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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

IA Generativa em serviços financeiros precisa de governança estruturada para evitar riscos, revela estudo

Análise da consultoria global Capco lista os 5 elementos fundamentais para uso da tecnologia de forma mais eficiente e segura


Uma aceleração sem precedentes em gestão vem acontecendo nas empresas nos últimos anos com o uso da Inteligência Artificial Generativa (GenIA). No setor financeiro, essa tecnologia é capaz de identificar melhorias possíveis para eficiência operacional, inovação em produtos e serviços e desempenho geral dos negócios, mas também envolve riscos que ainda não são totalmente conhecidos.

As organizações devem, sim, se beneficiar das evoluções tecnológicas, mas a inovação, por si, só não resolve tudo. É preciso estarem preparadas para enfrentarem desafios e riscos que surgem por conta da tecnologia ser ainda nova. Por isso, a Capco, consultoria global de gestão e tecnologia para o setor financeiro, realizou o estudo “Five Foundational Elements for Generative AI Governance in Financial Services” (Cinco elementos fundamentais para a governança de IA generativa em serviços financeiros, em tradução livre).

“Além de abordar questões de conformidade, o estudo mostra que a governança robusta precisa ser adaptada para abordar riscos específicos da GenAI e para promover o uso responsável e transparente da tecnologia de IA no segmento”, explica Gerhardt Scriven, diretor executivo da Capco Brasil.

Dessa forma, as organizações precisam reavaliá-los para criar um inventário de controle e se adaptar à GenAI. "Nesse contexto, é essencial a participação integrada das equipes jurídica, de compliance, de negócios e de tecnologia, visando uma abordagem holística. A GenAI deve ser vista como uma ferramenta adicional de gestão, e não como uma solução ideal", alerta Scriven.

De acordo com o estudo, os elementos fundamentais para a governança da GenIA são:

1- Aperfeiçoar a identificação e gestão de riscos
Tudo começa pela atualização das estruturas de gerenciamento de risco e controles para evitar uso não autorizado de dados e não comprometer sua integridade. Isso inclui o fortalecimento da segurança cibernética, maior rigor na gestão de fornecedores terceirizados e provedores de tecnologia GenAI, além da conformidade com as diretrizes regulatórias do setor. Outro aspecto crucial é a valorização de talentos, ou seja, profissionais capacitados para gerenciar e monitorar esta iniciativa, apoiados por soluções automatizadas que detectam anomalias em tempo real, reduzindo impactos nas operações e protegendo a experiência dos clientes.

2- Definir responsabilidades para adotar a GenAI de maneira uniforme
Para uma governança eficaz, é essencial deixar bem definidas as funções e responsabilidades de supervisão. Existem três modelos principais de governança que podem ser adotados. Um deles é o centralizado, com um órgão central supervisiona as iniciativas de IA, definindo padrões, políticas e metodologias. Um outro é o descentralizado, com as equipes se reportando ao líder de governança de IA da organização, praticando autogovernança com tomada de decisão distribuída. Além disso, há o modelo híbrido, que centraliza a expertise e as melhores práticas de IA, ao mesmo tempo em que permite que as unidades de negócios inovem e adaptem soluções, conforme a necessidade da organização.

3 - Dar prioridade à privacidade e à segurança
Possíveis barreiras para adoção da GenIA foram rompidas com o uso dos Large Language Models (LLMs) e outras ferramentas de GenAI que usam dados empresariais sem exigir muito treinamento do modelo. O problema é que isso pode incluir informações confidenciais da empresa e dados sensíveis (LGPD), tornando a privacidade e a segurança dos dados uma grande preocupação e um componente crítico da governança geral.

Para evitar isso, é obrigatório usar modelos empresariais privados em ambientes de nuvens seguros, identificar dados confidenciais ao usar LLMs, tomar medidas para evitar vazamentos, definir diretrizes de acesso e trabalhar em conformidade com as normas e regulamentações do setor. As empresas estão percebendo isso. De acordo com o Estudo de Referência de Privacidade de Dados de 2024 da Cisco, a maioria das organizações está limitando o uso do GenAI devido a problemas de privacidade e segurança de dados. Assim, 27% delas proibiram o uso temporariamente e 48% reconhecem inserir informações não públicas da empresa nas ferramentas de GenAI.

4 –Ter um inventário detalhado das aplicações que usam GenAI
Ter uma estrutura capaz de manter um repositório central que permita às empresas rastrear o uso da tecnologia de IA em várias unidades de negócios, incluindo gerenciar soluções de IA de fornecedores, projetos de adoção de IA, modelos de IA, fontes de dados para consumo de IA e artefatos essenciais, como documentação dos sistemas.

5 - Promover uma cultura adequada
A empresa deve se preparar para garantir que líderes e funcionários sejam educados para que a aplicação da GenAI seja adequada aos objetivos pretendidos, promovendo uma cultura de uso responsável da tecnologia. As melhores práticas relacionadas a IA Generativa podem ser implementadas por meio de programas de treinamento personalizados, políticas e procedimentos documentados para adoção uniforme dentro da organização.

O executivo da Capco alerta que, por fazerem parte de um setor altamente regulamentado, as empresas de serviços financeiros precisam priorizar a conformidade regulatória, especialmente no caso da GenAI, que é marcada por alto escrutínio e diretrizes novas em constante atualização. “Embora ofereça potencial transformador para o setor de serviços financeiros em vários casos de uso, somente uma governança eficaz da GenAI pode garantir que seu impacto permaneça em conformidade, justo e seguro para todos”, aconselha o Gerhardt Scriven

 



Capco
Para mais informações, acesse o site

 

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