Especialista comenta sobre os principais desafios e benefícios da corrida para o esportista que vive com diabetes
De acordo com a
Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de brasileiros
(aproximadamente 6,9% da população nacional) vivem com a condição. A prevenção
mais eficaz é a prática regular de atividades físicas, adoção de uma
alimentação saudável.
Segundo Emerson
Bisan, Diretor de Exercício Físico do Instituto Correndo pelo Diabetes (ICPD), a maior
preocupação é em como evitar a hipoglicemia. A corrida é conhecida por ser um
esporte exigente e que estimula grande parte do corpo, resultando em um alto
gasto energético que impacta diretamente os níveis de glicemia.
“O esporte é um
reflexo das mudanças da vida, com dias de vitória e dias de derrota. O aspecto
mais importante é aprender a lidar tanto com as vitórias como com as
adversidades, incluindo episódios de hipersensibilidade e hipoglicemia”, pontua
o Diretor de Exercício Físico do ICPD, e salienta ainda que inicialmente o
ideal é o corredor imitar o gesto da corrida na velocidade de caminhada para
descobrir sua velocidade de cruzeiro e posteriormente, aumentar gradualmente a
distância e velocidade.
Bisan pontua abaixo cinco fatores que a pessoa que vive com
diabetes deve levar em consideração ao praticar exercícios:
1- Analisar
a glicemia atual e sua tendência.
2- Considerar
a última refeição e sua composição nutricional, garantindo que fornecerá a
energia necessária durante a atividade
3- Verificar
a duração e pico de ação dos medicamentos usados.
4- Analisar
a atividade física planejada e sua intensidade.
5- Garantir
que tenha carboidratos de rápida absorção à mão, caso ocorra uma hipoglicemia.
“Adaptar-se a
novos hábitos pode levar tempo, especialmente para iniciantes. No entanto,
hormônios liberados durante exercícios, como dopamina, endorfina e adrenalina,
promovem alterações nos hábitos alimentares, reduzindo consumo de alimentos sem
valor nutricional e trazendo conforto e bem-estar. Resultados como força,
condicionamento cardiovascular, fôlego e flexibilidade surgem em semanas,
melhorando qualidade do sono e controle da glicemia”, ressalta Bisan.
Jornada
da Paciente
A atleta Zilda
Maria da Silva, que vive com diabetes, comenta que iniciou no esporte há sete
anos, após ter 40% da artéria coronária obstruída. Seguindo orientação médica e
de educadores físicos, Zilda ingressou no ICPD e passou a ter aulas de corrida
com Emerson Bisan.
"Comer de
forma inadequada afeta sua capacidade de correr e alcançar seu potencial
máximo. Quando há excesso de alimentos inadequados, ocorre acúmulo de gordura e
pouca evolução na massa muscular. Ao optar por uma alimentação saudável e
adequada para ganhar massa muscular, a vontade de correr aumenta e você
potencializa a velocidade”, comenta Zilda, que afirma: “Praticar um esporte
auxilia na consistência de uma rotina e, por consequência, influencia
positivamente em melhorias nutricionais, de qualidade de sono e no cuidado do
diabetes”, finaliza a atleta.
Sobre
o Instituto Correndo pelo Diabetes
O
Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD) é uma organização sem fins lucrativos,
que tem como objetivo promover a saúde integral e qualidade de vida das pessoas
que vivem com diabetes e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs),
por meio do exercício físico, inclusão e garantia de direitos.
https://instagram.com/correndopelodiabetes
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