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sábado, 7 de janeiro de 2023

Leucoplasia: diagnóstico precoce pode evitar câncer

Cigarro, refluxo e bebida alcoólica podem facilitar a condição, alerta otorrino do Hospital Paulista

 

A Leucoplasia é uma lesão que se assemelha a uma mancha branca, que pode ser pré-maligna ou ter células cancerígenas em sua base, e surge nas diversas mucosas da via aérea e, também, na corda vocal e laringe.

“Para uma célula se tornar cancerígena ela vai sofrendo algumas transformações e uma dessas manifestações é a superfície branca”, explica Dr. Domingos Hiroshi Tsuji, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

O médico salienta que nem tudo o que é branco é uma lesão pré-maligna ou um foco inicial de câncer. Ele explica que, por exemplo, a lesão conhecida como “sapinho”, que costuma surgir na mucosa da boca e pode também aparecer na corda vocal ou laringe, é causada por um fungo chamado cândida e se manifesta na forma de uma ou mais lesões brancas. Um outro exemplo é a laringite aguda, causada por infecção viral pode causar lesão esbranquiçada na mucosa. Todas essas lesões podem ser confundidas com a Leucoplasia.

Segundo o médico, que também é diretor fundador do Voice Center, a maioria das Leucoplasias da laringe acontece na prega vocal e um dos sintomas que aparece precocemente é a alteração na voz - a disfonia - que pode ser percebida como uma rouquidão e raramente vem acompanhado de outros sintomas.

O médico orienta que uma vez identificada a lesão branca é necessário estabelecer o diagnóstico do tipo e da causa, pois se a leucoplasia for tratada precocemente é possível evitar que evolua para um câncer. Quando diagnosticado em estágio inicial, esse tipo de câncer pode ser tratado com uma simples remoção cirúrgica.

O tratamento para a Leucoplasia quando confirmada como uma lesão persistente, depois de um tratamento clínico conduzido corretamente, é a ressecção completa da lesão. Em geral, é preciso fazer a biópsia excisional, que tira toda a lesão para analisar através do microscópio.

Uma das manifestações indicativas de que a célula poderá se tornar cancerígena é a displasia. O paciente com essa condição no tecido deve ser tratado através de uma cirurgia e ser acompanhado por, pelo menos cinco anos.

De modo geral, quando a lesão é identificada como Leucoplasia, se entende que ela está em um estágio que precede o câncer, ou seja, em um estado inicial do processo de malignização. Já quando a lesão é confirmada como câncer através da biópsia, este pode estar em diferentes estágios da doença, que dependem do seu tamanho, profundidade e lugar. Quando a biópsia confirma o diagnóstico de câncer, uma segunda cirurgia pode ser necessária para o seu completo tratamento, ou ainda, se for uma lesão cuja remoção cirúrgica pode comprometer muito a voz do paciente ou as outras funções vitais da laringe como a deglutição e respiração, é possível optar pela radioterapia e/ou quimioterapia.

Dr. Domingos adverte que é difícil prevenir a leucoplasia, sobretudo quando a pessoa fuma, bebe e tem refluxo, pois são fatores que facilitam o surgimento da lesão.

Um fumante, por exemplo, tem a mucosa não só da laringe, mas de toda a via aérea irritada por causa do cigarro. Essa irritação costuma causar alguns sinais e sintomas como a rouquidão, sensação de corpo estranho, dores, pigarro e outros incômodos, principalmente na região da garganta, que devem ser motivos para uma investigação mais apurada através do exame videolaringoscopia realizado pelo otorrinolaringologista. Mesmo os não fumantes devem ser avaliados mediante qualquer um desses sintomas. Só assim, a doença pode ser descoberta no seu início.

“É fundamental evitar o cigarro e o álcool, pois são sabidamente relacionados à origem do câncer. O refluxo também deve ser controlado, pois costuma estar relacionado a diversos outros problemas otorrinolaringológicos, inclusive a leucoplasia na corda vocal”, orienta o otorrino.
 


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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