Neste 20 de agosto de 2023, equatorianos e
guatemaltecos vão às ruas para eleger os novos presidentes de seus países. Os
resultados dos processos eleitorais serão significativos em um contexto de
possibilidades reais de retrocessos na democracia. Segundo Tamya Rebelo,
professora de Relações Internacionais da ESPM e especialista em América Latina,
os desdobramentos políticos em Equador e Guatemala, países que não costumam
aparecer nos principais noticiários internacionais, estão sendo acompanhados de
perto, sobretudo por conta das interferências, escândalos e violência que têm
marcado os processos eleitorais. “À medida que a população se prepara para
votar, os desafios à manutenção de processos transparentes e valores democráticos
ficam evidentes. Corrupção, descrença em políticos tradicionais, crescimento do
crime organizado, desigualdade socioeconômica, entre outros problemas,
intensificam o caos político observado nestes países”.
A especialista destaca que no Equador, a corrida
presidencial começou com a dissolução da Assembleia Nacional pelo então
presidente, Guillermo Lasso, em meio a uma crise política, altos índices de
violência e crescente influência do narcotráfico no tecido público e social. “A
instabilidade aumentou com o cruel assassinato de um dos candidatos, Fernando
Villavicencio, que defendia pautas de segurança, incluindo medidas severas de
combate a grupos de narcotraficantes. As eleições estão mantidas, mas o temor
provocado pelos acontecimentos recentes certamente afetará a confiança da
população em mudanças políticas significativas”, diz.
Já os guatemaltecos também enfrentam desafios para
que seu voto seja de fato representado nas urnas. “Sandra Torres, ex-primeira
dama, enfrenta o social-democrata Bernardo Arévalo, colocando em evidência
projetos políticos e posturas distintas sobre medidas a serem tomadas sobre
economia, segurança e corrupção. Enquanto há preocupações que o atraso
democrático se firme pelo caminho das urnas, há também a esperança de que opositores
ao establishment
político encontrem caminhos para chegar ao poder”, ressalta Rebelo.
Fonte: Tamya Rebelo - professora de Relações Internacionais da ESPM e especialista em América Latina
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