Atualmente, muito se fala sobre a eficácia de "estudar por questões", mas é fundamental que os alunos compreendam que é igualmente importante selecionar o momento adequado para realizá-las, de modo a maximizar seu potencial para o aprendizado. Mas essa metodologia é de fato eficaz para os estudos?
As questões são ferramentas valiosas que podem
ajudar o estudante a identificar dúvidas que não foram detectadas durante a
aprendizagem passiva, e é a partir dessa identificação que o conteúdo passa a
ser absorvido corretamente pelo cérebro. É importante ressaltar, no entanto,
que o conhecimento provém da teoria, e não das questões em si.
Levando isso em consideração, costumo orientar que
é imprescindível que o aluno possua uma base teórica sólida para se aprofundar
nas questões e gerar suas dúvidas, corrigindo eventuais erros por meio do
estudo teórico. Quanto ao número de questões a serem feitas, recomendo que,
após o estudo teórico, o aluno realize em média 10 questões. Para as fases de
revisão, cerca de 5 questões são suficientes, pois o conteúdo já foi absorvido
e é o momento dos ajustes finais sobre o tema.
É importante que o estudante compreenda que
realizar um grande número de questões de uma só vez pode não ser tão eficaz.
Por isso, o ideal é limitar o total de perguntas no primeiro contato e, depois
de ter suas primeiras dúvidas esclarecidas, resolver outras questões do mesmo
tema em momentos posteriores e espaçados, já que é na revisão que se obtém os
principais benefícios da aprendizagem. A frequência com que o aluno revisita um
mesmo conteúdo é mais importante do que o número de questões que ele resolve em
um único momento.
Quando se trata de questões objetivas, o aluno deve
prestar atenção em dois pontos cruciais: a resposta correta, que deve estar
totalmente alinhada com o que foi perguntado; e os distratores, ou seja, as
alternativas incorretas.
Diferente da postura que se deve ter em uma prova
de vestibular, ao resolver uma questão em seus estudos, é importante que o
aluno se dedique a identificar e explicar por que as outras alternativas estão
erradas, a fim de obter o máximo de benefício da questão. Ao final, essa
bateria de exercícios se torna uma ferramenta valiosa para mostrar ao aluno
quais ajustes teóricos e interpretativos precisam ser realizados para que ele
possa aprimorar o domínio das habilidades relacionadas a esse conteúdo.
Muitos têm, ainda, o hábito de utilizar apenas
questões do vestibular para o qual estão se preparando para os estudos,
argumentando que outros vestibulares têm um estilo diferente de elaboração de
questões e, portanto, não são relevantes para eles. No entanto, é importante
lembrar que o objetivo das questões é identificar as lacunas no conhecimento do
aluno, por isso é essencial que as questões sejam diversificadas para abranger
diferentes abordagens de um mesmo conteúdo. Já os simulados são os recursos
adequados para mostrar ao aluno como o seu vestibular aborda o conteúdo, e, por
isso, desempenham um papel fundamental na preparação para a prova.
O uso das questões é imprescindível para a absorção
do conteúdo e para a obtenção de resultados mais satisfatórios nas provas. No
entanto, é crucial analisar essa estratégia e compreender como aplicá-la
corretamente, a fim de otimizar o processo de aprendizado.
Paulo Victor Scherrer -
diretor de Growth na Gama
Ensino, e professor de Biologia na Gama
Pré-Vestibular, curso preparatório, com aulas online ao vivo.
Atua com foco na preparação para o Enem e outros vestibulares. Se dedica há
seis anos à análise estatística do Enem e ao seu método de correção, a Teoria
de Resposta ao Item (TRI). Criou o TRI Enem, ferramenta de simulação da nota
TRI e do SiSU, disponível gratuitamente na internet.
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