Pesquisar no Blog

domingo, 6 de agosto de 2023

Inveja em Tempos de Mídias Sociais

As pessoas postam na Internet apenas fragmentos perfeitos da vida

 

Neste Artigo vamos falar um pouquinho sobre a  Inveja, sentimento que temos dificuldade até em admitir e colocar, mas que acarreta bastante sofrimento.

A situação parece mais grave, pois atualmente vivemos na era da comparação, não é mesmo?

Por conta da Internet fica cada vez mais fácil a gente entrar em um lugar de descontentamento porque as pessoas comparam a vida, umas com as outras, com os cenários “perfeitos”, mostrados constantemente do outro lado da tela.

O que acontece é que a gente não tem nem mesmo tempo de refletir sobre o quanto estes cenários e personagens podem ser irreais, editados, maquiados, filtrados;  afinal, as pessoas costumam compartilhar na Internet apenas os fragmentos da  vida, geralmente perfeitos.

As partes nem tão perfeitas da existência geralmente são escondidas; entretanto, quando estamos lá enxergando aquela pequena parcela de vida ”perfeita”, automaticamente, começamos a entrar em contato com a parcela do que vivemos.

E o que será que vivemos? Começamos a  sofrer e a entrar em um lugar de descontentamento com a própria vida, pois a vida do outro parece sempre melhor, inteira, mais festiva e animada.

Quando invejamos passamos a desejar aquilo que o outro tem ou vive, ou melhor, aquilo que achamos o que outro tem e vive.  A percepção é que sempre está faltando alguma coisa na própria vida.

Isso pode levar a um lugar de arruinação, sofrimento contínuo, um lugar de inveja, onde se começa a despertar um descontentamento geral, muitas vezes com sintomas até físicos. Que perigo!

Aquele que sente inveja passa a sentir também obsessão: para ser feliz é preciso ter e sentir aquilo que outro sente. Isso pode ser uma busca perigosa, injusta, irreal. O invejoso para de viver o momento presente, com todas suas possibilidades para viver a possibilidade do outro.

A Inveja pode despertar ainda uma sensação de vazio e insatisfação muito maior do que se pode suportar.

Vamos pensar:  as pessoas estão tão focadas na busca desenfreada pelo ter, que em nenhum momento param para apreciar as conquistas. Assim, a gente não se conecta mais com o prazer e potência de cada conquista, da caminhada, do passo a passo.

Passamos a viver uma vida ausente do presente. Uma vida ausente da própria vida, uma vida de espectador infeliz.

A caminhada passa a não fazer mais sentido. Corremos o risco de traçarmos trajetórias caóticas, vazias, aleatórias – sempre em busca de coisas sem sentido, sempre com velocidade, inconsistência e doses desnecessárias de sofrimento.

Sugestão: Para evitar cair nesta armadilha tão comum, tente como prática diária conectar-se com o valor de suas próprias conquistas, respeitando seu tempo, valorizando cada passo e o processo como um todo.

Compare-se sempre! Mas, apenas consigo mesmo. Meça seus próprios progressos. Faça algo bastante produtivo para si próprio.

Espero que a gente possa se conectar cada vez mais com nossas próprias conquistas e até mesmo imperfeições e mais: achar graça da nossa humanidade.

Fica a reflexão. Mas, se não conseguir, procure ajuda. A terapia pode te auxiliar e muito!

  

Psicóloga Elisangela Niná (CRP 120921/06) – Graduada em Psicologia pela UNIP (Universidade Paulista UNIP, em 2011 e pós- graduada em Psicopedagogia pela ‘Anhembi Morumbi’. Tem formação em Neuropsicologia pelo CETCC (Centro de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental). Tem formação em Transtornos Alimentares pela USP (Universidade de São Paulo). Faz atendimento on-line. É palestrante corporativa.
@psielisangelanina


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados