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domingo, 5 de abril de 2015

COM LICENÇA

Herpes ocular: ‘irmão’ do herpes labial, ocorrência aumenta com o estresse





Doença bastante tratável, mas ainda incurável, o herpes ocular é uma infecção provocada pelo mesmo vírus do herpes labial, o herpes simplex (HSV). Existem mais de 80 tipos de vírus do herpes e eles se diferenciam de várias formas. Mas uma coisa eles têm em comum: percorrem os nervos até se alojarem numa terminação nervosa – onde passam períodos de inatividade. Quando acomete lábios e pele, o diagnóstico do herpes é bastante fácil. Mas, quando o vírus atinge os olhos, a doença pode ser mal diagnosticada e tratada indevidamente – aumentando os riscos, inclusive, de o paciente perder a visão. Na opinião de Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, é preciso ter bom conhecimento para distinguir o herpes ocular do herpes zoster (causado pelo vírus da varicela), infecções, intoxicação ocular provocada por medicamentos etc.
Assim como o herpes labial, que pode surgir novamente quando a imunidade da pessoa está em baixa, dados da Academia Americana de Oftalmologia (AAO) revelam que, depois do episódio inicial, há 27% de chance de acontecer novamente dentro de um ano, 50% em cinco anos e 63% em 20 anos. “Infecções recorrentes incomodam muito os pacientes, já que a doença pode surgir na infância e voltar a incomodar de tempos em tempos. Vale ressaltar que o herpes ocular pode acometer qualquer camada dos olhos, mas as manifestações mais comuns incluem blefarite (inflamação das pálpebras), conjuntivite folicular e ceratite (inflamação da córnea). Outro ponto importante: nada tem a ver com o herpes genital, que é uma doença sexualmente transmissível”, diz Neves.
De acordo com o médico, geralmente a pessoa entra em contato com o vírus herpes simplex ainda na infância. “Em determinados casos, a criança é tratada de uma infecção moderada. O vírus invade os olhos e chega ao gânglio trigeminal, onde encontra condições ideais para se instalar e se tornar latente. Ao longo da vida, principalmente quando a pessoa passa por episódios de estresse intenso, traumas ou períodos de  baixa imunidade, esse vírus faz o caminho de volta para a córnea e se manifesta com o herpes ocular. O tratamento imediato com medicamentos antivirais específicos ou antibióticos interrompe a multiplicação do vírus e impede que a doença continue destruindo as células epiteliais”.
Embora o estresse seja um gatilho importante para a manifestação da doença, Neves afirma que problemas de saúde bucal, queimaduras de sol, traumas e períodos pós-cirúrgicos também podem desencadear novos episódios de herpes ocular. “Mais da metade da população mundial já entrou em contato com esse vírus. O importante é que a doença seja devidamente diagnosticada e tratada, a fim de não se agravar. Em determinados casos, mais severos, o tratamento indicado é o transplante de córnea.”


Dr. Renato Augusto Neves - cirurgião-oftalmologista com mais de 60 mil cirurgias a laser realizadas; diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP) e autor do livro Seus Olhos. (www.eyecare.com.br)

Dia Mundial da Luta Contra o Câncer




Para as mulheres, exames anuais de rotina continuam sendo uma arma poderosa no combate à doença

Lembrado em 8 de abril, o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer foi criado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) com a intenção de chamar atenção global para a doença. Estima-se que a cada ano mais de 12,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com câncer no mundo e aproximadamente 7,6 milhões morrem vítimas dessa doença. 
No Brasil, levantamento feito pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), ligado ao Ministério da Saúde, revela que a taxa bruta de mortes a cada 100 mil homens subiu de 100,47 para 103,2, enquanto o índice de óbitos a cada 100 mil mulheres cresceu de 83,99 para 86,92. Os dados obtidos, que são os mais recentes, são uma comparação dos anos de 2011 e 2012. O câncer de pulmão é o que mais mata entre o sexo masculino, seguido por óbitos por tumores na próstata. Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais letal. Segundo informações do Ministério, o câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
Câncer de Mama
O câncer de mama aparece principalmente em mulheres com mais de 50 anos, mas mulheres jovens com fatores de risco presentes devem ser monitoradas. Para a detecção precoce da doença, é necessária a realização de um exame clínico e a mamografia. O auto-exame também é muito importante e, a qualquer sinal de nódulo, é necessário procurar o médico para diagnóstico.
Segundo o ginecologista e obstetra Dr. Marcelo Steiner, todas estas orientações são fornecidas à mulher durante a consulta. “Além do exame clínico que pode detectar eventuais problemas, a consulta com o médico é o momento do esclarecimento de dúvidas e de receber orientações sobre cuidados preventivos. O câncer ainda é uma doença que desafia a medicina, mas o diagnóstico precoce continua sendo uma arma poderosa nesta luta”, comenta o médico, responsável pela clínica Stöckli, em São Paulo.

Segundo tipo mais incidente entre as mulheres, o câncer de colo de útero tem forte ligação com o Papilomavirus Humano (HPV), um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. “O HPV é um vírus bastante comum e recorrente. Em alguns casos, pode provocar o aparecimento de verrugas indolores na pele, mas na maioria das vezes não apresenta sintomas. Justamente por isso, ele acaba sendo muito perigoso se não acompanhado. Há alguns subtipos deste vírus que provocam alterações celulares no colo do útero que podem levar ao câncer. O ginecologista, nos exames de rotina, fará avaliação adequada”, orienta Dr. Marcelo Steiner, membro do setor de Ginecologia Endócrina da Faculdade de Medicina do ABC.
Além destes, alguns outros tipos de câncer afetam exclusivamente as mulheres. O câncer de endométrio, que é uma das camadas internas do útero, está relacionado a desequilíbrios hormonais, obesidade, diabetes e pressão alta. Tem como principal sintoma o sangramento anormal, principalmente após a menopausa. “A doença é identificada através de exames, como ecografia transvaginal e, quando necessário, é realizada também biópsia”, explica o especialista, doutor em Ginecologia pela UNESP. 
Embora mais raro, há o câncer de vulva. O mais comum é o carcinoma espinocelular, que surge como uma mancha ou ferida que não cicatriza e vai aumentando de tamanho. Esse tipo de doença é mais frequente nas mulheres após a menopausa, mas alguns fatores podem ocasionar o seu surgimento em mulheres mais jovens. Após suspeita clínica, o diagnóstico é confirmado através de biópsia. O câncer de ovário é menos frequente, porém de difícil diagnóstico por ser assintomático na fase inicial. À medida que o tumor cresce pode provocar dor ou inchaço no abdômen, náusea e cansaço constante. “Diante de qualquer alteração ou sintoma suspeito, a orientação é sempre buscar o auxílio médico” reforça o especialista.
Uma dieta saudável e balanceada, associada à exercícios físicos regulares, ajudam a reduzir o risco do câncer. Evitar o consumo de tabaco e bebidas alcóolicas também auxiliam a manter a saúde do organismo, mas as consultas médicas de rotina continuam sendo a principal ferramenta para diagnóstico precoce da doença. "A realização de exames periódicos e a visita ao ginecologista, para avaliação e orientação adequada, ajudam e muito as mulheres a manter a qualidade de vida em todas as fases. Com relação ao câncer, detectar o problema o quanto antes pode facilitar muito o tratamento e ampliar as chances de sucesso”, finaliza Dr. Marcelo Steiner.

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