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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Para avançar no combate à tuberculose, SUS adquiriu 52 mil testes IGRA

 

Recomendado pela OMS para identificar a doença em fase assintomática, exame é fornecido pela multinacional QIAGEN desde 2021


A luta travada contra a tuberculose ganha um novo capítulo no Brasil. Com o objetivo de diagnosticar e tratar os infectados de maneira precisa e efetiva, o Sistema Único de Saúde (SUS), adquiriu cerca de 52 mil testes Interferon Gamma Release Assay (IGRA), como um meio de testagem complementar e avançado, capaz de identificar a presença da doença em pessoas que ainda não apresentam sintomas. A solução, conhecida como QuantiFERON-TB Gold Plus, é fornecida pela multinacional QIAGEN desde 2021.

A medida faz parte dos planos do governo para eliminar a doença até 2035. “A tuberculose é responsável por uma epidemia um tanto quanto silenciosa, mas que segue fazendo vítimas no país. Em 2021 o Brasil bateu o recorde de cinco mil mortes pela doença e, no ano passado, 78 mil novos casos foram identificados, um aumento de quase 5% em relação ao ano anterior”, lembra Raphael Oliveira, Gerente de Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN.


O que é o novo teste de tuberculose do SUS

No IGRA, já presente em unidades de saúde pública e privada, o sangue do paciente é coletado em quatro tubos e levado para análises laboratoriais que levam até 24h para dar o resultado. Anteriormente, o SUS oferecia apenas o PPD, onde se aplica uma injeção administrada de forma subcutânea, e a reação do organismo é observada dentro do período de até 72 horas após a aplicação, formando uma espécie de caroço que deve ser medido na régua. Se for formada qualquer reação superior a 5 mm, o exame é considerado positivo — mas o paciente precisa voltar ao hospital para as medições. 

Já no caso do IGRA, ao apresentar um diagnóstico rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais, está entre os mais recomendados pela OMS para identificar a tuberculose em sua fase latente, quando a contaminação já existe, mas sem sintomas no indivíduo. Essa fase assintomática pode se estender por anos, até que a pessoa tenha uma queda de imunidade e a doença se manifeste. Por isso, é essencial que se faça o diagnóstico de maneira precoce e se inicie o tratamento o quanto antes. Estima-se que cada paciente contaminado seja capaz de transmitir a tuberculose para outras 15 pessoas. Portanto, é para conter esse gargalo que precisamos agir”, explica Oliveira.  


Quem tem direito ao teste IGRA


A testagem da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) é essencial para pessoas do grupo de risco, devido à fase inicial assintomática da doença, que pode durar muito tempo até que a imunidade do paciente seja afetada. No SUS, o IGRA está disponível para crianças maiores de dois anos e menores de dez, que tiveram contato com pessoas com tuberculose ativa, candidatos a transplantes de órgãos, pacientes com HIV – algumas das maiores vítimas dessa enfermidade - e pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas, incluindo a psoríase, doença de crohn e artrite reumatoide. 

Considerada uma doença bacteriana, causada pelo bacilo de Koch, a tuberculose ataca principalmente os pulmões. Seus principais sintomas são tosse crônica, febre, perda de peso inexplicada e sudorese noturna em casos graves. É fundamental procurar ajuda médica rapidamente, pois a doença é tratável e curável, mas a cura depende do diagnóstico e tratamento precoce. 

“Após sua fase latente, a doença pode evoluir de forma grave e rápida, portanto, se agora temos ferramentas mais eficazes, continuaremos trabalhando para que uma doença tratável e curável, deixe de fazer tantas vítimas todos os anos. Lembrando que o tratamento pode ser longo, mas é de extrema importância que as pessoas o façam até o final para que a bactéria possa ser combatida e não crie resistência”, conclui o executivo da QIAGEN.  

 

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