Ginecologista Evelyn Prete é quem esclarece as principais dúvidas sobre o método contraceptivo mais buscado do momento e aborda as recomendações para cada mulher
Da clássica tabelinha ao inadequado coito interrompido, foi-se o tempo em que evitar uma gravidez causava tanta dor de cabeça nas mulheres. Com o passar dos anos, novos métodos contraceptivos despontam no mercado, com o objetivo de trazer mais praticidade, segurança e conforto para o público feminino. Mais modernas e acessíveis, as alternativas variam desde opções via oral, como a tradicional pílula, até métodos cutâneos, implantes, dispositivos intrauterinos (DIU), entre outras possibilidades. “Ainda que a variedade de métodos contraceptivos seja ampla, é preciso ter em mente que tais alternativas são recomendáveis para impedir a gestação e, em alguns casos, auxiliar na regulação do ciclo menstrual. O preservativo segue sendo o único método contraceptivo que atua, também, na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)”, alerta a Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra.
De uns tempos para cá, os dispositivos intrauterinos, popularmente conhecidos como DIU, vêm sendo tema recorrente nos consultórios ginecológicos, pela sua eficácia, durabilidade e facilidade de inserção e remoção. “Em formato de “T”, o aparelho, pequeno e flexível, é inserido e posicionado dentro do útero que, por meio da liberação de hormônios ou outras substâncias, evita o contato dos espermatozóides com os óvulos, impedindo, assim, a fecundação”, explica Prete. Classificados como hormonais, como é o caso dos DIUs Mirena e Kyleena, e não hormonais, sendo o de prata ou cobre, a especialista afirma que, em ambos os casos, a eficácia é de 99% na prevenção da gravidez.
Com o objetivo de esclarecer todas as dúvidas sobre o tema, a Dra.
Evelyn Prete elencou as informações mais importantes que toda mulher deve saber
antes de colocar o DIU. Confira, a seguir:
1.Como
escolher o melhor tipo?
Ainda que o propósito principal do DIU seja evitar uma gravidez
indesejada, cada variação dos dispositivos intrauterinos possuem certas
características individuais, como material, valores e funcionalidades, que
ajudam na tomada de decisão. De acordo com a ginecologista, os DIUs Mirena e
Kyleena, classificados como hormonais, são indicados, também, para o controle
da menstruação e reposição hormonal. Já os de cobre ou prata, que não possuem
hormônios, não exercem influência no ciclo menstrual e no período de ovulação.
“É importante frisar que essa decisão deve ser tomada em conjunto com um médico
de confiança, visto que existem fatores individuais e contraindicações
específicas para cada mulher, cabendo ao profissional averiguar”, ressalta
Evelyn.
2.
Exames necessários
“Além de um hemograma completo, onde o ginecologista pode detectar
alguma disfunção hormonal, deve ser solicitado para a paciente o ultrassom
transvaginal, para detectar alguma possível anomalia no útero, além de medir as
dimensões do órgão para avaliar qual é o DIU mais indicado para a mulher”,
explica. Segundo Evelyn, o Papanicolau também deve ser exigido, com o objetivo
de analisar as células do colo do útero e descartar possíveis lesões na região.
3.
O procedimento
De acordo com a ginecologista, graduada em Medicina pela
Universidade Cidade de São Paulo, o procedimento de inserção é relativamente
rápido, podendo variar de 15 a 30 minutos. “A colocação do DIU pode ser
realizada no consultório ginecológico, onde o profissional utiliza anestesia
local para a inserção. No caso de mulheres que são mais sensíveis à dores e/ou
possuem alguma particularidade fisiológica, o procedimento pode e deve ser
realizado no centro cirúrgico de um hospital de confiança, com a aplicação de
anestesia geral”, esclarece.
4. Acompanhamento e durabilidade
“A durabilidade varia conforme o modelo do DIU. Para os hormonais
e o de prata, o período pode chegar até cinco anos. Já o de cobre tem uma
duração maior, de até 10 anos”, conta. Segundo Prete, no caso dos mini DIUs,
que possuem tamanho reduzido, o tempo é de três anos. Após a inserção, a médica
recomenda realizar um acompanhamento com o ginecologista durante as consultas
de rotina, de seis meses a um ano, para observar a adaptação da paciente, bem
como analisar a posição e acomodação do DIU no útero. “Caso tenha alguma
anormalidade, o profissional pode exigir um acompanhamento em menor tempo”,
finaliza a médica.
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