A doença periodontal é uma das enfermidades mais frequentes entre cães e gatos, por isso prevenção e consultas periódicas são fundamentais
AdobeStock
Veterinária lembra que cuidados preventivos refletem na saúde
geral dos animais
A doença periodontal é uma das enfermidades mais
frequentes entre cães e gatos e os danos vão muito além do mau hálito. Assim
como nos humanos, a falta de higiene bucal pode causar doenças orais,
complicações sistêmicas, comprometimento das funções biológicas e agravamento
de outras enfermidades já instaladas. Por isso, o cuidado rotineiro e o
acompanhamento veterinário regular são essenciais.
Segundo a médica veterinária da rede de farmácias
de manipulação veterinária DrogaVET, Franciele Fraiz, estudos de caso da rotina
clínica indicam que as doenças periodontais afetam mais de 80% dos pets
adultos, impactando dentes, gengiva, osso, cemento e ligamento periodontal.
“Além do processo inflamatório das doenças bucais ser dolorido para os pets,
enquanto o organismo do animal trabalha para combater a infecção, são
produzidas substâncias denominadas imunocomplexos, que se instalam nos rins,
aumentando as chances do desenvolvimento de doenças renais. A inflamação gerada
no local permite que as bactérias entrem na corrente sanguínea e se
instalem em outros órgãos, causando ou agravando doenças como a bronquite, a
artrite e a endocardite”, revela a veterinária. Por isso, algumas dicas são
fundamentais.
Escovação sim, preguiça não
A escovação dos dentes deve ser feita diariamente
ou, ao menos, três vezes por semana para evitar o acúmulo do biofilme
bacteriano, uma placa que se forma na gengiva cerca de 24 a 32 horas após a
ingestão de alimentos. São essas bactérias que formarão os cálculos dentários,
ou tártaro, como são popularmente conhecidos, e a doença periodontal.
Para que os pets aceitem a escovação dentária com
tranquilidade, o ideal é acostumá-los desde filhotes. As primeiras tentativas
podem ser feitas com uma gaze umedecida ou com dedeiras, até que o pet se
acostume. Depois a escova dental, adequada ao tamanho do pet, pode ser
introduzida à rotina. Para os pets que não foram acostumados desde filhotes, a
dica é vincular a higienização bucal a recompensas positivas, assim o pet passa
a associar o momento da escovação com passeios, brincadeiras, elogios ou
carinhos e, consequentemente, consegue tolerar a higienização com mais
tranquilidade.
Nem tudo o que é bom para nós,
é bom para eles
Os pets devem compartilhar do hábito de escovar os
dentes, mas não dos nossos cremes dentais. O flúor e o xilitol na quantidade
contida nas pastas de dentes para humanos são tóxicos para os animais e podem
provocar dores abdominais, náuseas, vômitos, letargia, danos no fígado e, até
mesmo, convulsões. Enxaguantes bucais para humanos e outros produtos como
bicarbonato de sódio e peróxido de hidrogênio também são proibidos para os
pets. “Existem cremes dentais específicos para pets que, além de serem seguros
para eles, podem ser manipulados com sabores atrativos, como frango, bacon,
banana, entre outros”, recomenda a veterinária.
Ajudinha extra
Petiscos com componentes que auxiliam na higiene
bucal, brinquedos que estimulam a mordedura, spray e espumas bucais com ativos
para higiene e prevenção do mau hálito são alguns aliados para o dia a
dia. “Na manipulação veterinária é possível preparar mousses, filme oral e
lenços umedecidos com fármacos adequados para cada pet e com o sabor de
preferência dele, porém, devem ser utilizados de forma complementar à
escovação, pois somente ela é capaz de fazer a remoção dos resíduos alimentares
e biofilmes bacterianos depositados diariamente na superfície dos dentes e
gengiva”, aponta Franciele.
Tratamento e acompanhamento
veterinário
Cuidar da saúde bucal dos animais é tão importante
quanto a vacinação e o controle de ectoparasitas. O exame clínico realizado
periodicamente é essencial, pois os sinais iniciais da doença periodontal são
discretos e o tutor pode demorar a perceber que algo não vai bem.
Quando a placa bacteriana está instalada é
necessária a realização de um procedimento cirúrgico para retirada da placa,
restauração da profundidade da gengiva e extração dos dentes comprometidos. Os
cuidados diários com os pets que passam pelo procedimento continuam os mesmos.
“A remoção cirúrgica vai corrigir os danos causados anteriormente, mas o
acúmulo de biofilme bacteriano acontece diariamente. E vale lembrar que a
rotina de higiene bucal não anula a necessidade de visitas regulares ao veterinário
e nem a possibilidade de uma nova intervenção, pois alguns pets têm maior
tendência à formação de placa bacteriana e doenças periodontais”, finaliza a
veterinária.
DrogaVET
Nenhum comentário:
Postar um comentário