Mulheres devem
realizar o exame a partir dos 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de
Mastologia (SBM); Hábitos saudáveis também ajudam na prevenção
Apenas um quarto das mulheres com idade entre 50 e
69 anos realizam exame de rastreamento de câncer de mama no Brasil. A campanha
do Dia Nacional da Mamografia, que é lembrado no dia 5 de fevereiro, foi criada
para conscientizar a população e os agentes públicos e privados de saúde sobre
o tema. O dado assusta especialistas no país, já que a mamografia é a forma
mais efetiva de detectar a doença em estágios iniciais, melhorando as taxas de
cura da doença.
A recomendação da realização nessas idades é da
Organização Mundial da Saúde (OMS), que também indica que ao menos 70% das
mulheres sem sintomas da doença façam mamografia de rastreamento a fim de
reduzir a mortalidade pela doença – visto que o câncer de mama passou a ser, em
2020, a maior causa de morte por câncer globalmente. A Sociedade Brasileira de
Mastologia (SBM) indica a realização do exame ainda mais cedo: a partir dos 40
anos.
“A gente imaginava que no pós pandemia haveria uma
corrida das mulheres para a realização de mamografia, mas o que se viu em 2022
e 2023 é que os números ficaram apenas semelhantes aos anteriores à pandemia, o
que é muito ruim. A taxa de mortalidade por câncer de mama em 2020 foi de 16.47
por 100.000 mulheres. Esse percentual pode ser reduzido tanto com o aumento do
rastreio e do diagnóstico precoce quanto pela adoção de hábitos preventivos”,
explica Max Senna Mano, líder nacional da especialidade de câncer de mama da
Oncoclínicas.
Os dados do país refletem um cenário grave.
"Para se ter uma ideia mais precisa, segundo a SBM, uma em cada 8 mulheres
receberá um diagnóstico de câncer de mama durante a vida. São milhares de vidas
que podem ser salvas a partir da realização de um exame simples, disponível
tanto na rede pública quanto na rede privada”, enfatiza.
Além do exame de mamografia, a adoção de hábitos
saudáveis, como controle do peso, prática de exercícios físicos regulares e
alimentação saudável continuam sendo parte da receita para evitar o
aparecimento da doença. “E não apenas de câncer de mama, mas de diversos outros
tipos de câncer e até mesmo doenças cardiovasculares, diabetes, demência, etc.
A busca por uma vida saudável, sem tabagismo e sem (ou com baixo) consumo de
bebidas alcoólicas, continua sendo fundamental”, comenta.
Como o exame de mamografia é
feito?
A mamografia tem o objetivo de avaliar o tecido
mamário. Contudo, ela não deve ser realizada apenas quando existe suspeita de
câncer de mama. Geralmente, o procedimento dura cerca de 20 minutos e é capaz
de identificar tumores em fase inicial – idealmente, ainda não palpáveis.
Através de duas placas, as mamas são pressionadas
na horizontal e vertical para a avaliação adequada. O exame pode causar um
pouco de desconforto, mas a compressão é rápida e a dor passageira. Para um
maior conforto da paciente, é recomendado que o agendamento seja realizado para
alguns dias após a menstruação, período em que as mamas estão menos sensíveis.
O exame não é recomendado caso a mulher esteja
amamentando ou grávida. Em situações como essa, o médico poderá solicitar
outros exames de rastreamento que não sejam prejudiciais para a mãe e para o
bebê, como o ultrassom.
Diagnóstico precoce é
essencial na luta contra o câncer de mama
A descoberta tardia do câncer de mama pelo atraso
ou não realização de exames de rastreamento e a falta de acesso a tratamentos,
especialmente em países em desenvolvimento, estão entre os aspectos ressaltados
pela OMS como efeitos que afetam diretamente os cuidados oncológicos. Dentre os
tumores sólidos, os tumores de mama são atualmente os mais incidentes a nível mundial
– tendo em 2020 ultrapassado o câncer de pulmão.
“O primeiro e principal passo para vencermos a
doença é o conhecimento. Temos que otimizar a exposição das informações para
que cada vez mais mulheres e a população em geral estejam conscientes da necessidade
de realização da mamografia”, afirma Max Mano.
Quando detectado em estágios iniciais, o câncer de
mama chega a 95% de chance de cura. “Atualmente contamos com um amplo arsenal
de alternativas de tratamentos, condutas precisas que aliadas ao diagnóstico
precoce garantem a alta taxa de cura e a qualidade de vida aos nossos pacientes
em todas as etapas de sua jornada oncológica. A decisão pelo tipo de
terapêutica a ser adotada depende sempre da fase da doença (estadiamento), do
tipo do tumor e das condições clínicas da paciente - como idade, doenças
preexistentes, entre outras. Entre os procedimentos empregados, pode haver
cirurgia, radioterapia, quimioterapia, endocrinoterapia, terapia biológica (ou
terapia alvo) e imunoterapia”, explica.
Max Mano reforça que “o câncer não espera”. A condição faz parte do rol de doenças estabelecido pelo Ministério da Saúde, cujo tratamento não pode ser considerado eletivo. Atualmente, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que são esperados ao menos outros 704 mil diagnósticos de câncer até o final de 2024, sendo que mais de 10% desse total - 73.610 - serão referentes a tumores de mama.
Oncoclínicas&Co.
http://www.grupooncoclinicas.com
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