem ser respeitados, independente de quem seja, e jamais, seja quem for, salvo por determinação judicial, suas conversas podem ser acessada, sob pena de anulação de todo o processo.

 


Dr. Marcelo Campelo - OAB 31366 - Advogado Especialista em Direito Criminal

https://www.linkedin.com/company/marcelocampeloadvogaciacriminal

https://www.instagram.com/marcelocampeloadvocacia

https://www.facebook.com/marcelocampeloadvocacia

https://twitter.com/campeloadvocaci

https://www.youtube.com/channel/UCY3Du2LtjEf9GuKPULxdDEw

contato@marcelocampelo.adv.br

www.marcelocampelo.adv.br

Rua. Francisco Rocha, 62, Cj 1903, Batel, Curitiba PR.

 

Posts mais acessados