Entenda quando o
hábito de se olhar, a cada segundo, no espelho, se torna um tipo de distúrbio.
Com certeza, você conhece alguém que tem o espelho como melhor amigo e fica a
todo momento, dando aquela conferida na imagem pessoal.
Confere peso,
altura, cabelo, medidas, tom de pele, vestuário, tudo... só que várias vezes ao
dia. Não pode passar perto de um espelho que perde a concentração em outras
atividades e a visualização da imagem passa a ser a ação mais importante do seu
cotidiano. Chamamos essa verificação constante de “Body Checking” (verificação
corporal) ou de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC).
Um termo em inglês
que classifica a necessidade constante, de avaliação da imagem pessoal. Esse
tipo de comportamento torna-se disfuncional quando existe a intensidade
exagerada da verificação. O distúrbio psíquico se configura, exatamente pelo
excesso que pode levar a algum tipo de desconforto ou angústia.
Normalmente,
atinge pessoas com autoestima baixa, portadores de distúrbios alimentares como
a bulimia ou anorexia e também pessoas extremamente preocupadas com a aparência
e que se afetam, profundamente, com os julgamentos alheios, levando-as a uma
eterna obsessão com a aparência e o peso.
O desequilíbrio
está na frequência e na compulsão do hábito de se olhar no espelho. O que pode
apontar sinais claros de insatisfação corporal ou adoecimento emocional. As
mulheres são as mais afetadas por este distúrbio, por conta da insana cobrança
gerada pela ditadura do corpo perfeito, disseminada por uma sociedade que vende
a ideia ilusória de que pessoas felizes são aquelas que correspondem às
exigências estéticas do suposto padrão de beleza das celebridades.
Além disso, existe
uma distorção de definição da imagem saudável, que prega a ideia de que, só é
saudável quem cuida de forma excessiva do corpo e da aparência, enquanto aquele
que não perde horas em frente ao espelho, que não se cuida (esteticamente
falando), revela uma personalidade problemática que necessita de cuidados
pessoais e que, portanto, não inspira uma aparência salutar.
Os sintomas possíveis
desse distúrbio, são: a verificação constante do tamanho da barriga, de pernas,
braços e diversas partes do corpo em frente ao espelho; isolamento social;
pensamentos obsessivos com a alimentação e a aparência; fotos em frente ao
espelho a todo momento (mas nunca está satisfeito com nenhuma foto);
procrastinação de tarefas rotineiras; medo; ansiedade; insatisfação;
frustração; repulsa por distorções corporais; necessidade de se comparar ao
outro; irritabilidade quando a imagem visualizada não está dentro do
idealizado.
Portanto, a
verificação corporal excessiva ou Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é um
tipo de comportamento obsessivo centrado no corpo que motiva a distorção da
imagem real do indivíduo, não sendo nada saudável para a saúde mental.
Buscar terapia
para entender os gatilhos, elevar a autoestima e o amor próprio, é fundamental
para modificar o comportamento e ressignificar as emoções. Assim, o espelho
deixa de ser um forte aliado da neurose e passa a ser possível investigar os
motivos que geram o excesso que desencadeia o distúrbio.
O respeito aos
próprios limites, o reconhecimento às qualidades e a potencialização do
autocuidado amparado pelo equilíbrio mental e comportamental, são detalhes
importantes no processo de cura e na extinção desse desequilíbrio instalado
pelo desejo de perfeição da imagem.
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