As milhas aéreas são um benefício que muitas pessoas buscam para economizar nas viagens ou trocar por produtos e serviços. No entanto, nem sempre elas são vantajosas ou seguras, como mostrou o caso da 123milhas, empresa que vendia passagens emitidas com milhas compradas de terceiros e que foi alvo de denúncias de fraude e cancelamento.
Para
entender melhor os riscos e as limitações das milhas aéreas, é preciso saber
que elas não são um investimento, mas sim uma forma de recompensa dos programas
de fidelidade das companhias do setor. Isso significa que elas não têm um valor
intrínseco e que dependem das regras e condições de cada programa e do mercado
de passagens aéreas.
Segundo
a economista e planejadora financeira certificada pela Planejar, Fernanda Melo,
diversas pessoas cometem o erro de comparar o preço das passagens em dinheiro e
em milhas para estabelecer uma relação de valor. "Essa relação é muito
volátil e pode mudar a qualquer momento, dependendo da oferta e demanda das
passagens", explica.
Fernanda
também alerta para o fato de que muitas pessoas tentam acumular mais milhas do
que precisam e vender o excedente em um mercado paralelo. "Isso é uma
prática ilegal, que vai contra os regulamentos dos programas de fidelidade e
que pode trazer prejuízos e problemas para o usuário", afirma.
Uma das
formas de acumular milhas aéreas é usando o cartão de crédito para fazer
compras. No entanto, essa prática pode ter alguns riscos e desvantagens. Como
os programas de fidelidade não são regulados pelo mercado financeiro, eles
podem alterar as regras de pontuação e resgate a qualquer momento, sem aviso
prévio. Isso significa que as milhas podem perder valor ou até mesmo expirar
sem que o consumidor possa aproveitá-las.
Por
isso, é importante não ver as milhas como um investimento, mas sim como um
benefício promocional. De acordo com Fernanda, muitas pessoas acabam gastando
mais do que podem para acumular mais pontos no cartão de crédito, mas isso pode
levar ao endividamento e ao comprometimento da renda. "O consumo consciente
é a melhor forma de usar as milhas a seu favor, sem comprometer o seu
orçamento. Você pode viajar mais barato, por exemplo, trocando as milhas por
passagens em classe executiva, que custam menos pontos do que as passagens em
classe econômica", explica a especialista em finanças pessoais.
Portanto, quem usa milhas aéreas deve estar
atento aos riscos que elas envolvem e usá-las com cautela e planejamento. O
ideal é utilizar as milhas para viajar ou trocar por produtos e serviços dos
parceiros dos programas de fidelidade, sem esperar ganhar dinheiro ou renda com
elas. Assim, você pode evitar frustrações e aproveitar melhor as oportunidades
das milhas aéreas.
Adriano da Silva Santos
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