Especialista do CEJAM chama a atenção
para a importância da adesão ao tratamento
Segundo
o Ministério da Saúde, a hanseníase, antigamente chamada de lepra ou mal de
Lázaro, é uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico. Causada
pela bactéria Mycobacterium leprae, a doença pode afetar qualquer pessoa
e se caracteriza por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica,
dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e
olhos. Ela pode apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada,
pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis.
Conforme
descrito no Boletim Epidemiológico de Hanseníase do último ano, em 2020, foram
reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS) 127.396 novos casos no mundo.
Desses, 15,1% ocorreram nas Américas, sendo cerca de 18 mil notificados no
Brasil, o que leva o país ao segundo lugar no ranking mundial, atrás
apenas da Índia.
A Dra.
Lissia Palma, dermatologista do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de
Itu, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em
parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, destaca que a
hanseníase é uma doença de pele e, principalmente, de nervos.
“A
mancha na pele é um demonstrativo, mas os mais afetados são os nervos, que
quando danificados ficam expostos a muitas complicações que comprometem a
qualidade de vida, como, por exemplo, a dificuldade para andar e o movimento de
pega das mãos”, explica.
É
importante que uma unidade de saúde seja acionada em casos de suspeita e de
sintomas como manchas na pele, perda de sensibilidade ou movimento. A
recomendação se estende para o caso de haver parentesco com algum paciente da
doença, especialmente se morarem na mesma residência há mais de cinco anos.
“Quando uma pessoa é infectada, toda a família necessita realizar o tratamento.
É muito importante que todos se cuidem para evitar que outras pessoas sejam
contaminadas”, reforça.
A
especialista esclarece também que o contágio acontece por meio do
compartilhamento de ambientes e contato com indivíduos infectados por pelo
menos cinco anos, ou seja, uma longa exposição. A transmissão ocorre por meio
de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro.
Por
enquanto, a principal forma de prevenção é o diagnóstico precoce. Essa doença
tem cura e o tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de
Saúde (SUS).
Dra.
Lissia aponta que alguns pacientes relatam efeitos colaterais como vômito e
náusea, o que poderia responder pela taxa de descontinuidade do tratamento. “O
paciente acaba não tomando o medicamento e essa adesão é muito importante, pois
não é uma escolha somente do paciente, é uma escolha de todos que estão a sua
volta, principalmente familiares. São as pessoas que o paciente mais gosta para
quem ele pode transmitir”, finaliza.
No mês
de conscientização e combate à Hanseníase, o CEJAM adere a campanha Janeiro
Roxo, oficializada pelo Ministério da Saúde em 2016, e promove ações e
palestras informativas em unidades sob sua gestão.
No
último domingo de janeiro é comemorado o Dia Mundial contra a Hanseníase e no
dia 31 de janeiro é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da
Hanseníase.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas
“Dr. João Amorim”
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