Dia da Gula
comemorado em janeiro entrou no calendário deste ano como alerta para quem tem
o hábito de comer ou beber além do necessário. Especialista explica como e
quando buscar ajuda profissional.
Diferente do que muitos pensam, o Dia da Gula não
foi criado como uma desculpa para furar a dieta ou comer como se o mundo fosse
acabar no dia seguinte. Pelo contrário, essa data foi criada como uma maneira
de conscientizar a população sobre os perigos que a compulsão alimentar oferece
à saúde.
De acordo com os dados divulgados pela Organização
Mundial da Saúde - OMS, cerca de 4,7% da população brasileira sofre de algum
tipo de transtorno relacionado à alimentação. Os transtornos alimentares
descrevem doenças que são caracterizadas por hábitos alimentares irregulares e
sofrimento grave ou preocupação com o peso ou a forma do corpo.
Em relação ao caso do brother, Yasmin Brunet no BBB
24, tem dado o que falar desde que o programa começou. Um dos assuntos mais
comentados da internet é a relação da modelo com a comida. A própria
participante revelou que sofre de compulsão alimentar, fato que foi confirmado
por sua mãe aqui fora, Luiza Brunet.
A compulsão alimentar é um desses exemplos. Nela, a
questão é o exagero, o excesso no consumo: a pessoa devora uma quantidade
enorme de comida. Alguns chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos
minutos — a média recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por
dia. Esse transtorno pode estar aliado à obesidade, uma vez que a parte
excedente do alimento consumido será armazenado na forma de
gordura, como também pode estar aliado à bulimia, com episódios de vômitos
forçados, exercícios excessivos, uso frequente de laxantes ou diuréticos, após
o maior consumo calórico.
Todos os casos ligados aos transtornos alimentares
precisam de muita atenção. Há um grande desbalanceamento do corpo e da mente
que precisam de cuidados simultâneos. Segundo a nutricionista Fernanda
Larralde, especializada em Nutrição Esportiva, Saúde da Mulher e Fitoterapia,
formada em Coaching Nutricional e palestrante, há cuidados que precisam
ser tomados com a ajuda de um profissional. "Um dos cuidados primordiais é
a aplicação dos princípios da Nutrição Comportamental, que está diretamente
ligada à parte emocional do paciente. Quando uma pessoa não se relaciona bem
com o alimento, não percebendo a hora da fome e o momento da saciedade, é extremamente
necessário que essa pessoa seja conduzida a enxergar isso, acolhendo os
sentimentos e não se sentindo culpada." Diz a especialista, ao explicar
que todo esse processo acontece de forma guiada, cuidadosa e amorosa, para que
seja um processo o mais leve possível.
Em resumo, a Nutrição Comportamental, através de um
nutricionista capacitado, considera as emoções, os hábitos e as condutas de
cada paciente para orientá-lo a adotar mudanças de maneira personalizada e
adequar sua rotina alimentar na busca de uma alimentação saudável, nutritiva e
prazerosa, considerando os aspectos sociais, fisiológicos e emocionais que
influenciam o ato de comer.
A profissional comenta que é mais comum do que se
imagina que as pessoas utilizem a alimentação como forma de compensação para um
problema emocional mais profundo. "Com o diagnóstico obtido por meio da
anamnese e recordatório alimentar, eu, como nutricionista comportamental,
percebo a ligação direta com fatores emocionais associados à ansiedade, traumas
e inseguranças, etc. Em casos que envolvam transtornos, sempre há algum fator
emocional que é compensado na comida”, afirma Fernanda.
Após aprender a se relacionar emocionalmente com o
ato de comer é feita uma reintrodução alimentar, como se fosse com uma criança
pequena. "Primeiro, partimos pelos alimentos que o paciente gosta mais,
que há uma familiaridade, tendo em vista também a acessibilidade a esses
alimentos, sem uma dieta rígida estabelecida. E tempo a tempo o tratamento vai
evoluindo.
Desde o início do processo com o paciente,
indicamos uma dieta rica em proteínas, fibras, gorduras saudáveis, cereais
integrais e outros produtos que colaboram diretamente com a saciedade e que
também auxiliam o organismo a responder de maneira mais saudável. "Nessa
nova realidade, é recomendável que o paciente busque lojas e locais onde a
alimentação saudável esteja estampada nas prateleiras, corredores e carrinhos.
Vale lembrar que o olhar do comedor compulsivo precisa ser guiado e por isso,
em um supermercado cheio de oportunidades que podem se tornar um problema, será
ainda mais difícil manter o posicionamento. Então, num primeiro momento, é
super interessante que esse paciente compre seus alimentos em locais
especializados em comida viva, saudável e que ofereçam opções de produtos
naturais e nutritivas", aconselha a especialista.
Com isso, já tem muita gente mordendo a sugestão da
nutróloga. Segundo a agência de pesquisa Euromonitor, o setor cresceu 33% em
todo o país nos últimos anos. Com isso, o Brasil é o 7º no mundo no mercado de
alimentos e bebidas saudáveis, movimentando R$100,2 bilhões, e até 2025, o
setor deve crescer mais 27%. Isso inclui produtos sem glúten, vegetariano,
vegano e fitness.
Fernanda não faz dieta nas sugestões e prossegue
com mais uma dica de peso. "Eu, particularmente, conheço a loja Bio
Mundo que atende a mim e meus pacientes com tudo que precisamos para manter uma
alimentação de qualidade, com diferentes tipos de produtos naturais e
saborosos. A loja tem uma infinidade de alimentos e produtos que ajudam nesse
processo, como as oleaginosas, alimentos proteicos, as farinhas naturais à
granel ou embaladas, os chás e petiscos que auxiliam em receitas fáceis e
saborosas, afinal todos esses pacientes precisarão passar pela fase de
readaptação do paladar", finaliza a nutricionista.
Fernanda Larralde - Nutricionista, especializada em
Nutrição Esportiva, Saúde da Mulher e Fitoterapia, possui formação em Coaching
Nutricional e é palestrante.
Bio Mundo
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