A montagem da comédia clássica de Molière, que celebra os 400 anos do autor, estreou em 2022 e fez grande sucesso de público por onde passou. Com direção de Clara Carvalho, a peça tem Brian Penido Ross no papel principal
Assistida por
mais de 12 mil pessoas em sua trajetória por 12 cidades brasileiras, Escola de
Mulheres retorna à capital paulista, agora no Teatro
Moóca, no Moóca Plaza Shopping. A nova temporada acontece até
2 de março, com sessões aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 18h.
Sob direção de Clara
Carvalho, a obra é um gesto de transgressão ao patriarcado e ao
conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a
sagacidade feminina.
A montagem é
protagonizada por Brian Penido Ross, prêmio Bibi
Ferreira, que está em cena ao lado de Ariell Cannal, Felipe
Souza, Fulvio Filho, Gabriela
Westphal, Nando Barbosa, Leandro
Tadeu, Paulo Marcos, e Vera Espuny.
“Este é um texto
escrito em 1662, quando Molière tinha 40 anos e estava na plenitude de sua
potência criativa. Ele também fazia o papel de Arnolfo, personagem que repele
frontalmente a ideia de ser traído e, para isso, educa a jovem Inês para que
ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Mas, como
em muitas de suas peças, as personagens femininas de Molière são perspicazes,
inteligentes e descobrem como se empoderar numa circunstância a princípio
desfavorável e o plano de Arnolfo mostra-se muito difícil de implementar.
Sente-se no texto a simpatia de Molière pelas mulheres. O machismo patológico é
escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista. É esse
viés que colocamos em cena”, comenta Clara Carvalho.
A peça, que foi
um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões
sobre a polêmica comportamental que trazia, é exemplarmente clássica, com
unidade de tempo – tudo se passa em 24hs – espaço e ação e a encenação busca
mesclar sugestões do século XVII com traços contemporâneos. Tudo se passa numa
praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes
e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière
escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus
detratores, A Crítica à Escola de Mulheres.
Brian Penido
Ross comenta as características de seu personagem e as comparou com outros
clássicos do autor: “Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento,
ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís
XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja
obsessivamente não se tornar um deles. Molière tem uma galeria genial de personagens
com comportamentos compulsivos, como Argan, de O Doente Imaginário,
ou Harpagão, de O Avarento. Num momento em que o Brasil está lidando com
pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e
comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar."
Ariell Cannal, um
dos idealizadores, ressalta a atualidade do texto clássico: “É incrível que um
texto escrito há 360 anos converse tanto com a nossa realidade contemporânea.
Numa sociedade onde as mulheres precisam de projeto de lei para conquistarem a
igualdade salarial, um autor tão feminista como Molière pode mostrar à plateia
que as vontades e desejos femininos têm, sim, força e razão de existir. Molière
é um autor necessário”
Durante a
preparação da peça a equipe se inspirou em filmes como A Viagem do
Capitão Tornado, (1990, de Ettore Scola; Molière, (1976, de Ariane
Mnouchkine); O Rei Dança, (2000, Gérard Corbiau); Vatel – Um
Banquete para o Rei, (2000, Roland Joffe, além montagens
disponibilizadas pela Comédie-Française e pelo Teatro Odéon.
Ficha
técnica:
Idealização: Ariell Cannal, Brian Penido Ross e Clara Carvalho. Texto:
Escola de Mulheres. Autor: Molière. Direção /
Tradução / Adaptação: Clara Carvalho. Elenco:
Ariell Cannal (Horácio), Brian Penido Ross (Arnolfo), Felipe Souza (Cupido),
Fulvio Filho (Crisaldo), Gabriela Westphal (Inês), Nando Barbosa (Alain),
Leandro Tadeu (Oronte), Luiz Luccas (Henrique), Vera Espuny (Georgette). Diretor
Musical: Gustavo Kurlat. Diretor de Movimento: Guilherme
Sant'Anna. Iluminador: Wagner Pinto. Cenógrafo:
Chris Aizner. Cenotécnico: Denis Chimanski. Figurinista:
Marichilene Artisevskis. Design Gráfico – Cenário: Adriana
Alves. Design Gráfico – Divulgação: Mau Machado. Fotógrafo:
Ronaldo Gutierrez. Assessoria de Imprensa: Adriana
Balsanelli e Renato Fernandes. Assistentes de Produção: Nando
Barbosa e Paula Stricker. Produção Executiva: Nando Medeiros.
Diretor de Produção: Ariell Cannal.
Serviço:
ESCOLA
DE MULHERES
Até
2 de março de 2025.
Sábados, às 21h;
e domingo, às 18h
Ingressos: Plateia Premium R$100 / R$50. Plateia Select: R$80 / R$40.
Compra
Online: https://cannal.link/escolaIngressos
Classificação: 12 Anos. Duração: 85 Minutos
TEATRO
MOÓCA
Moóca Plaza
Shopping
Rua Capitão
Pacheco e Chaves, 313, São Paulo - São Paulo
https://www.teatromooca.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário