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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Crianças consomem mais que o dobro da quantidade de açúcar recomendada pela OMS, alertam especialistas

 Endocrinologistas pediátricas chamam a atenção para o impacto do excesso de açúcar na saúde física, comportamental e cognitiva das crianças


O consumo diário de açúcar por crianças ultrapassa mais que o dobro do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de menos de 5% das calorias totais- aproximadamente 25 gramas ou seis colheres de chá por dia. De acordo com Aline Cruz Boschini, endocrinologista pediátrica do Hospital e Maternidade Santa Helena, no ABC Paulista, esse hábito alimentar está diretamente ligado ao aumento da obesidade infantil e de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), além de impactar aspectos comportamentais e cognitivos da criança.

Para a especialista, o consumo excessivo de açúcar, como parte de uma alimentação inadequada, tem consequências duradouras. “Se não intervirmos cedo, esse padrão alimentar pode levar a complicações graves ainda na juventude. Por isso, é essencial um acompanhamento regular e multidisciplinar para garantir uma infância saudável, prevenindo complicações que podem persistir na vida adulta”, alerta a médica.

Entre os principais impactos do consumo excessivo de açúcar, a endocrinologista pediátrica destaca os seguintes:

  • Físicos: obesidade, diabetes tipo 2, alterações no colesterol e aumento de cáries;
  • Cognitivos e comportamentais: hiperatividade, dificuldade de concentração e distúrbios no sono.


Como reduzir o consumo de açúcar?

Aline sugere estratégias práticas para combater o excesso de açúcar, que incluem:

  • Substituir bebidas açucaradas por água ou sucos naturais;
  • Incentivar o consumo de frutas frescas em vez de doces industrializados;
  • Limitar a oferta de alimentos ultraprocessados.

Além disso, a médica reforça a importância de consultas regulares com diferentes especialidades, entre elas os endocrinologistas pediátricos, que tratam doenças metabólicas, como o diabetes, e distúrbios hormonais que afetam o crescimento e desenvolvimento infantil. “Embora muitos pais ainda optem por levar seus filhos apenas ao pediatra, o endocrinologista é fundamental para identificar essas alterações e considerar as especificidades de cada fase da criança, uma vez que qualquer desordem nesse período pode ter consequências graves”, ressalta Aline.
 

Quadro alarmante

A obesidade infantil, uma das principais consequências do consumo excessivo de açúcar, afeta milhares de crianças brasileiras. Dados do Observatório de Saúde na Infância, da Fiocruz, apontam que, em 2022, uma em cada 10 crianças menores de cinco anos e um em cada três adolescentes (na faixa de 10 a 18 anos) apresentavam excesso de peso. 

Para prevenir esse cenário, a operadora de planos de saúde Amil oferece o Programa Obesidade Infantil, focado no tratamento conservador da doença de forma multidisciplinar, promovendo mudanças alimentares e de estilo de vida, com acompanhamento psicológico, nutricional e endocrinológico. “O tratamento deve ser integrado, abrangendo os aspectos físicos, emocionais e comportamentais da criança, além de envolver ativamente a família”, explica Maria Inês Lioi, endocrinologista pediátrica do Amil Espaço Saúde.
 

Causas da obesidade infantil

A obesidade infantil, um problema de saúde de incidência global, possui múltiplas causas e exige a atuação de vários profissionais de saúde, além do apoio da família. Entre os fatores que elevam os riscos estão:

  • Genética e histórico familiar;
  • Consumo elevado de alimentos ultraprocessados, incluindo aqueles com alto teor de açúcar;
  • Sedentarismo e excesso de tempo de tela;
  • Falta de atividades físicas e ao ar livre;
  • Ansiedade.

Para a médica Maria Inês, o diagnóstico precoce e o tratamento integrado são fundamentais para prevenir e controlar a obesidade infantil e suas complicações, uma vez que a doença pode ser tratada e até mesmo evitada. “Com o apoio de profissionais especializados, como endocrinologistas pediátricos, e o envolvimento da família, é possível adotar um estilo de vida saudável e evitar complicações de saúde no futuro”, conclui.


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