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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

DADOS E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: DESAFIOS E VANTAGENS


A presença da tecnologia no contexto corporativo tornou-se imperativa quando se trata de otimização. Na América Latina, durante a pandemia de Covid-19, o setor experimentou um aumento de 60%, conforme evidenciado por um estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo LinkedIn. Em 2022, os investimentos em tecnologia e telecomunicações no país totalizaram R$ 411,3 bilhões, de acordo com o IDC Brasil. 

Essa mudança deve-se à corrida tecnológica em que muitas empresas estão engajadas para solucionar problemas de desempenho e produtividade, buscando otimizar seus processos operacionais e promover maior eficácia e agilidade. Esse fenômeno é denominado Transformação Digital, uma mudança de mentalidade que engloba modernização e ampliação de mercado. 

A Transformação Digital precisa estar em sintonia com a cultura organizacional, exigindo uma abordagem centrada nas pessoas. Isso implica capacitar e atualizar os colaboradores sobre as tendências, incorporando esses conhecimentos ao cotidiano. Essa abordagem abrange um conjunto de práticas, princípios e atitudes. Quando a cultura não está alinhada, se pode enfrentar resistência da equipe quanto a implementação de novos sistemas e tecnologias. 

A inovação tecnológica não se restringe apenas às corporações, mas está enraizada em nosso cotidiano por meio de e-mails, vídeos, áudios, postagens em redes sociais, novos aplicativos, entre outros. Isso gera uma vasta quantidade de dados, formando o Big Data, um conceito que descreve a imensidão de dados estruturados e não estruturados gerados a cada segundo. 

Para entender o Big Data primeiro precisa-se compreender os 6 Vs associados a esse conceito:

Volume: Refere-se à quantidade massiva de dados gerados.

Velocidade: Diz respeito à rapidez na geração e obtenção de dados.

Veracidade: Relaciona-se à autenticidade, uma vez que dados incorretos podem prejudicar a análise.

Variedade: Aborda a diversidade de formatos em que os dados são gerados e obtidos.

Valor: O conhecimento desses dados é o que os torna valiosos. Acesso a dados não é suficiente se não soubermos como aproveitá-los. 

E apesar de os dados serem considerados um dos grandes ativos de uma empresa, eles podem se tornar uma barreira, um dos maiores gargalos nessa era da Transformação Digital. 

Com isso muitas empresas enfrentam o Paradoxo dos Dados - têm acesso a informações, mas não sabem como utilizá-las. Isso ocorre frequentemente devido à falta de conhecimento, ferramentas adequadas e preocupações relacionadas à privacidade e segurança. 

Em 2021, a Dell Technologies encomendou um estudo conduzido pela Forrester Consulting, "Revelando os Desafios dos Dados que Afetam Empresas Globalmente". Esse estudo revelou que a "sobrecarga de dados e a incapacidade de extrair informações desses dados" é a terceira maior barreira para a transformação digital, de acordo com o Índice de Transformação Digital da Dell Technologies. 

Esse estudo também revelou os principais paradoxos:

·         As empresas acreditam que são orientadas por dados, mas não priorizam o uso de dados em toda a organização.

·         As empresas anseiam por mais dados, porém têm mais dados do que conseguem gerenciar no momento.

Apenas 55% das empresas que estão nesse cenário, não chegam nem perto de alcançarem seus objetivos relacionados a inovação e transformação digital. A pesquisa mostrou também que 67% não possui capacidade de processamento e análise suficiente para a quantidade de dados coletados. Então todo o planejamento e esforço dessas corporações acabam sendo em vão.

 

Para superar esses desafios, além de investimentos, é crucial promover uma cultura impulsionada por dados, estimulando o pensamento crítico, a curiosidade e o espírito investigativo. Isso deve ser incorporado por todos os colaboradores, independentemente do setor, com respeito à segurança e governança de dados sensíveis.

 

Além disso, oferecer treinamento e certificações em alfabetização de dados é necessário para capacitar os profissionais, tratando os dados como capital e priorizando seu uso nas funções de negócios. A implantação ou melhoria de tecnologias como Data Lakes, para o armazenamento centralizado de diversos tipos de dados, e o aprendizado de máquina para detectar anomalias nos dados, são ações cruciais para transformar esse cenário nas corporações.

 

No entanto, é vital entender que dados não são informações em si, mas podem conduzir a elas. Dados são valores atribuídos a algo, que, quando processados, geram informações e, por meio da análise, geram conhecimento. É por isso que conceitos como Data Analytics e Data Science são aplicados.

 

Data Analytics lida com a resolução de problemas empresariais por meio da modelagem e tratamento de dados para tomada de decisões, geralmente usando dados estruturados, como tabelas e bancos de dados relacionais. Isso requer conhecimento de estatísticas e do ambiente de negócios. Por outro lado, Data Science aplica algoritmos de estatísticas e aprendizado de máquina, utilizando o histórico dos dados para prever situações futuras, independentemente dos formatos dos dados.

 

Associado a essas tecnologias está o Data Driven Decision, um conceito estratégico que explica a gestão orientada a dados, ou seja, tomada de decisões baseadas em informações geradas por dados analisados.

 

Juntas, essas tecnologias permitem ter uma inteligência empresarial que otimiza demandas e melhora a segurança. Além disso, elas previnem que as corporações caiam no Paradoxo dos Dados.

 

Porém é necessário que todas essas tecnologias e medidas estejam alinhadas a princípios de governança de TI e segurança, para que não sejam enfrentados problemas como:

·         Perdas Financeiras.

·         Custos Elevados.

·         Ações Judiciais.

Dessa maneira, a Tecnologia da Informação (TI) transcende seu papel tradicional de suporte, tornando-se um agente transformador de toda a empresa. Isso gera vantagem competitiva e maximiza recursos. Essa perspectiva nova altera desde a mentalidade até a implementação e criação de ferramentas. A TI assume uma posição ativa no desenvolvimento corporativo, impulsionando a mudança em sua totalidade.

 

Rafaella Guimarães Borges Cardoso - Estudante de Gestão em Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário FIAP e certificações em Gestão Ágil de Projetos e Governança de TI. Experiência no varejo e atuação no ramo jurídico focado em transformação digital e desenvolvimento de soluções na Microsoft Power Platform. Responsável pelo setor de Data Analytics no Vigna Advogados. Participação em projeto acadêmico premiado (3º Lugar Challenge – Fiap).


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