Tumores de pele correspondem a 38% de
todos os diagnósticos de neoplasias do dr.consulta; especialista indica pontos
de alerta e relembra a importância do tratamento precoce para o bom prognóstico
da doença
Um levantamento inédito realizado pelo dr.consulta revelou que 38%
das neoplasias tanto benignas quanto malignas diagnosticadas historicamente em
suas unidades foram referentes a tumores dermatológicos. Os dados destacam a
relevância dos serviços de atenção primária no diagnóstico precoce e tratamento
do tumor de pele, o tipo mais prevalente no Brasil.
A análise, que abrangeu informações de 29 unidades da rede com
dados desde 2015, também aponta mais de 13 mil biópsias de pele realizadas e 23
mil procedimentos para remoção cirúrgica de lesões cutâneas foram realizadas
nos próprios centros médicos, com acesso mais fácil e rápido para os pacientes,
além da redução de custos e aumento das chances de cura, já que o sucesso
terapêutico está diretamente associado ao tratamento precoce.
O levantamento evidencia a importância do acompanhamento médico
regular na detecção de lesões suspeitas em estágios iniciais, permitindo
tratamentos rápidos e eficazes. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(Inca), o câncer de pele corresponde a 27% de todos os tumores que evoluem de
forma maligna diagnosticados no Brasil, reforçando sua relevância como um
problema de saúde pública.
Para Paulo Yoo, diretor médico do dr.consulta e especialista em
gestão de saúde populacional, a atenção primária desempenha um papel fundamental
na educação da população sobre consultas regulares com dermatologistas e
medidas preventivas, como a proteção solar. “A incidência do câncer de pele
supera diagnósticos de outros tipos comuns, como próstata, mama e pulmão. Dados
do Inca mostram que é uma questão de saúde pública, mas a boa notícia é que
muitos casos podem ser prevenidos. Evitar exposição excessiva ao sol e usar
protetor solar são medidas essenciais para reduzir os riscos”, explica.
Fatores de risco e pontos de atenção
O principal fator de risco para todos os tipos de câncer de pele é
a radiação ultravioleta. Por isso, os cânceres do tipo não-melanoma são mais
comuns nas regiões do corpo que ficam mais expostas ao sol, como braços, rosto,
pescoço, orelhas, ombros e costas. Já o melanoma, tipo mais agressivo da
doença, pode aparecer em outras áreas da pele e até em pessoas mais jovens.
Além das consultas recorrentes ao dermatologista e o olhar atento
para o uso de filtro solar e acessórios de proteção à exposição prolongada ao
sol, o autoexame é uma importante ferramenta de diagnóstico precoce. “É por isso
que é importante educar o paciente para que ele tome as ações de autoproteção e
saiba quais gatilhos podem indicar que algo está errado. O paciente informado é
um co-criador de uma vida mais saudável”, pontua Paulo Yoo.
O principal fator de observação dos sinais da pele é utilizar a
Regra ABCDE para identificar pontos de alerta no autoexame:
- A: assimetria - pintas assimétricas podem indicar problemas.
- B: bordas irregulares - pintas com bordas recortadas podem
ser um sinal de câncer de pele.
- C: cores variadas - pintas com tons diferentes merecem mais
atenção.
- D: diâmetro - lesões com mais de 6 mm podem ser suspeitas.
- E: evolução - pintas/manchas que evoluem com o tempo, podendo
crescer, mudar de cor ou apresentar novas características, devem despertar
a atenção.
Diante de qualquer indício diferente do comum, a orientação é
procurar um dermatologista.
Mas além da Regra ABCDE há outros indicativos que demandam atenção
médica:
1)
Lesões que não seguem o padrão ABCDE
A Regra BCDE é uma ferramenta importante de
avaliação, mas outras lesões, mesmo que não sigam essas características, podem
ser motivo de preocupação.
2)
Presença de nódulos ou inchaço
Nódulos palpáveis na pele, que podem ser dolorosos ou
indolores, ou inchaço persistente em uma área específica que não está associada
a lesões prévias.
3)
Mudanças no brilho da pele
Mudanças no brilho da pele sobre a lesão, podendo
parecer brilhante, lustrosa ou translúcida.
4)
Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele
Um
histórico pessoal ou familiar de câncer de pele pode aumentar o risco. Pessoas
com pele clara, sardas, queimaduras solares frequentes ou histórico familiar da
doença devem estar particularmente atentas.
Em
suma, o câncer de pele é um desafio, mas a prevenção e diagnóstico precoce são
armas poderosas. A conscientização sobre os sinais de alerta e o acesso a
cuidados preventivos são fundamentais para combater essa condição.
dr.consulta
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