No
Brasil, a tendência preocupante da automedicação se destaca como um sério
desafio para a saúde pública, uma questão amplamente discutida em recentes
eventos do setor. Em um desses encontros, tive a oportunidade de dialogar com o
Dr. Paulo Yoo, diretor do Dr. Consulta, sobre uma estatística alarmante: 77% da
população brasileira recorre à automedicação. Paralelamente, um dado
interessante e pouco conhecido é que 84% dos departamentos de Recursos Humanos
(RH) não oferecem assistência farmacêutica aos seus colaboradores, o que pode
acarretar em um impacto na saúde e bem-estar dos colaboradores.
Embora
a automedicação possa parecer uma solução rápida para problemas menores de
saúde, suas consequências podem ser gravemente prejudiciais. O uso inadequado
de medicamentos é uma das principais causas de complicações de saúde, agravando
doenças crônicas – responsáveis por 72% das mortes no país. Ademais, a adesão
correta a tratamentos medicamentosos prescritos pode reduzir internações
hospitalares em até 30%. Estima-se que problemas relacionados à farmacoterapia
sejam responsáveis por cerca de 3 milhões de internações anuais no Brasil, e
28% das consultas em pronto socorro estão ligadas a questões medicamentosas.
Um
dos grandes desafios no combate à automedicação é o acesso limitado a
informações adequadas e a medicamentos prescritos. Essa realidade é especialmente
preocupante em ambientes de trabalho, onde a saúde dos colaboradores afeta
diretamente o bem-estar geral e a produtividade. Os gestores de RH têm um papel
crucial nesse cenário, a área pode trazer benefícios na saúde dos
colaboradores, implementando políticas de saúde eficazes e programas de
assistência farmacêutica.
É
fundamental ressaltar que medicamentos devem ser utilizados apenas sob
prescrição médica. Orientações precisas sobre dosagem, forma de administração e
horário de ingestão são vitais para um tratamento eficaz. Além disso, é
importante estar atento a efeitos adversos e interações medicamentosas,
principalmente quando o paciente está utilizando múltiplos medicamentos.
Este
alerta sobre a automedicação no Brasil sublinha a urgência de maior
conscientização sobre os riscos associados a essa prática e destaca a
importância de políticas de saúde mais eficientes e programas de assistência
farmacêutica nos departamentos de RH. Medidas como essas são essenciais para
assegurar a segurança e o bem-estar da população, mitigando os impactos
negativos da automedicação na saúde pública e no ambiente corporativo.
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