Um estudo
realizado pelo Instituto Datafolha, a pedido do Itaú Social, da Fundação Lemann
e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), apontou que apenas 39% dos
estudantes brasileiros, que frequentam as escolas públicas, têm a possibilidade
de participar de aulas de reforço, apesar de 94% das unidades de ensino
oferecerem algum tipo de ação para enfrentamento dos desafios resultantes da
pandemia. É interessante notar, que 70% dos pais e responsáveis por essas
crianças e adolescentes reconhecem a importância do reforço escolar. Há, no
entanto, desigualdade na oferta dessa ferramenta de ensino: tanto em relação às
diferentes regiões do país, quanto em termos de nível socioeconômico das
escolas.
Esse cenário,
assim como uma série de outros pontos na área educacional do nosso país, é
entristecedor, especialmente, porque o reforço escolar, como é conhecido, é na
verdade uma Orientação de Estudos. Inclusive, trata-se de uma das técnicas de
estudo mais eficazes para ajudar estudantes, de todas as idades, que enfrentam
dificuldades no aprendizado de determinado conteúdo, na orientação dos pensamentos,
organização de ideias, do tempo e do espaço, que são aspectos tão importantes
nesse processo. Com a aplicação de um conjunto de estratégias especiais, é
possível fazer com que crianças e adolescentes compreendam, fixem e pratiquem
melhor os diversos temas apresentados pelas disciplinas durante as aulas
regulares.
Geralmente, a
Orientação de Estudos é indicada a estudantes que estão desmotivados ou não têm
interesse em um tema, que se apresentam com baixa autoestima em relação à
rotina escolar e não se mostram confiantes, demonstram um bloqueio em relação a
uma matéria específica, apresentam dificuldade para acompanhar o ritmo da
turma, esquecem o conteúdo apresentado em sala de aula, demonstram desinteresse
pelos estudos, têm notas baixas, demonstram grande estresse e nervosismo
durante as semanas de provas e para aqueles que não conseguem realizar
exercícios propostos ou entregar tarefas específicas.
Isso tudo pode
ocorrer, porque o processo de ensino e aprendizagem não é linear para todos os
estudantes. Um aluno pode ter mais dificuldade para acompanhar determinada
matéria, fato que pode minar sua autoconfiança e evolução na disciplina em
questão. Dependendo do caso, esse processo pode levar, inclusive, a problemas
com matérias que antes eram dominadas pelo estudante pelo simples fato de
afetar sua autoestima.
Para identificar
se uma criança ou adolescente precisa do apoio da Orientação de Estudos, basta
acompanhar o seu dia a dia e observar seu desenvolvimento. O boletim de notas,
por exemplo, é um indicador por meio do qual se torna possível entender o
desenvolvimento do estudante durante o ano letivo, mas, claro, não se trata do
único meio, visto que as provas podem deixar os alunos nervosos, ansiosos e
inseguros. Por isto, faz-se necessária uma avaliação global do conhecimento
cognitivo e da parte socioemocional de cada um. Além disso, uma iniciativa
válida é estabelecer diálogo contínuo com os professores. A Orientação de
Estudos também pode ser recomendada como medida preventiva, ou seja, antes
mesmo que as dificuldades encontradas pelo aluno estejam refletidas nas notas
mais baixas e na queda de rendimento escolar.
Identificar a
dificuldade e recorrer a profissionais que não trabalham na escola serve como
instrumento de suporte. O aluno ‘ganha’ a oportunidade de rever conteúdos e
receber explicações de uma maneira diferente. Isso ajuda na fixação da matéria
e no aprimoramento do aprendizado.
Por fim, a
Orientação de Estudos é um caminho eficiente para promover a autoconfiança e a
motivação, resultados alcançados após eliminar os pontos de difícil atendimento
e as principais dificuldades. Como consequência, o estudante passa a acompanhar
melhor as aulas, percebe que está avançando no aprendizado, sente mais
confiança e motivação para aprender.
Ressalto, que não
podemos trabalhar apenas com dificuldades relacionadas a aprendizagem formal. É
fundamental entender que as crianças e adolescentes podem apresentar questões
emocionais, que também interferem na aprendizagem. Para fazer um trabalho
completo e atingir os objetivos de aprendizagem e maturação cognitiva, o
professional que fará a Orientação de Estudos deve se preparar para
diagnosticar as prováveis interferências na aprendizagem, levando em conta que
os ‘ruídos’ não são apenas externos. É bem provável que o cérebro do estudante
esteja diante de um ‘obstáculo’ e que apenas com a adoção de algumas técnicas
diferenciadas e/ou com a mudança de ambiente para estudar, estes alunos sejam
capazes de se desenvolver em sua totalidade.
Diante disso, a Orientação de Estudos jamais deve ser encarada como algo ruim ou um sinal de que o estudante está com problemas. Ao contrário, é uma maneira de aprimorar o aprendizado, expandir e aprofundar conhecimentos.
Sueli Conte - aplicadora de Barras de Access e ThetaHealing, licenciada em Psicologia, Mestre em Educação, Doutoranda em Neurociências e desenvolve um trabalho voltado para os aspectos socioemocionais e educacionais como fundadora e responsável pelo "Espaço Saúde Integrativa by Sueli Conte", em São Paulo
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