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quinta-feira, 26 de maio de 2022

A dignidade menstrual afeta a dignidade humana e precisamos falar sobre ela

 

A dignidade menstrual é sobre dignidade humana. Quando falamos de dignidade, estamos clamando por acesso à informação, a produtos de higiene básica e autoconhecimento. É preciso reconhecermos a nossa essência como ser humano, os nossos ciclos fisiológicos e abraçá-los de forma natural, afinal a menstruação não deve ser motivo de vergonha. O autoconhecimento protege! 

A menstruação é um processo natural que ocorre com milhões de pessoas no mundo inteiro, o tempo todo. Entretanto, infelizmente, em alguns centros o tema ainda é tratado com desconforto e, por muitas vezes, como um tabu. Dessa forma, a principal arma de combate é o diálogo. Debater sobre o tema simboliza o despertar da consciência, precisamos falar sobre e é um dever de todos. 

A ausência de recursos básicos caracteriza o que chamamos de “pobreza menstrual”, que além de colocar em risco a saúde da pessoa, afeta totalmente o poder de desenvolvimento humano a partir do momento que ocorre a exclusão na sociedade. Em uma enquete realizada pelo UNICEF com pessoas que menstruam, 62% afirmaram que já deixaram de ir à escola ou a algum outro lugar de que gostam por causa da menstruação e 73% sentiram constrangimento nesses ambientes. 

Em uma pesquisa realizada pela Johnson & Johnson Consumer Health, em parceria com os Institutos Kyra e Mosaiclab, estima-se um gasto de R 21,00 por ciclo menstrual. Considerando que, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas Social, 13% da população brasileira vive com menos de R 246,00 mensais, torna-se inviável destinar uma parte do orçamento à compra desse tipo de produto. Dessa forma, a pobreza menstrual acaba se tornando corriqueira entre as famílias de baixa renda. 

Por esse e vários outros motivos, as iniciativas sociais são fundamentais nesse processo. Todo projeto que visa ao desenvolvimento do ser humano tem como resultado um grande impacto positivo no mundo, principalmente quando falamos de um tema que implica acesso à informação, inclusão e dignidade. 

Mais do que ações sociais para doações de produtos, as iniciativas devem levar atitudes revolucionárias com o intuito de incluir todos como aliados e fazer dessa causa uma questão humana. Melinda Gates, no livro O momento de voar: Como o empoderamento feminino muda o mundo, deixa claro quando afirma que mulheres e homens devem trabalhar juntos para derrubar as barreiras e acabar com os preconceitos que ainda prejudicam a sociedade. 

Quando eu digo que a luta pela dignidade menstrual é um papel de todos, estende-se para as empresas também. Estamos totalmente ligados ao ESG (Ambiental, Social e Governança) quando trazemos a necessidade de a empresa promover munição para seus colaboradores, humanizando, entendendo o ciclo de funcionamento do corpo humano e conectando a responsabilidade e compromisso para promover esses espaços de conscientização. Assim como fizemos na agência com a Roda de Conversa, realizada em março, sobre o tema. 

Enquanto não enxergarmos a menstruação como algo natural e socialmente aceita, ela ainda será um tabu. Por mais que trabalhemos nessa questão da dignidade menstrual, o tabu e a pobreza menstrual ainda são uma realidade. Todos nós nascemos de um útero que menstruou por muito tempo e precisamos falar sobre isso!
 


Renata Ankowski -formada em Administração de Empresas, pós-graduada pela PUC-AR e especialista em gestão de projetos pela ESPM, PMO Agile, Design Thinking e Service Design, atua há mais de 14 anos com grandes multinacionais em diversas áreas, aplicando gestão estratégica. Ajuda empresas a transformarem ideias em ação, manifestando resultados por meio de pessoas. Dedica-se a fazer um mundo melhor, sendo otimista e realista. É comprometida em construir o futuro por meio da inovação, liderança, marketing, intuição e inspiração. Atualmente, é COO na MCM Brand Experience e apaixonada pela natureza e meditação.


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