Olhos vermelhos,
coceira e inchaço são alguns sintomas da doença ocular
O tempo seco que parte do país tem enfrentado nos
últimos meses tem contribuído para o aumento dos casos de conjuntivite, mesmo
sem o costumeiro frio que acompanha a estação. A conjuntivite viral aguda,
causada principalmente pelo adenovírus, é o tipo mais frequente nesta época e é
altamente contagiosa, podendo chegar a 80% dos casos segundo a oftalmologista
Maria Emília Xavier dos Santos Araújo, chefe do setor de Córnea e Doenças
Externas Oculares do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal
unidade deAssistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe),órgão vinculado
à Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD).
A conjuntivite é a inflamação ou infecção da
conjuntiva, mucosa que cobre toda a superfície ocular com exceção da córnea, e
pode ser causada por múltiplos fatores, além de ser classificada não infecciosa
ou infecciosa. O vírus tem a capacidade de permanecer viável por horas em
superfícies inertes, favorecendo a transmissão, principalmente por meio das
mãos, que são levadas aos olhos, sendo esta a principal forma de transmissão.
O aumento dos casos da doença no inverno geralmente
acontece em decorrência das baixas temperaturas, que deixa as pessoas mais
confinadas em ambientes fechados e em possível contato direto com pessoas
infectadas. Com o calor atípico e a prolongação da ausência de chuvas nos
últimos meses em algumas regiões, a baixa umidade do ar se tornou um fator no
aumento dos casos pelo incômodo ocular causado pela secura.
“O tempo seco diminui a produção da lágrima
por aumentar a evaporação, diminuindo a defesa ocular. A lágrima contem
imunoglobulinas, principalmente a IgA, e enzimas como lisozima e lactoferrina,
importantes fatores de defesa da superfície ocular”, explica a Dra. Maria
Emília. “Estudos mostram que a taxa de evaporação da lágrima, o conforto
ocular, a estabilidade e a produção da lágrima são afetadas negativamente pela
baixa umidade do ar, que favorece e piora bastante os sintomas da
conjuntivite”, complementa a especialista.
Principais sintomas
Os principais sintomas da conjuntivite são olhos
vermelhos, inchaço na pálpebra, sensação de areia coceira, lacrimejamento,
sensibilidade à luz e presença de secreção ocular. O aumento dos gânglios
pré-auricular ou submandibular são encontrados frequentemente nas conjuntivites
virais.
Na conjuntivite viral os sintomas e sinais são mais
intensos que na conjuntivite bacteriana, além de ser mais contagiosa e durar
mais tempo.
Tratamento
Na conjuntivite viral, que é a mais comum, o
tratamento inicial consiste na higiene ocular, no uso de lubrificantes para
aliviar os sintomas e compressas geladas com soro fisiológico ou com água
filtrada ou fervida nas pálpebras, sempre com gaze ou algodão descartável. Não
há medicamentos específicos para a doença, que tem duração média de uma e duas
semanas. Na conjuntivite bacteriana aguda, além dos cuidados de higiene ocular,
o oftalmologista pode indicar um antibiótico tópico de amplo espectro.
Pacientes usuários de lentes de contato devem
suspender o uso no período da conjuntivite. O retorno do uso deve ser liberado
após avaliação oftalmológica e total recuperação da conjuntivite.
O diagnóstico deve ser feito apenas por um médico
especialista após avaliação oftalmológica. É fundamental que a pessoa
contaminada se mantenha afastada do trabalho e da escola enquanto estiver com
conjuntivite.
A prevenção é fundamental para o controle da
propagação da doença e algumas dicas são válidas para quem deseja evitar a
contaminação:
- Evite
locais com aglomeração de pessoas;
- Lave
constantemente as mãos com água e sabão;
- Evite
levar as mãos aos olhos;
- Use
lenço de papel descartável para limpar os olhos e jogue fora após o uso;
- Não
use lenço de tecido;
- Evite
contato face a face quando possível;
- Não
compartilhe toalhas e travesseiros;
- Não
compartilhe colírios, medicamentos e maquiagem para a região dos olhos.
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