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sábado, 8 de fevereiro de 2025

Ficar 4 horas por dia pendurado ao celular traz riscos à saúde? Perguntamos ao ChatGPT

Pinabay

A inteligência artificial não recomenda, e lista problemas físicos e mentais decorrentes da prática. As respostas da IA foram analisadas por um psicólogo

 

Passamos boa parte do dia com os olhos fixos no celular, carregando o aparelho para onde quer que vamos e raramente nos desconectamos da tecnologia. Mas quais são os riscos que esse hábito pode trazer para a nossa saúde? Para entender melhor, perguntamos ao ChatGPT (inteligência artificial) e a um especialista humano: o que acontece se eu passar 4 horas por dia ao celular durante 20 anos?

O ChatGPT respondeu que essa rotina pode gerar sérias consequências para a saúde física e mental. A inteligência artificial (IA) destacou quatro tópicos, explicando os possíveis riscos acumulados ao longo desse período.

O primeiro tópico que a IA trouxe trata da “saúde física e mental”, no qual aponta que o uso excessivo de redes sociais ou a exposição constante a informações negativas podem aumentar os níveis de estresse e ansiedade. O hábito de ficar verificando redes sociais frequentemente também pode levar à sensação de inadequação ou "Fomo" (medo de estar perdendo algo). No aspecto físico, o uso prolongado do celular pode causar problemas como dores no pescoço e nas costas devido à má postura, além de fadiga ocular causada pela exposição constante à luz das telas.

O segundo tópico levantado pela IA foi “aspectos sociais”, que explica que o tempo gasto ao celular acaba substituindo a interação face a face com amigos, familiares e colegas, e pode causar um impacto negativo nas habilidades sociais e na qualidade dos relacionamentos pessoais. A interação constante com dispositivos pode criar uma sensação de isolamento ou solidão.

No terceiro tópico, “mudanças cognitivas”, o ChatGPT mostra que pode haver alteração da capacidade de atenção com o uso constante de celular, especialmente ao navegar em redes sociais e consumir conteúdos curtos, o que pode afetar a capacidade de focar por longos períodos em tarefas mais complexas, já que o cérebro se acostuma com a gratificação instantânea. Também pode afetar a memória, especialmente a de longo prazo. Isso ocorre porque muitas vezes as informações são armazenadas rapidamente em aplicativos de pesquisa ou em redes sociais em vez de serem processadas mentalmente de maneira mais significativa.

Já no último tópico listado, “impactos a longo prazo”, a IA aponta que os problemas para a saúde mental e física, para quem passa 4 horas por dia ao celular durante 20 anos, podem ser significativos. A saúde mental pode se deteriorar com o estresse crônico e a ansiedade, enquanto os problemas físicos, como dores crônicas e distúrbios do sono, podem se tornar mais pronunciados. Como resultado, uma pessoa que se submete a altos níveis de distração e multitarefa pode ter dificuldade em se concentrar por longos períodos, o que afeta a produtividade no trabalho ou nos estudos, assim como a capacidade de ser criativo.


SUGESTÕES DA IA

Além dos riscos, a IA trouxe quatro soluções para resolver os problemas:

Pausas regulares: Fazer pausas para descansar os olhos (a cada 20 minutos de uso) e alongar o corpo pode ajudar a prevenir problemas posturais e oculares.

Limitar o tempo nas redes sociais: Defina limites de tempo para o uso de redes sociais e aplicativos para evitar o efeito vicioso de ficar verificando constantemente as notificações.

Práticas de atenção plena e desconexão: Reserve momentos para desconectar do celular, como antes de dormir ou durante interações com outras pessoas, para fortalecer os relacionamentos pessoais e melhorar o bem-estar mental.

Exercício físico: A prática regular de atividades físicas pode ajudar a reduzir os efeitos negativos da vida sedentária e melhorar o humor e o foco.

 

O QUE DIZ O ESPECIALISTA (HUMANO)

Para saber se a IA está correta em seus diagnósticos, o Diário do Comércio entrevistou o psicólogo Johnatan Lordão. Confira:

 

DC – Os riscos para a saúde apresentados pelo ChatGPT podem realmente se acumular ao longo de 20 anos, ao usar o celular todos os dias durante 4 horas?

Johnatan Lordão: Sim, ‘tudo demais, é muito’. Os possíveis riscos psicológicos aos quais uma pessoa está exposta dependem da forma como o celular é usado. Se o uso for excessivo e sem autorregulação, podem surgir diversos problemas, tanto físicos quanto emocionais. Podendo inclusive indicar uma busca da pessoa por conexão e pertencimento, que precisa ser suprida de formas mais saudáveis, como cultivando relacionamentos reais e atividades significativas.

Problemas como tensão muscular, dores nas costas e fadiga ocular são relatados frequentemente. Estresse crônico e ansiedade também podem se desenvolver devido à exposição constante a notícias negativas e à pressão social das redes. Além da redução na capacidade de concentração e memória e impactos nas relações interpessoais devido ao isolamento.

 

Que sinais uma pessoa deve observar para identificar se o uso do celular está afetando negativamente sua vida social?

Os sinais de impacto negativo podem incluir: isolamento social e redução do interesse por interações presenciais; diminuição da qualidade das conversas devido à distração constante; sentimento de solidão mesmo em ambientes sociais; e sensação de vazio existencial.

Entre outras coisas, em um contexto de uso disfuncional, vamos observar o celular como ferramenta de ‘fuga’ para evitar emoções negativas ou buscar aprovação constante.

O uso constante pode prejudicar a memória e a atenção devido à gratificação instantânea e à sobrecarga de informações. O cérebro pode se acostumar a estímulos rápidos, reduzindo a capacidade de concentração.

 

Na sua visão de psicólogo, a IA está correta?

Sim! Penso que a análise está coerente. A tecnologia, como qualquer ferramenta, traz benefícios e riscos. O celular, como um objeto simbólico, pode representar conexão ou alienação. A regulação consciente é fundamental para evitar dependência e perda de equilíbrio na vida cotidiana.

 

Pausas regulares, limite de tempo nas redes sociais, atenção plena e exercício físico foram apontados pela IA como soluções para o problema da dependência do celular. Essas práticas podem ajudar?

Sim! São práticas baseadas em pesquisas e amplamente recomendadas por profissionais de saúde mental. A regulação consciente do uso de dispositivos, por exemplo, contribui para uma vida mais equilibrada e saudável.

Como psicoterapeuta, recomendo dar mais atenção ao convívio presencial e buscar experiências significativas, em especial de contato com a natureza. O ideal é pensar numa balança que deve estar equilibrada. Se você dedica 4 horas diárias ao uso do celular, então você deve dedicar 4 horas diárias às atividades de lazer em contato com a natureza, exercícios físicos, leitura (livro físico) e interação presencial de qualidade com familiares e amigos.

Acredito que para uma vida saudável devemos considerar a métrica de equilíbrio entre mente e corpo. Esse equilíbrio é um conceito que remonta à filosofia grega antiga, especialmente à visão de Platão, que defendia a harmonia entre as capacidades intelectuais e físicas para uma vida plena.

O uso do celular estimula a mente através do acesso à informação, aprendizado e interação. No entanto, para manter um uso saudável, é essencial equilibrá-lo com atividades físicas e de lazer, que fortalecem o corpo e promovem a saúde mental. Exercícios físicos liberam substâncias químicas produzidas pelo sistema nervoso que regulam o humor e reduzem o estresse, enquanto momentos de desconexão ajudam a restaurar a atenção e a criatividade. Assim, mente e corpo precisam trabalhar em sintonia para garantir uma vida saudável.

As medidas preventivas eficazes incluem: estabelecer limites de uso diário; praticar desconexão intencional (especialmente antes de dormir); promover atividades presenciais com familiares e amigos; e praticar atividades físicas e hobbies que promovam relaxamento e bem-estar.

 

Além dessas medidas preventivas, quais outras práticas podem ajudar na saúde mental?

A terapia individual ou em grupo ajuda a identificar padrões disfuncionais e promover mudanças. Além disso, desenvolva hobbies e interesses reais, o que incentiva a desconexão e o engajamento no mundo físico. E reduza a dependência digital, aprendendo a usar a tecnologia de forma saudável, equilibrada e positiva.



Cesar Bruneli
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/ficar-4-horas-por-dia-pendurado-ao-celular-traz-riscos-a-saude-perguntamos-ao-chatgpt


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