Dormir com ar condicionado e ventiladores ligados nem sempre é uma opção, em especial, devido aos problemas de saúde que podem ser desencadeados; especialista da Vigilantes do Sono compartilha dicas simples que podem proporcionar mais conforto na hora de dormir
O verão começou oficialmente no Brasil há poucas semanas, especificamente no dia 21 de
dezembro de 2022. Com a estação, são esperadas grandes temperaturas, além de
sensações térmicas altas. De acordo com especialistas, o clima mais quente pode
afetar a distribuição das fases do sono, alterando o que os especialistas
chamam de arquitetura e ciclos do sono, principalmente etapas que são as mais
responsáveis pelo relaxamento.
Laura Castro, especialista do sono, psicóloga e
sócia-fundadora da Vigilantes
do Sono, healthtech referência no combate à insônia e que
recentemente expandiu suas linhas de cuidado para atuar também em outros
aspectos relacionados à saúde mental e ao bem-estar, destaca que é comum
apresentar dificuldades para dormir quando há mudanças bruscas e significativas
de temperatura.
A especialista explica que um ciclo de sono tem as
fases 1, 2, 3 e o sono REM, da sigla em inglês para movimento rápido dos olhos.
Os ciclos duram cerca de uma hora e meia e basicamente seguem a ordem: dormir,
relaxar, desacelerar e sonhar. Durante o processo, o indivíduo vira de lado,
muda de posição e repete o mesmo ciclo de 4 a 6 vezes por noite.
“Para que o sono siga esse ciclo adequadamente, é
importante que a temperatura ambiente não esteja muito alta, para que o corpo
possa se preparar para aprofundar nas fases de relaxamento e desaceleração do
metabolismo. Se durante as fases 2 e 3, em que o corpo precisa relaxar, a
temperatura ambiente estiver muito elevada, o corpo precisa trabalhar para
expelir esse calor, dificultando a realização das demais etapas do ciclo”,
explica.
Laura destaca que um sono de qualidade é aquele em
que os ciclos de sono se repetem pelo menos 4 vezes e incluindo todas as fases.
Quando a fase 3 não acontece como se espera, por exemplo, que é considerada a
fase mais profunda do sono, porque nela há mais sincronização da atividade
elétrica cerebral, maior sincronicidade dos batimentos cardíacos e importante
redução da responsividade, então uma série de funções importantes para o corpo
deixam de ocorrer, como a produção de anticorpos, e a entrada na frase 3 depende
de um esfriamento progressivo da temperatura corporal. “Com um ciclo
incompleto, acordamos mais cansados do que o habitual, com dificuldade de
concentração e mau humor”, aponta.
Para conseguir diminuir o impacto das altas
temperaturas no sono, algumas medidas podem ser adotadas. Dormir com ar-condicionado
e ventiladores ligados é uma boa estratégia quando possível, mas nem sempre é
uma opção. Em especial, quando há problemas de saúde que podem ser
desencadeados ou agravados na presença de vento ou esfriamento, como quando há
problemas respiratórios, Laura traz dicas simples que podem proporcionar mais
conforto na hora de dormir.
Entre elas, a especialista destaca a importância de uma ducha morna antes de se deitar, o que favorece o esfriamento do corpo de dentro para fora. Também optar por lençóis leves, cuidar da alimentação próxima ao horário do sono, evitando os alimentos considerados termogênicos, como a pimenta, a prática de atividade física que também eleva a temperatura corporal e pode atrasar o início do sono, além de manter boa hidratação durante o dia, são todas ações que podem ajudar para que a temperatura corporal se reduza de maneira efetiva e facilite o início do sono e, com isso, o corpo conseguirá relaxar no momento adequado.
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