Autistas são
quatro vezes mais propensos a terem depressãoGetty Images
O Setembro Amarelo é o mês voltado aos debates de
conscientização e prevenção ao suicídio. Dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS) apontam que um brasileiro a cada 45 minutos tira a própria vida e cerca
de 90% dos casos poderiam ser tratados. Mas um fato pouco discutido e também
alarmante é o de que o índice é até dez vezes maior entre pessoas com
transtorno do espectro autista (TEA).
Um estudo
mostra que 66% dos autistas já pensaram ou ainda pensam em suicídio em algum
momento da vida, e que até 35% já planejaram ou tentaram suicídio. Além disso,
pessoas com TEA são até quatro vezes mais propensas a sofrer de depressão ao
longo da vida.
Com foco nesse tema e com o objetivo de levantar
essa conversa na sociedade, a heathtech Genial Care acaba de lançar a campanha
"Toda Jornada Importa: Fortalecendo a Saúde Mental na Comunidade
Autista", pela valorização da vida. “Queremos apoiar cada jornada das
pessoas, especialmente na comunidade autista, destacando o compromisso da
Genial Care em oferecer cuidado personalizado e empático, enquanto incentiva a
conscientização sobre a importância da saúde mental e prevenção do suicídio, em
sintonia com o Setembro Amarelo”, explica a Diretora de Marketing e Comercial
da Genial Care, Juliana Biasi.
A campanha, centrada na valorização de cada
indivíduo autista e na importância do cuidado personalizado, destaca os
desafios de saúde mental e prevenção do suicídio que a comunidade enfrenta.
Através de recursos educacionais e do compromisso com o bem-estar emocional, a
Genial Care busca criar conscientização e impacto positivo na comunidade.
A depressão na comunidade
autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido
por critérios diagnósticos como a presença de prejuízos na comunicação e na
interação social, e a existência de comportamentos repetitivos e restritivos,
com manifestações destes dois elementos em diferentes níveis de intensidade, o
que define onde o indivíduo está no espectro autista. Além disso, outros
transtornos podem estar associados, desencadeando a manifestação de diferentes
sintomas. Estes transtornos ou comorbidades podem se manifestar como depressão,
TDAH, transtorno de ansiedade, entre outros.
Em 2019, a Autism Research, revista médica da
Sociedade Internacional de Pesquisa em Autismo, publicou um artigo com dados
dos EUA para determinar a incidência de suicídio entre indivíduos com TEA ao
longo de um período de 20 anos, e para caracterizar aqueles que morreram.
Segundo o estudo, entre 2013 e 2017, a incidência cumulativa de suicídio na
população com autismo foi de 0,17%, significativamente maior do que na
população geral, de 0,11%.
Pessoas no espectro, meninas e mulheres em
particular, correm alto risco de suicídio, de acordo com estudo que analisou o
comportamento suicida em mais de 2 milhões de pessoas. O levantamento reúne
dados sobre o suicídio de autistas por fatores como gênero e idade.
Entre as pessoas autistas com deficiência
intelectual, 1 em cada 13 mulheres tenta suicídio, em comparação com 1 em cada
20 homens.
“As estatísticas são preocupantes, mas precisamos,
como sociedade, encontrar caminhos para diminuir esses dados e garantir a vida
de todas as pessoas, sejam elas atípicas ou não. A valorização da vida começa
com a conscientização, o acesso a cuidados de saúde mental e o apoio emocional
contínuo, para pessoas autistas, familiares e pessoas cuidadoras nessa
jornada”, conclui Juliana.
Genial Care
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