Ações ESG vêm ganhando força. Prova disso são os
investimentos na pauta, que até 2025 devem chegar aos US$ 53 trilhões, de
acordo com a pesquisa ESG Radar 2023. O dado aponta um crescimento
significativo em iniciativas ambientais, sociais e de governança corporativa
dentro das empresas nos próximos anos, resultado de uma demanda dos
investidores, que consideram o desempenho da sigla um ponto determinante para a
escolha das aplicações.
Em contrapartida, de acordo com outra pesquisa
desenvolvida pela consultoria e auditoria Deloitte, entre fevereiro e março
deste ano, a conciliação entre essas aplicações e resultados futuros é um dos
maiores desafios enfrentados pelas lideranças. Aliar a execução das pautas à
expectativa de finalidades lucrativas ainda é um grande desafio para as
empresas.
Muitas vezes, companhias interessadas em promover
mudanças sociais ou de consumo podem se ver em situação econômica desvantajosa,
tornando-se incapazes de agir como desejavam.
Outros obstáculos estão, também, enraizados no
próprio ambiente corporativo. Por um lado, temos a falta de mão de obra
qualificada para criar e executar políticas e regras de governança. Por outro,
o forte número de empresas sem administração profissional separada da figura
dos sócios – um reflexo do domínio de empresas familiares e individuais no
volume dos CNPJs.
Duas das três frentes da sigla chamam mais a
atenção dos consumidores: a preservação do meio ambiente e as questões sociais,
já a governança é um tema mais restrito a investidores, uma vez que, na visão
de fora, ela apenas visa mitigar o conflito de interesses entre os sócios e os
administradores de uma empresa. Mas é a Governança Corporativa que analisa
investimentos e políticas ambientais e sociais à luz de uma análise entre
retorno e risco. Desta forma, é o G que permite a efetivação consistente e de
longo prazo do E e do S. Merece nossa atenção.
Emanuel Pessoa - advogado especialista em Política Econômica Internacional, Negociação de Contratos, Inovação e Internacionalização de Empresas. É Mestre em Direito pela Harvard Law School, Doutor em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo, além de ser Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará. O profissional ainda ensina Negociação Avançada em cursos executivos. Com um escritório sediado em São Paulo, atende clientes de todo o Brasil e do exterior. Seu propósito é fazer das empresas brasileiras companhias globais.
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