A combinação de Keytruda e PADCEV é uma
nova opção de primeira linha para pacientes no tratamento do carcinoma urotelial
avançado que, além do câncer de bexiga, atinge o ureter, uretra e pelve renal
A
Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) acaba de aprovar o uso da combinação
de pembrolizumabe (KEYTRUDA) com enfortumabe vedotina (PADCEV) para o
tratamento de primeira linha, para adultos com carcinoma urotelial (câncer de
bexiga, ureter, uretra e pelve renal) localmente avançado ou metastático (tumor
já se encontra em outras partes do corpo), que não são elegíveis à quimioterapia
contendo cisplatina. Esse é o primeiro tratamento que se tem a imunoterapia
associada a um anticorpo droga conjugada, aumentando a chance de sobrevida
desses pacientes.
A
aprovação foi definida com base nas respostas dos pacientes ao tratamento bem
como a sua duração, em um estudo chamado EV-103, também conhecido como
KEYNOTE-869. Cerca de 120 pacientes receberam o tratamento com PADCEV e
Keytruda, demonstrando que 68% desses pacientes tiveram uma redução confirmada
no tamanho do tumor. Alguns pacientes tiveram uma redução completa do tumor,
enquanto outros tiveram uma redução parcial.
Os
pacientes receberam o tratamento por ciclos de 21 dias. A mediana de tempo de
sobrevida global foi de 26,1 meses no grupo de pacientes que recebeu a combinação.
A combinação também demonstrou uma alta taxa de resposta objetiva, com
aproximadamente 73% dos tumores com alguma redução nos seus tamanhos. Os
fabricantes relataram a ausência de novos sinais de segurança, com toxicidades
relacionadas ao tratamento consistentes com estudos anteriormente relatados,
que utilizaram a terapia combinada.
“Nessa
última década, fizemos grandes avanços no tratamento do câncer urotelial. A
introdução da imunoterapia impactou o tratamento do paciente metastático para
além da quimioterapia. E essa aprovação que nós tivemos recentemente traz a
força que a imunoterapia associada a um anticorpo droga conjugada, refletindo
em um avanço significativo para a sobrevida desses pacientes”, explica Dra.
Márcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil.
A
terapia também se encontra na primeira fase do estudo de fase 3, que foi
recentemente aprovado pelo FDA, nos Estados Unidos, chamado KEYNOTE-A39, que
analisa os resultados do pembrolizumabe com PADCEV, com o objetivo de ser um
estudo complementar para a atual aprovação acelerada de pembrolizumabe em
combinado com enfortumabe vedotina, para pacientes elegíveis e inelegíveis para
receber quimioterapia contendo cisplatina, com base nos dados do estudo
KEYNOTE-869.
Sobre o Câncer de bexiga
Segundo o instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano, cerca de 10 mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil. Em 2022, o Brasil registrou 11.370 novos casos de câncer de bexiga, desse total, 7.870 ocorreram em homens, diagnosticados com a doença que atinge as células que revestem o órgão.
Ainda de acordo com o Instituto, homens brancos e de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de tumor. O tabagismo pode triplicar o risco de câncer de bexiga, em comparação com indivíduos que nunca fumaram. A exposição a diversos compostos químicos relacionados ao trabalho (construção civil, indústria, agropecuária etc.) também pode apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.
A doença pode ser classificada em três diferentes tipos:
•
Carcinoma de células de transicionais: representa a maioria dos casos e começa
nas células do tecido mais interno da bexiga;
•
Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que podem
surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas;
• Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Quando essa alteração atinge a bexiga, o organismo dá os sinais de alerta com sangue na urina, dor e necessidade frequente de urinar, mas sem conseguir fazê-lo. No entanto, esses sintomas nem sempre indicam câncer, mas, para a confirmação do diagnóstico, o paciente precisa realizar exames de urina e imagem, com a possibilidade de biópsia.
A probabilidade de cura da doença está diretamente ligada ao estágio de desenvolvimento do câncer, e o tratamento pode incluir procedimentos cirúrgicos, como a ressecção transuretral para remover o tumor, cistotectomia parcial para a remoção de uma parte da bexiga, ou radical, que envolve a retirada completa da bexiga. Em casos de tumores mais agressivos, a radioterapia e a quimioterapia são alternativas consideradas para o tratamento. A idade e a saúde geral do paciente desempenham um papel fundamental em todo o processo.
Como
medida preventiva, é de suma importância adotar um estilo de vida saudável, o
qual envolve uma dieta equilibrada, a eliminação do tabagismo e a prática
regular de atividades físicas. Nas unidades de saúde da cidade de São Paulo,
são oferecidas Práticas Integrativas e Complementares (PICs) à população,
abrangendo sistemas e recursos terapêuticos que visam estimular os mecanismos
naturais de prevenção e recuperação da saúde.
MSD
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