Especialista explica algumas intercorrências que podem ocorrer durante o procedimento e no processo de recuperação
Nos
últimos anos, o mercado de procedimentos estéticos registrou um aumento
extremamente significativo no número de pacientes que buscaram intervenções. De
acordo com o relatório “Facial Injectables Market – Growth, Trends and
Forecast” (2019 – 2024), nos últimos 15 anos, o número de pessoas que
realizaram procedimentos com preenchedores de ácido hialurônico aumentou 312%.
Já o número de pessoas que realizaram aplicação de toxina botulínica aumentou
incríveis 809%.
O
constante crescimento destes números mostra que hoje se torna cada vez mais
popular e “acessível” a realização de procedimentos estéticos. Os avanços
tecnológicos, a maior preocupação com o autocuidado e os preços cada vez mais
atrativos são fatores que contribuem para o aumento na busca dos pacientes por
opções para a melhora da aparência.
Contudo,
apesar da popularização dos procedimentos, é importante salientar que toda e
qualquer intervenção estética, seja ela cirúrgica ou realizada em consultório,
está suscetível a ocorrência de algumas complicações. “Se falando de
procedimentos estéticos faciais pouco invasivos, as possíveis intercorrências
são geralmente de fácil resolução, não causando danos a longo prazo ao
paciente”, argumenta Luise Albuquerque, dentista e especialista em harmonização
orofacial.
A
profissional explica que durante os procedimentos realizados em consultório,
pode ocorrer a perfuração de algum vaso sanguíneo com a agulha, já que alguns
vasos não são visíveis a olho nu. “Nestes casos, haverá apenas o aparecimento
de um hematoma que desaparecerá sozinho em alguns dias”, esclarece. Outra
intercorrência comum é a reação alérgica a algum anestésico ou composto
utilizado em consultório. “Por isso a anamnese detalhada é tão importante antes
da realização de qualquer procedimento, assim podemos identificar alergias
prévias e preveni-las, substituindo componentes utilizados”, pontua Luise.
Pacientes ansiosos ou de primeira viagem também podem vir a ter picos de
hipoglicemia durante as aplicações. “O indicado sempre é alimentar-se bem antes
de ir ao consultório para evitar que isso aconteça”, explica.
Os
casos de complicações após os procedimentos não são tão comuns, mas podem
ocorrer. Luise Albuquerque relata que são raros os casos de infecções
pós-intervenção, mas para que não ocorram, é de extrema importância a escolha
de profissionais qualificados, que sigam todas as normas de biossegurança e
realizem qualquer intervenção em ambiente estéril. Pacientes mais sensíveis
também são mais suscetíveis a inflamações locais, e nestes casos o tratamento
adequado com remédios será indicado pelo profissional. Equimoses, que são
hematomas mais extensos e profundos, também podem ocorrer. “Equimoses são mais
comuns em pacientes idosos com a pele fina, e desaparecem sozinhos com o passar
dos dias”, detalha a especialista.
Já
dentre as complicações mais preocupantes, e que podem trazer danos a longo
prazo, está a compressão vascular pelo preenchimento com ácido hialurônico, que
se não identificada a tempo, pode causar um estágio de necrose. “Por isso
frisamos a importância da comunicação paciente – profissional. Todos os
cuidados devem ser repassados ao paciente com atenção, e qualquer alteração
deve ser comunicada ao profissional o quanto antes, a fim de evitar uma
complicação mais grave. Apesar de preocupante, a compressão vascular é
reversível se tratada a tempo”, salienta Luise.
Falando
em aplicação de toxina botulínica, o maior risco é o aparecimento de ptose
palpebral ou de sobrancelha, que causam a queda ou dificuldade de abrir os
olhos. “O conhecimento técnico do profissional é de suma importância na hora da
aplicação da toxina, já que o excesso ou a aplicação na região incorreta podem
vir a causar a falta de naturalidade ou até problemas mais sérios como a
ptose”, alerta a especialista.
Apesar
dos possíveis riscos, que na maioria dos casos podem ser evitados, o maior medo
relatado pelos pacientes ainda é o de não gostar do resultado. “A maioria dos
pacientes ainda preza pela naturalidade. Relatam em consultório o medo de não
se reconhecerem pós procedimento ou de acharem artificial, exagerado. Por isso
a importância do bom senso do profissional no quesito embelezamento,
trabalhando com a realidade e não cultuando exageros”, completa Luise
Albuquerque.
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