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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Doação de sangue: período crítico requer maior volume de doações; confira critérios e benefícios

 Em 2023, mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no SUS; Ministério da Saúde registrou 1,6% da população brasileira como doadora

 

O Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado em 25 de novembro, tem como objetivo reforçar a importância da doação e sensibilizar a população sobre essa atitude que pode salvar vidas. O mês de novembro foi escolhido estrategicamente, já que antecede o período em que os estoques de sangue costumam cair devido às férias, festas de fim de ano e carnaval. Este é o momento ideal para lembrar que um único gesto pode beneficiar até quatro pessoas. 

Para exemplificar como se dá esse fluxo, um adulto tem em média cinco litros de sangue e, na doação, são coletados no máximo 450ml. A quantia é separada em diferentes componentes, como hemácias, plaquetas e plasma, os quais serão distribuídos para atender os hospitais. No geral, o sangue doado é utilizado em pacientes com doenças hematológicas e câncer, em pessoas que passam por cirurgias de grande porte e para emergências. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, datas como o Dia Nacional do Doador de Sangue são imprescindíveis para chamar a atenção da população para o ato de doar. “Campanhas como esta deveriam, na verdade, ocorrer mais vezes ao longo do ano. Muitas pessoas deixam de doar por falta de conhecimento sobre a segurança do procedimento ou mesmo por não terem dimensão da relevância deste gesto”.
 

Cenário brasileiro

No Brasil, em 2023, mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e o Ministério da Saúde registrou 1,6% da população brasileira como doadora. Esse é um dado interessante uma vez que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é que cada país tenha uma população doadora entre 1% e 3%. No entanto, cada região deve avaliar a melhor porcentagem para atender as demandas locais. 

Hoje, o país conta com 2.097 serviços de hemoterapia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais), sendo que uma das estratégias da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados é fortalecer as estruturas de serviços, como a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Até março deste ano, foram realizadas mais de 730 mil doações.

 

Critérios para doar

É fácil ser um doador. Pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Basicamente, para isso, precisam pesar pelo menos 50 quilos e estar em bom estado de saúde. No dia da doação, é preciso estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas 12 horas antes e não estar em jejum. No caso dos homens, é possível fazer até quatro doações ao ano, com intervalos mínimos de dois meses. 

Já as mulheres podem fazer até três doações anuais, com intervalos de três meses entre cada uma. “O aplicativo Hemovida, integrado ao Meu SUS Digital, tem um papel bastante importante na informação das regras de doação de sangue no SUS. Ele pode ser usado por qualquer pessoa e conta com diferentes funcionalidades, como regras para doar sangue, campanhas e doação autodeclarada, e geolocalização dos serviços hemoterápicos”, complementa o presidente da Anadem.

 

Doadores têm benefícios

Para aumentar ainda mais o número de doadores, existem alguns benefícios assegurados a quem doa. Entre eles, um dia de folga, sem descontos ou penalidades. Isso acontece porque o Governo Federal assegura pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) o direito de folga a todos os doadores de sangue, com comprovação por meio do atestado de comparecimento. 

Outra novidade é que os doadores passaram a ter atendimento preferencial em diferentes estabelecimentos, como bancos e serviços públicos, conforme a Lei n.o 14.626, de 2023. Para usufruir desse benefício, o doador deve apresentar o comprovante de doação com validade de 120 dias. Contudo, é importante ressaltar que a prioridade se dará após o atendimento de todas as pessoas com deficiência, conforme Lei n.o 10.048, de 2000, e de novos grupos inseridos, como autistas e pessoas com mobilidade reduzida. 

O jornalista Vinícius Lima, de São Paulo, começou a doar sangue em 2023, motivado por uma campanha da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Desde então, procura fazer a doação a cada dois meses. “A próxima será em dezembro, período que geralmente se precisa mais pelo fato de os estoques de bolsas de sangue nos hemocentros ficarem reduzidos por conta das festas de final de ano. É importante conscientizar a população sobre esse período”, explica, ao comentar que considera prazeroso o ato de doar. “Faz bem para a alma”, finaliza. 



Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
Para saber mais, clique aqui.


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