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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Sem idade para voltar a sorrir: com expectativa de vida mais alta, idosos buscam tratamentos para melhorar saúde bucal

mplante é recomendado para quem perdeu um ou
mais dentes, como forma de devolver a autoestima
 e funções de mastigação

Créditos: Arquivo Caio Pagotto

Idade não é impeditivo para colocação de implantes e cirurgia devolve qualidade de vida para pacientes acima dos 90 anos


Aos 97 anos, Ida Rizzi Fabris entrou no consultório do implantodontista Caio Pagotto com uma reclamação: não conseguia mais se alimentar devido à prótese inferior que a incomodava muito. Essa situação é comum nos consultórios dentários, principalmente entre pacientes idosos, mas, neste caso, chama a atenção devido à idade de Ida. 

"Quando ela chegou ao meu consultório, sem problemas de saúde e muito lúcida, percebi que seria possível devolver a ela a qualidade de vida que precisava, sem nenhum tipo de complicação, algo raro aos 97 anos", conta Pagotto. A idosa recebeu apenas dois implantes, que foram suficientes para fixar a mesma prótese que já usava, adaptada após a cirurgia. Esse método é conhecido como ‘sobredentadura’, quando todos os dentes são perdidos, mas a prótese é estabilizada por implantes. 

O dentista, que atua na implantodontia há cerca de 25 anos, explica que, devido à idade avançada de Ida, não seria possível realizar a cirurgia para colocar todos os dentes, pois isso representaria riscos devido ao tempo, à quantidade de anestésico necessária e ao sangramento. "Optamos por um procedimento chamado carga imediata, no qual colocamos o implante no mesmo dia da extração de dentes naturais, quando é o caso, e da confecção da prótese. Isso proporcionou rapidez no procedimento e na recuperação, o que é essencial em idade avançada", avalia o dentista. Segundo a filha da paciente, Leni Adelaide Fabris de Moraes, a mãe está mais segura depois da cirurgia. "Ela estava apreensiva, mas a cirurgia correu bem. Agora, ela está mais feliz por poder se alimentar adequadamente, fala melhor e, mesmo com sua idade, conseguiu se adaptar bem. Após ver toda essa melhora, eu recomendo que todos os idosos que enfrentam esse problema e que têm condições façam a cirurgia para melhorar sua qualidade de vida", conta. 

Em circunstâncias normais, pacientes com mais de 80 anos são considerados de risco para cirurgias. Isso ocorre porque, nessa faixa etária, é comum que idosos enfrentem questões importantes de saúde, como problemas cardíacos, hipertensão e diabetes, o que torna a colocação de implantes um desafio, embora não seja um impedimento. "Pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, também podem colocar implantes, desde que estejam com as condições de saúde sob controle. Além disso, é importante a ciência e o consentimento do médico que acompanha o paciente e a aprovação da família", complementa Caio Pagotto. 


Implantes dentários são viáveis em qualquer idade 

Qualquer pessoa em boa saúde e que tenha sofrido perda de dentes, pelo motivo que for, pode receber implantes. No entanto, é mais comum que idosos busquem esse tipo de procedimento. Um implante funciona como uma raiz artificial e é recomendado para pessoas que perderam um ou mais dentes, como forma de devolver estética e função. A técnica e o tipo de implante podem variar, e são selecionados de acordo com as necessidades de cada paciente. 

As contraindicações, por outro lado, geralmente se aplicam a adolescentes, cujo desenvolvimento ósseo ainda não está completo, e um implante pode afetar o crescimento natural do osso maxilar. "O implante dentário é uma opção apenas quando os ossos da face do paciente estão completamente desenvolvidos, com tamanho e posição definidos. Isso geralmente ocorre por volta dos 17 ou 18 anos e pode se estender até os 22. Após esse período, é totalmente possível fazer a colocação", explica o dentista e diretor de Novos Produtos e Práticas Clínicas da Neodent, Sérgio Bernardes. 

Além disso, contraindicações podem se aplicar a pacientes que têm dificuldade de cicatrização mesmo com tratamento médico, sistema imunológico comprometido, diabetes descontrolada, algumas doenças autoimunes, problemas cardíacos graves e pessoas que fazem uso de algumas medicações específicas, como alendronatos e bisfosfonatos. "Cada situação requer uma avaliação personalizada e minuciosa do dentista. É importante lembrar que a instalação de implantes é uma cirurgia que demanda cuidados mínimos, mas que, na grande maioria dos casos em que os exames estão em ordem e a saúde controlada, pode devolver a autoestima e melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas", conclui Bernardes.



Neodent 



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