Em um mundo que a saúde mental é uma preocupação crescente, a prevenção ao suicídio emerge como um tema relevante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Não à toa, dia 10 de setembro foi estabelecido o dia dia mundial de prevenção ao suicídio e a campanha setembro amarelo ocorre durante todo o mês. A psicóloga Ana Streit, mestre em psicologia e saúde, diz que a prevenção ao suicídio é fundamental e a conscientização desempenha um papel importantena luta a favor da vida.
Antes de ajudar alguém, o primeiro passo é estar atento aos nossos
pensamentos e atitudes, pois o cuidado com a saúde mental deve começar com a
gente. Depois, estendemos o olhar para o próximo. “Os sintomas nem sempre são visíveis, muitas vezes
são silenciosos, mas há alguns sinais para os quais podemos prestar atenção, como os sintomas verbais, frases com intenção,
mesmo que subliminar, de morte, por exemplo: “estou cansado, não quero
continuar”, “quero acabar com essa dor”, junto com sintomas comportamentais,
tipo a tendência ao isolamento, desinteresse por atividades que antes eram
agradáveis, excesso ou falta de sono. Mas, tudo depende de cada pessoa ou
situação que ela está vivendo naquele momento. Os períodos de estresse demandam
atenção”, pondera.
A especialista em saúde mental orienta que há muitas formas de
previnir um suicídio e que algumas situações podem aumentar ou diminuir o risco
desse comportamento. Por isso, conhecer os fatores de risco é importante para
buscar ajuda para si ou para alguém que esteja precisando. Ana cita os fatores
de risco, que são: sofrer ou praticar bullying, gravidez na adolescência,
separação e conflitos constantes com os pais ou familiares, transtornos
alimentares, abuso de drogas e álcool, ter sofrido algum trauma, sofrer ou
praticar violência sexual.
Já quando falamos de prevenção, as ações que a psicóloga destaca são: trabalhar a autoestima, ter rede de apoio, amigos e familiares que a pessoa possa contar quando está triste, cultivar a sua espiritualidade e senso de propósito, pois é um aspecto importante e que dá suporte nos momentos difíceis. “Em casos de pessoas que possuam algum transtorno mental, a terapia e, muitas vezes, o acompanhamento psiquiátrico é essencial. Os transtornos mentais causam muito sofrimento, seja um transtorno de humor como depressão, ansiedade, seja um transtorno de personalidade“ ressalta.
Ana Streit - psicóloga clínica, Mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Além disso, a profissional é professora, supervisora e terapeuta do esquema, já em processo de Certificação Internacional em Terapia do Esquema pela International Schema Therapy Society (ISST). A profissional gaúcha escreve.
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