Mais de 11 milhões de brasileiros possuem aquários em casa, veja como cuidar melhor dos animais
Quando se fala em animais de
estimação, logo vem à cabeça os cachorros e os gatos, que são muito populares.
Mas o brasileiro também nutre uma paixão pelos peixes ornamentais, o que é
chamado de aquarismo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), cerca de 11 milhões de pessoas mantêm aquários em casa no Brasil.
“Alguns peixes podem exigir
uma menor interação com o tutor e o ambiente. Ao contrário de gatos e
cachorros, por exemplo, estes são silenciosos, tem um espaço delimitado e em
alguns casos demandam menos recursos financeiros para sua manutenção”, opina o
médico veterinário do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera,
Douglas Evandro dos Santos.
Segundo evidências
científicas, os primeiros peixes surgiram há cerca de 530 milhões de anos e,
atualmente, existem mais de 23 mil espécies deles na natureza. Por muito tempo,
foram importantes para a subsistência humana, alimentando populações durante a
história da humanidade até os dias atuais, onde além da subsistência, o nicho
de aquarismo tem se tornado bastante evidente.
COMO SURGIU O AQUARISMO?
Os egípcios antigos podem
ser considerados os pais do aquarismo. Para estudar o nado e o comportamento
dos peixes – e assim prever cheias ou secas no Rio Nilo – esse povo construía
uma espécie de tanque de argila e vidro. Assim, criou-se a base para os
aquários modernos.
Com o passar do tempo, a
prática se desenvolveu na China e no Japão, chegando depois à Europa, e o
aquarismo virou um hobby que se espalhou pelo mundo. Os amantes dos
peixes passaram a realizar o cruzamento de espécies para chegar às diversas
cores e formas dos peixes ornamentais que vemos hoje.
A seguir, o médico
veterinário elencou algumas curiosidades sobre esses animais que encantam
tantas pessoas.
1.
Peixe morre pela boca?
O ditado popular diz que
devemos tomar cuidado com o quê e para quem falamos algo - e os peixes morrem
ao abrir a boca para pegar uma isca e são puxados para fora da água pelo anzol.
Os peixes se alimentam na
natureza quando estão com fome e quando há alimento disponível. Quando
disponível, podem se alimentar várias vezes ao dia, mas depende do hábito
alimentar da espécie, se é herbívora, onívora ou carnívora.
A alimentação em excesso dos
peixes ornamentais pode causar problemas de saúde, assim como o acúmulo de
sobras de ração no fundo dos aquários. Essa sobra de alimento pode modificar a
química da água, aumentar os níveis de toxinas e ser muito prejudicial à saúde
dos peixes. Por isso, o tutor deve tomar cuidado em não oferecer alimento em
excesso ao animal.
2.
Peixes têm pálpebras e ouvidos?
A maioria dos peixes não tem
pálpebras. É por isso que existe a lenda de que eles não dormem: sem pálpebras,
eles não podem fechar os olhos, parecendo estar sempre acordados. Para
descansar, eles buscam um local mais “aconchegante”, que pode ser uma estrutura
de pedras na natureza; ou uma determinada parte do aquário.
Outra curiosidade é que eles
não dormem profundamente como os mamíferos terrestres, parecem mais reduzir sua
atividade e metabolismo enquanto permanecem em estado de alerta, tendo funções
restauradoras similares à atividade de dormir dos humanos.
Esses animais também não têm
um pavilhão auditivo externo (orelha externa), mas em compensação, possuem
orelha interna que os torna capazes de captar sons e vibrações vindos da água.
No ambiente doméstico, o barulho da casa pode irritá-los, deixando-os
estressados – e isso pode atrapalhar seu apetite, crescimento e reprodução.
3.
Peixes podem ter falta de ar?
Por incrível que possa
parecer, sim. Assim como acontece com nós humanos, eles precisam trocar
oxigênio com o ambiente. O peixe Betta, por exemplo, possui um órgão chamado
labirinto que permite a respiração fora da água. Assim, ele pode subir até a
superfície para respirar. Caso a água do aquário esteja com pouca
disponibilidade de oxigênio ou encontre algum empecilho para emergir, ele pode
sim morrer sufocado. Por isso, é importante que os tutores fiquem atentos com a
troca de água.
4.
Peixes bebem água?
Sim! Os peixes absorvem água
através da pele e brânquias num processo chamado de osmose ou osmorregulação.
Assim, regulam a quantidade de sais no interior de seu organismo. É uma espécie
de troca de fluidos com o ambiente. Exemplo: um peixe sem essa capacidade, se
for colocado no mar, perderia água de seu corpo por osmose, podendo desidratar
e morrer. Isso também ocorreria se um peixe de água doce fosse colocado em água
salgada.
Assim, o peixe de água doce
tem mais sais em seu organismo do que a água do meio externo: a água entra em
seu corpo naturalmente, e ele não precisa beber água. Já os peixes de água
salgada precisam absorver muita água para garantir o equilíbrio do organismo,
pois eles têm menos sais do que o ambiente externo e a água sai continuamente
do seu corpo.
Outra curiosidade: os peixes
fazem bastante xixi, e a urina do peixe de água salgada é mais concentrada do
que a do peixe de água doce. Além disso, eles também fazem fezes na água, por
isso é importante manter a limpeza do aquário.
5.
Peixes sentem frio?
Sim! Os peixes são animais
ectotérmicos, cuja regulação da temperatura do corpo depende de fontes
externas, como a luz do sol ou superfícies quentes. Dependendo da espécie
envolvida, os aquários precisam ter fontes térmicas. Expostos a temperaturas
baixas, o metabolismo desses animais pode desacelerar, reduzindo até o apetite
dos bichinhos.
Douglas acrescenta alguns
pontos de atenção para quem está pensando em ter peixes em casa. “É importante
conhecer a espécie, para evitar, por exemplo, de criar no mesmo aquário um
peixe mais tranquilo e outro mais agitado. Além disso, é preciso ter bastante
atenção à limpeza da água e oferecer apenas alimentos indicados para a espécie
adquirida”, finaliza Douglas.
Anhanguera - https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/
Kroton - www.kroton.com.br
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