Recomendado pela OMS para identificar a doença em fase assintomática, exame é fornecido pela multinacional QIAGEN desde 2021
A luta travada contra a tuberculose ganha um novo
capítulo no Brasil. Com o objetivo de diagnosticar e tratar os infectados de
maneira precisa e efetiva, o Sistema Único de Saúde (SUS), adquiriu cerca de 52
mil testes Interferon Gamma Release Assay (IGRA), como um meio de testagem
complementar e avançado, capaz de identificar a presença da doença em pessoas
que ainda não apresentam sintomas. A solução, conhecida como QuantiFERON-TB
Gold Plus, é fornecida pela multinacional QIAGEN
desde 2021.
A medida faz parte dos planos do governo para
eliminar a doença até 2035. “A tuberculose é responsável por uma epidemia um
tanto quanto silenciosa, mas que segue fazendo vítimas no país. Em 2021 o
Brasil bateu o recorde de cinco mil mortes pela doença e, no ano passado, 78
mil novos casos foram identificados, um aumento de quase 5% em relação ao ano
anterior”, lembra Raphael Oliveira, Gerente de Marketing Regional LATAM para
Diagnósticos Moleculares da QIAGEN.
O que é o novo teste de
tuberculose do SUS
No IGRA, já presente em unidades de saúde pública e
privada, o sangue do paciente é coletado em quatro tubos e levado para análises
laboratoriais que levam até 24h para dar o resultado. Anteriormente, o SUS
oferecia apenas o PPD, onde se aplica uma injeção administrada de forma
subcutânea, e a reação do organismo é observada dentro do período de até 72
horas após a aplicação, formando uma espécie de caroço que deve ser medido na
régua. Se for formada qualquer reação superior a 5 mm, o exame é considerado
positivo — mas o paciente precisa voltar ao hospital para as medições.
Já no caso do IGRA, ao apresentar um diagnóstico
rápido e seguro, com a precisão de testes laboratoriais, está entre os mais
recomendados pela OMS para identificar a tuberculose em sua fase latente,
quando a contaminação já existe, mas sem sintomas no indivíduo. Essa fase
assintomática pode se estender por anos, até que a pessoa tenha uma queda de
imunidade e a doença se manifeste. Por isso, é essencial que se faça o
diagnóstico de maneira precoce e se inicie o tratamento o quanto antes.
Estima-se que cada paciente contaminado seja capaz de transmitir a tuberculose
para outras 15 pessoas. Portanto, é para conter esse gargalo que precisamos
agir”, explica Oliveira.
Quem tem direito ao teste IGRA
A testagem da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) é essencial para pessoas
do grupo de risco, devido à fase inicial assintomática da doença, que pode
durar muito tempo até que a imunidade do paciente seja afetada. No SUS, o IGRA
está disponível para crianças maiores de dois anos e menores de dez, que
tiveram contato com pessoas com tuberculose ativa, candidatos a transplantes de
órgãos, pacientes com HIV – algumas das maiores vítimas dessa enfermidade - e
pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas, incluindo a psoríase, doença
de crohn e artrite reumatoide.
Considerada uma doença bacteriana, causada pelo
bacilo de Koch, a tuberculose ataca principalmente os pulmões. Seus principais
sintomas são tosse crônica, febre, perda de peso inexplicada e sudorese noturna
em casos graves. É fundamental procurar ajuda médica rapidamente, pois a doença
é tratável e curável, mas a cura depende do diagnóstico e tratamento
precoce.
“Após sua fase latente, a doença pode evoluir de
forma grave e rápida, portanto, se agora temos ferramentas mais eficazes,
continuaremos trabalhando para que uma doença tratável e curável, deixe de
fazer tantas vítimas todos os anos. Lembrando que o tratamento pode ser longo,
mas é de extrema importância que as pessoas o façam até o final para que a
bactéria possa ser combatida e não crie resistência”, conclui o executivo da
QIAGEN.
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