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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Entenda o que é adenomiose, doença que levou Gretchen a retirar o útero

O ginecologista especialista em saúde da mulher, dr. André Vinícius, explica que a condição pode ser tratada com controle de sintomas


A cantora Gretchen, de 65 anos, passou por uma cirurgia de retirada do útero na manhã desta terça-feira (20). Ela sofria com uma doença chamada adenomiose, que resultou no crescimento anormal de seu útero. O médico ginecologista dr. André Vinícius, especialista em saúde da mulher, explica que condição é benigna, como diagnosticar e quais os tratamentos.

Antes de explicar o que é o adenomioma, o ginecologista explica que é preciso entender como é a formação do útero. “O útero é dividido em três camadas: a serosa, que é a camada que o recobre; o miométrio, uma camada muscular intermediária; e o endométrio, que é a camada mais interna do útero. O adenomioma é quando o tecido endometrial vai para no miométrio, ou seja, o tecido que reveste o útero vai parar na musculatura do útero. A essa condição damos o nome de adenomiose”, diz Vinícius.


Quais os sintomas?

A adenomiose pode ser tanto sintomática quanto não apresentar sintomas. Os três principais sintomas que uma paciente sintomática apresenta são:

  • Infertilidade
  • Cólicas menstruais mais intensas
  • Aumento do fluxo menstrual e dos dias de período (a paciente que antes menstruava 3, 4 dias, passa a menstruar, 6, 7, 8 dias).


Como diagnosticar a doença?

O médico ginecologista esclarece que grande parte das vezes, a adenomiose assintomática é diagnosticada através de ultrassonografia. “Por esse exame, é possível identificar um miométrio irregular, ou que o útero está com o tamanho maior que o normal, pois a infiltração do tecido endometrial do miométrio pode aumentar o volume do útero”, comenta. A cantora Gretchen estava com o útero no tamanho de 850 centímetros, o que equivale a uma gestação de 20 semanas.

Segundo Vinícius, hoje o exame padrão ouro para identificar essa doença é a ressonância nuclear magnética da pelve, que tem um valor preditivo positivo muito alto, ou seja, ela tem alto índice de acerto.


Quais os tratamentos disponíveis para a adenomiose?

O tratamento da adenomiose em pacientes sintomáticas consiste em fazer o controle dos sintomas.  “Para pacientes que apresentam cólicas muito intensas, é possível ajustar medicamentos para o controle dessa cólica. Em pacientes com sangramento uterino normal, é possível fazer um bloqueio hormonal, que geralmente é o tratamento mais indicado para adenomiose. E como essa doença é localizada dentro do útero, o DIU medicado com levonorgestrel tem uma ação muito interessante, pois diminui as cólicas menstruais da paciente e diminui o fluxo também”, pontua Vinícius.

O médico complementa que é preciso ainda aliar o tratamento a um estilo de vida mais saudável, com a prática regular de atividade física, alimentação leve e equilibrada e o controle de estresse.

 

Em quais casos a cirurgia é indicada?

Existem casos em que a doença possui pontos focais, o que permite a realização de uma cirurgia para retirada desses pontos. Segundo o especialista, ela é ideal para pacientes que querem engravidar.

Já a histerectomia, isto é, a retirada completa do útero como fez Gretchen, é um tratamento definitivo indicado para mulheres que já não desejam engravidar e que não conseguiram controlar a doença com a ajuda dos tratamentos convencionais. “Por ser uma doença localizada na camada muscular do útero, se retirar essa camada, não se tem mais o local para o tecido endometrial se instalar”, finaliza o especialista. 



Dr. André Vinícius - Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (PB), e com mais de 10 anos de experiência na área, André Vinícius é Mestre em Ciências da Saúde, especializado em Ginecologia e Endoscopia Ginecológica pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE) e pós-graduado em Fisiologia Hormonal. Professor de Ginecologia da Universidade Federal de Campina Grande. Atua com foco em menopausa e na Terapia de Reposição Hormonal, levando uma qualidade de vida maior para mulheres que estão passando por esse período. Ao longo de sua carreira, André ajudou mais de 3 mil alunos no seu curso sobre a Terapia Hormonal e mais de 2 mil alunos em seu curso sobre Endometriose.
@dr.andrevinicius

 


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