Entender como as cólicas acontecem é o principal
passo para evitar o incômodo no bebêAdobe Stock
Com o sistema gastrointestinal ainda em
desenvolvimento, os bebês costumam sofrer frequentemente com cólicas. O mal
estar, que é causado principalmente pela formação de gases, provoca crises de
choro que deixam os pais em desespero. Geralmente se inicia na segunda semana
de vida e pode durar em média três meses, tempo que o organismo do
recém-nascido leva para amadurecer o tubo digestivo.
De acordo com Dr. Renato de Oliveira,
Ginecologista e Obstetra da Criogênesis, o choro por conta da
cólica é persistente e expressa aflição, sofrimento e muita irritabilidade, o
que o torna diferente dos demais. “A queixa pode vir acompanhada de outros
sinais importantes e que merecem atenção, como gases, barriga endurecida e
punhos fechados, que são reflexos do bebê à dor intestinal”, afirma.
O especialista explica que, normalmente, os bebês
que têm cólicas sofrem com as dores entre o final da tarde e o início da noite.
“As cólicas são piores ao final da tarde e início da noite, quando os pais já
estão mais cansados e estressados, o que pode ser um dos fatores desencadeantes
das dores. Quando o ambiente está mais relaxado, os pais conversam com a voz
baixa e evitam discussões, fazendo com que o bebê se sinta mais seguro e menos
estressado, o deixando menos propenso a ter problemas de digestão”, alerta.
Dr. Renato garante que, de modo geral, as cólicas
ocorrem por causa da prematuridade do sistema digestório, que nos primeiros
meses de idade não processa de forma perfeita os alimentos ingeridos, mesmo que
somente o leite materno. “Certos fatores como deficiência na absorção de
nutrientes, falha no desenvolvimento do sistema digestivo e alimentação por
fórmula podem aumentar as chances de incômodo abdominal”, declara.
O médico afirma que outro fator colaborativo ao o
surgimento das dores é o nascimento prematuro. "Quando a criança nasce de
parto normal e no tempo previsto, ele passa pela vagina e já entra em contato
com a flora vaginal da mãe. Já nos casos de prematuridade ou cesariana, se
nasce em um ambiente estéril, sem o contato com bactérias benéficas ao
organismo, fazendo com que tenha mais riscos de sofrer com cólicas”, explica.
O obstetra informa que há, no entanto, algumas
medidas que podem auxiliar na diminuição das dores. “Nos casos de flora
intestinal pobre, há probióticos específicos, que devem ser recomendados por um
médico, e contribuem à colonização do intestino. Massagens também podem ser
feitas para amenizar a dor, assim como exercícios com as pernas para eliminação
dos gases. Além disso, até os seis meses de vida, o único alimento indicado
para os bebês é o leite materno. A crença popular de que dar um pouco de chá,
como o de camomila, é bom para alívio da cólica não passa de um mito, além de
ser contraindicado para crianças muito pequenas”, finaliza.
Criogênesis
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