Implante Hormonal
Os objetivos da desinformação disseminada não estão
claros, mas os fatos devem ser esclarecidos.
Inicialmente, há que se destacar que, diversamente
do quanto vem se propagando, a utilização do termo “chip da beleza” para
denominação dos implantes hormonais é, no mínimo, temerário, além de evidenciar
a ausência de compromisso com a saúde e o conhecimento cientifico.
Referência mundial na ciência e na saúde da mulher,
o Professor Dr. Elsimar Coutinho, desenvolveu e aprimorou, ao longo dos últimos
40 anos, a utilização desta via de administração do hormônio com uma forma
farmacêutica segura e compatível farmacologicamente, com o intuito de promover
a anticoncepção de longo prazo, e o tratamento hormonal e de patologias graves,
como endometriose, miomas e outras patologias hormônio dependentes, além de
seus sintomas.
Desde o seu desenvolvimento, há décadas atrás,
sempre se cuidou de afastar a referida denominação de “chip da beleza”, a qual,
vale dizer, apenas deprecia a referida forma farmacêutica utilizada par
Seja por má interpretação da norma, seja por
tentativa de impor interesses próprios, com vistas à manipulação do mercado, a
campanha aberta contra as conquistas da ciência culmina na desinformação de
toda classe médica brasileira, do grupo de farmácia magistrais, e, ainda pior,
de todas as pacientes que se beneficiem da terapia hormonal para fins de
tratamentos clínicos.
Em que pese as informações veiculadas façam
referência à frequente utilização de implantes contendo esteroides
anabolizantes, os quais seriam divulgados e prescritos como parte de
estratégias de apologia a um corpo perfeito e estilo de vida saudável, a
realidade é distinta daquela que se pretende propagar. Há milhares de
profissionais na classe médica brasileira que, há mais de 30 anos, prescrevem
implantes hormonais de forma responsável e buscando o tratamento eficaz e
seguro dos pacientes. É temerário acreditar que estes profissionais atuam há
diversas décadas de forma irresponsável, sem que tenham sido repreendidos ou
censurados até hoje.
Não podem os profissionais médicos responsáveis,
preocupados com o tratamento individualizado do seu paciente, ou, ainda, os
pacientes que se beneficiam com esse tratamento, responder por atos imprudentes
de terceiros que pretendam objetivos outros que não a saúde e segurança do
paciente.
Nas informações propagadas observa-se, ainda, a
divulgação de que a prescrição dos implantes hormonais se daria por “falsos
especialistas”, quando, na verdade, a grande maioria dos profissionais que
atuam nesta atividade tem especialidade médica. A má informação deve ser
repreendida, uma vez que busca desqualificar profissionais habilitados,
capacitados, e, sobretudo, especializados.
Veicula-se também que medicamentos como a
Gestrinona e a Oxandrolona fariam referência a uma medicina antiga e
ultrapassada, supostamente abandonados pela Medicina Baseada em Evidências.
Também aqui, a narrativa é inverídica, vez que a Gestrinona integra o Guideline
Europeu como hormônio a ser utilizado no tratamento para endometriose, e a
Oxandrolona é citada em importantes trabalhos como via de tratamento da
Covid-19 com Sarcopenia.
Nas narrativas que vêm sendo propagadas, pôde-se
também identificar alegações de supostos efeitos graves decorrentes da
utilização de implantes hormonais, sem que seja apresentada, todavia, qualquer
evidência científica neste sentido. Ignora-se, ainda, que terapias hormonais
via oral aumentam amplamente o risco de efeitos graves, quando em comparação
com as vias periféricas.
Suscita-se que, no climatério, a mulher não teria
necessidade de reposição de Testoterona, quando, em verdade, o primeiro
hormônio que apresenta queda é justamente a Testosterona, a partir dos 35 anos,
o que pode ser observado através de uma boa anamnese na paciente. A deficiência
androgênica feminina é um consenso médico. A narrativa apresentada, portanto,
apenas reflete a ausência de conhecimento técnico dos interlocutores a respeito
do tratamento de reposição hormonal feminino.
Ainda ao contrário do que vem sendo publicado,
foram e continuam a ser realizados vários estudos científicos, em diversas
instituições a nível mundial, que comprovam a eficácia da terapia hormonal e a
sua importante contribuição para a melhoria da saúde e da qualidade de vida de
mulheres que utilizam os implantes hormonais. Centenas de resultados clínicos
satisfatórios apresentam e validam a utilização dos implantes hormonais para
tratamento de várias patologias ginecológicas, sobretudo na terapia da
endometriose, que acomete muitas mulheres. Na plataforma PUBMED, inclusive, há
amplo acesso a textos científicos a versar os benefícios da utilização dos
implantes hormonais no tratamento da endometriose.
No mesmo sentido, as publicações veiculadas, sem
abordagem cientifica, ignoram mais de quatro décadas de atividade clínica, as
quais demostram que a utilização da terapia hormonal no tratamento de várias
patologias oferece qualidade e segurança à saúde dos pacientes.
Não fosse suficiente, tem se propagado, ainda, que
os implantes hormonais não seriam aprovados pela ANVISA, o que é absolutamente
inverídico. Trata-se de flagrante desconhecimento técnico acerca da
regulamentação da ANVISA no tocante ao segmento magistral.
Todo processo de manipulação magistral das
prescrições médicas contendo implantes hormonais é realizado com base na
qualidade exigida pelas Boas Práticas de Manipulação e de acordo com os
requisitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da
Resolução de Diretoria Colegiada nº 67, de 08 de outubro de 2007 (RDC 67/07), a
qual estabelece os critérios sanitários para a manipulação de
medicamentos em todo o Brasil, não havendo que se falar em impossibilidade de
uso clínico de implantes ou ausência de liberação da utilização de terapia hormonal
por autoridade sanitária no Brasil.
A ANVISA, através de sua legislação RDC 67/07
fiscaliza, controla, normatiza e regula as ações de vigilância sanitária das
farmácias magistrais brasileiras, outorgando-lhes, por meio de licenças
específicas (Autorização de Funcionamento/ Autorização Especial/ Licença
Sanitária), a aprovação para manipular medicamentos sob condições especificadas
de Boas Práticas, mediante critérios de qualidade e de acordo com a prescrição
de profissionais legalmente habilitados.
Sempre com o objetivo de embasar inverdades, tem-se
buscado ainda desqualificar o implante, com a alegação que o mesmo não possui
“bula”. Tratando-se de medicamento manipulado, conforme já destacado, todavia,
a legislação é distinta daquela de medicamentos industrializados (especialidade
farmacêuticas).
Considerando que uma solicitação dirigida a um
farmacêutico para o aviamento de uma fórmula tem como objetivo a
individualização da terapêutica para um paciente em específico particular,
seria impossível que cada fórmula prescrita por cada profissional para cada um
de seus pacientes, tivessem “registro” e uma “bula” específica.
Por este e por outros pontos de caráter técnico, a
ANVISA publicou a legislação específica (RDC 67/07) para o segmento magistral.
Desta forma, o termo “registro”, bem como existência de “bula”, não se aplicam
a medicamentos magistrais (formulações), o que está totalmente de acordo com a
legislação específica da ANVISA para este setor.
Aqueles que alardeiam a ausência destes itens para
um medicamento manipulado, com o fim de desqualifica-lo, contribuem de forma
negativa para confundir a opinião pública, prestando um desserviço à nossa
sociedade.
Como em qualquer atividade, na medicina e na
farmácia há certamente profissionais que atuam de forma desarticulada com o
propósito da saúde pública. Existem profissionais que realizam a prescrição de
quaisquer medicamentos, inclusive por outras vias, pretendendo alcançar
resultados que não coadunam com a finalidade traçada para a administração dos implantes
hormonais, que é justamente privilegiar a saúde do paciente. Da mesma forma,
por certo existirão farmácias magistrais que usem da forma farmacêutica para
administração de medicamentos diversos, muitas vezes visando finalidades outras
que não o tratamento de doenças e a melhora da saúde.
Isso ocorre também mesma forma em outros ramos da
área de saúde, como, por exemplo, na cirurgia plástica, na dermatologia, na
endocrinologia, em que há incontáveis profissionais bastante sérios,
preocupados com a saúde dos pacientes, sendo possível identificar, todavia,
outros que apenas atuam com o intuito de obter lucro, colocando em risco a
saúde dos pacientes.
Esta realidade apenas evidencia a necessidade de
rigor no controle das agências reguladoras em relação à atuação das farmácias
magistrais, o que já vem sendo realizado no âmbito da ANVISA, notadamente
quando proibiu a publicidade de quaisquer produtos contendo Gestrinona,
industrializados ou manipulados, em qualquer forma farmacêutica, nos termos da
Resolução-RE Nº 4.768, de 22 de dezembro de 2021, bem como quando incluiu a
referida medicação da lista C5 de medicamentos controlados, mediante
atualização da Portaria SVS/MS nº 344/1998, por meio da Resolução RDC nº
734/2022, publicada no Diário Oficial da União nº 131, de 113 de julho de 2022.
Da mesma forma merece relevo o controle do Conselho
Federal de Medicina, o qual, buscando afastar a atuação profissional
irresponsável, através da Resolução nº 2.333/23, vedou a prescrição médica de
terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com
finalidade estética, para ganho de massa muscular e/ou melhora do desempenho
esportivo.
Em que pese as farmácias de manipulação não tenham
a possibilidade de controlar a atuação do profissional médico, controle este
que cabe ao Conselho de Classe correspondente, desde a sua fundação o Grupo
Elsimar Coutinho sempre prezou pela atuação dos profissionais médicos de forma
a privilegiar a saúde e segurança dos pacientes.
Neste contexto, a carta das Sociedades Médicas à
ANVISA, bem como as notícias que vem sendo difundidas na mídia, ignoram o
trabalho de fiscalização e controle sanitário que vem sendo desenvolvido pela
Agência reguladora, as Vigilâncias Sanitárias estaduais e pelo Conselho de
Medicina.
A propagação de notícias da forma que vem se
realizando, conforme já pontuado, apenas traz insegurança aos profissionais que
atuam com responsabilidade, e, ainda pior, pânico aos pacientes que se be
O uso para fins estéticos NUNCA FOI RECOMENDADO
pelo Grupo Elsimar Coutinho, que preza pela segurança e saúde de seus
pacientes. Conforme pontuado na carta das Sociedades Médicas à ANVISA, é certa
a necessidade de controle do uso de esteroides anabolizantes, porém isto
independe de sua via de administração.
É absolutamente legítima a preocupação em promover
a proteção da saúde da população, porém é uma irresponsabilidade a tentativa de
invalidar a utilização de implantes hormonais na terapia médica, mediante a
propagação de informações sem base cientifica e apenas com intuito mercadológico.
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