Nos sistemas
suinícolas, a fase de creche corresponde a um dos momentos mais decisivos do
ciclo produtivo. Isso porque, o desmame precoce culmina em desafios que possuem
diferentes origens e ocorrem concomitantemente. Por exemplo, existem desafios
relacionados ao comportamento social característico da espécie. A creche é o
local em que diferentes leitegadas são misturadas e é necessário um novo
estabelecimento de hierarquia, a qual se desenvolve por meio de disputas e que
podem resultar em lesões superficiais que comumente são porta de entrada para
doenças, dentre elas, o desenvolvimento de miíases. Nessa fase ocorre ainda uma
mudança de ambiente e densidade animal. Esses fatores são importantes e devem
ser considerados durante o alinhamento do conjunto de práticas referentes à
sanidade do plantel (manejo sanitário), o que permite a prevenção de
enfermidades. Outra modificação se refere a cinética do comportamento
alimentar, considerando que anteriormente ao desmame o alimento que estava na forma
líquida (leite) poderia ser consumido mais vezes ao dia e em menores
quantidades. Com a mudança para a creche, é fornecido alimento sólido, farelado
(ração) e em um número de vezes menor ao longo do dia. A alteração do alimento
interfere ainda no metabolismo de aproveitamento de nutrientes, pois na fase de
maternidade uma das principais fontes de energia é a lactose que na fase de
creche será substituída pelo amido. Logo, é necessário modulação enzimática,
isto é, uma curva de readequação do padrão de secreção enzimática devido a
modificação de substrato. Nesse sentido, a utilização de creep-feeding
ainda na maternidade auxilia na adaptação do organismo.
Já na creche, as
estratégias nutricionais irão constituir o principal caminho pelo qual é
possível mitigar o conjunto de desafios apresentados. Dentre elas, aditivos
prebióticos, os quais fortalecem o sistema imunológico e estimulam a maturidade
do trato gastrointestinal, promovem a produção de anticorpos, aglutinação de
bactérias patogênicas e produção de mediadores que permitem sistema imune
vigilante nos suínos. Isso significa uma estimulação prévia à enfermidade, para
que caso ela ocorra, os sistemas fisiológicos estejam mais preparados para
impedir seus efeitos. Além disso, esses aditivos auxiliam em diminuir a diarreia
na fase de creche, a qual é bastante comum, resulta em danos na mucosa
intestinal e piora da condição de saúde geral, o que interfere ainda no
bem-estar para essa categoria. A utilização de minerais na forma orgânica é
outra estratégia capaz de maximizar a absorção desse nutriente, aspecto
fundamental no cenário descrito. Com os minerais inorgânicos o efeito de
antagonismo entre minerais ocorre frequentemente e com uso de minerais
orgânicos essa condição é evitada, pois são exploradas vias de absorção alternativas,
isto é, vias de absorção do componente ao qual o mineral está quelatado. Mesmo
os adsorventes de micotoxinas são muito importantes, visto que os efeitos das
micotoxinas estão no sentido oposto da redução de desafios, pois representariam
prejuízos em uma situação já saturada de processos desvantajosos. Por esse
motivo, esse componente deve ser escolhido cuidadosamente e composições mais
completas são as mais indicadas.
Além dos exemplos
de estratégias nutricionais mencionadas, é importante que a formulação da dieta
esteja adequada. Desse modo, excesso de nutrientes deve ser evitado, como o
excesso de proteína que a nível intestinal pode favorecer o crescimento e
desenvolvimento da microbiota patogênica. Nesse sentido é primordial a
preferência por ingredientes de alta digestibilidade e alta palatabilidade. Ao
final da fase de creche, se os desafios foram adequadamente reduzidos, é
esperado uma maior taxa de crescimento e desenvolvimento que devido ao efeito
multiplicador dos pesos resultará em cevados com melhor condição corporal e,
certamente, maior retorno financeiro para o negócio.
Soluções
A Blink Bioscience
desenvolve soluções inovadoras que contribuem para o aumento da eficiência
produtiva, bem-estar animal e sustentabilidade na indústria suinícola.
O uso combinado de
prebióticos e minerais orgânicos na alimentação de suínos em fase de creche
oferece um grande potencial para otimizar a saúde e desempenho dos animais.
Além disso, contribui para a redução do uso de antibióticos e promove uma
abordagem mais sustentável na produção animal.
Para atender a este mercado, a Blink possui uma linha completa de minerais orgânicos que auxiliam produtores a alcançar melhores índices zootécnicos, como o Blink Calcium 17% e 22%; Blink Cobalt 10% e 14%; Blink Copper 17% e 22%; Blink Chromium 10 e 20; Blink Iron 17% e 22%; Blink Magnesium 10%; Blink Manganese 17% e 22%; Blink Selenium 2.0 e 6.0 e Blink Zinc 17% e 22%.
A linha Blink β-Link de aditivos
prebióticos para alimentação animal também se destaca. Composta por
mananoligossacarídeos e beta-glucanos (ß-1,3 e ß-1,6) extraídos da levedura Saccharomyces
cerevisiae, os produtos oferecem uma série de benefícios. Os beta-glucanos
e mananos interagem com o sistema imune e estimulam um ambiente intestinal
saudável. Os resultados observados incluem redução de problemas
gastrointestinais, modulação da microbiota intestinal, melhor conversão
alimentar e ganho de peso
Hysla Milena - zootecnista e técnica comercial da Blink Bioscience
REFERÊNCIAS
WEI, X. et al. Weaning Induced Gut Dysfunction and Nutritional Interventions in Nursery Pigs: A Partial Review. Animals, v. 11, n. 5, p. 1279, 29 abr. 2021.
CHRISTENSEN, B.; HUBER, L.-A. The effects of creep feed composition and form and nursery diet complexity on small intestinal morphology and jejunal mucosa-specific enzyme activities after weaning in pigs. Journal of Animal Science, v. 100, n. 5, p. skac138, 1 maio 2022.
LOVING, C. L. et al. Effect of dietary β-glucan on intestinal microbial diversity and Salmonella vaccine immunogenicity and efficacy in pigs. Veterinary Microbiology, v. 278, p. 109648, mar. 2023.
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