O ginecologista
especialista em saúde da mulher, dr. André Vinícius, explica que a condição
pode ser tratada com controle de sintomas
A cantora Gretchen, de 65 anos, passou por uma
cirurgia de retirada do útero na manhã desta terça-feira (20). Ela sofria com
uma doença chamada adenomiose, que resultou no crescimento anormal de seu
útero. O médico ginecologista dr. André Vinícius, especialista em saúde da
mulher, explica que condição é benigna, como diagnosticar e quais os
tratamentos.
Antes de explicar o que é o adenomioma, o
ginecologista explica que é preciso entender como é a formação do útero. “O
útero é dividido em três camadas: a serosa, que é a camada que o recobre; o
miométrio, uma camada muscular intermediária; e o endométrio, que é a camada mais
interna do útero. O adenomioma é quando o tecido endometrial vai para no
miométrio, ou seja, o tecido que reveste o útero vai parar na musculatura do
útero. A essa condição damos o nome de adenomiose”, diz Vinícius.
Quais os sintomas?
A adenomiose pode ser tanto sintomática quanto não
apresentar sintomas. Os três principais sintomas que uma paciente sintomática
apresenta são:
- Infertilidade
- Cólicas
menstruais mais intensas
- Aumento
do fluxo menstrual e dos dias de período (a paciente que antes menstruava
3, 4 dias, passa a menstruar, 6, 7, 8 dias).
Como diagnosticar a doença?
O médico ginecologista esclarece que grande parte
das vezes, a adenomiose assintomática é diagnosticada através de
ultrassonografia. “Por esse exame, é possível identificar um miométrio
irregular, ou que o útero está com o tamanho maior que o normal, pois a
infiltração do tecido endometrial do miométrio pode aumentar o volume do
útero”, comenta. A cantora Gretchen estava com o útero no tamanho de 850
centímetros, o que equivale a uma gestação de 20 semanas.
Segundo Vinícius, hoje o exame padrão ouro para
identificar essa doença é a ressonância nuclear magnética da pelve, que tem um
valor preditivo positivo muito alto, ou seja, ela tem alto índice de acerto.
Quais os tratamentos
disponíveis para a adenomiose?
O tratamento da adenomiose em pacientes
sintomáticas consiste em fazer o controle dos sintomas. “Para pacientes
que apresentam cólicas muito intensas, é possível ajustar medicamentos para o
controle dessa cólica. Em pacientes com sangramento uterino normal, é possível
fazer um bloqueio hormonal, que geralmente é o tratamento mais indicado para
adenomiose. E como essa doença é localizada dentro do útero, o DIU medicado com
levonorgestrel tem uma ação muito interessante, pois diminui as cólicas
menstruais da paciente e diminui o fluxo também”, pontua Vinícius.
O médico complementa que é preciso ainda aliar o
tratamento a um estilo de vida mais saudável, com a prática regular de
atividade física, alimentação leve e equilibrada e o controle de estresse.
Em quais casos a cirurgia é
indicada?
Existem casos em que a doença possui pontos focais,
o que permite a realização de uma cirurgia para retirada desses pontos. Segundo
o especialista, ela é ideal para pacientes que querem engravidar.
Já a histerectomia, isto é, a retirada completa do útero como fez Gretchen, é um tratamento definitivo indicado para mulheres que já não desejam engravidar e que não conseguiram controlar a doença com a ajuda dos tratamentos convencionais. “Por ser uma doença localizada na camada muscular do útero, se retirar essa camada, não se tem mais o local para o tecido endometrial se instalar”, finaliza o especialista.
Dr. André Vinícius - Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (PB), e com mais de 10 anos de experiência na área, André Vinícius é Mestre em Ciências da Saúde, especializado em Ginecologia e Endoscopia Ginecológica pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE) e pós-graduado em Fisiologia Hormonal. Professor de Ginecologia da Universidade Federal de Campina Grande. Atua com foco em menopausa e na Terapia de Reposição Hormonal, levando uma qualidade de vida maior para mulheres que estão passando por esse período. Ao longo de sua carreira, André ajudou mais de 3 mil alunos no seu curso sobre a Terapia Hormonal e mais de 2 mil alunos em seu curso sobre Endometriose.
@dr.andrevinicius
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