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sábado, 8 de fevereiro de 2025

Entenda como a positividade tóxica pode prejudicar a saúde mental

A psicóloga Maria Klien aborda o tema e mostra que todos os tipos de sentimentos são válidos para o crescimento humano

 

A positividade tóxica é uma característica que se manifesta quando as emoções negativas são invalidadas em nome de uma busca incessante pelo otimismo. Apesar de parecer benéfica à primeira vista, essa prática pode ter impactos adversos na saúde mental, uma vez que reprime a expressão autêntica das emoções humanas. Segundo especialistas, o equilíbrio emocional depende do reconhecimento e da limitação de todos os sentimentos.

De acordo com a psicóloga Maria Klien, a positividade tóxica pode levar ao isolamento emocional. “Quando nos sentimos pressionados a ignorar ou mascarar nossas dificuldades, acabamos impedindo a conexão genuína com outras pessoas, que também enfrentam desafios semelhantes”, explica. Esse isolamento reforça a ideia de que as emoções negativas são inaceitáveis, agravando questões como ansiedade e depressão.

Além disso, a cultura da positividade extrema desconsidera a complexidade das emoções humanas. Sentimentos como tristeza, raiva ou frustração desempenham um papel essencial no desenvolvimento pessoal e no aprendizado. Ao negar essas experiências, cria-se uma desconexão interna, dificultando a capacidade de enfrentar desafios e encontrar soluções para problemas.

O movimento de conscientização sobre os danos da positividade tóxica incentiva uma visão mais abrangente das emoções. Para Maria Klien, essa abordagem valoriza a desvantagem emocional, sejam elas consideradas positivas ou negativas, é essencial para o bem-estar psicológico. As emoções negativas, assim como as positivas desempenham um papel legítimo e importante em nossas vidas, nos ajudando a compreender melhor  nossos limites, necessidades e encontrar caminhos para o crescimento pessoal”, afirma.

Uma prática comum de positividade tóxica está nas interações sociais, quando frases como “vai ficar tudo bem” ou “pense positivo” são usadas para minimizar experiências difíceis. Embora essas expressões sejam muitas vezes bem-intencionadas, podem invalidar a dor do outro, indicando que não há espaço para a vulnerabilidade ou o sofrimento.

A liberdade de sentimentos permite um processamento mais saudável das situações adversas, contribuindo para uma maior inteligência emocional. Esse processo não implica uma glorificação do sofrimento, mas sim um reconhecimento da sua importância no contexto humano.

Maria Klien ressalta que é essencial criar espaços seguros para a expressão emocional. “Quando uma criança demonstra comportamentos diferentes na presença da mãe, falo isso como um exemplo, isso pode ser interpretado de forma positiva, pelo menos na perspectiva da psicologia que eu pratico. Esse comportamento indica que a criança reconhece na mãe um espaço seguro para ser autêntico, sem a necessidade de desempenhar funções ou buscar uma perfeição inatingível”, comenta.

Por outro lado, a positividade tóxica pode perpetuar estigmas em torno da saúde mental, dificultando que as pessoas procurem ajuda profissional. A pressão para parecer bem o tempo todo pode levar a um adiamento do tratamento de questões emocionais, agravando sintomas e atrasando a recuperação.

Abandonar a positividade tóxica não significa adotar uma postura pessimista, mas sim compreender que todas as emoções são válidas e desempenham papeis importantes no crescimento pessoal. Essa mudança de perspectiva promove uma convivência mais harmoniosa com os próprios sentimentos, criando espaço para o autoconhecimento e a evolução emocional.

  


Maria Klien - exerce a psicologia, se orientando pela investigação dos distúrbios ligados ao medo e à ansiedade. Sua atuação clínica integra métodos tradicionais e práticas complementares, visando atender às necessidades emocionais dos indivíduos em seus universos particulares. Como empreendedora, empenha-se em ampliar a oferta de recursos terapêuticos que favorecem a saúde psíquica, promovendo instrumentos destinados ao equilíbrio mental e ao enfrentamento de questões que afetam o bem-estar psicológico de cada paciente.


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