Ginecologista
membro da Doctoralia explica os principais fatores que influenciam na decisão
DIU de cobre ou
Mirena? Anticoncepcional? Anel vaginal? Com o avanço da tecnologia, os mais
diversos métodos contraceptivos foram criados para se adequar ao estilo de vida
de mulheres que evitam uma gravidez indesejada ou até mesmo buscam controle de
seu planejamento familiar. Mas qual será o melhor método? Devido aos diferentes
aspectos da paciente, a resposta não será a mesma para todas.
Para ajudar a cuidar
da sua saúde sexual e fazer a escolha do melhor método, a ginecologista Nárima Caldana , membro da Doctoralia , responde às principais dúvidas sobre o tema. Confira!
Faixa-etária
Além da camisinha, que
pode ser considerada um método contraceptivo de barreira, indispensável nas
relações sexuais para evitar as IST's (Infecções Sexualmente Transmissíveis),
todos os medicamentos e procedimentos utilizados para proteger a mulher de uma
gravidez não planejada têm seus efeitos colaterais e, consequentemente,
contraindicações para seu uso. Por isso, a idade da paciente que decidiu usar
essas técnicas deve ser levada em conta.
De acordo com a
ginecologista, "as pacientes mais jovens necessitam de doses diferentes de
estrogênio. Já pacientes acima de 35 anos, não devem começar um método que
tenha etinilestradiol, um estrogênio bioativo utilizado em muitos
anticoncepcionais orais, por se tornar um hormônio com potencial trombogênico a
partir dessa faixa etária", pontua.
Estilo de Vida
A escolha entre as
diversas alternativas que existem no mercado será principalmente baseada no
bem-estar da paciente e na adequação ao seu estilo de vida. Por isso, os
pacientes que não conseguem lidar com a variedade dos efeitos dos
anticoncepcionais tradicionais ou até mesmo que estão seguindo uma rotina de
exercícios físicos e reeducação alimentar, por exemplo, devem preferir os tipos
de contraceptivos não hormonais. "Nesse caso, o DIU de cobre, DIU de
prata, diafragma ou até mesmo só o preservativo, não irão interferir no ganho
de massa muscular nem na promoção do acúmulo de gordura, sem as chances de
efeitos colaterais que os outros medicamentos possuem, podendo ser utilizados
por pacientes que não têm filhos, sem problema algum", afirma a
especialista.
Apesar de não ser
popularmente conhecido, o diafragma consiste em um anel flexível, envolto por
uma camada fina de silicone ou borracha, e possui o diâmetro adequado ao
tamanho do colo do útero. É indicado que o anel seja colocado antes da relação
sexual, junto com um pouco de gel espermicida no intuito de impedir que os
espermatozoides cheguem aos óvulos, e retirado após cerca de 6 a 8 horas da
relação sexual, para que haja certeza de que os espermatozoides não sobrevivam.
Esse método pode ser utilizado por até 2 anos e, para utilizá-lo, é necessário
que esteja na medida correta e, se houver variação de peso da paciente (ganho
ou perda ponderal), poderá ser preciso a troca do diafragma, pois o encaixe
deverá ser exato para sua eficácia ideal.
Métodos de Longa
Duração
Um dos maiores
benefícios dos procedimentos de longa duração são para aquelas pacientes que
não teriam disciplina de fazer o uso da pílula diariamente. Isso porque para
que a pílula tenha eficácia, é necessário o uso diário, sempre no mesmo
horário, sem esquecimento de nenhum comprimido, respeitando as pausas ou não,
de acordo com o que foi prescrito para aquela paciente. "Se a mulher não
consegue fazer uso com essa regularidade, é melhor que adote um método de longa
duração, para que tenha a menor chance de falha", reitera a Dra. Nárima.
Dependendo do modelo dos fabricantes, o DIU de Cobre, Mirena ou Kyleena podem
ser usados de 5 a 10 anos sem a necessidade da troca constante de dispositivos,
somente da avaliação periódica com ultrassonografia transvaginal, a fim de
avaliar a localização correta e, com isso, ter a eficácia esperada.
A pílula do dia
seguinte
A pílula do dia
seguinte é utilizada para relações desprotegidas, em casos que houve falha de
outro método ou até mesmo pacientes vítimas de abusos sexuais. O uso deverá
ocorrer o mais breve possível ou até em 72 horas após o ato sexual. No entanto,
não deve ser usado como método contraceptivo, mas somente em situações de emergência,
devido a grande quantidade de hormônios que, a longo prazo, pode trazer
complicações e perder sua eficácia. A recomendação dos especialistas é que o
uso do método não deve ultrapassar duas vezes ao ano.
"Os efeitos da
pílula do dia seguinte vão acontecer por causa da progesterona, que incentiva o
hormônio testosterona e, por isso, muitas mulheres experienciam excesso de
pelos, oleosidade, acne e irritabilidade. Além disso, poderia exercer algum
efeito de alteração no ciclo menstrual daquele mês, de atrasar o fluxo ou até
mesmo adiantar", pontua a especialista. No entanto, as pacientes não devem
deixar de utilizá-lo quando ocorrer uma emergência ou considerá-lo necessário,
já que todos os efeitos citados são temporários, desde que o uso adequado seja
feito.
Atenção aos efeitos
colaterais
"Se formos
analisar os efeitos colaterais dos anticoncepcionais, eles realmente vão variar
de acordo com cada paciente, assim como sua idade, a intensidade do fluxo
menstrual, a duração, o intervalo, se é tabagista, histórico de trombose, se
tem dismenorreia (cólica menstrual) ou enxaqueca, por exemplo. Muitos fatores
devem ser analisados e, por isso, é tão importante que um ginecologista de
confiança participe da escolha", esclarece Dra. Nárima. Os principais sinais
de alerta de que o corpo não está tendo uma boa adaptação ao método
contraceptivo são as dores de cabeça, náuseas, diminuição da libido,
irritabilidade pré-menstrual, dores nas mamas e até o surgimento de varizes nas
pernas.
Com isso em mente, a
paciente deve procurar o ginecologista anualmente para fazer exames de rotina
e, também, dependendo da idade da paciente, fazer rastreio de câncer de mama,
principalmente para aquelas que estão acima dos 40 anos. "Há diversos
mitos em torno dos métodos contraceptivos, um deles é o medo de que o organismo
possa se acostumar e o método perder a eficácia, mas isso não acontece.
Exatamente por isso é tão importante que as informações sejam buscadas
juntamente a um especialista", finaliza a ginecologista membro da
Doctoralia.
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