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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Alergias alimentares ganham um novo capítulo

 Ovo ocupa 1º lugar no ranking dos alimentos mais alergênicos, desbancando o leite

Banana, sementes, frutas e o aumento expressivo das oleaginosas, como amendoim e castanhas chamam atenção

 

Novos alimentos estão ganhando destaque nas alergias alimentares. Se antes o leite liderava como sendo o alimento que mais causava alergia, agora ele perde posição de líder para o ovo. A lista dos principais alérgenos alimentares ainda é composta por soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. Porém, outros alimentos como frutas, gergelim, chia e linhaça emergem como desafios.

 

“Apesar de ainda ocupar papel de destaque entre as alergias na infância, o leite de vaca parece estar perdendo a primeira posição para o ovo. Além disso, alimentos como amendoim, castanhas, sementes e frutas, especialmente a banana, ganham destaque nas estatísticas de alergias”, conta a Dra. Renata Cocco, membro do departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

 

Aumento substancial das alergias a amendoim e castanhas: o número de crianças com sintomas de alergia após a ingestão de amendoim e/ou castanhas alcança pouco a pouco uma realidade semelhante às referidas em países como os Estados Unidos e Reino Unido. As alergias se manifestam ainda nos primeiros anos de vida, caracterizam-se pela gravidade das reações e podem ser desencadeadas por quantidades ínfimas dos alimentos, incluindo a inalação.

 

Persistência das Alergias na Vida Adulta: Paralelamente ao aumento do número de alimentos responsáveis pelas alergias, o tempo para sua remissão (isto é, a perda da alergia) também é maior. “Alergia ao leite, ovo, soja e trigo eram geralmente remitidas até os 5 a 7 anos de idade. Atualmente acompanhamos muitos pacientes até o final da adolescência ainda com reações alérgicas a estes alimentos”, explica a Dra. Renata.

 

Importância da Introdução Alimentar: A especialista da ASBAI ressalta a importância da introdução alimentar adequada como uma possível forma de minimizar o aparecimento das alergias. “Aleitamento materno exclusivo até os seis meses, seguido pela introdução gradual de alimentos, especialmente aqueles nutricionalmente essenciais, a partir do sexto mês”, recomenda a médica.

 

Riscos da Dieta de Restrição sem Acompanhamento: Atenção ao perigo que as dietas de restrição, sem orientação adequada, podem causar. Além dos prejuízos nutricionais, os impactos sociais e psicológicos podem criar estigmas e afetar a qualidade de vida.

 

Evolução no Tratamento: A imunoterapia, por diferentes vias de administração, e os imunobiológicos surgem como opções promissoras, proporcionando avanços significativos na qualidade de vida dos pacientes.

 

A dessensibilização oral não leva à cura da alergia, mas pode melhorar muito a qualidade de vida do paciente, especialmente daqueles que reagem a quantidades muito pequenas dos alimentos. Existem várias linhas de pesquisa em andamento, envolvendo novas abordagens terapêuticas, que devem nos trazer soluções mais seguras”, alerta Dra. Renata Cocco. 



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