Ovo ocupa 1º lugar no ranking dos alimentos mais alergênicos, desbancando o leite
Banana, sementes, frutas e o aumento
expressivo das oleaginosas, como amendoim e castanhas chamam atenção
Novos alimentos
estão ganhando destaque nas alergias alimentares. Se antes o leite liderava
como sendo o alimento que mais causava alergia, agora ele perde posição de
líder para o ovo. A lista dos principais alérgenos alimentares ainda é composta
por soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. Porém, outros
alimentos como frutas, gergelim, chia e linhaça emergem como desafios.
“Apesar de ainda
ocupar papel de destaque entre as alergias na infância, o leite de vaca parece
estar perdendo a primeira posição para o ovo. Além disso, alimentos como
amendoim, castanhas, sementes e frutas, especialmente a banana, ganham destaque
nas estatísticas de alergias”, conta a Dra. Renata Cocco, membro do departamento
Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia (ASBAI).
Aumento
substancial das alergias a amendoim e castanhas: o número de crianças com sintomas de alergia após a
ingestão de amendoim e/ou castanhas alcança pouco a pouco uma realidade
semelhante às referidas em países como os Estados Unidos e Reino Unido. As
alergias se manifestam ainda nos primeiros anos de vida, caracterizam-se pela
gravidade das reações e podem ser desencadeadas por quantidades ínfimas dos
alimentos, incluindo a inalação.
Persistência
das Alergias na Vida Adulta:
Paralelamente ao aumento do número de alimentos responsáveis pelas alergias, o
tempo para sua remissão (isto é, a perda da alergia) também é maior. “Alergia
ao leite, ovo, soja e trigo eram geralmente remitidas até os 5 a 7 anos de
idade. Atualmente acompanhamos muitos pacientes até o final da adolescência
ainda com reações alérgicas a estes alimentos”, explica a Dra. Renata.
Importância
da Introdução Alimentar: A
especialista da ASBAI
ressalta a importância da introdução alimentar adequada como uma possível forma
de minimizar o aparecimento das alergias. “Aleitamento materno exclusivo até os
seis meses, seguido pela introdução gradual de alimentos, especialmente aqueles
nutricionalmente essenciais, a partir do sexto mês”, recomenda a médica.
Riscos
da Dieta de Restrição sem Acompanhamento: Atenção ao perigo que as dietas de restrição, sem
orientação adequada, podem causar. Além dos prejuízos nutricionais, os impactos
sociais e psicológicos podem criar estigmas e afetar a qualidade de vida.
Evolução
no Tratamento: A imunoterapia, por diferentes vias de
administração, e os imunobiológicos surgem como opções promissoras,
proporcionando avanços significativos na qualidade de vida dos pacientes.
“A dessensibilização oral não leva à cura da alergia, mas pode melhorar muito a qualidade de vida do paciente, especialmente daqueles que reagem a quantidades muito pequenas dos alimentos. Existem várias linhas de pesquisa em andamento, envolvendo novas abordagens terapêuticas, que devem nos trazer soluções mais seguras”, alerta Dra. Renata Cocco.
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