Acadêmicos da área de Saúde do UniCuritiba utilizam conhecimento científico para orientar a população sobre a utilização de plantas que curam ou fazem mal à saúde
O uso de plantas medicinais
é um hábito passado de geração em geração. Chás, compressas, xaropes, emplastros,
inalações, escalda-pés, banho ou gargarejo. Seja qual for a “receita”, os
brasileiros costumam utilizar folhas, flores, raízes, frutas, botões e brotos
no tratamento de diversas enfermidades.
O problema é que a
utilização indiscriminada de plantas pode colocar a saúde em risco. Neste caso,
o conhecimento é essencial. Pensando nisso, estudantes da área de Saúde do
UniCuritiba – instituição de integra a Ânima Educação, um dos maiores
ecossistemas de ensino superior privado do país – realizaram o projeto de
extensão “Uso racional de plantas medicinais: uma troca de saberes entre a
comunidade e a universidade”.
Orientados pela professora
Fernanda Bovo, doutora em Ciências Farmacêuticas, mais
de 20 estudantes se envolveram no estudo: Andressa Cardoso, Mateus de Paula,
Guilherme Bino, Brunna Rodrigues, Thalita Ribas, Rosangela Rodrigues, Lucio
Possar, Eliane Lenhardt, Ana Paula Quitério, Thiago Ribeiro, Lucas de Lima, Ana
Carolina dos Santos, Ana Luiza Minhuk, Adriana Rockenbach, Brunna Rodrigues,
Eduarda Pereira, Gabriela Siqueira, Lorenzo Zorzenoni, Evelyn Gabriel,
Guilherme Maciel, Thiago Maiczak, Giovanna Sniecikoski e Daiane Mello.
Inicialmente,
eles analisaram os hábitos e os conhecimentos de um grupo de moradores de
Curitiba, tendo como base um questionário sobre o uso de plantas medicinais. As
respostas revelaram utilizações equivocadas e que poderiam, inclusive, causar
problemas de saúde.
Um exemplo é a babosa,
planta cujas folhas se tornam tóxicas se batidas no liquidificador e ingeridas.
Os estudantes não só orientaram o público-alvo do projeto sobre o uso racional
de drogas vegetais como alertaram sobre a importância da dose utilizada.
A professora Fernanda Bovo
explica que há diferenças a serem consideradas. “Uma porção de folhas de
determinada planta dissolvida em um litro de água e utilizada em doses diárias
de uma colher por dia é bem diferente da mesma porção de folhas dissolvida em
um copo de água (250ml) e tomada de uma só vez”, ensina.
Segundo a especialista, o
uso de plantas requer atenção especial em vários aspectos. “A temperatura
também importa, assim como o fato de ferver a planta junto com a água ou não.
Todos esses detalhes fazem a diferença para a saúde.”
Além de orientar a
comunidade, os estudantes do UniCuritiba desenvolveram novas receitas com
plantas comestíveis, como pão de açafrão, brownie de ora-pro-nóbis, chá
antiestresse, entre outras.
Dia Nacional da Saúde e da
Farmácia
A escolha do
tema do projeto de extensão dos estudantes de Saúde do UniCuritiba não foi em
vão. Mesmo com o avanço na produção de medicamentos sintéticos, a utilização de
plantas medicinais é um hábito em muitos lares brasileiros. Os fitoterápicos
são utilizados, inclusive, em programas municipais de saúde - com
acompanhamento profissional - e têm apresentado resultados satisfatórios nos
tratamentos.
Graduada em
Farmácia e mestre em Patologia Experimental, a professora Fernanda Bovo
aproveita o Dia Nacional da Saúde e da Farmácia, comemorados neste 5 de agosto,
para reforçar a importância do projeto. “As plantas medicinais são aquelas que
apresentam ação farmacológica, ajudando no tratamento e cura de várias
enfermidades, mas não devem ser usadas sem conhecimento. Por isso, projetos de
extensão com esse foco são sempre importantes.”
Na avaliação da
professora, o trabalho dos estudantes do UniCuritiba mostra a conexão entre os
saberes acadêmicos e populares. “Esse é o nosso papel: democratizar o saber e
usar o conhecimento científico em benefício da sociedade. É gratificante ver os
estudantes trabalhando em projetos extramuros, que orientam a população e
auxiliam na promoção da saúde e na prevenção de doenças.”
Banco de dados
nacional
O uso de plantas
medicinais é tão comum no Brasil que o Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanginhos/Fiocruz) criou um banco de dados com informações sobre o tema. A
plataforma é resultado de um estudo realizado pelo herbário do Centro de
Inovação em Biodiversidade e Saúde (Cibs) com o apoio da Vice-presidência de
Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz).
O acervo atual conta com 300
espécies de plantas medicinais, que podem ser consultadas por nome popular,
científico ou família botânica. As informações estão disponíveis na página da
Coleção de Botânica de Plantas Medicinais (http://cbpm.fiocruz.br/index?ethnobotany).
O trabalho realizado pela instituição é permanente e o banco de dados é
atualizado sempre que uma nova espécie é catalogada.
Receita do pão de açafrão
Ingredientes
· 2 ovos
· 1 colher (sopa) de
fermento químico (usado para bolo)
· 12 colheres (sopa) de
leite em pó (cerca de 180 gramas)
· 3 gramas de açafrão
em pó (uma colher de chá rasa)
Rendimento: 12 pãezinhos
Modo de preparo
Bata bem os ovos. Adicione o
fermento químico e misture. Em seguida, junto o pó de açafrão. Misture até que
os ingredientes estejam bem incorporados. Adicione 6 colheres (sopa) de
leite em pó. Misture bem até que a massa fique homogênea. Depois, adicione aos
poucos as 6 colheres de leite em pó restantes. Observe a consistência da massa,
que deverá estar no ponto de não grudar nas mãos. Em seguida, faça
bolinhas e acomode-as em uma forma untada. Leve ao forno pré-aquecido a 150/180
graus e deixe assar por cerca de 15 a 20 minutos - ou até que os pãezinhos
estejam dourados e assados.
UniCuritiba
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