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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Anvisa amplia o uso de medicamentos para tratamento da hepatite C em pacientes com comprometimento renal grave

 

Órgão regulador comprova a eficácia e segurança do uso de Harvoni® e Epclusa®, medicamentos da farmacêutica Gilead Sciences, para tratamento de pacientes em hemodiálise


A prevalência da hepatite C é cinco vezes maior em pacientes que realizam terapia renal substitutiva1

 

Os dois medicamentos já disponibilizados pelo SUS para tratamento da hepatite C no Brasil, Harvoni® (ledipasvir 90 mg/ sofosbuvir 400 mg) e Epclusa® (sofosbuvir 400mg/velpatasvir 100mg), acabaram de ter um ampliação de uso aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de pacientes com comprometimento renal grave, incluindo a Doença Renal em Estágio Final (DREF).

Harvoni® e Epclusa® não tinham recomendação de uso em pessoas com insuficiência renal em estágios 4 e 5 – níveis mais graves da doença que levam o paciente à necessidade de hemodiálise – porque os estudos nesse grupo de pacientes ainda estavam em curso.

“A partir de agora, as pessoas com as formas mais graves de insuficiência renal poderão ter acesso às terapias mencionadas, as quais proporcionam chances de cura de mais de 95% e um perfil de segurança adequado para o uso seguro das drogas nessa população de pacientes”, destaca Dr. Eric Bassetti, gastroenterologista e diretor médico associado da Gilead Sciences no Brasil.

O médico explica ainda que pacientes com doença renal têm mais risco de contrair o vírus C, comparados à população em geral, já que a transmissão ocorre principalmente pelo contato com sangue contaminado. E com o tratamento é possível eliminar a hepatite C no ambiente da hemodiálise, já que não existe vacina.


A Hepatite C

A hepatite C é uma infecção causada pelo vírus da hepatite C (HCV), que possui pelo menos seis tipos (genótipos) distintos e que acomete preferencialmente o fígado, provocando uma inflamação que leva à formação de cicatrizes (fibrose hepática) e que, com o decorrer do tempo e sem um tratamento, pode levar à cirrose e ao câncer de fígado. Além do fígado, outros órgãos também podem ser acometidos, incluindo os rins.

A hepatite crônica C afeta aproximadamente 70 milhões de pessoas no mundo2. No Brasil, há uma estimativa de 700 mil portadores da doença2. Cerca de 155 mil foram diagnosticados entre 1999 e 2016 e há indícios de que ainda faltem 502 mil pessoas para serem diagnosticadas. Nesse período foram realizados 110 mil tratamentos, sendo 57 mil somente entre 2015 e 2017. Entre 2000 e 2016, foram identificados mais de 50 mil óbitos relacionados à hepatite C. O fato é que grande parte das pessoas desconhece seu diagnóstico e poucas sabem como ocorreu a transmissão ou que exista tratamento para a doença.

O vírus da hepatite C é transmitido pelo contato com sangue infectado, sendo que os principais meios de transmissão são reutilização e esterilização inadequada de equipamentos médicos, odontológicos e outros, compartilhamento de seringas e agulhas (como no uso de drogas ilícitas), práticas sexuais de risco e transmissão vertical (da mãe para o filho). Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993 também podem ter contraído a infecção.

A Hepatite C é a maior causa de cirrose, câncer de fígado e transplante hepático no mundo. Além das complicações relacionadas ao fígado, ela pode desencadear uma verdadeira doença sistêmica. Estudos comprovam que o vírus da Hepatite C aumenta os riscos do aparecimento de outras doenças como a Diabetes do tipo 2, Glomerulonefrite e do Linfoma, por exemplo.

  



Gilead Sciences


Referências: 1 – Dados publicados no site do Ministério da Saúde. Acesse. | 2 – Fonte: Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2019.


SAÚDE: SBCM alerta para acidentes com coletores de lixo

Diariamente, profissionais se ferem por descarte incorreto, comprometendo o trabalho


Os coletores de lixo, que tanto contribuem para a organização e limpeza das vias públicas, não encontram, muitas vezes, a mesma colaboração para executarem o trabalho de forma segura. Diariamente, muitos desses profissionais se ferem em acidentes provocados pelo descarte inadequado de materiais cortantes, como vidro quebrado e perfurantes, como agulhas e pregos. 

Ferimentos profundos, por exemplo, podem atingir um vaso sanguíneo e lesar tendões, nervos e articulações, comprometendo simples movimentos, como esticar e flexionar os dedos, explica o presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão), Dr. João Baptista Gomes dos Santos. “Os nervos dos dedos são frequentemente acometidos nos cortes e o sintoma típico é a dormência em uma das bordas dos dedos, associada à sensação de choques na região do corte”, explica o especialista.

As mãos e punhos têm estruturas complexas, de grande importância no corpo, pois são formados por muitos ligamentos, ossos e nervos, que propiciam sensibilidade e comandam os movimentos dos músculos e tendões, e importantes artérias que irrigam os membros. “Uma lesão nas mãos traz graves consequências para a vida das pessoas. No caso dos coletores de lixo, eles precisam ser afastados do trabalho ou, dependendo da gravidade da lesão, nem conseguem mais exercer o ofício, o que resultará em um impacto econômico em sua renda”, salienta o presidente da SBCM. 

Ao ocorrer uma lesão de tendão ou nervo, Dr. João ressalta que a pessoa deve ser encaminhada a um especialista em cirurgia de mão, para o tratamento adequado do problema. “Para prestar os primeiros socorros antes do encaminhamento ao médico, se o ferimento for profundo, pressione um pano limpo sobre o corte. Se ele não for tão profundo, o sangramento deve parar em alguns minutos. Em seguida, lave a ferida com água e sabão”, fala. “Se houver pedaço de algum objeto cravado no corte, é indicado que não retire até chegar ao especialista, pois pode provocar um sangramento maior”, acrescenta. 

 

Como descartar o lixo corretamente

Medidas simples na hora de descartar materiais cortantes e perfurantes contribuem com o trabalho dos coletores de lixo. Veja de que maneira ajudar:

- Agulhas e seringas não podem ser descartadas no lixo comum, porque além de perfurar a pele, podem transmitir doenças. O ideal é encaminhar esse material a um posto de saúde, para que o local possa fazer o descarte correto do resíduo. 

- Em caso de vidro quebrado, coloque os cacos em embalagens seguras, que podem ser, inclusive, aproveitadas de recicláveis, como garrafas PET e caixas de leite. Se optar por descartar na garrafa de plástico, corte um pouco acima do meio, armazene os cacos de vidro no interior, recoloque a tampa com o bico para dentro e passe uma fita adesiva. Tanto na PET, quando na embalagem de leite, identifique com uma caneta, em letras grandes, o que está dentro de seu interior.

- Para as tampas serrilhadas das latas, que também podem machucar, a recomendação é dobrá-las para dentro.

- Pregos, parafusos, arames e lascas de madeira devem seguir a mesma orientação para os vidros.

 



SBCM - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão

http://www.cirurgiadamao.org.br/

 

Sete dicas de como agir em caso de quedas e acidentes envolvendo traumatismo dentário em crianças

Com a quarentena, bebês e crianças estão passando mais tempo em casa, o que os tornam mais suscetíveis à acidentes domésticos. Lesões no dente de leite devem ser devidamente tratadas para evitar sequelas futuras


A Universidade Cruzeiro do Sul, instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, através do seu Programa de Pós-graduação em Odontologia, acaba de publicar um e-book interativo sobre traumatismo dentário infantil. Voltado à comunidade em geral e material de apoio para educação em saúde bucal, a publicação virtual debate situações importantes sobre o tema e seus procedimentos iniciais fundamentais, entre os quais sete dicas para amenizar efeitos de possíveis acidentes domésticos com as crianças.

O e-book acompanha o momento de restrição social, visto que as crianças estão passando mais tempo em casa por conta do isolamento. Se em períodos normais e sem medidas de restrição social, tais recomendações já eram importantes, agora elas ganham um valor ainda maior, considerando as limitações impostas pelo isolamento.

O traumatismo dentário é uma ocorrência muito comum em crianças e adolescentes e costuma gerar susto e impacto aos pais e à família. As lesões traumáticas dentárias podem variar desde simples fraturas no esmalte (parte branca, mais externa do dente) até a perda definitiva do dente. Mas, afinal, você sabe o que fazer caso aconteça um acidente assim?

Abaixo, você confere sete dicas dos autores do e-book, especialistas no assunto:

  1. Em caso de fratura dentária, encontre o fragmento: se possível, encontre o fragmento fraturado (pedaço do dente que se partiu); ele pode ser reposicionado ou "colado" de volta ao seu lugar de origem, o que facilita a restauração do dente fraturado.
  1. Mantenha o pedaço do dente que foi quebrado mergulhado em um recipiente com leite ou soro fisiológico até chegar ao dentista.
  2. Em caso de avulsão de um dente de leite (quando o dente sai completamente da boca), não reposicione esse dente na boca. Ao contrário do que ocorre com os dentes permanentes, esse reposicionamento ou reimplante é contra indicado nos dentes de leite.
  3. Sempre consulte um dentista para avaliação clínica radiográfica do trauma, independentemente do tipo de traumatismo.
  4. Mantenha o local do trauma limpo e em repouso (sem consumir ou morder alimentos duros) para que, dessa forma, a área alcance uma boa cicatrização.
  5. Evite o uso de mamadeiras e chupetas.
  6. Não faça automedicação e nem utilize nenhum medicamento sem a prescrição correta do dentista.

 

O e-book é fruto do trabalho de discentes da Iniciação Científica e Mestrado da Universidade, sob orientação do Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (PPG-O Unicsul), e não só discute o assunto do traumatismo dentário em crianças, como orienta como a população deve agir, com linguagem didática e acessível.

"Nosso e-book possui muitas informações e está repleto de conteúdos interativos, citando referências bibliográficas que podem ser acessadas diretamente com um clique no hiperlink disponível, o que torna essa experiência de leitura ainda mais rica e atrativa", comenta a Profa. Dra. Tatiane Fernandes Novaes, uma das responsáveis pelo projeto.

Além da profa. Tatiane e da profa. Michele Baffi Diniz, também do Programa de Pós-graduação em Odontologia, a publicação contou com a participação das estudantes Raylla Virgínia da Silva Ramalho Souza, aluna de graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul, e de Fernanda Pires do Nascimento Arena, Cirurgiã-Dentista e aluna do Curso de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul.

Também colaboraram com o projeto a profa. Dra. Marcia Turolla Wanderley, docente da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), e a Profa. Dra. Sayuri Kimura da Fundecto, filiada da FOUSP.

Ilustrado pela filha da professora Tatiane, o e-book está disponível para acesso no link: https://doi.org/10.29327/517980.

 

Baixa umidade atinge índices perigosos no País

Ar rarefeito provoca a síndrome do olho seco que aumenta o risco de alergia e inflamações oculares. Saiba como proteger sua visão

 

O ar seco cobre boa parte do País. De acordo com a previsão do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) esta semana deve variar entre 10 e 30 nas regiões sul, sudeste e centro oeste, bem abaixo dos índices de 40 a 70 preconizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a nossa saúde.  Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, o efeito mais visível da estiagem é o ressecamento dos olhos, garganta e nariz, mas vai muito além disso.  Prejudica todo nosso organismo porque além de lubrificar nossas mucosas, a água é essencial no metabolismo por transportar nutrientes e eliminar toxinas, explica.

Nos olhos o especialista afirma que o período de estiagem dobra o número de pessoas com vermelhidão, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada. É a síndrome do olho seco decorrente da maior evaporação da camada aquosa do filme lacrimal que tem a função de proteger a superfície ocular das agressões externas. “A diminuição da lágrima aumenta o risco de alergia nos olhos, principalmente entre pessoas que já sofrem com outras doenças alérgicas como asma e dermatit,. A falta de lágrima também pode facilitara inflamação da córnea, ceratite, bem como contrair conjuntivite,  inflamação da conjuntiva por vírus ou bactéria”, pontua..

 

Grupos de risco

Mulheres na menopausa, idosos, quem trabalha muitas horas no computador, portadores de doenças autoimunes, quem usa lente de contato ou medicamentos  como antialérgico, antidepressivo e  diurético são mais propensos à síndrome, salienta.

 

Tratamento

Queiroz Neto destaca que diz é muito comum pacientes que têm olho seco chegarem ao consultório com um saco de colírios lubrificantes que não resolvem o problema. Ele afirma que isso acontece porque existem vários tipos de colírio lubrificante que agem nas diferentes camadas da lágrima. Se o colírio não for adequado à deficiência do paciente é claro que não funciona., pondera. Resultado: Quando buscam consulta médica já estão com uma conjuntivite ou ceratite.

Outro erro comum cometido pela população é pingar soro fisiológico nos olhos para diminuir o ressecamento, comenta.  “O sal do soro aumenta a irritação. Além disso, a solução não contém conservante e depois de aberta se transforma em campo fértil para o crescimento de bactérias e fungos que contaminam a córnea e conjuntiva”, alerta.

O tratamento mais avançado para olho seco, observa, é a aplicação de luz pulsada que estimula a produção da camada lipídica. É indicado quando no exame do filme lacrimal é diagnosticada esta deficiência. Com apenas quatro sessões o tratamento é finalizado, comenta.

 

Dicas de prevenção

As dicas do oftalmologista  para prevenir o ressecamento da lágrima  e a desidratação do organismo são:

·         Beber água com frequência.

·         Incluir na alimentação de ômega 3 encontrado em nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha, mais as frutas verduras e legumes ricos em vitamina A e E que protegem os olhos

·         Colocar vasilhas com água nos ambientes.

·         Evitar ambientes com ar condicionado.

·         Manter os ambientes livres de poeira.

·         Desviar os olhos da tela do monitor por 5 a 10 minutos a cada hora.

·         Piscar voluntariamente quando usar o computador.

·         Proteger os olhos com óculos apropriados nas atividades externas.

 

Riscos da automedicação


Queiroz Neto alerta que nenhum colírio deve ser usado sem acompanhamento médico para evitar complicações. Os sintomas do olho seco são muito parecidos com os da alergia ocular e conjuntivite, comenta.  Já os tratamentos, são bastante diferentes e em alguns casos as doenças ocorrem simultaneamente. “Usar colírio antibiótico indicado para conjuntivite bacteriana em olhos com alergia piora o processo alérgico que está relacionado à queda da imunidade”, exemplifica.

A doença só não é grave em estágio inicial. Por isso, recomenda consultar um oftalmologista nos primeiros sintomas de desconforto principalmente neste período de pandemia, já que os olhos com baixa lubrificação ficam mais suscetíveis a todo tipo de vírus. A falta de tratamento adequado, conclui, tambémpode causar cicatrizes na córnea e comprometer severamente a visão.

 

Isolamento faz busca por remédio abortivo crescer 91% durante a pandemia

Plataforma Consulta Remédios identificou grande crescimento na procura por medicamentos como misoprostol, viagra, pílula do dia seguinte e pílula anticoncepcional


Um levantamento realizado pela plataforma Consulta Remédios, o maior portal de medicamentos do Brasil, identificou que as buscas pelo Misoprostol, princípio ativo de um medicamento abortivo, apresentaram o crescimento de 91% de abril a julho, em comparação com os meses de janeiro a março. O medicamento, que não é comercializado pela plataforma, nem liberado para compra pelo consumidor final, possui venda restrita no país.

“As buscas apareceram na plataforma pois disponibilizamos em torno de 30 mil bulas para consulta. No caso do Misoprosol, o aumento das pesquisas foi na página de bula do princípio ativo e do medicamento relacionado, pois essas são as únicas informações disponíveis, já que é um medicamento de uso restrito hospitalar. Porém, a busca por informações sobre, indica um comportamento a ser investigado nesse momento de pandemia”, diz Francielle Mathias, farmacêutica responsável pela plataforma.

No total foram mais de 500 mil buscas no período de pandemia e o aumento deve ser visto com preocupação, segundo a especialista. “Por mais que seja um medicamento de venda restrita, o que preocupa é o fato de as pessoas estarem buscando se informar sobre um produto proibido, provavelmente para saber como age e como é possível adquirí-lo ”, diz Francielle. No Brasil, o aborto só é permitido em casos específicos, e recentemente, o caso da menina de 10 anos no Espírito Santo que teve o aborto autorizado pela justiça trouxe à tona o debate sobre a prática. Para se ter ideia, somente nos primeiros 15 dias de agosto, o número de buscas pelo Misoprostol foi de 73.521.

A pílula do dia seguinte também apresentou aumento considerável. A busca pelo medicamento aumentou 104% no mesmo período. Foram 35% a mais apenas no mês de julho, se comparado com junho deste ano. Na mesma crescente, a famosa pílula azul, o Viagra, registrou uma busca maior na plataforma de consultas sobre medicamentos de 74%.

Já na prevenção à gravidez, a busca por pílulas anticoncepcionais também teve 116% de aumento na plataforma Consulta Remédios.

“Isso nos mostra que é um período que as pessoas estão mais em casa e provavelmente tendo mais relações sexuais. A preocupação é com as consequências que esses medicamentos podem ter à saúde – até mesmo os anticoncepcionais – quando tomados sem o acompanhamento de um profissional da saúde”, alerta Francielle.

 

 


Consulta Remédios

www.consultaremedios.com.br

App para Android https://goo.gl/bchW8u

App para iOS: https://goo.gl/pJ1JRY


A gente te entende: máscara e álcool em gel são velhos conhecidos de quem tem fibrose cística

Álcool em gel, máscara, distanciamento social. Para muitos, isso tudo é novidade. Nunca passou pelo imaginário coletivo vivenciar algo tão sem precedentes como o que estamos vivendo agora, e que, em muitos momentos, se parece com cenas de um filme.

Porém, há uma fatia da população que já conhece bem tudo isso: que nunca sai de casa sem álcool em gel na bolsa, que não pode ficar próximo fisicamente de outras pessoas que têm a mesma doença, e que vai continuar usando máscaras em muitos momentos. São as pessoas que têm fibrose cística, doença genética rara, ainda sem cura e que, por conta de um defeito na condução de uma proteína no organismo, apresenta sintomas como tosse crônica, dificuldade para ganhar peso e estatura, diarreia, pólipos nasais e suor mais salgado do que o normal.

Quase 6 mil brasileiros têm fibrose cística, doença que pode ser identificada no teste do pezinho e ter seu diagnóstico confirmado no teste do suor. Ainda sem cura, demanda tratamento diário e constante, que engloba a ingestão de medicações como antibióticos, corticoides, suplementos vitamínicos, enzimas digestivas, além de fisioterapia respiratória diária, atividade física e inalações, entre outros cuidados. Em média, pessoas com fibrose cística dedicam duas horas diariamente para executar todas as etapas do tratamento. Estimativas indicam que um a cada 10 mil nascidos vivos possam ter fibrose cística, e que um a cada 50 indivíduos são portadores do gene para a doença - que é recessiva, portanto, a pessoa precisa herdar um alelo recessivo do pai e um da mãe para efetivamente ter a doença.


E por que a gente te entende tão bem?

Sabemos que ficar longe de quem a gente ama, por exemplo, não é nada fácil. Que perder a liberdade, mesmo que momentaneamente, é muito ruim. Nós, pessoas com fibrose cística, precisamos vivenciar estes isolamentos quando ficamos internados em hospitais para fazer algum tratamento medicamentoso ou para controlar algum quadro de infecção, de complicação de saúde. Usar máscara faz parte da nossa rotina médica, a cada ida ao hospital ou a laboratórios. O álcool em gel também já é nosso velho aliado na missão de tentar se proteger de vírus e bactérias que, para quem não tem a doença podem parecer inofensivos, para nós podem ser fatais. Ter fibrose cística é um desafio diário. 

Eu convivo com essa realidade há 11 anos, desde que fui diagnosticada tardiamente aos 23 anos, em 2009. Antes disso, foram dezenas de pneumonias, infecções, complicações, cirurgias e internamentos, sem saber exatamente o que eu tinha. Boa parte da minha infância, adolescência e juventude foi marcada por idas e vindas de hospitais. E, somente aos 23 anos, após uma grave pneumonia que demandou um dos meus internamentos mais longos, quase dois meses respirando por aparelhos, recebi enfim o diagnóstico que mudou toda a minha vida: fibrose cística. 

Hoje, com o tratamento adequado, usufruo de uma melhora na minha qualidade de vida, se comparado a antes do diagnóstico, mas ainda lido, quase que diariamente, com os altos e baixos impostos por essa doença.


Setembro Roxo – Mês Nacional de Conscientização sobre a fibrose cística

Dias antes de descobrir que eu tinha fibrose cística, durante um internamento, tive um sonho no hospital. Sonhei que estava embaixo de uma árvore, em um campo bem verde, conversando com as pessoas sobre a importância que temos que dar para o ar que respiramos, e não somente quando sentimos a falta dele durante uma crise de asma, uma pneumonia, uma infecção respiratória. Acordei, anotei o sonho e comecei um projeto para auxiliar pessoas com problemas respiratórios. Quando soube que tinha fibrose cística, comecei estudar a doença com afinco e descobri que tudo o que eu tinha vivido até então era por falta de diagnóstico e tratamento, e imediatamente comecei a pensar em quantas pessoas estariam na mesma situação que eu, ou que já não estavam mais aqui, porque não tiveram a chance de serem diagnosticadas e tratadas. Nascia, então, o Unidos pela Vida, que hoje é o Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, reconhecido atualmente como a Melhor ONG de Pequeno Porte do Brasil dentre as 100 Melhores do País.

Hoje, nossa missão é fortalecer o ecossistema da fibrose cística no Brasil, através de ações que impactem diretamente na qualidade de vida de quem tem ou convive com a doença. Desenvolvemos nacionalmente projetos que visam conscientizar a população sobre a patologia, acolher novas famílias e pacientes, orientar e estimular a pesquisa e educação no país, atuar por políticas públicas e defesa de direitos, desenvolver e profissionalizar outras organizações sociais e incentivar a prática da atividade física.

Um dos projetos do Instituto é o Setembro Roxo - Mês Nacional de Conscientização sobre a fibrose cística, que em 2020 contará com diversas ações online para informar a sociedade sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento da doença. Além de levar a mensagem de que nós, pessoas com fibrose cística, entendemos o que todos estão passando, e que com resiliência, força e coragem é possível enfrentar momentos difíceis como esse que todos estão passando. 

Convido você a conhecer, compartilhar e nos apoiar nesta campanha que pretende salvar a vida de muitas pessoas por meio da informação. Acesse: www.unidospelavida.org.br/setembroroxo2020




Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira - psicóloga, especialista em análise do comportamento, fundadora e diretora geral do Unidos pela Vida - Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, membro do Grupo Brasileiro de Estudos em Fibrose Cística. Foi diagnosticada aos 23 anos, é casada e tem uma filha um ano e nove meses. 


Estudo associa low carb com prevenção de doenças neurodegenerativas

De acordo com o médico e diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, estudo se junta a vários outros menores indicando os benefícios deste tipo de alimentação para demência e Alzheimer


A relação entre uma dieta com excesso de carboidratos (açúcar) e o surgimento de doenças degenerativas no cérebro, como o Alzheimer, já vem sendo aventada há tempos pela comunidade científica. Recentemente, um novo estudo, realizado pela universidade nova-iorquina Stone Brook veio jogar mais luz nesta questão. Concluiu-se que mudanças neurobiológicas associadas à idade - ou melhor, o envelhecimento do cérebro que pode levar a falhas cognitivas - podem ser evitadas ou revertidas com base em mudanças na dieta, que envolvem minimizar o consumo de carboidratos simples ou por meio da ingestão de cetonas (ou corpos cetônicos).

Antes de mais informações a respeito do novo estudo, vale abrir um parêntese para explicar o que são corpos cetônicos. Conforme o médico, diretor-presidente da Associação Brasileira Low Carb (ABLC), José Carlos Souto, corpos cetônicos são moléculas produzidas no fígado através da metabolização da gordura, capazes de gerar energia alternativa ao corpo. Numa dieta low carb, a gordura natural dos alimentos não é demonizada, e agrega sabor, além de aumentar a saciedade que é própria às proteínas. Souto explica que por serem moléculas grandes as gorduras não podem chegar diretamente ao cérebro, mas os corpos cetônicos, quebrados no fígado, conseguem.

O problema é que para conseguir utilizar adequadamente as cetonas como fonte de energia as pessoas precisam estar adaptadas a um dieta cetogênica, com baixíssima quantidade de carboidratos. “No mundo atual, uma pessoa que passou a vida inteira comendo carboidratos de três em três horas atrofiou sua capacidade de usar gordura como combustível. Assim, se ficar sem açúcar ou em jejum pode passar mal”, diz Souto, destacando que, porém, há estudos in vitro que mostram que o combustível preferido dos neurônios são os corpos cetônicos e não a glicose.

Constatação corroborada pelo novo estudo norte-americano, que consistiu na análise de neuroimagens do cérebro de mais de 1 mil pessoas, entre 18 anos e 88 anos. Os participantes foram submetidos por uma semana a uma dieta padrão (irrestrita) versus uma dieta low carb. Além disso, beberam uma pequena dose de glicose e corpos cetônicos. Constatou-se que em uma dieta padrão, o principal combustível metabolizado foi a glicose, enquanto em uma dieta com baixo teor de carboidratos, o principal combustível metabolizado foram as cetonas De acordo com a análise dos exames, a glicose diminuiu e os corpos cetônicos aumentaram a estabilidade das redes cerebrais. Os pesquisadores reputam esse efeito ao fato de que as cetonas fornecem mais energia às células do que a glicose.

Os cientistas sublinham a relevância do resultado para o futuro do tratamento de doenças degenerativas cerebrais, haja visto que o envelhecimento do cérebro, especialmente a demência, está associado ao hipometabolismo, no qual os neurônios perdem gradualmente a capacidade de usar a glicose como combustível de modo eficaz. Sem a glicose, os neurônios acabam morrendo de fome e as redes cerebrais se desestabilizam. Portanto, de acordo com os pesquisadores, ao dar indícios de que a quantidade de energia disponível no cérebro é aumentada através de um combustível diferente (cetona), abre-se a possibilidade de restaurar o cérebro e retardar o envelhecimento de seu funcionamento.

Sobre a pesquisa, o diretor-presidente da ABLC destaca o fato de ela ter sido realizada em humanos, diferentemente de outros estudos que estabeleceram a relação entre carboidratos e mau funcionamento do cérebro por meio de testes in vitro.

Vale ressaltar, contudo, conforme Souto, que os resultados foram vistos em exames e trata-se de um estudo de mecanismos, em que não se consegue estabelecer um relação de causa e efeito. “Assim, não é possível afirmar, por meio dele, que uma estratégia alimentar low carb ou cetogênica irá reduzir o risco de desenvolver alterações degenerativa cerebrais”, diz.  Mesmo assim, segundo o médico, é de grande importância, pois se junta a vários outros estudos menores como indício dos benefícios deste tipo de alimentação para doenças neurodegenerativas.

Por enquanto, o que já foi comprovado cientificamente, através de estudos clínicos randomizados – que conseguem estabelecer causa e efeito – é que uma alimentação pobre em carboidratos e rica em proteínas e gorduras é capaz de melhorar e às vezes reverter o diabetes, a obesidade,  a síndrome metabólica e a resistência à insulina. “Ora, sabemos que tais condições são todas fatores de risco estabelecidos para demência e Alzheimer, logo uma alimentação low carb, em teoria ao menos, pode ser útil na prevenção destes quadros”, afirma.

 

Entidades se unem para alertar sociedade sobre prevenção e tratamento da asfixia perinatal

Com intuito aprimorar ainda mais a atenção ao recém-nascido na prevenção e abordagem da asfixia perinatal, entidades nacionais se uniram para lançar a campanha “Setembro Verde Esperança” – em prol da conscientização dos riscos, prevenção e tratamento da asfixia perinatal. Com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o movimento é uma iniciativa do Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros, entidade sem fins lucrativos e liderada por um grupo de profissionais de saúde preocupados com o alto número de bebês que correm o risco de viver com sequelas neurológicas irreparáveis decorrentes da falta de oxigenação no cérebro e nos órgãos durante o nascimento.

“No mundo, segundo estudos epidemiológicos, a asfixia perinatal atinge mais de 1,1 milhão de bebês por ano. Essa condição ocupa a terceira causa de morte neonatal, 23% da mortalidade de recém-nascidos no mundo inteiro, além de ser a principal causa de lesão cerebral permanente em bebês nascidos a termo. Por isso, essa campanha é de fundamental importância para todos nós pediatras”, ressalta a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva.

CLIQUE AQUI E PARTICIPE DA ABERTURA DA CAMPANHA, NESTA TERÇA-FEIRA (15), ÀS 20H

No Brasil, em um período de 12 meses, estimam-se que aproximadamente 20 mil crianças nascem com falta de oxigenação. Dessas, seis mil evoluem para o óbito e parte significativa dos sobreviventes tem grande risco de sequelas neurológicas. “O perfil de doenças e mortes na infância mudou drasticamente entre 1990 e 2015.  As melhorias das condições sanitárias e nutricionais do País, como o acesso à saúde, com a organização do Sistema Único de Saúde, e o impacto de ações específicas, como a terapia de reidratação oral e estratégias de Imunoprevenção, reduziram as doenças e mortes associadas às causas infectocontagiosas e imunopreveníveis, e trouxeram os problemas neonatais para as principais causas de doenças e mortes nos primeiros 5 anos de vida”, explica a presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SBP, dra. Maria Albertina Santiago Rego.

Ela avalia ainda que o Brasil avançou na cobertura do pré-natal, um dos fatores para a redução da asfixia em 49% entre 1990 e 2015, período correspondente às metas do milênio. “Muito ainda precisa ser feito. O desafio atual é investir no cuidado perinatal em rede, integrando a atenção primária à saúde, à atenção ambulatorial especializada e à atenção hospitalar, para responder às demandas clínicas das gestantes de acordo com o risco gestacional e, na vinculação com o parto e nascimento, para assegurar bons resultados à  parturiente, mãe  e recém-nascido. Só assim poderão ser assegurados o diagnóstico e as intervenções adequadas para prevenir a prematuridade, asfixia e infecções durante a gravidez”, ressalta.

CONSCIENTIZAÇÃO – Em 2018 a SBP lançou a campanha Nascimento Seguro, que teve por objetivo a conscientização por meio de informação direcionada a gestores, equipes multiprofissionais, famílias e gestantes da importância da qualificação e integração do pré-natal, parto, nascimento e período neonatal,  presença do pediatra na equipe da assistência ao recém-nascido, começando  durante a gestação e principalmente no parto e período neonatal.

Concomitantemente à campanha, a SBP divulgou ainda o documento científico Nascimento Seguro, cujo objetivo é alinhar conceitos de organização e sistematização da assistência perinatal e traçar diretrizes que resultem em práticas clínicas potencialmente melhores na atenção neonatal. O documento foi fundamentado em argumentos científicos, experiências e expertises clínicas e atitude ética, compartilhado com pediatras que atuam na assistência ao RN e suas famílias.

“Os pediatras têm um importante papel a desempenhar no aperfeiçoamento da atenção nesse campo específico. O debate e a análise aprofundada de todos os aspectos relacionados ao nascimento contribuirão para a implementação de avanços na saúde do neonato e materna. Esse documento aborda os pontos críticos dos fluxos assistenciais e dos processos clínicos no percurso inicial de vida da criança”, salienta dra. Maria Albertina.

Para a especialista, implementar paradigmas sólidos no cuidado perinatal, de forma colaborativa e reflexiva, é uma estratégia de grande impacto na redução dos óbitos neonatais e maternos por causas potencialmente evitáveis. “Para a implementação das normas técnicas para o cuidado perinatal efetivo são necessários investimentos no número e na distribuição de leitos obstétricos e neonatais, na estrutura dos serviços ambulatoriais e hospitalares, na composição e capacitação das equipes da assistência perinatal”, elucida.

ESTRATÉGIA – De acordo a neonatologista e diretora de Cursos e Eventos da SBP, dra. Lilian Sadeck dos Santos, o fortalecimento da rede de atenção perinatal, com atenção continuada – da gestação ao período neonatal e os primeiros anos de vida da criança – é uma estratégia que precisa ser priorizada no País.

“Fatores relacionados à gestação, nascimento e período neonatal, geralmente evitáveis por meio de cuidados integrados à saúde materno-infantil, podem mudar os resultados da vida dessas crianças e famílias. Intervenções adequadas precisam ser elencadas”, frisa.

Dra Lilian observa ainda que a qualidade da assistência prestada ao recém-nascido de risco, que requer cuidados intensivos e especializados, também deve ser foco de políticas públicas. Para ela, a qualidade da assistência hospitalar perinatal precisa ser monitorada por indicadores de processo, além dos resultados perinatais.

“A asfixia perinatal é uma realidade que atinge todas as classes sociais no mundo. Apesar disso, uma pequena parcela dos recém-nascidos com asfixia em nosso País tem acesso ao tratamento e suporte mais adequado.  Então grande parte pode ter o seu futuro comprometido por diversos déficits e sequelas neurológicas como paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira ou surdez”, explica.

Dra. Lilian destaca ainda o trabalho do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP), iniciado em 1994, com o treinamento de milhares de profissionais de saúde em todo o País. As coordenadoras do PRN-SBP, dras. Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg, frisam que os esforços empreendidos pelos pediatras da SBP têm sido fundamentais para salvar a vida dos recém-nascidos.

“De Norte a Sul, temos profissionais que abdicam do seu tempo e percorrem longas distâncias em prol dessa causa. O crescimento do Programa só foi possível graças à dedicação desses especialistas, que ao longo de muitos anos, ajudaram a construir uma assistência mais qualificada e humanizada na sala de parto”, salientam.

Elas ressaltam que o PRN-SBP já capacitou mais de 117 mil profissionais de saúde para o atendimento ao recém-nascido na sala de parto, contando com cerca de 1.200 instrutores em 236 municípios do País, “constituindo-se, por sua abrangência, no segundo maior Programa de Reanimação Neonatal do mundo, atrás apenas do Programa norte-americano”, finalizam.

UNIÃO E PARCERIA - Adicionalmente à parceria com a SBP, a campanha “Setembro Verde Esperança” já conta com o apoio a AACD, Instituto Jô Clemente, Academia Brasileira de Pediatria (ABP), Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR), Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (SBNPed).

CONFIRA AQUI O SITE DA CAMPANHA

Além destes parceiros, grandes comunidades de profissionais de saúde, muitos hospitais brasileiros e equipes internacionais, como a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e Cambridge, na Inglaterra, também apoiam a iniciativa. Este projeto também conta com apoio do Congresso Nacional, que, de 25 a 30 de setembro, será iluminado em verde em alusão a campanha. O ideal do movimento consiste em promover uma série de ações que tragam o tema para discussão de toda a sociedade.

“O ponto forte dessa parceria é juntar forças para implementar estratégias de redução de causas potencialmente evitáveis, de eventos e mortes que ocorrem no período perinatal e neonatal, e se estendendo com complicações por muitos anos. As taxas, apesar de terem diminuído, ainda são elevadas, sendo que as causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto estão entre as principais causas de morte nos primeiros cinco anos de vida. Políticas públicas intersetoriais e de saúde específicas devem ser colocadas em prática e aprimoradas para aumentar a redução das taxas de mortalidade infantil no Brasil”, pontua dr. Gabriel Variane, do Instituto Protegendo Cérebros.

Segundo ele, os principais objetivos dessa campanha incluem: unir instituições apoiadoras com o intuito de sensibilizar a sociedade de que asfixia perinatal é um grave problema de saúde pública; chamar a atenção dos setores público e privado para a necessidade de reduzir o impacto dessa doença em nosso país; e ao reduzir as chances de sequelas em bebês, mudar histórias de vida de milhares de crianças e de suas famílias. 

 

LINFOMA: 80% DOS CASOS DO CÂNCER QUE AFETA O SISTEMA IMUNOLÓGICO TÊM CHANCES DE RECUPERAÇÃO QUANDO FEITO O DIAGNÓSTICO PRECOCE

 15/09 marca o Dia Mundial da Conscientização sobre o Linfoma; Avanços no uso da terapia celular trazem opções terapêuticas cada vez mais efetivas


Linfoma. O inusitado nome entrou no vocabulário dos brasileiros depois que personalidades famosas, como os atores Reynaldo Gianecchini, Edson Celulari e a ex-presidente Dilma Rousseff, foram diagnosticados com esse tipo de câncer. E não é à toa que ouvir essas palavras está mais comum: no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano sejam diagnosticados ao menos 15 mil novos casos da doença. E, segundo a entidade, por motivos ainda desconhecidos, o número duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos. 



Mas, do que se trata esse tipo de tumor?

De forma simplificada, os linfomas podem ser classificados como Hodgkin, mais raro e que afeta em especial jovens entre 15 e 25 anos e, em menor escala, adultos na faixa etária de 50 a 60 anos, ou não-Hodgkin, cujo grupo de risco é composto por pessoas na terceira idade (mais de 60 anos). Para Mariana Oliveira, hematologista do CPO Oncoclínicas, apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, a chave para deter a evolução progressiva do tumor é o conhecimento. "A boa notícia é o fato de os linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico, por isso o esclarecimento à população é essencial", afirma.

As chances de remissão em pacientes com linfomas de Hodgkin chega a superar 80% dos casos quando o diagnóstico acontece ainda no estágio inicial, enquanto os não-Hodgkin de baixo-grau (não agressivos) têm altas taxas de sobrevida, superando a marca de 10 anos. 



Sintomas e Tratamento

Os sintomas em geral são aumento nos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo, febre e, eventualmente, pode acometer órgãos como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.
"As duas categorias - Hodgkin e não-Hodgkin -, contudo, apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades", explica Mariana Oliveira.

Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que tem como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas. "Estas proteínas feitas em laboratório atuam como se fosse um ‘míssil teleguiado’ - que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo", ressalta o médico. Ainda, dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea.

Diante dos desafios impostos pela crescente incidência da doença, novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para combater os linfomas, especialmente para os que não respondem aos tratamentos convencionalmente indicados. "A medicina tem avançado nos últimos anos principalmente através da terapia celular", afirma a especialista.

Ela conta que o autotransplante ,tratamento no qual é realizada uma quimioterapia mais intensa seguida pela infusão da medula do próprio paciente é uma delas. A terapia com CAR T é outra, e a principal novidade da área. Altamente especializadas, foram desenvolvidas, a partir de uma modificação genética das células, para atacar especificamente o tipo do câncer do paciente e aprovadas pela FDA (Food and Drug Administration), órgão regularizador do setor nos Estados Unidos. As drogas utilizadas nestas situações obtiveram taxas de sucesso que variaram de 50% a 80% dos casos, o que é animador.

E o recente arsenal de combate aos linfomas também incluí a imunoterapia. Com bons resultados apontados por estudos e pesquisas de referência global, o tratamento estimula o organismo do paciente a reconhecer e combater as células tumorais. "De forma bastante simplificada, podemos dizer que os imunoterápicos desativam os receptores dos linfócitos e, assim, permite que as células doentes sejam reconhecidas. Isso faz com que o organismo volte a combater o tumor - e sem causar efeitos colaterais comuns a outras medicações habitualmente adotadas nos processos terapêuticos", finaliza Mariana Oliveira.

 

Meu filho precisou colocar uma bolsa de ostomia. E agora?

Com apenas alguns cuidados, bebês e crianças ostomizadas podem levar uma vida sem restrições


Ana Mel de Paula Febrone é uma garotinha de nove anos que desde os primeiros dias de vida usa uma bolsa de ostomia. Ela não conhece outra realidade que não inclua a bolsa coletora. A família teve que aprender a lidar com o tabu em torno do assunto e da vida de quem passa por uma ostomização, procedimento que garante a comunicação entre órgãos internos e o meio externo no processo de expelir fezes, urina e secreções.

“Ana nasceu com uma má formação e precisou colocar a ostomia logo nos primeiros dias, o que foi um baque para toda a família. Nunca tínhamos ouvido falar sobre o assunto e tivemos muito medo de que ela não conseguisse levar uma vida normal”, conta Pâmela Castro de Paula, mãe de Ana Mel.

A menina é um dos 400 mil brasileiros ostomizados, segundo estimativa da Associação Brasileira de Ostomizados. São pessoas de todas as idades que precisam usar uma bolsa coletora por diversos motivos, como câncer, doenças intestinais, lesão do cólon ou reto, doença de Crohn e até mesmo acidentes que comprometam o correto funcionamento de órgãos, como intestino, ânus, cólon e reto.

Para muitos pais e responsáveis, o grande desafio em bebês e crianças ostomizados é a dificuldade de adaptar os pequenos à bolsa coletora. “No início foi muito difícil achar uma bolsa que se adaptasse ao corpo dela. As bolsas vazavam, sujavam, feriam a pele. Foi bem complicado. Mas com o tempo encontramos um modelo que se adequou. Temos sorte que a Ana Mel compreende a sua condição, ajuda a limpar e fala sem vergonha sobre a bolsinha”, explica a mãe. Segundo ela, conversar de forma clara sobre a condição e esclarecer que é possível viver normalmente apesar da ostomia trouxe empoderamento para a filha e tornou o processo mais tranquilo.

A tecnologia é uma importante aliada para trazer conforto e normalidade na vida dos pacientes ostomizados. Um dos grandes tabus relacionados à ostomia, por exemplo, é o medo de que a bolsa não retenha os odores das fezes, o que acaba impactando na qualidade de vida dos pacientes, que podem se sentir constrangidos nas mais diversas situações. “Fomos atrás de informação e descobrimos como a tecnologia poderia contribuir para a normalidade da vida da Ana Mel. Nossa principal descoberta foi o Gelificador, uma cápsula que colocamos na bolsa coletora e solidifica as fezes, facilitando a higienização e evitando vazamentos. Outro ponto é que a cápsula traz uma essência de lavanda que elimina qualquer mau cheiro. Isso mudou a vida da minha filha”, detalha Pâmela.

Com o Gelificador, Ana Mel consegue ficar até quatro horas sem esvaziar a bolsa coletora e trouxe para a pequena a certeza de que não haverá qualquer constrangimento durante a higienização. Desenvolvido pela Vuelo Pharma, o Gelificador é um produto único no mundo e criado com tecnologia totalmente nacional. “O nosso desafio ao criar o Gelificador era trazer qualidade de vida para os ostomizados. Recebemos muitos relatos de pacientes agradecidos e que contam que as suas vidas foram transformadas”, afirma Thiago Moreschi, sócio diretor da empresa.

A Vuelo também é a fabricante do Spray de Barreira, um produto que protege a pele na região onde a bolsa é colocada. “A necessidade de retirar e recolocar a bolsa coletora, tanto para higienização quanto para troca, pode acabar ferindo a pele do abdômen. Mas a tecnologia é uma importante aliada também nesses casos, pois o Spray de Barreira forma uma película de silicone que protege a pele por até 72 horas”, diz Antônio Rangel, enfermeiro estomaterapeuta e consultor da Vuelo.

“O meu conselho para as famílias é buscar informação, testar soluções, não tratar a ostomia como um tabu. Nunca esqueçam de que é possível, sim, levar uma vida de muita qualidade sendo ostomizado”, aconselha a mãe de Ana Mel.


Qual a relação do terçol com a inflamação crônica das pálpebras?

Casos de terçol e blefarite aumentaram na quarentena devido ao estresse



A relação do terçol com a blefarite é quase íntima! Isso porque a blefarite, como também a meibonite, ocorrem devido à inflamação das glândulas de meibômio, são responsáveis por secretar substâncias que fazem parte do filme lacrimal. Quando há muita inflamação, o risco de ter uma infecção secundária a essa inflamação é muito maior. 

Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especializada em Doenças da Pálpebra e Cirurgia Plástica Ocular, o terçol é exatamente uma infecção que ocorre nas bordas das pálpebras, como consequência da inflamação crônica causada pela blefarite ou meibomite. 
 
“O terçol é uma condição autolimitada, ou seja, sua resolução é espontânea. Entretanto, quando o organismo isola o terçol através de uma cápsula fibrosa, evolui para um calázio, sendo esse, portanto, secundário ao terçol”, explica Dra. Tatiana. 
 


Evolução do terçol


“O calázio é a evolução de um terçol que não sumiu de forma espontânea. Quando ele obstrui as glândulas de meibômio, a secreção fica retida, levando à formação de uma massa ou de um nódulo de tecido inflamado, nas bordas da pálpebra”, reforça a especialista. 
 
Mas, atenção! Dermatite seborreica, acne rosácea, alta concentração de gorduras no sangue, leishmaniose, tuberculose, imunodeficiência, carcinoma, estresse, tracoma, traumas e cirurgias na região das pálpebras são as outras origens possíveis de um calázio. 


 
Calázio ou Terçol?


Em geral, o calázio tende a ser maior, menos dolorido e com uma apresentação menos aguda que o terçol. Os sintomas mais comuns de um terçol são vermelhidão, calor no local, inchaço e sensibilidade.


 
Como tratar?


Ao apresentar os sintomas, o ideal é procurar um oftalmologista. A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento clínico do terçol, com resolução completa da condição, que tende a desaparecer em questão de dias ou de semanas. 

“Entretanto, em alguns casos a lesão se torna crônica e o tratamento clínico não resolve. Daí surge o calázio, uma lesão encapsulada, cujo tratamento é cirúrgico”, cita a médica.
 
“A raiz de tudo isso, no entanto, está na inflamação crônica das pálpebras, como a blefarite e a meibomite. A secreção natural da glândula de Meibômio se torna espessa durante a inflamação e seu conteúdo funciona como uma rolha no ducto da glândula. Isso obstrui a saída da secreção, que se acumula e origina o terçol”, reforça Dra. Tatiana.
 
Os pacientes que já apresentam dermatite seborreica e acne rosácea são fortes candidatos a apresentarem blefarite e meibomite. Assim como têm uma hipersecreção das glândulas sebáceas da pele e das pálpebras, que são as glândulas de meibômio.
 
 
Cuidado com o estresse


Dra. Tatiana comenta ainda que outras origens da inflamação palpebral crônica são a baixa imunidade/resistência e o aumento do estresse - o que tem ocorrido muito na quarentena.

“Alterações hormonais por picos de cortisol ou de oscilações nos níveis de hormônios precursores da testosterona em períodos da vida como a puberdade, a gestação, a menopausa e andropausa podem ser responsáveis por piora da blefarite e aparecimento recorrente de hordéolos (terçol) e calázios”, diz a oftalmologista.
 


Luz pulsada traz alívio das crises


“Hoje, contamos uma nova tecnologia, chamada de luz pulsada. Quando o paciente apresenta uma inflamação crônica nas pálpebras (blefarite e /ou meibomite) refratária ao tratamento clínico, há a possiblidade de receber a luz pulsada, que tem mostrado excelentes resultados, principalmente em pessoas que tem recorrências do problema”, ressalta Dra. Tatiana. 
 
É muito importante que o tratamento seja feito, pois a inflamação crônica palpebral por um período prolongado, pode levar ao desenvolvimento de outras condições oftalmológicas.
 
“Perda de cílios, nascimento dos cílios voltados para o olho, desconfiguração das pálpebras, intolerância à luz, hipo ou hiperpigmentação das pálpebras, irritação nos olhos, celulite pré-septal (infecção da pálpebra e na porção anterior do septo orbitário), e, por último, pode causar queda da acuidade visual devido à redução progressiva na qualidade da superfície ocular, já que a glândula de Meibômio produz uma das partes da lágrima”, conclui a médica.

 

Setembro amarelo, precisamos falar sobre depressão pós-parto

Mudanças hormonais e emocionais tornam o puerpério uma época delicada para muitas mães. Em casos graves, há risco até de vida


O bebê acabou de nascer e a família está em festa, celebrando a nova vida. Ainda assim, a mãe se sente confusa com essa nova fase: há insegurança, medo e até tristeza. "Além das mudanças hormonais do período, há uma grande fragilidade emocional com as transformações de vida e responsabilidades que surgem", conta a enfermeira obstetra da UNIFESP Cinthia Calsinski.

De acordo com uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de uma em cada quatro brasileiras apresenta sintomas de depressão pós-parto. O estudo, que entrevistou cerca de 23 mil mulheres entre 6 e 18 meses após o parto, foi publicado no Journal of Affective Disorders e analisou fatores por trás dessa estatística.

O sinal de alerta surge quando essa tristeza persiste e se torna um fardo, que impede as ações do dia a dia e até mesmo a criação de vínculo afetivo com o bebê. É a chamada depressão pós-parto que, muitas vezes, é negligenciada por pura vergonha ou receio de julgamentos sociais. Estudo recente publicado por cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos indica que 10 a 20% das mães sofrem com abalos de humor significativos depois do nascimento do filho - e isso pode afetar negativamente o bem-estar físico e emocional tanto da mulher quanto do bebê. Só que expor tais sintomas é o primeiro passo para tratar o quadro.

"Em casos graves, a depressão pode se transformar em psicose puerperal. A mãe tem pensamentos suicidas e pode atentar contra sua vida e até contra a do bebê", conta Cinthia. A mulher com esses sentimentos não deve se sentir envergonhada e deve, sim, procurar ajuda. "Estamos em Setembro Amarelo, quando falamos sobre a prevenção do suicídio e devemos nos atentar ao risco materno. Embora o período mais comum de a depressão pós-parto aparecer seja no primeiro mês do nascimento da criança, o problema pode acontecer ao longo de todo o primeiro ano de vida."

Ter uma rede de apoio é fundamental para prevenir e tratar a depressão pós-parto. Assim, a mãe pode olhar apenas para seu filho, sem ter de se preocupar com as demais questões da rotina da casa. Ter alguém com quem desabafar também é essencial - pode ser uma amiga, um familiar ou até mesmo o pediatra.

 



Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra • Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp • Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp • Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp • Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo • Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)


GESTANTE NO PERÍODO DA SECA: O QUE VOCÊ PRECISA SABER

Nívia Ximenes, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília indica cuidados durante a gestação nesta época do ano


Setembro é um dos meses de baixa umidade em Brasília, em torno de 15%. O alerta continua e a população precisa se cuidar muito. Nesse período, as grávidas precisam de mais atenção.

De acordo com a ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília Nívia Ximenes, as vias aéreas das gestantes são mais sensíveis e a grande maioria sofre com alergias e sangramento do nariz neste período.

“É preciso redobrar os cuidados nessa fase. A gestante precisa se alimentar bem, tomar bastante líquidos, fazer higiene das narinas com soro fisiológico, evitar contatos com terceiros, até por conta da pandemia”, aconselha.

Renata dos Santos, 25 anos, moradora da M Norte, está grávida de seis meses. Ela relata que nesse período a rinite alérgica sempre vem com mais força. “Meu nariz sangra todos os dias. O que tem ajudado, é fazer uma lavagem conforme indicação da minha médica. Coloco o soro em uma das narinas e deixo escorrer pela outra. Pelo menos a coceira dá uma aliviada”, relata.

A médica ainda aconselha a maior atenção para àquelas que já possuem algum problema respiratório: “Sempre higienize as mãos e evite sair de casa. Os sintomas podem confundir, já que estamos em período de pandemia e as grávidas também são grupos de risco”.

 

Estado de alerta

 

O Distrito Federal está em estado de alerta desde agosto por conta das altas temperaturas e baixa umidade do ar. De acordo com o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), a possibilidade de chuva para este mês ainda são remotas. A expectativa é para que comece a aliviar em outubro.

Por isso, siga as recomendações e procure seu médico sempre que houver alguma alteração em seu estado normal. A Maternidade Brasília está preparada para receber as gestantes com todo o cuidado possível.

 

 


Maternidade Brasília

 

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