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terça-feira, 8 de agosto de 2023

Dislipidemia: você sabe o que é? Saiba como prevenir com a dieta do coração

 Especialistas explicam a importância da alimentação saudável e listam os alimentos que devemos consumir para prevenção.


O dia 8 de agosto celebra o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, e a dislipidemia é uma doença relacionada com o índice alto de colesterol. Você sabia que é possível preveni-la com uma dieta saudável? Neste texto explicamos para você, confira:

 

O que é Dislipidemia? 

Francisco Tostes (@doutortostes), médico atuante em endocrinologia e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), explica que a dislipidemia refere-se a níveis em desordem, de um ou mais tipos de lipídios (gordura) no sangue. 

Aposto que já deve ter escutado algo sobre “colesterol alto”, mas sabe o que isso significa? 

Seu sangue contém três tipos principais de lipídios: 

·         Lipoproteína de alta densidade (HDL);

·         Lipoproteína de baixa densidade (LDL);

·         Triglicerídeos.

 

Se você tem dislipidemia, geralmente significa que seus níveis de LDL ou triglicerídeos estão muito altos. Também pode significar que seus níveis de HDL estão muito baixos.

 

Talvez você nunca tenha escutado algo sobre HDL e LDL, mas certamente já ouviu sobre colesterol “bom” e colesterol “ruim”.

 

O colesterol LDL é considerado o tipo “ruim” de colesterol. Isso porque ele pode se acumular e formar aglomerados ou placas nas paredes de suas artérias. Demasiada placa nas artérias do seu coração pode causar um ataque cardíaco.

 

O HDL é o colesterol “bom” porque ajuda a remover o LDL do sangue.

 

Os triglicerídeos vêm das calorias que você come, mas não queimam imediatamente. Os triglicerídeos são armazenados nas células de gordura, eles são liberados como energia quando você precisa deles. No entanto, se você comer mais calorias do que queima, poderá obter um acúmulo de triglicerídeos.

Níveis elevados de LDL e triglicerídeos colocam você em maior risco de ataque cardíaco e derrame. Baixos níveis de colesterol HDL estão ligados a maiores riscos de doenças cardíacas. 


 

Existe dislipidemia genética? 

 

Alexandre Lucidi (@alucidi) - Médico Geneticista, com especialização em neurologia, explica que existem formas familiares: a chamada hipercolesterolemia familiar.

 

A hipercolesterolemia familiar é uma doença autossômica dominante caracterizada pelo aumento de de lipoproteínas de cadeias leves (LDL) colesterol e ocorre com uma prevalência de 1 em 250 indivíduos no mundo.

 

Entretanto, apesar de ser uma doença comum, são encontradas referências que relatam diagnóstico que varia de 1 a 10%. Os motivos associados a estes números podem estar associados a necessidade de mais políticas para o diagnóstico e limitações no diagnóstico clínico e molecular.

 

Internacionalmente, não há critérios diagnósticos para a dislipidemia familiar e são utilizados sets ou grupos de critérios: Simon Broome criteria, Dutch Lipid Clinic Network, and Make Early Diagnosis to Prevent Early Death e o diagnóstico é realizado utilizando, por exemplo as concentrações de colesterol plasmáticas, xantomas tendinosos, o diagnóstico molecular e a história familiar.

 

A maior parte dos pacientes com hipercolesterolemia familiar possuem uma variante nos genes LDLR, APOB ou PCSK9. Nem todos os pacientes com diagnóstico clínico possuem possuem variantes associadas a hipercolesterolemia familiar, entretanto os pacientes identificados com variantes patogênicas apresentam maior chance de desenvolver doença coronariana quando comparados os sem a variante. 

 

Portanto, o diagnóstico molecular é útil para a confirmação diagnóstica, para informação quanto ao risco de doença coronariana e aconselhamento genético familiar.

 

O aconselhamento genético deve ocorrer pré e pós teste e todo paciente com suspeita de hipercolesterolemia familiar deve ser referenciado ao médico geneticista. Nesta consulta também poderão ser avaliadas outras possibilidades diagnósticas formas familiares mais raras como, as relacionadas ao gene LDLRAP1.

 

No mundo aproximadamente 200 mil pessoas vão ao óbito por causas cardíacas relacionadas à doença, os quais poderiam ser evitados com tratamentos apropriados. 

 

Caso a hipercolesterolemia familiar não for tratada, os heterozigotos desenvolvem doença ateroesclerótica antes dos 55 anos e homozigotos muito cedo, com óbito que pode ocorrer antes dos 20 anos de idade. 

 

No entanto, quando o diagnóstico é realizado e o tratamento realizado, a história natural da doença pode ser modificada.


 

Sintomas

 

A cardiologista Mariana James, do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), explica que na maior parte dos casos, as dislipidemias são assintomáticas, só sendo diagnosticadas já em estágio avançado. Por essa razão, pessoas que se encontram em grupos de risco, como os citados nos tipos primário e secundário, devem realizar os exames de rotina.

 

Em um nível avançado, a dislipidemia pode se manifestar como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, insuficiência vascular periférica, arteriosclerose, angina, entre outros problemas do sistema cardiovascular.

 

No entanto, a dislipidemia pode levar a doenças cardiovasculares, que podem ser sintomáticas. Níveis elevados de colesterol LDL estão associados à doença arterial coronariana (CAD), que é o bloqueio nas artérias do coração, e à doença arterial periférica (DAP), que é o bloqueio nas artérias das pernas. CAD pode levar a dor no peito e, eventualmente, um ataque cardíaco. O principal sintoma da DAP é a dor nas pernas ao caminhar.


 

Vários comportamentos podem levar à dislipidemia, eles incluem:

 

·         Fumar cigarro; 

·         Obesidade e estilo de vida sedentário;

·         Consumo de alimentos ricos em gordura saturada e gordura trans.

 

O consumo excessivo de álcool também pode contribuir para níveis mais elevados de triglicérides.


 

A importância da alimentação saudável para o controle da dislipidemia

 

De acordo com a nutricionista Fabiana Albuquerque da equipe Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), mudanças no estilo de vida podem ajudá-lo a controlar seus níveis de colesterol e triglicerídeos. O primeiro passo é mudar sua dieta. As mudanças devem incluir consumir menos gordura saturada, açúcar refinado, farinhas refinadas e álcool. Adicionar mais frutas, vegetais, proteínas magras, grãos integrais e gorduras insaturadas (consideradas gorduras boas) à sua dieta pode ajudar a diminuir em 10%. 

 

Sendo assim, a alimentação saudável e atividade física regular favorecem o aumento de HDL. Quando a alimentação é rica em gordura de origem animal, o LDL fica acumulado no sangue, podendo depositar-se no interior dos vasos sanguíneos, prejudicando a circulação e aumentando o risco de doenças cardiovasculares.    

          

 

Lista de alimentos que devem ser consumidos para a prevenção

 

Fabiana argumenta que a nutrição funcional pode ser uma grande aliada no combate, na prevenção das dislipidemias e na promoção da saúde e do bem-estar. Uma dieta equilibrada, variada, saudável com adição de alimentos funcionais torna-se fundamental para pessoas com perfil lipídico alterado. 

Estes são alguns dos alimentos que auxiliam na prevenção e no combate à dislipidemia: 

 

Frutas vermelhas e uva - ricos em antocianinas e compostos fenólicos que são altamente antioxidantes;

 

Abacate e azeite extra-virgem - ricos em gorduras monoinsaturadas, importantes para saúde cardiovascular;

 

Aveia - rica em fibras solúveis (beta glucanas), que, por não serem absorvíveis, ajudam a "varrer" o colesterol para fora do corpo;

 

Linhaça - fibra rica em ômega 3;

 

Peixes como salmão, atum, sardinha e anchova - ricos em ômega 3;

 

Chocolate amargo (cuidado com quantidade, ideal 20g ao dia) - ricos em flavonóides, especialmente a epicatequina;

 

Podemos também incluir alguns chás antioxidantes, como por exemplo, o chá verde, que é riquíssimo em polifenóis, incluindo grandes quantidades de uma catequina chamada EGCG (antioxidante natural que ajuda a prevenir danos nas células).

 

 


FONTES:

Francisco Tostes (@doutortostes), médico atuante em endocrinologia e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais). O médico endocrinologista e sócio da Nutrindo Ideais, maior clínica multidisciplinar do Brasil, Dr. Francisco Tostes (@doutortostes) é graduado há mais de 14 anos em medicina pela Faculdade Souza Marques e tem como foco de atuação a melhora na qualidade de vida de seus pacientes, seja através da prevenção ou empregando o que há de melhor no tratamento de doenças e outros problemas.

Alexandre Lucidi (@alucidi) - médico geneticista, com especialização em neurologia. Com atuação em Neurogenética e Neuroimunologia, é graduado em Medicina pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), tem Residência Médica em Genética Médica pelo Instituto Nacional da Saúde da Criança, da Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira, Fiocruz (IFF/Fiocruz) e Especialização em Neurologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. É mestrando do Programa de Pós Graduação em Neurologia da UNIRIO/HUGG e participa de estudos fase 3 na mesma instituição. É integrante da equipe de Neurologistas do Hospital Copa D’Or/ Rede D’Or São Luiz e voluntário em ações de conscientização sobre a esclerose múltipla na Associação de Pacientes do Estado do Rio de Janeiro.

Mariana James - cardiologista do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais). Graduada em Medicina pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Cardiologista com residência médica no Hospital Naval Marcílio Dias e pós-graduação em Cardiologia pelo Instituto de Pós-Graduação Médica do Rio de Janeiro, serviço do Prof Stans Murad. Ecocardiografista pelo Ecor, serviço do Prof Morcef. Formação em Medicina Integrativa pela FAPES. CRM 5266901-6.

Fabiana Albuquerque - nutricionista da equipe Nutrindo Ideais (@nutrindoideais) e especialista em nutrição esportiva e funcional pela Vp. CRN 13101170.





REFERÊNCIAS:

INSEGURANÇA ALIMENTAR (FIS) E DISLIPIDEMIA -
https://www.physiciansweekly.com/food-insecurity-fis-and-dyslipidemia

13 ALIMENTOS PARA BAIXAR O COLESTEROL PARA ADICIONAR À SUA DIETA -
https://www.healthline.com/nutrition/13-foods-that-lower-cholesterol-levels

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE HIPERLIPIDEMIA COMBINADA FAMILIAR - https://www.healthline.com/health/mixed-hyperlipidemia

AJUFO, Ezimamaka et al. A randomized controlled trial of genetic testing and cascade screening in familial hypercholesterolemia. Genetics in Medicine, 26 May 2021. Available from: https://doi.org/10.1038/s41436-021-01192-z. Accessed: 15 Sept. 2022.

BALDRY, Emma et al. Outcomes from a pilot genetic counseling intervention using motivational interviewing and the extended parallel process model to increase cascade cholesterol screening. Journal of Genetic Counseling, 14 July 2021. Available from: https://doi.org/10.1002/jgc4.1466. Accessed: 15 Sept. 2022.

BALDRY, Emma et al. Outcomes from a pilot genetic counseling intervention using motivational interviewing and the extended parallel process model to increase cascade cholesterol screening. Journal of Genetic Counseling, 14 July 2021. Available from: https://doi.org/10.1002/jgc4.1466. Accessed: 15 Sept. 2022.

IZAR, Maria Cristina de Oliveira et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 27 Sept. 2021. Available from: https://doi.org/10.36660/abc.20210788. Accessed: 15 Sept. 2022.

POLANSKI, Amanda. A scoping review of interventions increasing screening and diagnosis of familial hypercholesterolemia. Genetics in Medicine, vol. 24, no. 09, 17 June 2022. Available from:
https://doi.org/10.1016/j.gim.2022.05.012. Accessed: 15 Sept. 2022.

 


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