À medida que os tratamentos médicos avançam e a expectativa de vida da população aumenta, os medicamentos se tornam indispensáveis na promoção da saúde e no tratamento de doenças. Reconhecendo a importância desse tema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu a Meta 3, dedicada à segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos, como parte das Metas Internacionais de Segurança do Paciente.
De acordo com uma pesquisa do Conselho Federal de
Farmácia (CFF) de 2019, 77% dos brasileiros têm o hábito de se automedicar.
Segundo Ismael Benhame de Oliveira, farmacêutico do CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas “Dr. João Amorim”, a automedicação pode trazer riscos à saúde, como o
agravamento da doença, intoxicação e reações adversas graves.
"A prescrição médica desempenha um papel
fundamental no uso seguro e racional de medicamentos, garantindo que os
pacientes recebam os tratamentos adequados, na dose correta e pelo tempo certo,
evitando assim desperdícios e riscos desnecessários", esclarece Ismael.
Neste contexto, a comunicação efetiva entre
médicos, farmacêuticos, equipe de enfermagem e pacientes é imprescindível.
Através dessa interação, os envolvidos podem estabelecer um diálogo aberto,
esclarecer dúvidas e transmitir orientações claras.
O especialista ressalta que a eficácia e a
segurança dos tratamentos medicamentosos podem ser comprometidas por uma série
de fatores. "Desde uma letra ilegível em uma prescrição até uma técnica de
aplicação incorreta, cada detalhe importa", enfatiza.
Ao receber a prescrição, é importante ler com
atenção todas as informações, como o nome do remédio, a dosagem e as
orientações de uso. Se algo estiver ilegível ou incompreensível, é recomendado
que o paciente procure esclarecimentos junto ao seu médico ou farmacêutico.
Para melhorar o entendimento dos usuários, as
unidades de saúde utilizam estratégias que têm resultados positivos. Isso
inclui a realização de grupos de assistência, consultas farmacêuticas, seleção
cuidadosa do plano terapêutico, visitas domiciliares e a atuação conjunta das
equipes na promoção da assistência farmacêutica.
O autocuidado também tem um impacto significativo
na segurança do uso de medicamentos. Os pacientes têm o poder de assumir a
responsabilidade por sua própria saúde, ao seguir as orientações fornecidas
pelos profissionais de saúde, aderir ao tratamento prescrito, realizar o
armazenamento correto e buscar ajuda sempre que surgirem dúvidas ou
preocupações.
“Ao assumir um papel ativo em sua própria saúde, os
pacientes contribuem para a prevenção de erros e para o uso adequado e seguro
dos medicamentos, garantindo assim uma melhor qualidade de vida e bem-estar”,
salienta.
Administração segura de
medicamentos
A administração de medicamentos é uma das tarefas
mais sensíveis no campo da assistência à saúde. A equipe de enfermagem segue
protocolos rigorosos para que cada dose seja aplicada de forma precisa, pela
via apropriada e no momento exato.
Nesse cenário, Bruna Marçal, enfermeira do CEJAM,
que atua na linha de frente, fala sobre a adoção de procedimentos essenciais na
administração de Medicamentos de Alta Vigilância (MAV). Ela reforça a
importância dos manuais de farmacovigilância, que orientam o manejo atento em
relação à dose e efeitos adversos.
Além disso, frisa o uso dos "9 certos da
administração". Essas diretrizes abrangem desde a identificação correta do
paciente e do medicamento até a via, hora, dose, registro, ação, forma e
resposta adequadas.
No que diz respeito à administração de medicamentos
com grafia ou fonética semelhantes (LASA), Bruna explica: "O
acondicionamento correto e estratégico dos fármacos, juntamente com etiquetas
padronizadas, é uma precaução crucial para proporcionar um cuidado seguro ao
paciente."
A profissional também destaca a humanização como um
elemento-chave para o sucesso nestes procedimentos. "Investir em segurança
do paciente não é apenas cumprir um protocolo, é antes de tudo preservar o ser
humano", conclui.
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