As mudanças climáticas estão evidenciando que os cuidados com a saúde ambiental do planeta são imprescindíveis, caso contrário cada vez mais vamos nos defrontar com problemas críticos, com resultados preocupantes para todos seus habitantes. Por isso é importante também considerar seriamente neste contexto o papel do saneamento básico para manutenção do bem-estar da população. Nota-se que não só empresas e governos, mas os cidadãos estão mais conscientes do problema e atentos para as formas que pessoalmente possam contribuir.
Nos dias de hoje já ficou visível, que se o meio
ambiente não for cuidado adequadamente os resultados negativos terão maior
gravidade e poderão contribuir com mais inundações, mudanças climáticas e
grandes variações de temperatura, erosões, podendo inclusive influir na
destruição de manguezais, que são responsáveis pela geração de boa parte do que
é obtido no mar para alimentação humana. O jornalista Joelmir Betting, décadas
atrás já havia alertado: “A natureza não se defende, mas como se vinga”.
A poluição das águas tem sido provocada em boa
parte pela inexistência de atividades de saneamento. Em diferentes cidades, os
esgotos que não passam por um processo de tratamento são os principais
responsáveis por contaminar lençóis freáticos, mananciais e também a faixa
litorânea. A falta de cuidados com o meio ambiente pode provocar ainda a morte
de diversas espécies de animais e vegetais, e desequilibrar o ecossistema do
lugar, gerando muitas vezes sérias complicações de toda ordem, que inevitavelmente
causam prejuízos. Alguns setores como agricultura, indústria, turismo e
comércio estão entre os segmentos que mais sentem economicamente os resultados
ecológicos negativos.
Com o crescimento populacional e industrial, é
inevitável que os problemas de saneamento básico também aumentem. Por essa
razão,
governos municipais, estaduais e federal têm
trabalhado há muitas décadas para reduzir as adversidades da poluição ambiental
e melhorar as condições sanitárias fundamentais. Estudos do Senado Federal apontam
que hoje a carência de saneamento básico prejudica mais de 130 milhões de
brasileiros. Entre eles cerca de 35 milhões de pessoas não têm acesso à coleta
de esgoto.
Enfermidades decorrentes desta ausência como a
disenteria bacteriana, febre tifoide, esquistossomose, leptospirose, entre
outras, atingem principalmente aquelas populações menos assistidas.
Lamentavelmente, no momento apenas 49% dos esgotos do País são tratados
adequadamente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente
15 mil pessoas no Brasil morrem por ano por doenças originadas pela fragilidade
do seu sistema de saneamento básico.
Outras 350 mil são internadas por causa de doenças
originárias pela falta desse recurso. Algumas das moléstias propiciadas, também
colaboram com o aumento da taxa da mortalidade infantil. Portanto, saneamento é
um fator de extrema relevância na saúde pública tanto para uma pequena
comunidade local como para uma população de uma megacidade.
Somente com a coleta e o tratamento correto dos despejos
com tecnologia apropriada se alcança a proteção de rios, lagos, córregos, mares
e outros recursos hídricos essenciais para o ser humano. Uma rede de esgoto
residencial ou industrial se não for tratada corretamente, durante a
decomposição dos dejetos vai consumir mais oxigênio, e ele é essencial à vida
animal como a dos peixes. A falta do elemento químico também pode estimular o
crescimento de algas, provocando desequilíbrio ambiental.
A cada ano as tecnologias de saneamento, que passam
por evoluções e melhoramentos, têm sido ferramentas fundamentais para melhorar
a qualidade das águas. O tratamento reduz o volume de agentes poluidores,
vindos de diversas áreas rurais e urbanas pelo País. Esses produtos e soluções
usados no Brasil muitas vezes são exatamente os mesmos
empregados nos Estados Unidos e Europa e são
considerados de ponta e extremamente seguros.
Ultimamente, tem havido mudanças que estimulam a
nossa visão pelas melhores perspectivas. O conceito ESG [em inglês], ou seja, a
governança corporativa unida à sustentabilidade social e ambiental, tem sido
muito prestigiado por lideranças de empresas conscientes pelo mundo todo.
Nestes novos tempos, a imagem e conduta da organização empresarial ficaram
intrinsicamente ligadas aos seus critérios socioambientais.
Os mais recentes parâmetros em circulação ajudam
ainda na avaliação geral do desempenho, e na atuação no mercado e na sociedade.
A filosofia da ESG fortalece os players que participam com responsabilidade no
desenvolvimento econômico e social, e promovem segurança e engajamento nas
tomadas de decisão do negócio. A conduta responsável dos gestores gera
confiança na opinião pública de que há comprometimento e principalmente que
estamos avançando para um mundo melhor.
No âmbito das nações comprometidas com o meio
ambiente, o acordo final da Conferência das Nações Unidas – COP 28 – foi
positivo ao antever a redução gradual do uso dos combustíveis fósseis
(petróleo, gás natural e carvão) diminuindo assim a emissão de gases, que
contribuem com o aumento do efeito estufa. Os efluentes gasosos têm prejudicado
substancialmente o planeta em que vivemos com as temidas mudanças climáticas.
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